O Plano de Samantha

Olá Leitores! :D

Aqui está o cap 21! Menor do que eu (e vocês também, acredito) gostaria, mas cheio de intrigas e curiosidades...
Vou viajar essa semana e não levarei o notebook (snif), mas na ultima semana provavelmente darei um boost na fic, antes que comece o segundo semestre da facul.
Para quem tiver interesse, comecei uma fic (por enquanto estou só no prólogo e na idéia) nova, e gostaria de saber a opiniao de vcs se a continuo ou não..., o nome é "A Garota da Máscara de Veneza", o link segue abaixo:
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=40151
Ela nasceu fruto de uma idéia louca às 3h30 da manhã de uma noite de insônia, e eu ainda não continuei depois de escrever o prólogo (preguiça talvez?), mas acho que com essa fic se encaminhando pro final, vou poder continuá-la como previsto (e é claro, se houverem leitores... de que adianta escrever uma história que ninguém lê?). Acho que não será uma fic muito longa, eu espero. Rs.
Sobre o capítulo... talvez vocês fiquem com raiva de uma (ou mais, não sei '-') personagens, e não sei se essa foi minha idéia original. Mas a gente precisa por fogo de vez em quando né?
Mas pensem sempre assim: "Pra tudo se tem uma razão..."
Espero que tudo se encaminhe como eu desejo. :)
Muito obrigada pelos comentários, vocês são lindos! Continuem mandando, eu responderei assim que der.

Boa leitura!

 

Cap. 21: O Plano de Samantha

 

- Que cara é essa? – perguntou Harry ao ver Rony se aproximar. Suas orelhas estavam mais vermelhas que nunca, e ele parecia ter levado um grande esporro de alguém.
- Nada. Onde está a Mione? – ele perguntou sem rodeios.

- Dançando. Onde você estava? E o que faz com a capa de invisibilidade?

Rony olhou para o artefato que estava escondendo metade da palma de sua mão, corou ligeiramente e respondeu:
- Hm... não sei, fui buscar. Achei que você iria precisar.
- Eu? – Harry perguntou desconfiado.

- Hm, é. A Mione vai demorar muito?
Harry e Rony olharam a pista de dança. A garota estava sorrindo para Krum enquanto ele gentilmente deslizava os pés pela pista, trazendo a moça consigo. Não podiam negar que ele era um ótimo dançarino.

- Preciso aprender logo essa droga de dança, senão serei o único a passar vergonha...
- Que nada Harry, ainda tem o Diggory. Ele não parece saber muita coisa...
- Ah não? Olhe mais atentamente. – Harry apontou para um casal mais ao fundo. Cho Chang ria enquanto o namorado a girava levemente, e lhe deu um beijo no exato momento em que os garotos olhavam. Harry tratou de virar o rosto no mesmo instante.
- Mas a Li-li-li... – a língua de Rony se enrolou de repente e ele corou novamente.
- Quem?
- A-a p-professora de dança... ela vai te ensinar direito. – respondeu Rony se engasgando um pouco.

- Mas qual é o seu problema? Onde você estava, hein? – perguntou Harry desconfiado.

- MIONE!
Harry ficou paralisado com o grito de Rony. Os casais próximos levaram um susto, olharam reprovando o ato de Rony e seguiram com a dança. Hermione e Krum olharam para a direção dos garotos.
- M-mione d-da-da-danc-c-e com-com-com...

A morena abriu uma expressão confusa, falou alguma coisa inaudível a Vitor e veio na direção dos garotos.

- Me chamou, Ron? – ela perguntou surpresa.
- S-sim. Agora comigo dançar você? – ele perguntou engasgando, com as orelhas muito vermelhas.

Hermione segurou o riso e abriu um sorriso.

- Claro, vamos lá.

Rony e Hermione seguiram para a pista. Ela colocou a mão esquerda dele em sua cintura, e segurou a direita.
- Eu não sei fazer isso direito Mione...
- Não tem problema, só caminhe comigo...

- Finja que está gostando, ok? – ele disse enquanto a guiava desengonçadamente pelo salão, observando seus pés. - Eu precisava falar com você.

Ela riu e assentiu com a cabeça.

- Pois então. – disse ele desviando de uns casais próximos. – Eu descobri o que você anda escondendo de mim e do Harry.

Hermione parou de dançar instantaneamente, e ele sentiu que a mão dela ficou rígida por um instante.
- O-o que?

- Pois é. Não precisava ter escondido sabe. Do Harry eu até entendo, afinal isso é um assunto muito particular. Mas de mim? Poxa Mione, pensei que confiasse em mim...

- Mas Rony, eu pensei que você iria ficar chateado se soubesse. Sabe, você admira o Vitor e tudo por causa do Quadribol, mas passou a odiá-lo...

- Espera. Que o Vitinho tem a ver com isso? – Rony falou sarcasticamente.

- Tudo, oras. – ela respondeu como se fosse algo óbvio. – Era sobre o meu caso com o Vitor que estava falando, não é?
Rony petrificou por um instante. Hermione o olhou sem entender, e depois perguntou receosa:
- Era sobre isso, Rony?

- Eu estava falando sobre os pais do Harry terem viajado no tempo, mas parece que há mais segredos que o normal não é mesmo? – ele disse sarcástico, escondendo uma profunda raiva.

Hermione o olhou assustada.

- Rony, eu sinto muito... pensei que fosse...

- Não tem problema, pode voltar a dançar com o Vitinho... – ele soltou sua mão e seguiu na direção oposta à moça, sem olhar para trás.

 

 

- Vamos entrar, sim? – disse Lilian se levantando, depois de terminar sua bebida. – Está ventando um pouco.

Tiago assentiu e juntos atravessaram o salão, desviando de alguns alunos um pouco bêbados que passavam rindo sem olhar aonde iam, e seguiram para a mesa.
- Finalmente! – Katie Bell exclamou com raiva, enquanto se levantava. – Pensei que todos haviam decidido me deixar sozinha a noite toda!
- Sozinha? Mas o Rômulo tá aqui... – apontou Tiago para o “lobo” que dormia encostado na mesa.
- Katie, não achou o Black?

- NÃO! – explodiu a garota, socando a mesa e fazendo Lupin acordar assustado.- A sua acompanhante... – ela apontou pra Tiago.- ...deve estar aproveitando muito a festa com ele, não é mesmo?

- Calma Katie, Black pode estar te procurando também... – disse Lilian tentando acalmar a garota, sem muito sucesso.

- A senhorita também é culpada! Se não estivesse ocupando o par da Louise, ela estaria com ele, e não com o meu!

Lilian corou e ficou levemente irritada, o que fez Tiago começar a rir.
- Senhoritas, não briguem. Faremos o seguinte: eu dançarei com a senhorita Bell, Rômulo com a Lily, e enquanto dançarmos procuraremos o Black e a Louise, ok?

Katie na mesma hora pegou a mão de Tiago e o arrastou para a pista. Lilian ficou olhando perplexa, enquanto Remo se levantava rindo e lhe oferecia a mão, com uma expressão de quem não dormia a noites.

- Vem, vamos dançar.

Lilian sorriu e seguiu com ele.

- Você sabe onde esses dois malucos estão? – a ruiva perguntou enquanto dançava calmamente.

- Se não estiverem no nosso dormitório (motivo pelo qual não subi para a torre para dormir mais tranquilamente), podem estar em algum lugar por aqui mesmo, ou qualquer lugar do castelo...

- Isso não ajudou muito Remo. – riu Lilian.

- Achei vocês!!! – gritou alguém próximo. Remo e Lilian viraram-se para ver, e um Sirius muito afobado vinha na direção deles.

- Não, nós achamos você. Onde estava??? – perguntou Lilian ao vê-lo ofegante.

- Procurando a Samy, é claro. Não a viram?

- Pensávamos que estivesse com ela. – respondeu Lupin. – Não estava?
- Não! A chamei para dançar, e quando começamos, ela disse para irmos para um lugar mais reservado. Fomos até o corredor do terceiro andar, e ela me mandou fechar os olhos. Quando abri, ela não estava mais lá. E estou procurando ela desde àquela hora.

- Sua acompanhante está louca atrás de você. – disse Lilian, apontando pra Katie, que parecia reclamar alguma coisa pra Tiago, enquanto ele fingia prestar atenção.

- Eu imaginei. Espero que ela não me veja, vim somente para ver se a Samy havia voltado pra cá.

- Porque não olha o Mapa? – perguntou Remo.

- Acha que não pensei nisso? – respondeu Sirius ironicamente. – Ela o afanou do malão do Tiago. Eu procurei.

- Até imagino a bagunça que deve estar nosso dormitório então...

- HEM HEM, BOA NOITE PESSOAS!

Uma voz muito conhecida ecoou do palco onde a banda tocava. Samantha segurava a varinha apontada para sua garganta e sorria para os alunos, que a olhavam curiosos.

- Desculpem atrapalhar a noite! Mas fui solicitada pelo próprio diretor para iniciar uma brincadeirinha com vocês!

- O que ela vai aprontar hein? – perguntou Sirius estupefato.

- BLACK!

Katie Bell veio na direção do grupo, arrastando Tiago junto, e gritou para o garoto:

- SABE QUANTO TEMPO FIQUEI SOZINHA NAQUELA MESA? ONDE VOCÊ ESTAVA?

- Eu, bem, ahn...

- Mas antes queridos alunos... – continuou Samantha com a voz firme e alegre.- Temos um pedido muito especial de uma pessoa. Sim, o senhor Black... – ela apontou para Sirius, e todos os estudantes se viraram para o grupo, fazendo Sirius petrificar de susto. -... pediu-me um grande favor, que terei a honra de cumprir neste momento.

- O que ela vai aprontar desta vez? – disse Katie irritada.

- Por favor, a senhorita Bell está presente? – continuou Samantha, fingindo não conhecer a garota. – AH sim! Ali está ela. Sta. Bell, o Sr. Black me pediu para declamar um poema para a senhorita, e com muito prazer e honra irei fazê-lo neste momento!

Vários risinhos e murmúrios ecoaram pelo salão, enquanto Samantha tirava do bolso um pergaminho dobrado.
- Você fez isso por mim? – perguntou Katie, com os olhos marejados, abrindo um largo sorriso.

- Eu, ahn... – Sirius tentava entender tudo aquilo, mas era confuso. Ao mesmo tempo que queria esganar Samantha, queria sair do local, dizer que foi tudo uma armação e dar um jeito de se livrar de Katie.

- O que ela está fazendo? – perguntou Lilian para Remo. Ela, o lobisomem e Todos estavam confusos e perplexos com a ação da garota.

- Eu não sei, mas parece não ser coisa boa...  - respondeu Lupin.

- Eu sei. – disse Tiago com um sorriso amarelo.

- O que é? – perguntaram Lilian e Remo juntos.

- Dando o troco.

- Muito bem, lá vai!

 

“Katie Bell,

 

Como o sino de seu nome
Meu coração badala com o seu jeito de andar
Ao te ver, até perco a fome
Me extasio com o seu sorriso e o seu brilho no olhar

Essas badaladas de amor me fazem te querer toda hora
De domingo à domingo

Por isso, meu amor, só posso te perguntar agora:
Quer namorar comigo?”

 

Se o poema era terrivelmente ruim, isso não importava. Milhares de garotas soltaram gritinhos e suspiros com as palavras “escritas” por Sirius. O próprio quase teve um infarte. Katie Bell o abraçou enquanto gritava:

- SIM, SIM, SIM!!! – em alto e bom som.

- Acho que só falta um beijo pra selar esse novo amor, não é mesmo Black?

Sirius olhou com profunda raiva para Samantha, que sorria como se nada tivesse acontecido. Várias pessoas começaram a pedir que eles se beijassem.

- Não vai me beijar, amor? – perguntou Katie olhando para Sirius, enquanto as lágrimas de felicidade rolavam por seu rosto.

Sirius não respondeu, somente a abraçou e lhe deu um beijo profundo, longo e de tirar o fôlego, enquanto os alunos vibravam.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – perguntou Domenick se aproximando com Gabrielle.

- Não sabemos também. – respondeu Lilia, perplexa. - Sua irmã bebeu, por acaso?

- Não que eu tenha visto. Deve ser outra maluquisse dela...

- Agora, dando continuidade á festa... – recomeçou Samantha, andando pelo palco e tirando um dos laços de seu vestido. – O professor Dumbledore me deu a honra de iniciar um jogo com vocês! Vejo que há muitos rapazes sem par e damas esperando para dançar, portanto, vou iniciar o jogo do Passa Laço, para que toda essa galerinha sedentária ai nas mesas comece a dançar! Vamos começar!
Ela desceu do palco, os alunos lhe dando passagem, e chegou em Tiago.
- Você começa. – ela entregou o laço na mão do garoto. – Boa noite para vocês.

Sem dizer mais, pegou uma taça de whisky de fogo na mesa, e seguiu para seu quarto.
- Mas o que ela tem?! – pergunto Lilian sem entender nada.

- Não sei, só sei que Remo, com licença, mas irei roubar sua dama.
Tiago entregou o laço para Remo e pegou a mão de Lilia, levando-a para o meio da pista.
- O que está fazendo? – ela perguntou confusa.
- Dançando com você. Nunca brincou de Passa Laço? – ele perguntou, a conduzindo pelo salão.

- Não. – ela respondeu corada.

- É simples. O rapaz que está com o laço entrega para algum outro que esteja dançando, e eles trocam de lugar. O que está dançando fica com o laço, e o que estava com o laço dança com a dama do rapaz anterior.

- Que brincadeira mais mal-educada! – ela exclamou.

- Eu acho útil. Me fez ganhar minha noite. – ele respondeu num sorriso, fazendo-a corar.

Remo estava esgotado para iniciar aquela brincadeira, então deu seu laço para o primeiro rapaz que achou sentado e foi dormir. Rapidamente vários casais se formaram, e a banda começou a tocar algo mais agitado.

- O que você quis dizer com “dando o troco”, hein? – perguntou Lilian enquanto Tiago dançava com ela, ligado somente pelas mãos, ao som de In My Life dos Beatles.
- É uma longa história... – ele respondeu revirando os olhos, sem muito interesse.

- Tenho tempo. – ela disse cruzando os braços. – Vai me contar ou não?

 - Depois... quero aproveitar essa noite... – disse ele a puxando para dançarem mais aproximados.

Lilian corou um pouco, e ele respondeu essa expressão com um sorriso. Ele a rodopiou duas vezes e a fez ficar de costas pra ele, e juntos continuaram a dançar a música, depois voltando a ficar um de frente ao outro, olhando-se nos olhos e sorrindo a cada novo passo que Tiago inventava. Lilian não podia negar que ele era um ótimo dançarino, e acabou se esquecendo de todas as preocupações daquela noite para aproveitar a música e a dança.

- Vou dormir. - Rony chegou à mesa e pegou sua cartola e a espada, que faziam parte de sua fantasia, com certa brutalidade. – Quer que eu leve a capa de volta?

- Dançou por pouco tempo com a Mione, aconteceu alguma coisa? – Harry perguntou um pouco preocupado.

- Sim, foi ótimo, mas estou cansado. – ele respondeu sem rodeios, as orelhas fervendo de vermelhidão por causa da raiva e frustração.

- Sei... bom, vou com você então. – Harry se levantou. Rony o olhou um pouco desconfiado. – Estou cansado também, e amanhã quero acordar cedo para resolver o mistério do ovo.

- Bom, vamos então.

Os dois meninos seguiram pela saída do Salão Principal e desceram as escadas em direção à Torre da Grifinória. Nos corredores havia muitos casais se beijando e abraçados, o que fez os dois andarem mais rápido ainda.

Num determinado corredor escuro, iluminado por poucos candelabros acesos, os dois puderam ouvir uma voz sussurrando algo quase inaudível. Os dois pararam imediatamente apreensivos, e rapidamente sacaram suas varinhas.

- So you think you can stop me and spit in my eye...? So you think you can love me and leave me to die…? Oh baby, nothing really matters…

Uma voz feminina vinha de trás de uma coluna próxima a uma janela, a alguns metros de onde os garotos estavam pararam. Eles acenderam a ponta da varinha e se aproximaram cautelosos.

- Louise? – disse Rony ao ver a loira sentada, com as madeixas loiras e longas de seu cabelo bagunçadas e repousadas no chão. Ela segurava uma taça de whisky de fogo fumegante, e olhava pela janela a bela lua crescente.
- Amanhã teremos lua cheia... – ela disse num sussurro, como quem ainda estivesse cantando, com um sorriso fraco entre os lábios.
- Ela está muito bêbada Ron. – Harry sussurrou para o amigo, que somente assentiu com a cabeça.
Harry e Rony abaixaram a varinha, e Harry tirou a taça da mão dela. Ela parecia ter bebido muito, e haviam marcas de maquiagem borrada, misturada a algumas lágrimas quase secas por seu rosto.
- Eu adoro lua cheia! – ela disse com um grande sorriso, enquanto Rony tirava sua capa para vestir nela. Seu corpo estava frio por causa do vento da janela e do chão gelado da torre. Ele colocou a capa por cima do vestido de Alice dela, e Harry conjurou água em sua taça para que ela bebesse e a bebedeira passasse.
- Beba tudo, Louise. – ele lhe deu a taça, e ela bebeu, ainda olhando a janela.

- Sabe o mais engraçado? As pessoas sempre estão certas... – ela disse com um fraco sorriso. – A vingança é um prato que se come frio...
Rony e Harry se entreolharam por um momento, e ela finalmente olhou os dois.
- Louise, vamos ajudá-la a ir pro dormitório, ok? Você precisa descansar...
- Harry! – ela disse abrindo um sorriso. – Escute bem, conselho da melhor amiga da sua mãe: Nunca... – ela apontou o dedo para ele neste momento. - ... nunca se apaixone por alguém...

- Melhor amiga... da minha mãe? – Harry repetiu, confuso.
- Ela está bêbada Harry, vamos levá-la... – Rony disse depressa.
- Sim! – ela respondeu. – Escute Harry, prometa que nunca vai se apaixonar por ninguém... porque a pessoa sempre vai te fazer sofrer, não importa o que você faça para ela...
- Ron, acho que ela está falando do Black...
Rony assentiu com a cabeça. A imagem da suposta “declaração” que Black fez para Katie Bell veio-lhes imediatamente à tona.
- Louise, eu prometo, mas só se você deixar que nós te levemos para seu dormitório, está bem?
A loira assentiu, enquanto no rosto sorridente por causa da embriaguez, lágrimas grossas insistiam em rolar.
Harry ajeitou a capa de Rony no corpo da loira, e pegou-a no colo. Eles subiram as escadas que levavam à Torre da Grifinória em silêncio, enquanto ela ainda cantarolava algumas músicas.
Ao chegarem na Sala Comunal, eles a colocaram na poltrona do lado da lareira, e Harry foi ao malão buscar um kit de poções que Hermione lhe preparara quando o Torneio Tribruxo iniciou. Eram várias poções de cura com diversas utilidades. Uma delas estava rotulada com “Beba-me depois de ter comemorado a vitória na Tarefa”. Ele segurou o frasquinho e pingou algumas gotas em uma colher, e deu para que Samantha tomasse.
- Eca. – ela reclamou ao tomar o líquido amarelado da colher.
- Vai fazer com que você se sinta melhor. Melhor você dormir agora. – disse Harry, fechando o kit de poçõezinhas.
- Tem razão, farei isso... – ela disse, levantando com cuidado, enquanto Rony a apoiava para que ela não caísse. – Acho que foi meu recorde essa vez, nunca bebi tanto...
Rony a guiou até a porta do dormitório, ela ainda estava embriagada, mas a poção aumentava seus reflexos e lhe deixava mais consciente do que estava acontecendo. Ela agradeceu o ruivo, e entrou no quarto onde ela e Lilian dormiam.
Rony fechou a porta do dormitório, com cuidado para não ir muito perto da entrada (senão o feitiço de proteção ao dormitório  feminino ia mandá-lo longe) e juntou-se a Harry. Entraram no dormitório, retiraram suas fantasias, vestiram o pijama e logo que deitaram em suas camas, adormeceram.

 

Eram cinco da manhã quando a banda do baile finalmente tocou sua última música. Haviam vários alunos dormindo nas mesas, outros rindo em algum canto do salão, muitos dançando, e vários casais por todas as partes. O Salão Principal estava uma bagunça, e alguns elfos domésticos já iniciavam a limpeza das mesas desocupadas, para daqui há duas horas a mesa do café ser posta (N/A: Eu imagino que ao menos no domingo a mesa do café seja posta às 7hs em Hogwarts, e nos dias de aulas às 6hs...). Ao som do último acorde da guitarra, o primeiro raio de Sol despontou no horizonte, pintando o céu negro de lilás e laranja. Os festeiros aos poucos começaram a deixar o Salão, carregando sapatos, agarrados aos amigos, com os cabelos, roupas e maquiagem desfeitos pela festa.
Lilian e Tiago terminaram de dançar a última música sem que a exaustão ou o sono atrapalhasse. Depois de observarem até o último segundo da banda no palco, Lilian seguiu para a mesa para buscar sua capa vermelha (que havia deixado na mesa depois de sentir que ela a atrapalhava na pista de dança) e sentou-se em uma cadeira, para retirar os sapatos e levá-los na mão.
- Não sei como vocês meninas agüentam ficar de pé por horas nesses saltos. – Tiago disse surpreso. – Quando eu era moleque, tentava andar com os sapatos da minha mãe, sem que ela visse é claro. Eu não conseguia me equilibrar e sempre caía...
- Esse sapato aqui tem o salto baixo... – ela disse depois de rir do comentário do garoto, mostrando um saltinho de quatro ou cinco centímetros. – É questão de prática... e quando dançamos não sentimos a dor, só quando paramos de dançar...
- Não posso deixar de dizer que as mulheres ficam bem mais bonitas em cima do salto...- ele disse com um sorriso maroto. – Tudo fica tão mais “pra cima”...

- Tiago! – ela contestou, batendo de leve com um dos sapatos na perna dele, enquanto ele ria do rosto corado da garota.

Ela terminou de tirar o segundo sapato e levantou-se.

- Vamos? – perguntou.

- Tenho uma idéia melhor... – ele disse olhando a saída para os jardins onde, anteriormente, Tiago e Lilian conversaram. – Está muito cansada?
- Não gosto desse sorriso! – ela disse, vendo o sorriso maroto dele. – O que está pensando?
- Eita! Nem pensei em nenhuma besteira, sua boba. – ele disse rindo, fazendo-a corar. – Só acho que você ia gostar se eu te levasse a um lugar.

- Aonde?

- Vem comigo.

Ele segurou a mão dela e a puxou para fora. Atravessaram os jardins gélidos devido ao frio da manhã e seguiram pelo corredor externo, indo em direção à Torre de Astronomia.
- O que quer fazer? – ela perguntou, quando começaram a subir a torre.

- Quero te mostrar uma coisa, mas terá que ficar de olhos vendados... é uma surpresa.

Ele tirou a gravata vermelha com coelhinhos brancos e vendou os olhos dela. Seguro de que o laço não se soltaria facilmente, ele sorriu e segurou as duas mãos dela, guiando-a pela escada.
- Cuidado com os degraus aqui...
Continuaram subindo toda escadaria, até chegarem ao observatório da sala de Astronomia. Ele abriu a porta que dava para a sacada da torre, e posicionou a garota de frente para a grade de proteção.
- Vou tirar a venda, mas não olhe ainda.
Ele assentiu com a cabeça, com uma cara meio desconfiada. Ele sorriu e tirou a gravata dos olhos dela. Ela ainda mantinha os olhos fechados.

- Já posso olhar?
- Só um segundo... – Tiago abraçou a cintura dela por trás. Ele pode sentir a pele dela se arrepiar um pouco antes dela soltar um repreensivo:
- Tiago...
- Pode abrir. – ele disse finalmente.
No instante que ela abriu os olhos, o Sol despontou entre as montanhas próximas à Hogwarts. Ela pode ver saírem vários pássaros da Floresta Negra, coberta por uma fina camada de neblina, enquanto no vale, vários animais corriam de volta para os bosques próximos. O céu estava colorido de violeta, laranja e um azul turquesa que Lilian jamais havia visto em outro lugar. A parede de pedra da escola reluzia sobre o imenso Lago Negro, onde a lula gigante espreguiçava seus longos tentáculos, buscando absorver toda a energia daquele novo dia.
- Tiago, isso é simplesmente maravilhoso...! – ela exclamou, ainda estupefata com a cena, e sem se importar com o garoto a confortando e protegendo-a do frio da manhã.
- Eu costumo vir aqui com o Almofadinhas e o Aluado quando...
Ele parou por um instante, lembrando-se que ela não sabia das aventuras noturnas dos garotos.
- Quando...? – ela perguntou, dando um sorrisinho de vitória, por ele finalmente ter admitido que eles saiam em horário proibido para passear pela escola.
- Quando acordamos antes do café, e queremos algo pra fazer. – ele consertou depressa, sorrindo de volta pra ela.

- Sei... – ela disse revirando os olhos, e rindo da péssima explicação.
Eles ficaram ali até que o Sol terminasse de nascer por completo, iluminando todo o lugar. Foi quando Lilian bocejou pela terceira vez, Tiago virou para ela com um sorriso e disse:
- Está na hora das crianças dormirem.

- Tem razão. – ela respondeu rindo. – vai dormir Tiago, vou ficar aqui mais um pouco.
- Eu? – ele riu, abrindo a porta para que os dois saíssem. – Eu me referia a você, mas se quer tanto dormir comigo, posso abrir uma exceção hoje...

- Nem nos seus mais pervertidos sonhos, Potter. – ela respondeu, seguindo para as escadas.

- Voltou a me chamar de Potter? Ah não, estou regredindo...

- Não! – ela respondeu rindo, descendo com ele os primeiros degraus. – Só te chamo de Tiago porque estou sendo obrigada a isso, mas gosto mais de chamá-lo de Potter.

- Mas eu prefiro Tiago...

- Fazer o quê? Tantos anos me fez ter o hábito...

Ele riu e continuou a descer com ela. Seguiram pelos corredores vazios, num domingo bem ensolarado. Chegaram à Torre da Grifinória às exatas seis da manhã, e depois de terem ouvido poucas e boas da Mulher-Gorda, por terem acordado-a, os alunos mais novos começavam a despertar (e alguns já estavam estudando, esperando dar à hora do café) e olhavam assustados para aquele casal que só chegou da festa naquele horário.
- Estou morta! – Lilian disse na porta de seu dormitório.
- Eu também, mas essa noite valeu muito à pena... – ele disse, segurando a mão dela.
- É verdade... – ela sorriu, corando um pouco. – Obrigada por tudo.
- Não ganho nem ao menos um beijo de boa noite? – ele disse sussurrando, com um sorriso de tirar o fôlego, ainda segurando sua mão e olhando em seus olhos.

Ela aproximou-se e deu um beijo na testa dele. Ela o ouviu resmungar algo em resposta, mas somente riu.
- Não vai querer dormir comigo mesmo? – ele perguntou com o sorriso maroto habitual.
- Boa noite, Tiago. – ela disse ainda rindo, ignorando o comentário anterior.
- Tem certeza? – ele insistiu, ainda com um enorme sorriso nos lábios.
- Durma bem. – ela respondeu fechando a porta.
- Vou sonhar com você! – ele disse quando ela finalmente a fechou.
Ele pode ouvi-la rir por trás da porta. Com um sorriso nos lábios, ele seguiu para seu dormitório, e deitou na cama sem mesmo tirar os sapatos.

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