Angústia
Cap 22: Angústia
Lilian saiu do quarto e foi deixada no corredor por Belatrix, atrás de uma grande porta que ela imaginava ser a porta de entrada para o “altar”. Ela fechou os olhos por um momento, tentando afastar da mente seus pensamentos e sofrimentos resguardados, tirar a imagem de Tiago chorando em desespero, esquecer que nunca mais iria vê-lo novamente...
Ela então pelo canto do olho identificou um Comensal familiar. Snape estava encostado na parede próximo à porta e olhava para ela com profunda dor. Lilian se aproximou dele e disse secamente:
- Sei que me ama, você já deixou isso bem claro no nosso último encontro. Me admira que até agora tenha sido covarde de negar o que sente, somente obedecendo ordens de um monstro que você sabe que não me fará feliz.
- Não estou negando o que sinto.
- Palavras vazias não preenchem caráter, Severo. Eu esperava mais de você.
Ele puxou-a pelo braço com violência para perto dele.
- Está me machucando Severo.
- Nunca neguei o que senti, e não admito que ouse dizer que fui covarde em silenciar meus sentimentos. Você escolheu o maldito Potter, o que queria que eu fizesse? Fosse lá e o matasse? Não nego que a idéia não tenha passado por minha cabeça...
- Está me machucando...
Ele a soltou e olhou profundamente para as marcas dos seus dedos finos no braço dela.
- Desculpe-me por isso. Não queria machucar seu braço.
- Não falei do meu braço. É o meu coração que você fere Severo, agindo contra suas vontades. Sinto muito que tenha que me ver casar com outro. Sinto muito por você ser incapaz de lutar por mim.
A porta se abriu e Lilian deixou o Comensal sem dizer mais nada. Pode ver que Voldemort conversava com um homem trajando um tipo de túnica preta. Algumas figuras conhecidas estavam sentadas ao redor do salão, ela reconheceu o Conde Drácula, algumas figuras do baile de algumas semanas atrás e os Comensais típicos. Ela seguiu direto para o altar andando normalmente, sem esperar que a música se iniciasse. Voldemort a olhou desgostoso.
- Você parece não estar a fim de colaborar para que essa noite seja perfeita, não é mesmo?
- O quanto mais rápido acabarmos com isso, melhor.
Voldemort soltou uma gargalhada ao ouvir as palavras da ruiva, assim como os outros presentes no local.
- Se está com pressa vamos começar então...
- Não é pressa. Estou aqui para dizer-lhe que não irei me casar com você. Prefiro morrer a ter que ser chamada de sua esposa.
- E acha que sou incapaz de matá-la nesse exato momento?
- Não, não acho. Acho que é covarde de obrigar as pessoas a fazerem o que elas não querem. Isso prova que você é fraco, e que se agarra ao poder que Dumbledore e Hogwarts lhe deram para manter-se rodeado de pessoas que fingem amá-lo.
Ele deu um tapa no rosto dela com força. Ela levou a mão à área atingida.
- Podre. Nunca me obrigará a ser sua mulher.
- Minha querida Perséfone... – ele riu da ruiva – Não tenho muito tempo para ouvir-lhe falar mentiras e profanar maldições.
Ele puxou-lhe a mão e colocou um anel negro com uma pedra verde no dedo dela.
- Não importa o que faça, agora está eternamente ligada a mim. - ele sorriu falsamente para ela - Já pode ir.
Ela deu-lhe as costas antes que ele terminasse a frase. No meio do caminho ela tentava tirar o anel, mas ele não saía. Foi abordada por dois Comensais no corredor que a seguraram por trás.
- O Lorde das Trevas nos mandou para conduzi-la a seu novo quarto.
- Tirem as mãos de mim! Eu não irei a quarto algum!
Eles riram da relutância ineficaz da garota.
- Ele disse que diria isso. Deste quarto talvez você goste.
Eles a levaram para uma escadaria e a conduziram a uma masmorra suja e abandonada. Chegaram ao topo num pequeno quarto sujo, muito parecido com o que Tiago havia sido preso, e a jogaram lá dentro. Ela caiu e virou-se, a tempo de vê-los trancá-la la dentro. Ela correu em vão para tentar segurar a porta. Viu-se presa e desesperada foi à janela. A masmorra não era tão alta quanto à torre do quarto de Voldemort, mas ela sabia que ela estava a uma altura razoável do chão, apesar da visão bastante limitada pelas grossas grades da janela.
(N/A: Para quem não sabe, Pesérfone foi a esposa do Deus Hades, na Grécia Antiga. Filha de Zeus e Deméter, deusa da agricultura, Hades seqüestrou Pesérfone e a obrigou a ser sua esposa. Deméter, inconformada com isso, foi até o mundo subterrâneo buscar a filha, mas Hades fez Pesérfone comer uma semente de romã, o que fez com que ela fosse obrigada a passar meio ano ao lado de Hades por toda a eternidade, e a outra metade do ano ela poderia voltar para a mãe.)
***
- Então ela está realmente no Castelo se Silverstone? E vocês sabem como chegar lá?
- Dumbledore, não temos tempo... ela a qualquer momento pode sofrer nas mãos de Voldemort... – Tiago suplicava ao diretor, juntamente à Sirius, Remo e Sophia.
- Precisamos de reforços... Minerva, envie uma coruja ao Ministério e mande-os preparar seus melhores aurores. Explique nossa situação. Eu e os alunos aqui presentes iremos à Floresta Proibida resgatar a Srta. Evans. Peço ao Sr. Lupin que aguarde os aurores para poder lhes explicar a entrada para o castelo.
Lupin assentiu com a cabeça. Tiago, Sirius e Dumbledore saíram da sala do diretor em direção à noite escura.
***
Lilian ouviu alguém destrancar a porta. Ela enxugou as lágrimas e viu um vulto encapuzado entrar. Snape abaixou o capuz e olhou fixamente para ela.
- Desculpe entrar sem bater.
Ela manteve-se em silêncio. Ele se aproximou dela e pegou a mão onde o anel havia sido posto.
- Eu já tentei tirar... não sai. – Ela falou com uma voz rouca.
- Eu sei. É preciso destruí-lo para tirá-lo daí.
Lilian abaixou os olhos e fitou o anel.
- Severo... desculpe-me pelas palavras frias de agora pouco... eu estou tão confusa.
- Tudo bem. Eu sei que não deve ser fácil pra você.
- Fui tola e egoísta em dizer que você não fez nada para me ajudar... o que eu você poderia fazer? Está tão preso aqui quanto eu estou.
- Não se preocupe. - Severo sorriu fracamente.
Ambos ficaram em silêncio por um tempo. Lilian observou que o garoto fitava o anel que ela usava.
- Severo... posso pedir um favor?
- Diga. –Ele respondeu sem muito entusiasmo.
- É algo egoísta da minha parte pedir-lhe isso. Me desculpe.
Ele levantou a cabeça e fitou os olhos da garota.
- O que quer que eu faça?
Ela aproximou-se dele e sussurrou.
- Quero que você me mate.
***
- Estamos quase chegando diretor. – Sirius corria na frente com a varinha em punho, seguido por Tiago e Dumbledore. Aproximaram-se do velho carvalho finalmente e pularam no buraco entre as raízes. Correram pelo túnel até poderem finalmente ver a silhueta do castelo por entre a neblina.
- Onde ela estava na última vez que a viram?
Sirius apontou para uma janela escura de gente para os jardins.
- As luzes estão apagadas... alguma coisa aconteceu Sirius! – Tiago recomeçou a correr em direção ao castelo.
- Tiago, pare!
Tarde demais. Um feitiço atingiu Tiago no peito e ele caiu alguns metros para trás. Dumbledore e Sirius o ajudaram a levantar, de varinhas em punho. Algumas sombras se aproximavam lentamente, vindo na direção dos três.
De repente, as sombras pararam a alguns metros e uma somente começou a se aproximar. Com uma voz gélida e rouca, Voldemort apareceu para eles, de varinha em mãos e um com um largo sorriso estampado no rosto.
- Finalmente. Achei que nunca viria me visitar, Alvo.
Olá caros leitores. Muito obrigada por lerem minha fic! Agora (finalmente depois de eu aprender a usar programas de postagem de fotos rs) a Prisioneira das Trevas apresenta capa!
Agradeço a Talita Helen pelo comentário, fiquei muito feliz de você ter achado a fanfic novamente depois que sem querer eu a excluí do FeB. Obrigada por ser uma leitora tão ávida! Hahaha...
Qualquer dúvida, ou comentário sobre a fic ou sobre a capa, por favor comentem! A opinião dos leitores é muito importante para mim! Aliás, leiam também minha outra fic “Meu, Seu, Nosso Futuro.”
Até o próximo capítulo.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!