Nunca é Tarde



"E se você deixasse alguém ir embora, para outro continente até e só quando você não tê-lo, vai sentir sua falta e descobrir que realmente o ama? Vamos lá, nunca é tarde para amar!

- Você ainda tem chances - Harry falou a Hermione no café da manhã do outro dia. Katie estava no seu quarto.

- Harry. Eu não sou mais aquela adolescente que não sabe se realmente está apaixonada. Eu já sou adulta. Eu realmente sinto muito por em um mês eu ter conquistado o coração de um viúvo. Sinto mesmo. Ainda mais ele sendo meu melhor amigo, que me pediu para que eu morasse com ele por um tempo, por causa da filha dele que eu amo muito. Eu não esperava que fosse acontecer isso.

- Sinceramente... eu também não.

- Sinto muito.

- Tudo bem. Não têm mais chances né?

- Definitivamente não.

Harry saiu de manhã para resolver os assuntos da viagem, e voltou para almoçar e dar as informações.

- Consegui uma tranferência para a California - ele falou no almoço.

- Na América? - Hermione não conseguiu acreditar. - Eu pensei que você só ia sair de casa... ou cidade perto.

- Pois é. Eu preferi assim.

Katie era a única que não estava entendendo o que estava acontencedo naquela mesa. Harry e Hermione vendo a situação, trataram de explicar tudo à menina.

- Então.. a tia Mione não vai mais morar com a gente? - ela perguntou, quando os adultos tinham terminado de explicá-la.

- Bom... na verdade somos nós que não vamos mais morar com ela - Harry contrapôs.

- Por que?

- Eu já te disse Katie... coisas de trabalho.

- Por quanto tempo?

- O tempo que for preciso.

- Certo - Katie concordou, não acreditando e correu para o seu quarto.

- Um dia ela vai entender - Hermione falou, mas ainda sentia uma enorme culpa por isso tudo.

- Espero. - Harry, apesar de já ter resolvido a mudança toda, se Hermione ainda pedisse para ele ficar, ele ficaria. Teria uma idéia: podia tentar usar Katie para isso. Katie precisa da Hermione... Será que ela vai deixar Katie sofrer assim?

- A Katie vai um dia se acostumar, Harry. - Hermione estava sacando as idéias de Harry. - Nem pense em persuadir ela para que eu me case com você.

- E nem preciso. Ela realmente gosta de você.

O dia foi de mudanças. Hermione conseguiu tirar uma folga no trabalho para ajudar Harry e Katie com as coisas das mudanças. Harry tentava fazer de tudo para que a amiga mudasse de idéia, mas ela insistia que não podia tentar mudar seu sentimento pelo amigo de uma hora para outra. Porém, Harry tinha certeza de que ela gostava dele ainda.

Mas no dia seguinte de manhã, Harry sabia que a amiga não iria mas mudar de idéia.

- Então... - Harry começou, quando estava de malas no carro, a de Katie também e ele estava na porta se despedindo de Hermione.

- Então... bom, é isso. Eu vou ficar por mais um tempinho aqui e depois vou me mudar. Essa casa é muito grande para mim.

- Ok, faça o que você achar melhor. - Eu vou contar os dias para que você venha me buscar. Harry queria poder completar, mas suas esperanças já tinham acabado.

- Cuide bem da Katie. - Hermione avançou para dar um abraço ao amigo.

Harry porém, estava desconfortável, porque queria muito mais que um simples abraço. Não iria mais tentar beija-la. Um último abraço... até que ele recuperasse esse sentimento repentino e eles pudessem se ver novamente.

Ela se separou dele.

- Eu vou cuidar dela - Harry concordou. - E também se cuide...

- Concerteza.

Harry se afastou para o carro, enquanto Katie se despedia de Hermione.

- Vou sentir muito a sua falta, tia.

- Eu também, Katie. Meu trabalho é aqui. O de seu pai é lá... um dia você vai entender.
A garota acenou com a cabeça, e se juntou ao pai. Com um último aceno dos dois, eles se foram. Hermione estava deixando ir embora as pessoas que mais amava na vida.

- Um dia você vai perceber que só foi uma paixãozinha pela sua melhor amiga que nem Rony, Harry... - Hermione falou pra si mesma. - E vai se arrepender de ter deixado-a por causa disso. Claro que você consegue conviver comigo sem me beijar. - Ela riu de leve, mas segundos depois seus olhos marejaram.

Um dia...

Dois dias...

Três dias...

Quatro dias...

Uma semana...

Após uma semana da partida de Harry, a vida de Hermione deu uma revirada. Ela quase havia sido demitida no trabalho, queimava as comidas, sempre dormia com a roupa que vinha do trabalho... não tinha mais animação para nada. Ela tinha se acostumado a viver com Harry e Katie por um mês, e queria que aquele mês durasse para sempre. Mas estava sonhando demais... Harry a pegou de surpresa. Ou será que ela também estava enganando a si mesma?
Sempre Hermione tentava vender a casa, mas pensava muito nas lembranças daquela casa. Gina... Harry... Katie... Mas não seria melhor esquecer aquilo tudo? Para ela, parecia que não. Ás vezes pensava que iria morrer.

Harry, também, estava muito infeliz com a vida que agora estava levando: não havia mais Hermione nela. Não tinha mais prazer para nada também. Sentia-se pior ainda pela filha, que andava muito infeliz. Primeiro, perdeu a mãe... depois, quando tinha se acostumado a morar o a tia que amava tanto, teve que ir embora, por um motivo que não sabia. Tinham enganado ela.


A noite, Hermione estava arrumando um ármario do quarto, quando deu de cara com um álbum de fotografias. Todas só tinham ou ela com Harry, ou ela com Katie, ou Harry e Katie, ou os três. Aquilo em um mês, tinha se tornado uma família. E por culpa de Harry, ela se acabou. Na opinião dela, claro. Ou seria culpa dela por encantar o coração de Harry? Hermione não sabia muita coisa sobre o amor... Rony não passou de uma paixãozinha e nunca mais se apaixonou.

Reflexão. ...e nunca mais se apaixonou.?

Ou estava se apaixonando?

Não.

Sim. Só havia um motivo por não conseguir viver mais sem Harry: estava perdidamente apaixonada por ele também. Em um mês... os dois se apaixonaram. Mas Harry, experiente, descobriu primeiro e resolveu compartilhar com a amiga para saber se ela sentia o mesmo... e a resposta dela foi negativa. Ainda não havia descobrido esse sentimento.
A verdade é que só sentimos falta quando não temos. E esse era o problema de Hermione.

Eu sigo o meu caminho
E você siga o seu
E acho que isso é mais forte que eu
Tive minha chance
E não sobrou mais nada
Que possa fazer você voltar


Tarde demais.
Não. Nunca é tarde para amar.
Aquele filme simplismente a fez tomar uma decisão que ela nunca esperaria: iria viajar para o outro continente para procurar Harry e dizer tudo o que sentia. E enfim, eles podiam ficar felizes para sempre... Será? Basta tentar!

E foi isso o que ela fez. No mesmo dia, comprou a passagem para a Califórnia pela internet. Harry tinha que aguardá-la.

No dia seguinte, Hermione estava atravessando o oceano para buscar o grande amor da sua vida que perdeu uma vez por tolice. Dessa vez ela o teria. Hermione estava nervosa, mas contente.

- Qual a sala do Sr. Potter? - Hermione foi ao Departamento de Aurores da Califórnia, procurando por Harry.

- Trinta e oito, porém ele não está trabalhando no momento. É horário de almoço - a secretária informou.

Hermione bateu a mão na cabeça, lembrando que era mesmo horário de almoço e ele deveria estar na nova casa com Katie. Mas... onde?

- Er, será que você poderia me informar o endereço da casa dele?

- Você é o que dele?

- Não sabe quem eu sou? - Hermione contrapôs. - Não ler notícias sobre o mundo bruxo? Relembre a época em que Lord Voldemort foi derrotado.

A mulher mordeu os lábios ao ouvir o nome do maior bruxo das trevas de todos os tempos, então lembrou logo de Hermione.

- Você é Hermione Granger, amiga de Harry Potter que o ajudou a derrotar... - a mulher parou.

- Tudo bem, eu também não falava o nome. - Hermione sorriu. - Pode por favor...?

- Claro. - E a secretária passou o endereço do hotel onde Harry e Katie estavam hospedados, porque, segundo ela, ele ainda não havia achado uma casa para morar.

Hermione seguiu o endereço.

Respirou fundo ao sair do carro e tocar a campanhia da porta.

Dim-dom.

- Quem é? - uma voz feminina perguntou. O estômago de Hermione embrulhou. Pensou em ir embora dali logo... antes que Harry a visse, quando ele estava com outra. Foi tola demais antes e agora perdera o amor da sua vida para sempre.

Mas Hermione não sabia quem era ela...

- Secretária do Sr. Potter - Hermione mentiu.

A mulher atendeu.

- Ele não está em casa... - a mulher respondou. Hermione sentiu um alívio ao ver que a mulher usava vestes de babá.

- Katie está?

- Katie? Sim.

A babá chamou Katie, que veio logo. Os olhos da menina brilharam ao chegar na porta.

- TIA MIONEEEEEEEEEEEEEE! - ela gritou e correu para abraçar a tia.

- Katie, meu amor! - Hermione exclamou. - Você está bem?

- Sim! Veio visitar a gente?

- Na verdade eu acho que eu vim pra ficar. - Hermione não sabia se Harry ia aceitar ela de volta.

- Por que acho? - Katie perguntou.

- Depende do seu pai. - Hermione se aproximou dela baixinho. - Ele está com alguém?

Katie riu.

- Você está com ciúmes tia. Eu falei que vocês podiam casar, se quiserem.

- E eu aceito, se eu pai quiser. - As duas sorriram. - Então, onde está seu pai?

- Ele foi almoçar com alguns colegas de trabalho - a babá informou. - Mas deixou um endereço, para que se a Katie precisasse de alguma coisa.

- Perfeito! - O coração de Hermione disparou.

A babá entregou o endereço a ela, e Hermione correu para o lugar em disparada.
O restaurante era ao ar livre, e Hermione encontrou logo Harry, ainda no carro. Ele estava com mais três colegas de trabalho. Usava roupa formal: terno e gravata. Hermione amava, mas só agora foi ter olhos para ele de um jeito diferente. Vamos dizer que ele está, hm... bem sexy. Ela sorriu para si mesma pela sua própria sinceridade e saiu do carro nervosamente. Por que nunca me importei quando meu coração acelerava nas inúmeras vezes que ele aparecia em casa assim?

**/**


- Ontem teve dois ataques nos trouxas.

- Sim, eu fiquei de cuidar desse caso. - Harry conversava sobre assuntos de trabalho com os colegas, quando a garçonete chegou na mesa e se dirigiu a ele.

- Falaram que era um caso urgente para o auror Potter - ela falou, entregando um papel a Harry. Ele estranhou, mas pegou o papel.

- Obrigado - ele agradeceu.

No papel tinha um endereço de um parque com árvores e muito verde que Hermione escolhera para o encontro. Sem o nome de Hermione. Seria desconfortante se declarar a Harry naquele local com os colegas. Ela passou a garçonete trouxa dizendo que era um caso urgente para o auror Potter. A mulher não entendeu a palavra auror, mas informou a Harry.

Após ler, Harry se despediu dos colegas e seguiu para o local indicado, confuso.

Hermione escolhera o local perfeito. Estava vazio, calmo.. exceto com algumas crianças brincando no parque.

Harry releu a última frase do endereço.

... Banco ao lado de uma árvore com um coração desenhado no tronco. Harry achou estranho... um coração desenhado no tronco? Que diabos...! Mas preferiu se dirigir ao local e sentou no banco.

Hermione fez o serviço bem feito, desenhou um coração no centro do tronco com a chave de casa. Ela logo viu Harry sentada de longe, mas ainda perto o suficiente para se aproximar-se em segundos.
E foi isso o que ela fez. Foi de mancinho até chegar as costas de onde Harry estava sentado. Respirou fundo e colou as mãos cuidadosamente por trás, nos olhos de Harry.


Harry teve uma dedução de que conhecia aquelas mãos, mas não lembrava de quem ela... aquele cheiro.
Porém, antes que ele se lembrasse, Hermione andou até ficar a frente de Harry, ainda com os olhos nos seus olhos. Harry não queria tirar aquelas mãos, porque sabia que era sinal de uma coisa boa, mas não sabia o que era.
Hermione então... resolveu atender aos desejos que Harry mais esperava dela a uma semana atrás. Na primeira tentativa de Harry, ela deixou mas depois falou que não gostou e não deixou que se repetisse, mas agora o fez.
Ela se aproximou do rosto de Harry, e ainda com as mãos nos olhos deles, tocou seus lábios nos dele, e o beijou com vontade. Harry retribuiu e Hermione percebendo, tirou as mãos dos olhos de Harry, e os levou a nuca dele.

Harry já sabia que era Hermione, então não quis abrir o olho para estragar o momento. Ele sentou Hermione no colo dele e continuaram o que estavam fazendo alguns segundos mais. E então Hermione parou um pouco, ainda agarrada a ele.

- Hermione - ele sussurrou, encarando os olhos que ele tanto gostava.

- Harry. Eu descobri que não consigo viver sem você. Durante um mês você percebeu isso, só eu que não. Eu ainda sou uma adolescente que não sabe se está apaixonada ou não de imediato. - Ela riu de leve.

- Eu sempre soube - ele sussurrou em resposta.

- Mas agora eu sei. E quero passar o resto da vida com você. Até quando ela permitir. Então... você ainda me aceita de volta?

- Sempre. - Ele se aproximou-se para beija-la novamente, mas ela parou para perguntar primeiro:

- Casa comigo? - ela perguntou. Harry riu.

- Não devia ser assim... - Eles riram juntos.

- Não gosto do tradicional - Hermione falou.

- Ok... então... claro que caso.. mil vezes. Mas... vai esquecer da Gina?

- Vou. Daqui pra frente só será eu e você.

- E a Katie... - ele riu.

- E o Robert - Hermione falou.

- Ahn?

- Eu tenho certeza que vai ser menino.

- Do que você está falando?

- Do próximo membro da nossa família que está vindo. - Ela sorriu maliciosamente e continuou: - Que vamos encomendar hoje de noite.

Ele retribuiu o sorriso malicioso dela e puxou-a para mais um beijo.

Mas espero que daqui pra frente
Tudo se renove pra nós dois
Nossas vidas são tão diferentes
Viva agora tudo o que sonhou
Muita coisa ainda está por vir
Muita coisa ainda vai mudar
Eu espero que daqui pra frente


the end

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