Capítulo I



CAPÍTULO I


            A casa estava toda acesa, mas a única pessoa que se encontrava ali era uma garota loira de olhos azuis, que aparentava ter não mais que vinte e poucos anos. A impaciência era clara em todos os gestos da jovem mulher, que andava de um lado para o outro da sala decorada em branco e preto, procurando por algo que fizesse com que o tempo passasse mais rapidamente.


            Decidiu-se então, por ir até a cozinha, onde fez um café, com o auxílio da varinha. Apoiou-se na bancada e fechou os olhos. Eram quase três da manhã e nenhum sinal de Sirius. O namorado havia saído, e prometido ir até sua casa por volta das oito, para avisar sobre qualquer novidade. Esses dias estavam assim. Sirius sempre ia até a casa dos Potter, para se certificar de que tudo estava bem, e não mais para aquelas divertidas reuniões de amigos que antes aconteciam.


            Nos tempos atuais, era raro ver alguém no mundo bruxo que tivesse tranquilo o bastante para promover tal tipo de reunião amena. O clima estava pesado, e tudo isso devia-se única e exclusivamente a um bruxo em especial: Voldemort. Era ele a causa de inúmeras mortes de inocentes no mundo dos que tinham e dos que não tinham sangue mágico. Era também por culpa de Voldemort, que duas crianças tinham sobre suas cabeças, espadas, que pairavam inconstantes, ameaçando suas vidas tão recentes a todo momento. Esses garotos eram Neville Longbotton e Harry Potter, que devido a uma profecia, tinham seus destinos completamente incertos e obscuros.


            E, novamente por culpa de Lord Voldemort, Sirius não estava ali com ela naquele momento. O medo maior era de que o pior pudesse ter ocorrido. O rapaz era, além de o melhor amigo de Tiago Potter, um grande Auror que já tinha causado centenas de baixas no exército de Voldemort. A menina deixou que uma lágrima escorresse de seus olhos, mas limpou o rosto rapidamente. Sirius não gostava quando ela chorava. Ouviu o barulho da cafeteira, e, com um aceno de varinha, tinha uma xícara de café bem quente nas mãos.


            Demorou-se alguns minutos bebendo o líquido, mas as pálpebras alvas já pesavam de sono. Decidiu voltar para a sala, aconchegando-se entre as almofadas claras do sofá de couro preto. Ficou mexendo nas pontas das cobertas, enquanto tentava afastar da mente os pensamentos desagradáveis, e em pouco mais de uma hora depois, jazia ali, adormecida.


            O dia já clareava quando toques insistentes na campainha fizeram com que a garota acordasse assustada. Correu para a porta, já que as batidas eram cada vez mais fortes e rápidas. Já sabia, entretanto, quem poderia ser. Só havia cinco opções, já que a casa era protegida pelo feitiço Fidelius: Sirius, quem ela mais queria que fosse, e o fiel do seu segredo; Tiago, Lilian, Remo ou Loraine, seus grandes amigos da época de Hogwarts.


            Quando finalmente a porta de mogno foi aberta, uma cabeleira negra tampou sua visão. Era Lory. A morena se abraçava à amiga loira, soluçando e chorando inconsolável. A dona da casa a levou para dentro, preocupada ao ver a garota naquele estado.


            _Lory, pelo amor de Merlim! O que houve? Por que você está desse jeito? – pergunta afoita.


            _Mellanie... – ela conseguiu dizer, olhando penosamente para a loira, que estava intrigada – eu... não sei como te dizer...


            _Pára, Loraine! Não me deixa assim! É... é o Sirius, não é? O que houve com ele? Cadê o Sirius? Eu quero vê-lo, Lory! – a loira levantou-se do sofá, chorando de desespero.


            _Mel, quem era o fiel do segredo dos Potter? –Loraine perguntou, sem encarar a amiga, e com os olhos castanhos marejados.


            _O Six. Claro! A quem mais o Tiago confiaria uma coisa dessas? O que houve? Cadê o meu Sirius, Lory? – ela tremia, e soluçava.


            _Mellanie, vai ser muito difícil pra você, mas eu quero que saiba que eu e Remo sempre estaremos do seu lado, pra qualquer coisa.


            Ao ouvir aquilo, Mel teve certeza de que uma coisa terrível acontecera. E o pior, não só com Sirius, mas visivelmente com Tiago e Lily, já que Lory não os citou como quem a apoiaria. A garota sentou-se apoiando as costas no sofá, e chorando com o rosto entre os braços.


            Loraine chorava silenciosamente no sofá da casa da amiga, e afagava seus cabelos loiros, enquanto pensava na melhor forma de terminar de dar aquela péssima notícia. Quando chegou à conclusão de que não havia uma forma fácil de fazê-lo, virou o rosto de Mellanie para si, e disse tudo de uma só vez.


            _Voldemort foi até a casa do Tiago e da Lily atrás do Harry. Eles tentaram defender o pequeno, mas... não teve como.


            Mellanie deixou que mais e mais lágrimas caíssem descontroladas, não conseguia mover os lábios para formar uma sílaba sequer, e foi somente após alguns minutos que perguntou, com uma voz muito fraca.


            _E o Harry? Ele também...? – a menina perguntou sem conseguir dizer a última palavra.


            Loraine apenas balançou a cabeça negativamente. Teria tempo de contar toda a história de como Harry sobreviveu e Voldemort se enfraqueceu quase completamente, depois. O mais importante agora era fazer com que a amiga visse o que era realmente triste da história, algo que Mellanie ainda não havia percebido.


            _Mel... você não entendeu? – ela perguntou encarando os olhos azuis molhados da amiga – Sirius era o fiel do segredo dos dois. O... traidor... era ele, Mel. O tempo todo foi ele...


            _PÁRA! PÁRA! Eu não quero ouvir! – a menina tampava os ouvidos enquanto chorava copiosamente.


            _Mellanie, encara a verdade, por favor. Era ele! Você mesma confirmou isso. Você tem que esquecer o Black! Ele não é uma boa pessoa! Tiago e Lilian estão mortos por causa dele, Mellanie! Mortos! – Lory também chorava.


            _Não foi ele... Eu sei que não! E eu vou provar isso, Loraine. De qualquer forma. – disse Mel como num ultimato, com a voz um pouco mais firme, e já sem chorar.


            Loraine percebeu que a amiga já estava um pouco mais controlada, e baixou os olhos, assim como ela. As duas ficaram caladas por bastante tempo, cada uma com seus próprios infelizes pensamentos.


            Mel pensava em como provar que Sirius era inocente, e em como ele estaria agora, sozinho e com todo o ministério atrás de si. Sentia medo só de imaginar a situacão do amado. Foi quando lembrou-se de fazer uma pergunta.


            _Onde está o Sirius agora, Loraine? – perguntou séria.


            _O Ministério inteiro está atrás dele, mas a última pessoa que o viu foi o Hagrid, quando ainda não sabia do que ele tinha feito. Dizem que ele pediu para pegar Harry, cuidar dele... mas Hagrid não entregou o pequen, graças a Merlin.


            _Pára de falar assim do Six, Loraine! Não fale dele como se ele fosse um monstro! Você, que o conhece, tem coragem de concordar com todas essas mentiras? Olha nos meus olhos e me diz que você realmente acredita nisso. – a loira dizia, bastante alterada, com a voz muito falha.


            _Mel, os fatos... eles... não mentem... – ela balbuciava indecisa.


            _Fatos? O que são esses fatos? São coisas completamente questionáveis! Não dá pra ter certeza! Você acha que se ele... se ele realmente tivesse feito uma coisa dessas eu não ia saber? Aqui dentro? – ela disse chorando, e colocando a mão sobre o coração – Eu saberia se fosse ele, Lory, assim como eu sei que não é!


            _Eu... não sei o que pensar, Mellanie. – disse Loraine dando início a mais um longo período silencioso entre as duas.


            _Você quer que eu fique aqui, Mel? – a morena perguntou por fim.


            _De verdade? – a outra respondeu recebendo um aceno afirmativo como resposta – Eu queria muito ficar sozinha.


            Loraine apenas concordou com um sorriso fraco, e se abaixou para beijar a face pálida da amiga de infância.


            _Fica bem tá? Por favor. – disse baixo, com lágrimas ainda caindo dos olhos escuros.


            _Vou tentar, Lory, mas vai ser muito difícil. – ela disse com o olhar baixo – Só mais uma coisa: cadê o Harry? – indagou.


            _Com Dumbledore, mas acho que vai morar com os tios trouxas. – a outra respondeu.


            _Brigada, Lory, por tudo. – disse, por fim, vendo a amiga sair da casa.


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n.a.: cri*cri*cri*


mereço coments?? huahuaa


Beijinhooos! s2

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