Uma Manhã Confusa
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O Mistério da Berinjela
Capítulo: Uma Manhã Confusa
Escrito por Yabay
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Sinopse: Algumas pessoas acreditavam que ele estava amaldiçoado, outras que ele era o próprio anticristo. Mas qual será a verdadeira explicação para o tom roxo da pele e as estranhas inscrições em sua testa?
Conversas no escuro:
"Droga!" É a voz da frustração de quatro adolescentes insatisfeitos.
"E agora, o que vamos fazer?"
"Estoque da sala de poções?"
"Filch já está mapeando o local."
"Onde vamos encontrar isso?"
"Já sei! Mandamos o Peter para a Grécia e..."
"Eu não!"
"Aluado..."
"Hum?"
"Repete a última parte, por favor?"
"O Filch já está mapeando o-"
"Não! O livro, a última parte que você leu."
"Ah, vejamos... componente principal para obtenção do soro contra Tentáculos Venenosos, poderoso fertilizante para plantas carnívoras-"
"Isso! Já sei como vamos conseguir."
"Ilumine-nos com a vossa sabedoria."
(...)
"Você está louco?"
"Você tem um ideia melhor?"
...
"Você pode nunca mais voltar ao normal, Pontas."
"E provavelmente vai perder a consciência."
"Se você morrer, posso ficar com a sua capa?"
"Não, Almofadinhas. Eu sei, eu sei, mas alguém tem que fazer."
...
"Tem razão."
"Boa sorte."
"Ah, vocês são ótimos amigos, sabiam?"
"Obrigado."
"Quando vamos começar?"
"Agora?"
"Pontas?"
...
"O que estamos esperando?"
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Três de outubro de 1977 – 09:40 AM
Sabe aquelas manhãs cinzentas em que você tem certeza de que nada de bom vai acontecer? Sim, é uma dessas.
Essa chuvinha é de matar. Meus olhos não estão mais respondendo ao meu comando. Sentindo! Le-van-tar! Hab!
Não posso dormir de novo... Opa, de novo não. Levanta cabeça, levanta...
Au! Ótimo, a carteira me deu um tapa. Pelo menos serviu para acordar. Santa inércia!
Aula, Quadribol, Aula, Reunião, Marotos... e uma hora de um soninho que pareceu durar dois segundos.
"Acorda, Pontas!" Almofadinhas me chacoalhou. Almofadinhas já estava acordado, ótimo. Sinal de que estamos atrasados. O mundo parece tão surreal quando não se dorme.
Almofadinhas me olhou por trás daquelas triviais olheiras – muito diferentes das minhas que parecem duas amoras maduras -, "Detenção hoje, não." O mundo fica mais poético quando não se dorme. "Temos coisas importantes para fazer..." Completou com um sorrisinho maldoso, antes de sair do quarto.
Para ele, é fácil dizer. Ele dorme, pelo menos mais que eu. Almofadinhas não precisa ir às monitorias todos os dias. Ainda bem, ele iria atrapalhar o clima com a minha monitora.
Acordei! E consegui rastejar até a sala de Estudo dos Trouxas, uma vez que já havia perdido a primeira aula, Adivinhação. Que pena...
Sentei nessa carteira e agora travo uma batalha mortal contra a minha serotonina. Não posso mais dormir na aula, se não tomo detenção. E hoje, não posso tomar detenção. Coisas muito importantes dependem da minha vitória...
Então virei para me entreter com alguma coisa da sala. Que cartaz estranho! "Quem pintaria um homem nu fazendo poli-chinelo?"
"Leonardo Da Vince."
Ah, um trouxa. Claro, Estudo dos Trouxas, só podia ser. "Olha o tamanho do piu-piu dele." Ri, me sentindo mais acordado. Meu humor imbecil e meu ego masculino não deixaram de interferir. Homens também comparam, oras bolas. Levantei os olhos para o meu confidente e descobri que ele usava saia, tinha unhas compridas e afiadas pintadas de vermelho e o rosto estava mais enrubescido do que a cor das unhas.
"Esta é uma das obras mais importantes de um dos artistas mais respeitados, tendo contribuído amplamente nos ramos da arte, aritmética e ciência dos trouxas. E tudo que você consegue comentar é o tamanho da anatomia masculina..." Ela disse, daquela forma encantadoramente quente.
"Oh, desculpe, Evans. Achei que você fosse um homem." Respondi com sinceridade. Mulheres gostam de homens sinceros, não é o que dizem? Parece que não, porque ela resolveu me agredir. Agrediu-me com um peteleco no meio da testa. Mas poderia ter sido um soco também, não sei. Estou mais dormindo do que vivo. Ou mais morto do que acordado. Nesse campo de batalha, as coisas não fazem muito sentido.
Eu ri sozinho, da minha loucura. Suicídio mental. De repente a sala estava cheia e algumas pessoas sentadas a minha volta me olhavam como se eu fosse um gnomo. Oh, sim. Um gnomo.
Lembro-me de quando havia proliferação de gnomos no quintal da minha casa. Estávamos jantando e então, um barulho. Trocávamos olhares misteriosos. Meu pai: Gnomos... E se levantava, sacando a varinha, indo em direção a porta. Com o meu pai não havia misericórdia. Depois de alguns segundos, ouvíamos o "Uiiiii..." dos gnomos, voando longe.
Era assim que me olhavam. Aqueles sonserinos nojentos. Rosier, Wilkes, Tatcher... Preciso me lembrar de azarar os três quando estiver acordado. Não vou lembrar... Preciso anotar!
Esqueci a pena junto com todo o resto dos meus materiais no meu quarto. Roubei a pena do meu vizinho de carteira sem remorso algum e quando ia começar a escrever-
"Sr. Potter, pergaminho?" A professora perguntou.
"Ah, obrigado, professora." Eu disse, puxando a pergaminho que ela tinha na mão para poder anotar os nomes dos sonserinos. "Estava mesmo precisando." Só que não consegui anotar nome algum, pois o pergaminho estava de volta à mão da professora.
"Muito engraçado, Sr. Potter. Refiro-me às atividades que deixei na ultima aula. Onde estão?"
Lentamente, levantei minha cabeça em direção ao rosto severo da professora. "Estão debaixo da minha cama, professora." Ela enrubesceu e as suas pupilas se dilataram de uma forma que colocaria o Aluado no chinelo.
Detenção a vista. Maravilha, seu imbecil!
"Aqui, professora. Ele deixou comigo." Disse uma voz vinda da carteira ao lado, a da pena roubada.
"Obrigada, Srta. Evans." A professora me olhou com os olhos cerrados. "Na próxima..." disse ameaçadoramente, gesticulando um degolamento.
Virei para agradecer a minha salvadora, mas ela olhava para frente com as sobrancelhas arqueadas Nível 2. Eram aquelas que significavam que ela esqueceria em alguns minutos. O Nível 1 é: ela está fingindo que está desapontada, mas na verdade concorda comigo.
Nível 3: Necessário pedir desculpas urgentemente, caso contrário, deve-se aplicar as táticas do Nível 4.
Nível 4: Esperar alguns dias, pedir desculpas, implorar, jurar redenção, planejar um falso suicídio.
Nível 5: Fujir.
Levando em consideração as minhas pesquisas sobre a fisionomia Evaniana, resolvi deixá-la em paz por alguns minutos. Voltei a atenção para as minhas anotações. Onde estava? Não lembro mais. Também, não importa.
Rabisquei inconscientemente alguma coisa nas costas da mão, mas meu cérebro não captou as palavras. Ele estava ocupado de mais, sonhando. Preciso acordar. Se não levo detenção. Não posso.
A sensação é muito boa, quando se dorme depois de ficar trinta horas acordado. O sonho parece novidade, velho amigo.
Irônico. Estou no meu quarto, deitado. Estou sonhando que estou dormindo, isso deve significar alguma coisa. Ah, não... alguém abriu a cortina! É o Aluado. Mais eu nem liguei, continuei dormindo. Almofadinhas aparece e diz para Aluado: Berinjela, meu amigo.
A Profª McGonagall entra no quarto: Sr. Potter, você está atrasado. Ela levanta a mão, está segurando uma berinjela. O que você vai fazer com isso, me bater? Não falei, pensei, porque continuei dormindo. Ao contrário do imaginado, ela começou a cortar a berinjela.
Do outro lado do quarto, Dumbledore esquenta as berinjelas numa churrasqueira. "Parece que vai chover." ele disse, segurando um garfo. O velho mago me lançou um sorriso distraído, enquanto Rabicho roubava um pedaço de berinjela do grill.
Que fumaça! Não estão vendo que estou tentando dormir? Pensei de novo. "Acho que ele não vai acordar." Disse a Profª McGonagall.
"Deixem comigo." Surgia a voz da Evans, que se apoiava à porta, mordiscando um pedacinho de berinjela no canto da boca. Isso, isso, isso.
Todos saem do meu quarto. Até então, o melhor sonho da minha vida. Por enquanto... Ela disse na minha mente, estava dentro da minha cabeça. O que você vai fazer? Eu perguntei.
Ela puxou um pergaminho da mochila sedutoramente e depois começou a tirar as minhas roupas. Quanto a mim, fiquei parado, é claro.
Ah, Evinhas, não sabia que você gostava dessas coisas... Ela riu maquiavelicamente. Releitura de Da Vince. Ela respondeu de repente, apontando para o pergaminho em suas mãos. Estranho - eu pensei - mas quem sou eu para contrariar as esquisitices sexuais de uma mulher.
Mas se ela conseguiu mostrar o seu – e o meu- talento no desenho, eu não sei. Tudo o que eu senti foi uma pontada extremamente irritante no meu braço, e...
"Muito engraçado, Potter..." An, o que? Fechei os olhos de novo, tentando voltar para o sonho, mas senti outra pontada forte no meu braço. "Não adianta fingir, eu sei que você está acordado." Ela disse, fazendo menção de me beliscar outra vez.
"Evans?" Lentamente, fui abrindo um olho de cada vez. "É você?" Precisava deixar claro sobre o meu debilitado estado mental, antes que ela me enchesse de sobrancelhas arqueadas.
"O que você acha?" Foquei meus olhos nela.
"Ah... por que você não está tirando a minha roupa?" Me indignei com a realidade. Só percebi que pensei alto quanto vi o tom vermelho que o rosto dela tomou.
Passeei os olhos pelo recinto – mais para disfarçar do que por curiosidade. Estava no meu quarto, e sim, as cortinas estavam abertas. Procurei a churrasqueira do Dumbledore, mas não encontrei. E então, resolvi fazer aquela pergunta que, normalmente, todo mundo faz quando entra em recesso mental. "O que aconteceu?"
"Diga você." Pergunta errada. "Mil coisas para me preocupar, um milhão de coisas para fazer e você, agindo como um zumbi..." Por que mulheres usam tantas hipérboles? "... me constrangido, perante a escola toda. Ai, que vergonha! Primeiro, essa coisa estúpida na sua testa." Ela me apontou um dedo acusador. "Depois, me fazem participar desse joguinho sujo de vocês!" An? "Acho que vocês acham que eu sou muito estúpida e que eu não percebi que, enquanto você fazia o seu teatrinho, o Pettigrew emboçava o frasco de sangue de quimera que o professor Dumbledore usou no seu soro? Potter, isso é roubo. Já passou pela sua cabecinha doente que vocês podem ser expulsos por isso?"
Por onde começar? "No momento, isso tudo é novidade para a mim." Resolvi ser formal. Mulheres gostam de homens formais, não é mesmo? Aparentemente não, pois ela resolveu dar um tapinha no meu já latejado braço. "Ai! Eu estou falando a verdade. Eu não me lembro de nada." Puxa vida! Que mulher esquentada.
"Não lembra nada, mesmo?" Ela perguntou desconfiada.
"Nada."
"Nem de ter achado que eu era um homem?" Pense, James. Uma mentirinha não mata ninguém.
"Não." Ela cerrou os olhos.
"E de ter roubado a minha pena?"
"Não mesmo." Confiança é a alma do negócio.
"E de ter azarado aqueles três sonserinos?"
"Sério?" perguntei, excitado.
"Sim. E de ter andado com o meu nome escrito na testa o dia inteiro?"
"O que?"
Continua...
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