Capítulo único




"The greatest thing that u has to learn it’s just to love and be loved in return” (Moulin Rouge)

-Eu ainda acho que nós não devíamos...
-Você não quer Maureen? Você disse que precisava...Eu também acho que você precise, se me permite...
-Eu sei Severo, mas se alguém nos pega aqui, a gente tá morto!
-Se concentra vai, não vai acontecer nada!
-Onde está... É difícil fazer isso no escuro! Lumus... Ah achei, mas... Ah... Severo, tá ficando verde... De que cor era para ser? - Severo sabia que a poção era para ser laranja vivo e não verde, mas disse:
-Está, hmm... Perfeita!
-Você ouviu alguma coisa?
-Não, você está impressionada, é só!
-Aí de novo, agora você ouviu!
-Ouvi, mas não deve ser nada! Se concentre na sua poção...
-Eu estou com medo Severo...
-De que?
-De sermos pegos!
-Ninguém vai...
-Ranhoso rançoso e bela magrela, fora da cama uma hora dessas? Acho que o Filch vai adorar saber... Ou quem sabe o professor Temptan...
-Pirraça não! Nós estamos estudando, é só! - disse Maureen nervosa.
-Ah... Não sei não, talvez eles queiram ver pessoalmente...
-Não Pirraça, por favor, não estamos fazendo nada de mais...
-Hmmmmm... ALUNOS FORA DA CAMA, ALUNOS FORA DA CAMA! – gritava Pirraça pelos corredores.
-Aquele poltergeist filho da...
-Severo!
-Eu vou conversar com o barão sangrento! Ele vai ver só... - disse Severo entre dentes.
-Severo vamos recolher tudo e fugir!
-Tá legal! - disse Severo mirando Maureen, cada detalhe da menina fazia seu coração bater descompassado. Desde os cabelos louros com cachinhos miúdos batendo-lhe aos ombros, seu sorriso branquinho, emoldurado pelos doces lábios cor de cereja (Severo imaginava que eles também teriam gosto de cereja), sua voz doce e calma chamando ele pelo primeiro nome, toda meiga. Mas o que o deixava tonto e sem respiração, sentindo como se fosse desmaiar, eram os olhos da menina, de um verde magnífico, brilhantes, muito grandes e vivos. Quando ela o olhava com ternura, mesmo sem demonstrar, ele perdia a noção de tudo o que estava fazendo, sentia o coração parar.
Os olhos verdes agora o olhavam desesperados:
-Severo, por favor, vamos rápido, sim?
Os dois recolheram o caldeirão, os ingredientes, limparam a poção e saíram correndo pelo corredor. Maureen conseguiu correr e virar a direita. Severo ainda fechava a porta da sala quando sentiu uma mão pesada se fechar em seu ombro, estava encrencado...
-Queria só saber como você conseguiu abrir minha sala filho...
-Professor Temptan...
-Abra a porta novamente, você estava sozinho?
Severo olhou pro lado e viu Maureen o olhando por trás de uma armadura, os grandes olhos verdes brilhando a luz do luar.
-Sim!
-Entre por favor. – disse o professor guiando Severo pelos ombros. O professor August Temptan era um professor severo e justo, um homem novo de rosto cansado, onde uma beleza incrível se escondia. Dentro de seus olhos azuis profundos, podia-se ver um homem que já foi muito feliz. Mas sua felicidade lhe foi arrancada de maneira rude quando sua família foi morta misteriosamente, ao que tudo indicava por um bruxo das trevas poderoso, mas ainda sem nome... - Porque precisa desobedecer as regras Severo, você é um aluno exemplar! O que fazia fora da cama uma hora dessas?
-Professor eu...
-Por que você veio até minha sala hoje?
-Eu, eu... Eu...
-Lembre-se de que não adianta mentir Severo! Eu tenho o veritasserum e se for preciso usarei sem exitar.
Severo concordou com a cabeça, não via outra maneira de sair dali, senão confessando o que tinham feito, podia se prejudicar, mas não queria prejudicar Maureen!
-O que você estava fazendo Severo?
-Eu estava estudando!
-Estudando... Poções? Mas você é meu melhor aluno... Tem certeza?
-Sim...
-Não precisa mentir Severo...
-Eu estava explicando para um amigo, nós teremos N.O.M.’s na semana que vem...
-Então você não estava sozinho...
-Eh...
-Quem estava com você, é de sua casa?
-Maureen…
-Maureen? Maureen Hemmingleton?
-Sim...
-Da Grifinória?
-Eh...
-Severo desculpe-me, mas vou ter de usar o veritasserum!
O pânico tomou conta de Severo. Afinal ele já não sabia a verdade dele, o que mais ele queria? Severo com certeza ia dizer algo demais... Poderia soltar seu maior segredo sem querer...
O professor serviu um pouco de suco de abóbora num copo e pôs algumas gotinhas de veritasserum, fez um movimento com a varinha para misturar a solução.
-Desculpe Severo, mas tenho que fazer isso, não posso deixar que minta para mim.
-Não estou mentindo senhor...
-De qualquer maneira... Beba... Por favor...
Severo bebeu a poção, sentiu uma leveza magnífica como se não tivesse mais problemas, nem segredos. Sentiu vontade de dizer tudo o que sentia por Maureen naquele momento para o professor. Que a conhecia desde o primeiro ano e a amava desde o terceiro, que tudo o que ela fazia era simplesmente estupendo. Que num simples olhar dela ele desmontava, até os devaneios mais ridículos de casar e ter filhos, ter uma grande família feliz de bruxinhos. Mas que ele tinha vergonha de admitir que era por ela que ele continuava a respirar, que era para vê-la sorrir e dizer que estava com saudades, que ele ia para casa e agüentava sua mãe toda chorosa no natal. Ele queria contar simplesmente tudo, que quando num acesso de felicidade ela pulava em seu pescoço e ele sentia o perfume de morango que saia dela, ele ia até o céu, e então ele fazia de tudo para deixá-la feliz, só para sentir aquele êxtase de novo.
O professor o mirou por alguns segundos e por fim perguntou em alto e bom som:
-O que você fazia na minha sala?
-Eu estava ajudando Maureen com poções, porque ela é terrível nessa matéria e nós vamos ter os N.O.M.’s daqui a alguns dias...
-Porque você não pediu a sala emprestada para mim?
-Porque ela me fez jurar segredo e eu não consigo resistir a aqueles olhos verdes... - de repente Severo tomou consciência da besteira que tinha dito. O efeito da poção já se dissipava, o professor só havia colocado algumas gotinhas por isso ela tinha ficado demasiado fraca.
O professor sorriu diante da confissão de Severo.
-Pode ir Severo...
-Não vai me castigar?
-Não, suas intenções foram nobres. – deu uma piscadela para ele, e Severo entendeu a “nobreza” da situação – pode ir...
-Obrigado senhor! - Severo girou nos calcanhares desejando sumir dali.
-Severo, só mais uma coisa...
-Sim? - disse encarando o professor.
-Diga a Maureen que vocês podem estudar aqui à vontade, e se precisarem de mim ficarei feliz em ajudar!
-Obrigado senhor, direi isso a ela!
Severo saiu da sala e viu Maureen sentada perto de uma estátua próxima, torcendo as mãos aflita. Quando ela o viu, levantou-se rapidamente e correu em sua direção, ele sentiu um gelinho no estomago.
-Severo, o que aconteceu? O professor Temptan te deixou em detenção?
-Não...
-Ah graças a Deus. – disse abraçando o amigo aflita. Severo se sentiu muito bem, sentiu o doce perfume de morango em que ele tanto pensava, dia e noite, estremeceu ao ouvir a respiração dela perto de seu ouvido, descompassada por estar nervosa. Esse era um dos poucos momentos em que ela deixava transparecer toda a afeição e preocupação pelo amigo, não que a preocupação não existisse, mas Severo nunca fugia das regras, e se fugia era sempre por culpa dela.
-E porque vocês ficaram tanto tempo lá dentro? - disse se soltando um pouco, para conseguir mirá-lo nos olhos, mesmo assim ainda pendurada em seu pescoço.
-Bem ele me serviu veritasserum para ver se eu dizia a verdade...
-E você contou que eu estava junto não é?
-É... – Severo se atrapalhava com as palavras por tê-la pendurada em seu pescoço o perfume invadindo suas narinas e aguçando seus sentidos, ela percebeu isso e se soltou pedindo desculpas envergonhada. Severo se amaldiçoou por ser tão tímido. - Bem eu disse, mas eu não queria...
-Severo, deixe de ser bobo! É lógico que você tinha de dizer que eu estava junto, eu ouvi quando você disse que estava sozinho e eu corri na direção de vocês, mas vocês foram entrando na sala, não me deu tempo para chegar perto!
-Você não precisava... – sussurrou Severo, mas isso lhe soou muito frio, na verdade, suas palavras eram sempre frias, calculadas, frases curtas, sem emoção. Ele atribuía isso a sua timidez e a amaldiçoava mais uma vez, talvez se não fosse tão frio Maureen poderia estar mais próxima dele. Ela era extrovertida, dizia coisas engraçadas, era espoleta, ria alto, dizia bobagens sem sentido, tentava de todas as maneiras possíveis fazê-lo sorrir, sem nenhum sucesso. Já havia tentado cócegas, mas o deixava irritado, caretas também não faziam muita diferença, contar piadas ela nem tentava mais, ele não achava graça nenhuma. Ela havia se acostumado com sua frieza, apesar de isso incomodá-la um pouco. Porém, mesmo assim ela sabia que ele era um amor de pessoa, que era bonzinho e companheiro e que mesmo sem demonstrar ele gostava muitíssimo dela e se preocupava demais também. Isso aquecia seu coração de tal forma que a fazia gostar cada dia mais dele. Tinha um certo carinho especial por ele desde que se conheceram


* Flash Back on *


-Meu nome é Maureen Hemmingleton, qual é o seu?
-Severo Snap-p-pe. - ele estava de costas e quando mirou aquela menininha baixinha e loirinha, achou-a metida, mas quando viu seus olhos verdes titubeou...
-Para que casa você foi?
-Sonserina. - disse isso com um certo orgulho, sempre queria ter entrado na Sonserina.
-Bem, eu sou da Grifinória, mas mesmo assim podemos ser amigos...
-É... Acredito que sim... - não acreditava muito...


*Flash back off*



*Flash back on*


-Severo!
-O que é? - perguntou mau-humorado abrindo os olhos.
-Você estava dormindo...
-É que eu estou cansado, que horas são?
-A madame Pince já vai fechar!
-COMO ASSIM JÁ VAI FECHAR?
-Ai, ela já vai fechar a biblioteca!
-Como eu sou estúpido, eu dormi e agora não consegui estudar...
- Para que você tem que estudar?
-Para o exame de história da magia, a revolta dos duendes...
-Ah, eu já estudei, posso te explicar!
-Mas a madame Pince vai fechar a biblioteca...
-Nós podemos estudar no salão principal...Você não vai se dar mal Severo eu prometo!


*Flash back off *



*Flash back on *


-Ah, por favor, Severo, vai...
-Não Maureen, minha mãe vai me matar se eu não for para casa no Natal!
-Mas eu vou ficar sozinha...
-A Evans vai ficar aqui.
-Mas você é meu melhor amigo não ela! – ele ficou radiante de ouvi-la dizer isso, agora tinha descoberto: estava apaixonado, pela metidinha dos olhos verdes!
-Você vai ficar bem.
-Não vou não... - fez beicinho olhou para ele com aquela cara de cachorro pidão, como ele ia resistir a aqueles olhos verdes brilhantes?
-Tá legal...
-Iupi! - pulou em seu pescoço, como ele adorava quando ela fazia isso!


*Flash Back off *


-Deixe de ser bobo! Ainda bem que ele entendeu o que aconteceu!
- Ah, quase ia me esquecendo... Ele disse que podemos estudar aqui sempre que quisermos.
-Verdade? - os olhos verdes brilharam incrivelmente como dois faróis no escuro –Você jura?
-Sim. - disse Severo meio sem jeito.
-Isso é maravilhoso Severo! - disse pulando mais uma vez no pescoço dele, fazendo os cachinhos miúdos ricochetearem em suas orelhas, abraçando-o com uma força que era demasiado grande para ela. Se a vissem nunca imaginariam que aquela baixinha tinha tanta força assim.
-Vamos dormir Maureen... Eu te acompanho até a torre da Grifinória.
-Ok, mas amanhã o trabalho começa! O que acha de virmos mais cedo estudar?
-Acho ótimo, não agüento mais ir dormir tarde!
Foram conversando despreocupadamente, Severo olhava Maureen com outros olhos, olhos apaixonados, a teria todas as noites, não precisavam mais estudar escondido, se sentia o homem mais feliz do mundo.
Maureen se sentia feliz e estranha, algo naquele abraço de Severo tinha sido diferente, algo tinha mudado em seu coração nesses cinco anos, podiam chamá-la de louca, mas ela achava que estava começando a se apaixonar por Severo.
No outro dia Severo acordou um pouquinho mais cedo, tomou um bom banho demorado e reconfortante e quando saiu do banheiro os colegas de quarto já esperavam mau-humorados do lado de fora. Mas nada ia fazê-lo se chatear naquele dia, pelo menos por enquanto.
Desceu para o salão comunal com uma fome inexplicável, chegando lá avistou Maureen na mesa da Grifinória, sentada ao lado de Lily Evans, sorrindo como sempre, acenou um tímido tchauzinho para ela, que retribuiu com seu melhor sorriso. Severo foi ao céu, tinha certeza de que a menina mais linda da escola era sua melhor amiga e se sentiu orgulhoso.
James Potter e Sirius Black, lhe lançaram olhares assassinos de seus lugares imaginando quem da Grifinória ia se prestar a acenar para Severo. “Calma Severo” pensava ele, “eles mal sabem quem é a Maureen, ela já cansou de te dizer isso!”, e era verdade, eles mal a conheciam, eram muito “ocupados” para olhar para o lado dela, apesar de ela já ter dito que Black a olhava de vez em quando com um certo interesse.
Foi para a aula com a Lufa-lufa, quase no final, olhou no horário, teria um tempo vago depois do almoço e em seguida aula com o professor Temptan com a Corvinal, e a ultima aula seria TCM com a Grifinória. As aulas se arrastaram monotonamente, e depois do almoço Severo deixou a mochila no dormitório e seguiu apressado para a biblioteca. Vinte minutos depois saiu com três livrões pesados e grossos, que ele levava com dificuldade para seu dormitório, quando encontrou com a última pessoa que gostaria de ver em anos.
Potter se aproximou e bateu nos livros fazendo-os despencar das mãos de Severo. Este se abaixou para pegá-los e sentiu em suas costas James rir, apontando a varinha em sua coluna dolorosamente.
-Estudando um pouquinho Ranhoso?
Severo tinha de tomar cuidado, se amaldiçoou por ter colocado a varinha na mochila e deixado tudo no dormitório. James armado e ele com alguns livros, é lógico que ele ia se aproveitar da situação. Severo tinha de dar um jeito de sumir dali, rápido.
-É. - respondeu vagamente, num tom próximo do sussurro.
-Não gosto disso! Eu já não te disse milhões de vezes para lavar esses cabelos, Seboso? Você não está me obedecendo...
Severo se levantou e sentiu mais uma pontada da varinha de Potter na coluna. Respirou fundo, contou até cinco e recomeçou a caminhar. Potter correu em sua frente e bateu nos livros novamente.
-Não tão rápido Seboso...
-Pare com isso! - sussurrou Severo cauteloso.
-E se eu não quiser?
Severo se abaixou mais uma vez para pegar os livros e James lançou um feitiço para que eles levitassem acima da cabeça de Severo.
-Eu não mandei você pegá-los ainda Rançoso! - disse sorrindo.
Maureen e Lily passavam por ali e viram toda a cena. Maureen se precipitou a correr, mas Lily se pôs em sua frente.
-Não vá Maureen, o James é problema meu, deixa comigo, fica aqui.
Nessa altura, Severo já tinha mandado a cautela as favas, se armado de um livrão que por descuido de James ele tinha deixado baixo demais, eles se encaravam com olhares assassinos e estavam prontos para se atacarem
-DEIXE ELE EM PAZ!
- Ah não Evans, você de novo? Deixa só dessa vez o Severozinho comigo vai?
-CALA BOCA POTTER! Se manda Snape! - disse Evans muito friamente. Severo pegou seus livros num profundo desgosto e olhou para Lily como se ela fosse uma minhoca nojenta antes de se virar e ir embora. Continuaria ali se pudesse, mas sabia que tentar dar uma lição em Potter desarmado, é pedir para morrer.
-TEM SORTE DA LILY ESTAR SEMPRE POR PERTO! - disse Potter contrariado.
-SE VOCÊ DIZ... - disse Severo sem se virar.
-Não sei porque você ainda se incomoda Evans, juro que não sei!
-Você está bem? - perguntou Maureen aflita.
-Estou, o senhor “Vou-te-enfeitiçar-porque-você-está-respirando-o-mesmo-ar-que-eu”, não me fez nada! Tenho que ir estudar Maureen!
- OK! Mas tome cuidado!
-Maureen... - chamou Lily Evans - vamos para o salão comunal?
-Tá legal, tchau Severo!
-Tchau. - disse Severo em voz baixa.
-Ah Lily tá bom vai, nem um pouquinho? - as meninas já estavam no salão comunal e conversavam animadamente em suas poltronas favoritas.
-Você sabe que eu tenho raiva dele Maureen! Ele é um idiota, acha que o mundo é uma bola gelada que gira em torno dele!
-Mas é bonitinho, isso você não pode negar!
-É... É... É nada!
-Ah tá, vai me dizer que quando ele bagunça o cabelo você não se derrete?
-Só um pouquinho vai! Mas não conta para ele que eu brigo com justamente por isso! - riam gostosamente, não tinham essa aula, como Severo, então decidiram aproveitar e ficar de bobeira no salão comunal.
-E você e o Snape?
-Que é que tem?
-Ah vocês andam para cima e para baixo juntos, você não gosta dele?
-Lill sinceramente, eu acho que eu estou começando a gostar...
-Ah que mau gosto!
-Mas mesmo que eu goste dele, de que adianta, ele nunca vai olhar para mim!
-Ah pára com isso Maureen, olha só para você, você é linda! E só um idiota não vê que o Snape arrasta um caminhão para você!
-Imagina, nesses cinco anos eu nunca vi o Severo nem suspirar, quanto menos arrastar um caminhão por alguém! Mas voltando a você... O James também arrasta uma frota de caminhões para você, só você não vê!
-Prefiro o Sirius...
-Sirius? Sirius Black? - disse Maureen se endireitando na cadeira, surpresa.
-É...
-Você gosta de Sirius Black?
-Não sua boba, mas ele é uma gracinha não?
-É o pálido que visita a mãe doente todo mês?
-Não esse é o Remo.
-Ah... Quem é então?
-O mais alto de olhos azuis e cabelo bem preto!
-ELE?
-Nossa, qual é o problema?
-Ah, é que ele é o garoto mais lindo que eu já vi, mulher! Vá em frente, dou o maior apoio!
-Mas eu nem quero nada com ele!
-Ah vai, dar uns beijinhos...
-MAUREEN!
-Ué, é pecado?
-Você acha que ele namoraria comigo?
-Sinceramente Lill, o Sirius...
-Evans o que é que nossos nomes fazem na sua conversa? - James tinha a cara amarrada, enquanto Sirius Black ria gostosamente.
-Não dissemos seus nomes! - disse Lily mais do que rapidamente.
-Eu ouvi meu nome Evans – disse Sirius tentando refrear alguns risinhos persistentes.
-Nós não dissemos nada, Sirius!
James já abria um novo sorriso e despenteava os cabelos olhando com uma carinha malandra de Sirius para Maureen.
-Não nos apresenta Evans? - disse sorrindo.
-Oh desculpe, mas achei que vocês já a conheciam. –disse Lily olhando para Maureen.
-Ah não, nós nunca fomos apresentados! - disse Maureen acordando do transe.
-Em cinco anos, puxa vida... De qualquer maneira esse é James Potter e esse é Sirius Black. Essa é Maureen Hemmingleton
-MUITO PRAZER... - disse James apertando a mão de Maureen – James seu escravo! - Maureen sorriu.
-Encantado. – disse Sirius segurando as duas mãos de Maureen e beijando-as sem tirar os olhos furiosamente azuis dos olhos verdes de Maureen, fazendo a menina corar.
-Agora que já foram apresentados façam o favor de sumir daqui! - disse Lily sem emoção.
-Não tão rápido, ainda não me apresentaram para uma gatinha ruivinha, que está aqui – e segurando as mãos de Lily, como Sirius fez com Maureen, beijou-as sem tirar os olhos castanhos dos verde vivo de Lily.
-Me solta James! - disse a menina visivelmente perturbada.
-Só quando você me der um beijinho...
-Eu vou gritar James Potter!
-Vamos embora! – disse Sirius segurando James pelas costas – se ela gritar vai ser um milagre nós escaparmos com vida.
-É mesmo! - disse Lily ofegante limpando as costas das mãos nas vestes.
-Então, espero te ver logo! – disse Sirius para Maureen dando um beijinho em seu rosto, fazendo a menina mais uma vez corar.
-Eu também espero Lily! - James rouba um beijinho no rosto de Lily.
-POTTER! - grita desesperada, mas eles já saiam do retrato correndo.
-Agora vai, me diz que é mentira que o James arrasta uma frota de caminhões por você Lill!
-Eu pego esse moleque! Mas parece que eu perdi o Sirius... Tudo bem, a gente sabe quando se torna inconveniente... - disse fazendo beicinho.
-Ai Lill... - disse Maureen correndo para abraçar a amiga, as duas rindo muito.
Em algum lugar do castelo, dois jovens rapazes conversam animadamente passando por um corredor de meninas suspirantes sem dar-lhes a menor importância.
-Menininha chata essa Lily!
-Ah Pontas não vem não! E essa ceninha o que foi...
-Só ceninha cara!
-Ah, para mim pareceu bem real!
-Impossível agüentar uma garota chata dessas! - algo em sua frase não soou verdadeiro.
-Tá legal, não vou discutir com você, quero gravar na minha memória a imagem da coisa mais linda que eu já vi na minha vida! -Nossa, é ela é bem bonita mesmo! E tem nome engraçado...
-Maureen, é lindo... - disse sonhador.
-Nunca pensei viver para ver meu melhor amigo Almofadinhas, apaixonadinho...
-. ...O que? - perguntou aéreo.
-Nada amigão, nada! Como eu nunca tinha a visto aqui?
-Eu já, mas só de longe, ela vive grudada no Snape.
-NO SEBOSO? - gritou parando no corredor, assustando alguns alunos que caminhavam perto deles.
-É... - disse amargamente.
-Impossível! - voltando a andar, incrédulo.
-Pois pode acreditar, ela é um tipo de melhor amiga dele ou coisa assim. Eles vivem juntos na biblioteca.
-E desde quando você vai na biblioteca?
-Posso não ir, mas sempre estou ali por perto.
-Pode deixar Almofadinhas, eu cuido do Snape, você vai ter sua Maureen só para você. Mas vê se não bobeia hein?
-Tá legal! Valeu!
A alguns metros de distância, Severo entrava na sala de aula com a mochila nas costas pressentindo algo ruim, quando Potter e Black olharam para ele do corredor.
Após a aula de Poções com a Corvinal, Severo arrumava o material tranqüilamente quando sentiu uma pontada no ombro, virou-se, derrubando tudo no chão apontando a varinha para quem lhe cutucou. Era Maureen, e esta se encolheu.
-Severo, sou eu! - disse assustada.
-Desculpe-me. - disse envergonhado baixando a varinha.
-Nossa porque está tão arisco?
-Pensei que fosse o...
-Ah já sei! Potter?
-É.
-Bem, vim perguntar se não gostaria de descer até a orla da floresta comigo.
-Sim.
-Então vamos! - disse Maureen girando os calcanhares, fazendo seus cabelos esvoaçarem e o perfume de morango invadir as narinas de Severo.
-Maureen...?
-Sim?
-Posso levar seus livros se você quiser.
-Oh, você faria isso por mim?
Severo meneou a cabeça afirmativamente, fazendo os cabelos caírem aos olhos.
-Que gracinha, você merece um prêmio! – dizendo isso lhe beijou a face, fazendo o garoto corar furiosamente. Entregou os livros delicadamente para ele, e caminharam emparelhados até a orla.
Maureen lançava-lhe olhares furtivos admirando o amigo. “Como ele é gentil!”, ela pensava, “Será que ele realmente gosta de mim, ou a Lill está ficando louca?”


My friends say you’re so into me Meus amigos dizem que você está na minha
And that you need me desperately E que você me quer desesperadamente
They say you say we’re Eles dizem que você diz que somos
So complete Tão completos
But I need to hear it Mas eu quero ouvir isso
Straight from you vindo de você
If you want me to Se você quiser que eu
Believe its true Acredite que é verdade
I’ve been waiting for so long Eu estou esperando por muito tempo
It hurts Isso machuca
I wanna hear you say the Eu quero ouvi-lo dizer
Words, please por favor
CHORUS
Don’t, don’t let me be the last to know Não, não me deixe ser a última a saber
Don’t hold back Não guarde para você
Just let it go só deixe ir
I need to hear you say Eu preciso ouvi-lo dizer
You need me all way Que você precisa de mim de qualquer maneira
Oh, if you love me so Oh, se você me ama tanto
Don’t let me be the last to know Não me deixe ser a última a saber
Ooh Ooh
Your body language says Sua linguagem corporal diz
So much Tanto
Yeah, I feel it in É, eu sinto isso
the way you touch No seu jeito de me tocar
But ’til u say the words it’s Mas você diz que palavras
not enough não são o bastante
C’mon and tell me Vamos me conte
you’re in love, please que você está apaixonado , por favor
CHORUS – repeat
C’mon baby, c’mon darling, Vamos querido,
Ooh yeah oh sim
C’mon, let me be the one Vamos deixe-me ser a primeira
C’mon now, oh yeah Agora, oh sim
I need to hear u say, Eu preciso ouvi-lo dizer, que você me ama
that u love me all way de qualquer maneira
I wanna feel the way u feel oh c’mon Eu quero me sentir do jeito que você se sente,
So baby if u love me Então querido, se você me ama
Don’t let me be the last to know Não me deixe ser a última a saber
[Don’t let me be the last to know – Britney Spears]


Colocaram-se lado a lado na aula de Trato das Criaturas Mágicas como sempre faziam e conversavam animadamente a espera da professora. Severo estava de costas para o resto da sala e Maureen que conversava com ele mudou sua feição, levemente intrigada ao mesmo tempo em que ele sentia a presença de alguém a seu ombro.
-Aproveite enquanto Maureen ainda pode ser vista com você Ranhoso.
Era Potter. Quando Severo foi perguntar para Maureen o que ele queria dizer, a professora Fluffus adentrou ao cercado pedindo a atenção dos alunos para poder começar a aula.
A professora dividiu a sala em duplas e entregou um Claberto para cada uma. Severo teve a “felicidade” de ser colocado com James que sorria até ouvir a decisão da professora.
-Ah professora, muito obrigado, mas meu amigo e eu, Sirius aqui, já somos uma dupla! - disse sarcasticamente.
-Sr Potter, se já terminou de fazer gracinhas pode ir até o Sr Snape, para começarmos a aula. - Potter amarrou a cara e agitou os cabelos impaciente, ao passar por um bando de garotas que suspiravam.
-E aí Seboso? - sussurrou Potter maldosamente.
-Pega os lagartos Potter. – disse Severo entre dentes. James virou-se para pegar os lagartos que estavam numa caixa.
Os Clabertos eram animaizinhos nojentos, lembravam uma cruza de macaco com sapo, por ter pele lisa, malhada de verde, mas braços flexíveis e longos o que permite que eles se balancem de galho em galho como um orangotango.
-Porque a demora Potter? Está pegando amor por eles é? São semelhantes a você, mas não são sua família! - disse Severo maldosamente.
De um passe Potter pôs um lagarto na boca de Severo, que com a força imprimida caiu tentando se apoiar na bancada.
A classe explodiu em risadas histéricas, Severo conseguiu ver algumas pessoas ao longe. Os alunos da Sonserina tinham feições assassinas, Lily Evans tentava esconder as risadas com a mão. Sirius Black, não fingia. Caiu de joelhos rindo de se acabar, esmurrando o chão. Severo sentiu duas mãos o ajudarem a levantar, como não estava em condições de negar ajuda, se deixou levantar.
-Leve-o para ala hospitalar, por favor querida! Deus sabe se esses lagartos são ou não venenosos! E James Potter, depois da aula quero conversar com o senhor!- disse a professora Fluffus aflita. James sorria e acenava para Severo enquanto ele saia de perto da turma.
A pessoa que o ajudava o forçou a virar as costas e caminhar para o castelo. Cuspiu o lagarto e ouviu uma voz aflita bem conhecida.
-Você está bem Severo? - era Maureen que o ajudava, tinha no rosto uma aflição indescritível.
-Acho que sim...
-Oh meu Deus, será que não é melhor irmos até a ala hospitalar?
-Não, eu estou bem!
-Vocês dois, porque ficam se provocando?
-Eu vou me vingar, o Potter vai se arrepender!
-Severo... - como ele gostava quando ouvia seu nome saindo daqueles lábios de cereja. Delicada e docemente. Como era linda, tudo o que ele sempre quis. Ele se sentia confortável com a preocupação dela. Ninguém precisava se preocupar com ele se ela estivesse ali, só chamando o seu nome. - ...Vocês vão acabar se machucando assim!
-Contanto que o Potter saia bastante machucado...
-Por favor Severo! Isso pode ficar sério, isso é só uma bola de neve, você não percebe?
-Maureen, não se preocupe! O Potter merece que eu me vingue! Ele é muito convencido.
-Impossível eu não me preocupar! - disse cansada.
-Você não precisa...
-Vá! Lave essa boca. Te vejo no jantar!
-Tudo bem. - mesmo estando na porta do banheiro masculino, ele não queria que ela fosse.
Meia hora depois os alunos já eram vistos entrando no salão principal, a fim de jantar. Severo esperava ansiosamente por Maureen. Até que avistou a menina. Mas para sua surpresa ela não vinha só, vinha com Sirius Black e James Potter como dois seguranças ao seu lado, conversando algo engraçadíssimo, que para Severo não teve graça alguma. A menina avistou-o e acenou freneticamente enquanto os garotos viravam os olhos exasperados. Severo virou-se e entrou decidido no salão principal deixando uma Maureen atônita para trás.
Depois do jantar, Severo caminhava a passos largos para a Sonserina, quando sentiu alguém a suas costas. Aumentou o passo e a pessoa o acompanhou. Chegando à parede lisa e tímida da Sonserina a pessoa avançou nele segurando por trás em suas vestes. Pela força, Severo descobriu quem era, conhecia bem aquela puxadinha leve...
-Maureen me larga eu estou cansado quero dormir!
-Severo, por que você me ignorou lá no salão principal?
-Eu não te ignorei. - disse timidamente, baixando a cabeça.
-Claro que ignorou! Ou foi coisa da minha cabeça a hora em que você entrou no salão e me deixou acenando feito um trasgo? Os meninos zombaram muito da minha cara...
-Eles devem ser realmente engraçadíssimos...
-Se são! Acho que nunca ri tanto na minha vida!
Severo virou-se para murmurar a senha e Maureen mais uma vez puxou suas vestes.
-Mas sempre me divirto mais com você! E, no entanto, você me deixou feito uma boba acenando para o nada! - Severo baixou mais uma vez a cabeça, se sentia triste demais para continuar ali, a coisa que mais queria era estar em sua cama. - Eu sei que você não gosta deles, mas entenda que para mim eles nunca fizeram nada de mal. São muito amigos comigo. Deles eu não tenho queixa!
-E de mim?
-A única queixa que tenho de você é que você me deixou acenando sozinha. Ah Severo não fique triste! - disse ela pegando no rosto do amigo - Você é meu melhor amigo e sabe disso! Mas eles são novos amigos e eu gostaria que você entendesse isso!
-Eu... Eu... - o medo de ser trocado pelos “novos amigos” era uma coisa que Severo nunca poderia suportar em vida. Não se sentiria nada melhor se Maureen soubesse de sua aflição. Ficou quieto, concordou com a cabeça.
-Eu sabia que você entenderia! – disse sorrindo, aparentemente aliviada. – Bem... Boa noite, e até amanhã!
-Boa noite – sussurrou. Estava infeliz, se sentia mal. Mal consigo mesmo, mal com Maureen, como nunca havia se sentido. Alcançou sua cama de dossel, deitou-se, fechou as cortinas, encarou o teto, fechou os olhos e dormiu um sono sem sonhos.

“Do u care if I don’t know what to say? “Você se importa se eu não sei o que dizer?
When u sleep tonight, will u think of me?” Quando você dormir esta noite, pensará em mim?”
[There is –Box car racer]


No outro dia acordou cedo, tomou um banho e foi tomar café, sem fome. Mal tocou nas torradas e seu suco de abóbora permaneceu intacto. Levantou-se para sair do salão principal e percebeu que Maureen o encarava séria da mesa da Grifinória, quando a menina percebeu que ele estava se levantando, ergueu-se rapidamente também e o seguiu.
Chegando fora do salão ela o chamou:
-Severo... Eu queria falar com você.
Severo ainda não estava totalmente recuperado do outro dia, e nem completamente feliz para ouvi-la.
-Maureen quem sabe mais tarde? - tentou ser cordial, mas lhe soou um pouco falso.
-Não! Eu preciso falar agora!
-Pois bem, fale!- sentiu que havia sido um pouco grosso e percebeu que a menina torcia as mãos maquinalmente.
- Poderíamos sair daqui? Não me sinto confortável...
Era aparente que ela não se sentia confortável, mas ele não entendeu o que a envergonharia tanto, até chegarem próximos a biblioteca...
-O que eu queria lhe dizer Severo... Bem... Eu nem sei como começar... – ela estava trêmula, parecia ter até algum tipo estranho de tique. Piscava os olhos furiosamente, não o olhava nos olhos, abraçava-se ao corpo como se estivesse com frio, apesar da linda manhã de sol.
-Comece do começo... - disse Severo tentando lhe ajudar.
-Severo nós nos conhecemos há muito tempo não é mesmo?
-É. - Severo não via onde essa conversa poderia chegar “Começou mal Maureen...” pensou ele sarcástico.
-Bem você sabe que sempre foi meu melhor amigo, eu te prometi nunca te magoar lembra?
Severo se lembrava perfeitamente, fora no terceiro ano:


*Flash back on*


-Severo você está OK?
-Claro...
-Desculpe por rir assim...
Ele não respondeu, estava magoado demais.
-Por favor...
-Só porque não sou um astro em quadribol não quer dizer que você precise zombar de mim por isso! - disse o que estava sentindo no momento, só desabafou sua fúria.
-Alguém deve ter enfeitiçado essa vassoura, elas geralmente não pinoteiam desse jeito!
-A verdade é que eu realmente não fui feito para voar, é isso! - disse amargurado, gostaria de ser o melhor jogador de quadribol, por ela. Sabia que ela adorava o jogo, mas o que podia fazer? Pássaros foram feitos para voar. Ele Severo fora feito para ficar em terra firme
-Tudo bem Severo. - disse ela muito séria se aproximando.
Ele baixou a cabeça, ela sentiu que ele estava mais que envergonhado, que estava ferido, magoado. Sentiu-se enjoada por ter rido dele. Tocou-lhe o rosto de leve e percebeu que ele estremeceu, ele era muito arisco ao toque.
-Prometo que jamais em toda minha vida eu vou te magoar de novo, OK?
-Você não precisa...
-Olha Severo, isso é uma promessa, eu nunca mais vou te magoar de novo! - ela sentiu a dor de magoar alguém de quem gostava, era como se algo a rasgasse por dentro. Abraçou-o com força e prometeu nunca mais soltá-lo.


*Flash back off*


-Sim.
-Bem, eu não sei se isso vai te magoar Severo, mas a algum tempo eu venho...
-Continue...
-Eu venho me sentindo estranha em relação a... Nós...
“Ela disse a nós? Não foi a mim, não foi a você, ela disse a nós...” – pensou Severo.
-A... Nós?
-Sim... Eu... Você sabe que eu te adoro não é Severo?
-Acho que sim.
-Bem há algum tempo, venho olhando você com outros olhos, – ela ruborizou, ele também sentiu o rosto queimar - e me perguntando se você se sentia assim... Eu acho que... Gosto de você... Severo.
E parou de falar olhando para ele, vermelhíssima, esperando que ele dissesse o que ela queria ouvir.
-Maureen eu...
-Severo...
A sineta tocou em algum lugar quebrando o momento perfeito que havia se formado.
-Severo, - agora ela estava decididamente vermelha - olhe, esqueça o que eu disse certo?
-Mas Maureen... - a mente de Severo se aterrorizou, precisava dizer algo rápido, mas foi como se sua mente, seu coração e sua boca decidissem emperrar.
-Eu sei que é uma bobagem, você nunca... Quero dizer... Foi um impulso, não vai mais acontecer... - e saiu correndo de perto de Severo, sem ao menos olhar para trás.


“U know I die to know u love me…” “Você sabe que eu morreria para saber que você me ama...”
[Missing-Evanescence]


Ela correu e correu se misturando com os alunos até que avistou Lily, foi até ela puxou-a num canto
-Que foi Maureen, você está pálida! O que aconteceu?
-Ai Lill, eu acabei de fazer a maior burrada da minha vida!
-O que foi que você fez? - perguntou Lily num tom mandão.
-Eu disse para o Severo que gostava dele, e perguntei se ele também gostava de mim.
-E o que ele respondeu?
-Tá aí! Ele não respondeu, ficou me olhando com uma cara de bobo, provavelmente espantado, sem saber o que fazer...
-E aí?
-Bem... Aí eu saí correndo feito uma louca sem nem dar chance dele dizer nada, disse para ele esquecer tudo o que eu disse e o deixei sozinho...
-Ah Maureen, você esperava o que? Que ele desmaiasse?
-Eu não sei o que eu estou sentindo Lill, eu não me sinto mais confortável perto do Severo, toda vez que ele chega perto de mim eu sinto um friozinho na barriga, eu me sinto...
-Nua? - disse Lill caindo na risada.
-Mais ou menos assim! - respondeu aflita.- O que eu faço Lill?
-Deixe claro que você ainda espera uma resposta!
-Mas como?
-Diga, “Severo eu ainda espero uma resposta!” simples!
-Simples para você! Eu não tenho essa coragem, nunca vou conseguir chegar no Severo e dizer uma coisa dessas!
-Então eu não sei o que você pode fazer!
-Eu vou é esquecer isso. É loucura, ele não gosta de mim!
-Você não sabe Maureen!
-E nem vou saber, vou esquecer o Severo de uma vez por todas!


“I’ve never felt like this before Eu nunca me senti assim antes
I’m naked around u Eu estou nua perto de você
Does it shows? Dá para ver?
U see right through me Você vê através de mim
and I can’t hide E eu não posso esconder
I’m naked around u Eu estou nua perto de você
and it feels so right” E isso parece tão certo
[Naked-Avril Lavigne]


-Vamos para aula, esfrie a cabeça. - disse Lily guiando Maureen até a sala.
Alguns dias se passaram sem nenhuma emoção. Maureen agora se decidira por não trocar muitas palavras com Severo, e ele sentia isso arder. Não entendia o que estava se passando, já havia dado dicas de que não estava preocupado com a conversa do outro dia (apesar de estar) e dado milhões de chances dela se aproximar dele e puxar algum assunto, não precisamente aquele...
Mas ele percebera que a menina se afastava dele. Quando ele a questionava ela simplesmente dizia que o problema era com ela, nada mais, para ele não se preocupar. Haviam parado com as aulas noturnas e eles agora estavam mais frios do que nunca.
“Ela prometeu não me magoar mais, não entendo o por que dessa distância...” Severo se perguntava sempre que a via.
Maureen sentia que estava ficando sem seu melhor amigo, sem seu grande amor... Por outro lado um amigo muito especial se manifestava.
Sirius se mantinha ao lado de Maureen a todo momento, internamente querendo tomar o lugar de melhor amigo de Severo “Ou algo mais...” pensava ele enquanto olhava os olhos verdes de Maureen.
A menina se divertia tanto, que em pouco tempo, James, Sirius, Lupin e Pedro se tornaram seus amigos inseparáveis. E o interesse de Sirius se revelou, como tinha de ser. Um dia a beira do lago depois de uma piada particularmente engraçada ao vê-la sorrir tão lindamente, ao mirar seus olhos verdes brilhantes, vivos e intensos, não resistiu e disse o que sentia a ela com todas as letras.
-Maureen, eu...
-Fala Sirius... - disse ela parando de gargalhar.
-Eu gosto muito de você.
-De mim e da torcida da Bulgária...
-Não, não eu gosto mesmo de você!
-Tá legal Sirius...
Ele se irritou com aquela desconfiança, segurou o rosto dela com força a fazendo mirar seus olhos furiosamente azuis, agora cintilando desespero.
-Olhe para mim! Parece que eu estou mentindo?
Ela ficou sem palavras, moveu a boca inúmeras vezes, e por fim disse:
-Eu conheço você Sirius! Quando quer conquistar uma garota, põe os olhos pidões, a cara de cachorro abandonado e diz com a voz doce um eu gosto de você, as menininhas já se derretem!
-Mas você é diferente e sabe disso!
Mais uma vez ela ficou sem palavras.
-Quer namorar comigo Maureen?
-Eu ouvi direito? Sirius Black quer namorar? - zombou ela com uma cara marota.
-Não precisa zombar! - Sirius pareceu verdadeiramente ofendido.
-Oh desculpe, eu não quis...
-Você não me respondeu.
Ela mirou a beleza estonteante do rapaz, os olhos loucamente azuis, olhos misteriosos e chamativos. Desejosos. A boca perfeita, os cabelos emoldurando o rosto sem marcas, cabelos negros rebeldes, intensos. Sirius era intenso, insano, uma beleza insana. Mas havia um outro fantasma: Severo.
-Sirius, posso pensar um pouco, acho que é uma decisão e tanto para nós dois não acha?
-Ah claro! - disse Sirius desconcertado, a esperança crescendo em seu coração.
-Lhe direi logo!
-Tudo bem!
-Agora, hmm... Com licença!
-Toda. - ele percebeu que ela se perturbara, isso era um bom sinal.
Ela saiu de lá com um objetivo: encontrar Severo e decidir sua situação. Antes de se juntar a Sirius, precisava saber se o que ela sentia por Severo era platônico ou se era correspondido.
Não precisou procurá-lo muito. Ele estava sentado perto de um arbusto próximo aos dois, provavelmente assistira e ouvira tudo.
-Severo que bom que lhe encontrei! - disse sorrindo.
-Mesmo? - disse secamente - Pensei que estivesse se divertindo!
-Ah, e estava. - disse inocentemente.
-Porque não continuou com seu amigo?
-Ah a conversa ficou tensa! - disse com a voz afetada - Preferi vir aqui conversar com você, sabe botar as fofocas em dia.
-Vejamos, a mais nova será “Melhor amiga de Sirius Black se mostra mais íntima!” hein?
-Severo, não gostei do sarcasmo, além do mais sou sua melhor amiga!
-Ah é desde quando? - disse tremendo de raiva, ela o ignorou por dias, se engraçou para o lado dos “marotos” como se intitulavam, e agora é sua melhor amiga?
-Desde o primeiro ano Severo! Não entendo por que essa raiva toda!
-Pergunte ao Black!
-Ah! Então é ciúmes Severo? Ciúmes do Sirius?
-Então agora ele é o Sirius. - disse com a voz afetada. Algo explodia em seu coração, merecia respostas, merecia explicações, merecia tudo menos ser rebaixado ao melhor amigo ciumento!
-Não estou te entendendo Severo.
-Severo? - sibilou fatalmente, a raiva crescendo em seu peito.
-O que há de errado com você? Sei que você não gosta do Sirius, mas daí a dar esse ataquezinho ridículo?
-Faça o que quiser da sua vida, entenda como quiser, eu não me importo. - mas ele se importava.
-Me diga o que está acontecendo!
-VOCÊ PASSA SEMANAS ME IGNORANDO, DEPOIS DE DIZER QUE GOSTA DE MIM. SABE QUANTO TEMPO EU ESPEREI VOCÊ ME DIZER ISSO?
-Eu... Eu não sabia...
-MAS NÃO SE IMPORTOU EM PERGUNTAR, EM ME DEIXAR TE RESPONDER... TUDO O QUE VOCÊ FEZ FOI SUMIR COM OS GAROTOS MARAVILHA E DEIXAR O SEVERO AQUI DIAS SOZINHO!
-Severo não grite, não é isso... - os olhos da menina marejavam, Severo teve vontade de se espancar, estava fazendo a razão da sua existência sofrer, mas ele tinha tudo isso entalado na garganta há dias não podia vê-la cometer uma injustiça tão grande.
-SE VOCÊ QUISER, NAMORE O BLACK! VÁ EM FRENTE, COMIGO VOCÊ NÃO PRECISA MAIS SE PREOCUPAR, SE ESPERAVA QUE EU APLAUDISSE SUA DECISÃO ESTÁ AQUI! - bateu palmas chamando a atenção de todos que estavam por perto - Não precisa mais se preocupar comigo! Esqueça-me de uma vez por todas! – sussurrou com raiva, deu as costas, e subiu o gramado dos jardins pisando forte. Já dentro do castelo correu o mais que pode até seu quarto. Entrando, viu que o dormitório estava vazio. Deitou-se de barriga para cima na cama e assim permaneceu arfando segurando as lágrimas com firmeza. Depois de algum tempo o quarto já escuro pela noite, ele apontava sua varinha para o teto atirando fagulhas. Permaneceu assim por muito tempo até que fechou os olhos e dormiu.
Maureen não conseguia esquecer a feição de Severo, as palavras grosseiras nos jardins naquela tarde, o pedido para que ela o esquecesse de uma vez por todas, a raiva que emanava dele. Enquanto pensava nisso uma lágrima rolou de seus olhos, de uma coisa ela tinha certeza, ele realmente gostava dela, ou gostou um dia!


“I wanna hear u say the words, please…” “Eu quero ouvi-lo dizer as palavras, por favor...”
[Don’t let me be the last to know - Britney Spears]


Se ela queria ouvi-lo dizer as palavras, bem ele disse!
Nos outros dias ainda tentou falar com ele, argumentar, mas de nada adiantou, ele fez pior do que gritar, a ignorou, a deixou falando sozinha. Ela começou a se irritar com isso, e um dia se viu falando sozinha mais uma vez, mas não deixou por menos.
-Sirius?
-Diga!
-Você ainda... Sabe quer... Me namorar?
-Lógico! - ele se levantou de um súbito.
-Pois bem! Eu aceito!
Sirius só faltou pular de alegria, abraçou-a apertado disse para que quisesse ouvir que não era mais um solteiro incorrigível, beijou-a na frente de todos, inclusive de Severo.
Ela estava feliz, não era uma vingança com Severo! Ela já gostava de Sirius fazia algum tempo, ou pelo menos queria se convencer disso.
O tempo foi passando e com o tempo o amor verdadeiro nasceu no coração dos dois. Sirius cada dia se via mais apaixonado e Maureen era encantada por seu namorado. Estava cada dia mais feliz, mais sorridente, mais radiante.
Severo continuava a ignorá-la, isso doía profundamente, mas não se deixava abater. Ainda tentava sorrir para ele de vez em quando, mas era em vão, ele continuava a agir como se ela não existisse, se tornara também mais amargo e mais frio. Era insuportável tentar conversar com ele.
Os dias se tornaram meses, e os meses anos, dois anos depois, a noite de formatura finalmente tinha chegado. E com ela novas perspectivas.
James e Lily finalmente começaram a sair juntos. Lupin estava vendo um emprego bem confortável, Pedro... Bem, Pedro continuava a não querer nada com nada.
Sirius e Maureen ainda namoravam cada dia mais firme, já não estavam vendo a hora de juntar seus trapinhos.
Todos excitados para esta noite. Todos menos Severo. Não estava esperando essa noite, assim como não esperava mais nada. Não esperava o dia amanhecer, nem a noite chegar. Não esperava um bom emprego, não esperava sair de Hogwarts.
Estava começando a se envolver com Magia Negra poderosa, um homem muito poderoso chamado Voldemort o havia cativado por intermédio de alguns amigos mais velhos da Sonserina. Lúcio Malfoy já tinha se formado faziam quatro anos, um belo dia mandou-lhe uma coruja contando sobre esse tal Voldemort. Achou que não tinha nada a perder e ainda poderia aprender mais artes das trevas, matéria que sempre o fascinou. Esta noite se juntaria a eles, que se auto-intitulavam Comensais da Morte. “Nome idiota!” pensou ele a primeira vez que ouviu.
-Pessoal, – disse Sirius se juntando a pequena turminha - soube de umas fofocas...
-Desde quando você gosta de fofocas Sirius? - disse Maureen arrumando as vestes do namorado.
-Mas essa é muito engraçada! É sobre o Seboso.- a menção do nome fez Maureen titubear, mas ela não podia demonstrar perto de seu namorado.
-Deixem o coitado em paz! - disse Maureen disfarçando o mal-estar.
-Ah eu não fiz nada dessa vez! - disse James olhando Lily que o mirava desconfiada de longe.
-Espero. – disse ela num tom de voz mandão.
-Bem, fiquei sabendo que nosso amigo Severo... – pigarreou alto - ...Vocês sabem... Com a Charllotte... Na beira do lago...
-Mentira! - disse James incrédulo.
-Frank Longbottom me disse! Disse que viu os dois no maior amor... Mas ele parece que deixou ela sozinha depois, na porta do castelo. Será que ele é gay?
-Não importa! - disse Maureen visivelmente perturbada. – vamos entrar no salão. Dumbledore já chamou!
A noite correu divertidamente. Maureen tentou milhões de vezes se aproximar de Severo, estava decididamente raivosa com a fofoca que seu namorado contou. E queria parabenizá-lo por estar se formando. No final da noite conseguiu se aproximar antes dele ir embora.
-Severo?
-Ah você...
-Queria lhe dar meus parabéns. - disse estendendo a mão para que ele apertasse.
Ele mirou as mãos da menina com desgosto. Lúcio Malfoy se aproximou, e cumprimentou Maureen cortesmente.
-Bonita amiga anh... Severo! Temos que ir, nosso compromisso...
-Oh claro! - Lúcio se retirou.
-Quer dizer que depois daqui vai sair vagabundear com seus amiguinhos? - disse Maureen num desgosto profundo, mas logo reavaliou o que disse. Severo não parecia alguém que sairia “vagabundear”.
-E se eu for?
-Bom divertimento! - disse muito secamente - espero que encontre mais uma Charllotte...
Severo virou-se de costas e deixou a menina sozinha mais uma vez.
Maureen foi de encontro a Sirius que a chamava.
Eles passaram longos anos sem se ver...


(N/A:tem uma segunda história, ou seja, essa história não acaba aqui! Espero q gostem dessa minha 1° fic...rtem mtas outras escritas,+ eu preciso da opinião de vocês pra saber se mando o restante ou não!Tbm gostaria de agradecer a Babi- valeu amiga- por betar minha fic q me aguentar!...te adoro mesmo!)


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.