Últimos dias



 


A diretora McGonagall colocou cinzas em muitas áreas do castelo pra espantar os Emboscadores. Os alunos circulavam reclamando do cheiro estranho, mas ninguém sabia do que se tratava.


 


Victorie e Rose se encontraram no Salão Comunal da Grifinória para irem à ala hospitalar.


 


–        Ande mais devagar Rose! Pra que a pressa?


 


–        Escórpio já deve estar me esperando; ele é pontual. McGonagall quer nos ver na sala dela... será que vai nos expulsar?


 


–        Não, mas se prepare ela não vai deixar muita coisa barata!


 


–        Será que vai contar aos nossos pais?


 


–        Que tal esperar para saber? Pode ser que ela agradeça vocês três.


 


–        Duvido.


 


–        Rose...  – Victorie passou o braço pelos ombros da prima – me desculpe.


 


–        Por quê?


 


–        Eu devia estar mais presente, devia ter cuidado mais de vocês...


 


–        É o seu último ano e você tem todo esse problema de ficar longe do Teddy.


 


–        Mesmo assim...


 


–        Tive companhia todo esse tempo.


 


–        É eu percebi. Você pode guardar um segredo?


 


–        Claro.


 


–        Teddy se inscreveu para ser Auror!


 


–        Que legal! Ele vai trabalhar com papai e tio Harry!


 


–        Você sabe que minha mãe quer me mandar para França por um tempo. Resolvi ir para não criar encrenca, mas quando voltar e Teddy já for Auror... vamos nos casar!


 


–        Isso é ótimo!Por que tem que ser segredo?


 


–        Papai ficou muito zangado com a gente por termos nos encontrado em Hogsmeade; ficou horas falando que confiava na gente e tudo mais.


 


–        Vocês não fizeram aquilo?


 


–        Não! Mas ninguém acreditou.


 


–        Adultos sempre pensam o pior. Você vai sentir saudades daqui?


 


–        Está brincando? Eu cresci aqui! Só sinto que não vou poder ver você com tanta freqüência, crescendo e começando a sair com rapazes. Quando isso acontecer quero que me conte tudo!


 


–        Acho que vai demorar. Nenhum menino olhou para mim até agora... só os estranhos.


 


–        Você acha isso mesmo?


 


–        Pergunte a Alvo e a Escórpio.


 


Victorie parou olhando o Salão Comunal; as mesas e os grupos se formando para o café.


 


–        Tem mais uma coisa que quero lhe falar. Se tiver algum problema procure Camile.


 


–        Procurarei.


 


–        Qualquer coisa, está bem?


 


–        Ok.


 


–        Então? Você aceita minhas desculpas?


 


Rose viu Escórpio entrar no Salão Principal e abriu um largo sorriso.


 


–        Talvez... – respondeu a prima.


 


A manha na sala da diretora McGonagall foi agitada. Quando os garotos chegaram os professores Longbottom e Slughorn estavam de saída; Slughorn encarou Alvo de um modo estranho; meio aliviado, mas ao mesmo tempo magoado. Neville pediu que o professor continuasse a caminhar e os garotos perceberam que Slughorn se apoiava no colega. Os dois saíram sem dizer nada.


 


–        Entrem. – mandou o prof. Flitwick abrindo a porta.


 


Nem bem disse bom dia a diretora começou a falar com a voz carregada e testa marcada.


 


–        Como eu disse vocês não terão privilégios em Hogwarts. Não consigo encontrar palavras para descrever os perigos... nem as conseqüências...


 


–        Descobrimos o que andava sumindo com as coisas pelo castelo! – disse Alvo.


 


–        Sr. Potter, o senhor sabe que para chegar a isso quantas regras quebrou, não sabe?


 


–        Nem foram tantas assim... – respondeu Alvo corando.


 


–        O prof. Slughorn admitiu que trocou vários ingredientes de poções e está ciente que poderia causar danos irreparáveis a saúde da monitora da Grifinória.


 


–        Ele poderia matá-la dando aquela água com açúcar...


 


–        Calma Alvo! – pediu Rose.


 


–        Ele achou que ela podia melhorar e a levaríamos para o St. Mungus. – disse Flitwick.


 


–        A senhora não o demitiu... – perguntou Rose


 


–        Apenas adiantei sua aposentadoria.


 


A diretora McGonagall obviamente era contra explicar detalhes de suas decisões aos garotos, mas Flitwick tomou a frente e contou tudo.


 


–        O professor teve um problema com a família Lancey. Algum tempo atrás eles os procuraram para preparar uma poção para uma de suas crianças e Horácio cometeu um erro... ele trocou um ingrediente e a poção se transformou num veneno.


 


–        Eu e meu pai vimos o professor em Hogsmeade com Don Lancey uma vez. Slughorn estava fornecendo ingredientes exclusivos da escola para eles?


 


–        Slughorn estava sendo chantageado pelos Lancey. – disse a diretora.


 


–        E o Neffasto? A senhora vai expulsá-lo não vai? – perguntou Alvo ansioso.


 


A diretora cruzou os braços.


 


–        Não vai... – disse Rose desanimada.


 


–        Horácio Slughorn fez muito pelo mundo da magia, não é justo se retirar da vida pública com um escândalo sobre os ombros.


 


–        Os Lancey estão em vantagem crianças.


 


–        E Camile? – perguntou Alvo. – Ela poderia mesmo ter morrido!


 


–        Estamos tentando descobrir como ela ficou naquele estado.


 


–        Camile estava investigando sobre os Emboscadores, mas não foram eles que a deixaram daquele jeito a senhora sabe disso! – afirmou Rose.


 


–        Ela pode ter sido picada por um inseto naquele dia mais cedo nas estufas. O fato é que ela não se lembra do que estava fazendo no lugar onde a encontraram.


 


–        Alguma coisa aconteceu! – disse Alvo nervosos – Ela não deixaria o... uma mensagem para que pudéssemos encontrá-la se não estivesse correndo perigo! Se não estivesse perto de alguma coisa!


 


–        E as outras coisas que foram roubadas pelos Emboscadores? – perguntou Escórpio.


 


–        Vamos continuar procurando. Encontramos a taça e a estátua; essas criaturas viviam nas sombras do castelo, mas não podem carregar por muito tempo o que pegam. Vamos achar tudo em breve. Vocês tiveram muita sorte! Será que conseguem entender que se não fossemos avisados...


 


–        Os fantasmas nos ajudaram! – disse Alvo.


 


–        Apesar disso eles terão de deixar a escola ainda hoje.


 


–        Deixar a escola?


 


–        Não são fantasmas de Hogwarts.


 


–        O que? – perguntaram os três juntos.


 


–        Muitos fantasmas veem para Hogwarts; sabe-se lá porque... mas se não tem ligação com a escola não podem ficar.


 


–        Goliad foi bibliotecário aqui. – disse Rose.


 


–        Não, não foi. Nunca houve um bibliotecário com esse nome em Hogwarts. Imagino que deve ter dito isso a vocês para ganhar sua simpatia.


 


Os garotos se olharam confusos.


 


–        Enfim, devida a certas circunstâncias não vão cumprir detenção, mas não serão adicionados pontos às suas Casas e não permito uma palavra do que aconteceu aos outros alunos. Podem ir.


 


–        Tenho uma pergunta diretora.


 


–        Pois não Srta. Weasley.


 


–        Por que não contou aos nossos pais que entramos na Floresta Proibida?


 


–        Seus pais já tem muito com o que se preocupar. – respondeu a diretora indicando a porta pra os garotos.


 


Depois do almoço os garotos encontraram com os fantasmas na Sala Particular.


 


–        Por isso tinha medo de Madame Pince vê-los? – perguntou Alvo.


 


–        Não só por isso; eu realmente tenho medo dela. – respondeu Guily.


 


–        Tudo bem Guily; devíamos saber que os fantasmas da escola não podem sair. E se não fossem por vocês não teríamos nossa sala. – disse Rose sorrindo.


 


–        Sem mencionar que acabaram descobertos por nos ajudar. – acrescentou Escórpio.


 


–        O que aconteceu a vocês de verdade? – perguntou Alvo.


 


–        Somos errantes. O Ministério da Magia nos classificou assim; não podemos ficar no lugar onde morremos. Então viemos para cá.


 


–        Você não sabe nada sobre essa sala então? E nem se existem outras pela escola?


 


–        Não Alvo. Nós a encontramos por acaso, mas tentamos encontrar outras e nada. Sentimos muito crianças; chegamos a Hogwarts procurando um lugar tranqüilo não queríamos fazer mal a ninguém. Agora temos de ir.


 


–        Pra onde vocês vão?


 


–        Casa dos Gritos por enquanto.


 


–        Graças a Rose nossos amigos Keith, Mick, Brian e “Mama” Cass estão muito bem! – disse Guily feliz.


 


–         Procurem nossos pais eles podem ajudá-los de alguma forma. – disse Rose com firmeza.


 


–        Os vivos não costumam ligar para assuntos de fantasmas; ainda mais se acham que já resolveram o problema.


 


–        Houve mesmo uma convenção? – perguntou Rose.


 


–        Mais ou menos... – respondeu Goliad. – Agora temos de ir. Obrigado crianças; vocês renovaram minhas esperanças nos vivos.


 


–        De nada. Vocês são demais! – disse Escórpio.


 


–        Guily. Não gostaria de dizer alguma coisa a Alvo? – perguntou Goliad.


 


–        Pra mim?


 


–        Vamos Guily diga ao menino!


 


Alvo ficou olhando o fantasma.


 


–        Quando eu era vivo acreditava que as coisas aconteciam por algum motivo. Não me lembro há quanto tempo vim para Hogwarts, não lembro quanto tempo estou quase morto, mas o fato de vocês estarem aqui e termos nos encontrado Alvo significa alguma coisa.


 


–        Como assim?


 


–        Seu pai prendeu o homem que me matou.


 


–        O Critico?


 


–        Seu pai estava lá também Rose; vocês tinha acabado de nascer pelo que eu soube.


 


Rose procurou a mão do primo e a apertou.


 


–        Se algum dia estiverem em apuros lembrem-se de mim. Você também Escórpio!


 


Surpresos com a noticia os três amigos só voltaram a falar sobre assunto muito tempo depois.


 


A caminho da aula de poções os garotos comentavam sobre onde os Emboscadores poderiam ter escondido os objetos roubados. A idéia de outra sala escondida pelo castelo cheia de objetos roubados voltou à cabeça de Alvo. Uma sala em algum lugar que nem os fantasmas e professores conseguiram achar.


 


–        Quem será que dará aula de poções? – perguntou Escórpio.


 


–        Aposto que é o prof. Kassin! – respondeu Rose.


 


–        Não é não! – disse Escórpio satisfeito.


 


–        Como você sabe?


 


–        Pela cara das meninas na porta da sala. – o garoto respondeu rindo


 


–        Não sendo Binns já tá ótimo! – disse Alvo também rindo da cara de Rose.


 


Quem se preparava para dar aula de poções era a profª Duggan.


 


A aula foi completamente diferente de Slughorn; a professora ia de aluno em aluno orientando como cortar os ingredientes de modo simples e rápido.


 


–        Até que enfim essa aula vai render alguma coisa. – comentou Alvo com Rose.


 


Com os últimos acontecimentos os garotos se esqueceram de seu trato com Cinthia; a garota nem olhava na direção dos três.


 


–        É melhor conversamos com Cinthia. – disse Alvo à prima.


 


–        Eu prefiro assim.


 


–        Fizemos um trato com ela Rose.


 


–        Converse você com ela então.


 


–        Talvez eu peça a Escórpio...


 


Rose deu uma olhada em Escórpio lendo o livro de poções.


 


–        Eu falo... ele está ocupado agora.


 


Se aproximou de Cinthia hesitante.


 


–        Então... – disse tentando puxar conversa.


 


–        Cai fora Weasley. – Cinthia respondeu rispidamente.


 


–        Olhe prometemos ajudá-la e nós vamos! É sério.


 


–        Não precisa mais.


 


–        Você conseguiu se livrar daquela garota?


 


–        Consegui.


 


–        Ótimo! Como você fez?


 


–        Eu contei a ela o que vocês fizeram. Contei sobre os Emboscadores, da escada pegando fogo e dos fantasmas.


 


–        Como você soube? McGonagall disse para não contarmos a ninguém.


 


–        Eu estava lá; eu vi tudo.


 


–        Você estava lá? E não nos ajudou? – perguntaram Alvo e Escórpio que ouviam a conversa das duas garotas disfarçando estarem limpando alguma coisa na pia atrás delas.


 


–        Não! Deus era muito perigoso!


 


–        A tal garota vai contar para a repórter! – exclamou Escórpio.


 


–        Não vai, não. Ela não acreditou em mim! Disse que eu inventei tudo!


 


Os garotos olharam surpresos para Cinthia.


 


–        E de bônus me humilhou mais uma vez. – completou Cinthia com raiva.


 


–        Desculpe por isso. Podemos ajudar você em alguma coisa? – perguntou Alvo com pena.


 


–        Vocês serem expulsos me faria feliz, mas como é o que Saffron quer... podem pegar minhas anotações; as revisões começam ainda essa semana.


 


–        Obrigado, mas conseguiremos nos virar. – disse Alvo olhando para a os amigos.


 


Rose sabia que a garota não ia desistir de pertubá-la, mas talvez fosse seu único passatempo além dos estudos. Acabou se lembrando da conversa que teve com a mãe “dizer que quer ser a melhor e só pensar nisso definitivamente não é a melhor maneira de se fazer amigos”; pra variar ela tinha razão.


 


No decorrer da aula Rose levantou a mão pela primeira vez de livre espontânea vontade. Respondeu várias vezes às perguntas da Srta. Duggan e ganhou vários pontos para sua Casa.


 


Os alunos fizeram uma fila barulhenta para saírem; a professora chamou Rose.


 


–        Finalmente perdeu o medo de ser inteligente.


 


–        A senhora vai continuar dando aulas de poções?


 


–        Até o final do ano letivo sim.


 


–        Precisa de uma assistente? Tenho algumas noites livres.


 


–        No momento não, mas parece que McGonagall vai desistir de escolher assistentes do primeiro ano. O que é uma pena porque precisarei de muita ajuda ano que vem...


 


–        Legal!


 


–        Ansiosa para as férias?


 


–        Um pouco. É meu aniversário nas férias. Vou fazer doze anos!


 


–        Doze anos é uma idade muito importante para uma bruxa. Logo deixará alguns interesses de lado Rose e começará a se preparar para encarar quem realmente é. – disse a Srta. Duggan.


 


–        Rose! Vamos ver Grope. – chamou Alvo.


 


–        Quem eu sou?


 


–        Uma bruxa.


 


–        Sei que sou uma bruxa!


 


–        Mas não sabe ainda o que pode fazer...


 


–        Rose! – Alvo tornou a chamar


 


–        De lembranças a Grope por mim! – disse a professora.


 


–        Darei... obrigada...


 


Entre as revisões e as visitas a Grope, que se recuperava muito bem, o tempo foi passando e os dias foram esquentando.


 


A escola ficou mais silenciosa e quase ninguém corria pelos corredores quando Filch virava às costas. Os garotos encontraram com Camile, Tiago e Victorie no Salão Principal jantando. A garota confirmou que não se lembrava de nada do que havia lhe acontecido.


 


–        Nem sei como fui parar naquela escada e nem se o livro era meu.


 


–        Pelo menos não se lembra de ter visto meu irmão quase pelado brigando com os professores.


 


Alvo ficou muito vermelho e Victorie deu um tapa na cabeça de Tiago.


 


–        Enfim, – disse Camile ignorando Tiago ainda rindo – tenho muito que estudar e nem sei por onde começar.


 


–        Também já vou. – disse Tiago se pondo de pé.


 


–        Vai estudar também? – perguntou Rose.


 


–        Não! – respondeu Tiago seguindo Camile.


 


–        Ele vai sim – disse Victorie rindo – só não quer que os outros saibam. E você Escórpio acha que vai se sair bem nas provas?


 


–        Acho que sim. – respondeu surpreso. – Rose organizou nossas revisões.


 


–        Ela tem um talento natural pra isso. – disse Victorie seguindo também para a Torre da Grifinória.


 


–        Impressão minha ou Victorie passou a ser mais simpática com você Escórpio? – perguntou Alvo.


 


–        É, ela tem sido legal comigo. – respondeu Escórpio olhando desconfiado para Rose.


 


–        Ela não seria se realmente não gostasse de você! – Rose disse depressa.


 


–        Ela gosta de mim?


 


Rose fechou a cara; depois de um tempo saiu em direção à Torre da Grifinória sem dizer mais nada.


 


–        Lembra que eu disse que você tinha jeito com garotas Escórpio?


 


–        Sim... – respondeu Escórpio olhando Rose parar pra conversar com Marc Dublin.


 


–        Me enganei! Você é tão burro quanto eu!


 


A semana de provas foi tão corrida que os garotos nem perceberam que o ano letivo estava realmente perto de terminar.


 


–        É legal olhar para a prova e saber as respostas; todo esse esforço valeu a pena! – disse Alvo aos amigos depois do exame de História da Magia.


 


–        Mais alguns dias e estaremos livres para ficar no jardim e depois irmos pra casa. Verão! Nadar, comer e jogar quadribol! Você vai gostar da casa dos nossos avós Escórpio!


 


Escórpio não pareceu animado.


 


–        O que foi? Seu pai não deixou você ir?


 


–        Recebi uma coruja hoje de manha; papai disse que minha mãe tem trabalho a fazer no verão e vamos ficar em casa.


 


–        Mas você não pode nem nos fazer uma visita? De um dia?


 


–        Desculpe Rose, mas quem sabe nos encontramos no Beco Diagonal na loja dos seus tios.


 


–        E temos nosso aniversário – disse Alvo tentando animar a prima – fazemos doze anos os três na mesma semana!


 


–        É pode ser. Bom falta Herbologia... – disse Rose tomando a frente dos meninos.


 


–        Ela ficou brava. Queria mesmo ir Alvo é sério! – disse Escórpio.


 


–        Também queria que você fosse, mas se não pode... não pode.


 


–        Queria mesmo ir...


 


–        É o meu melhor amigo sabe disso não é Escórpio?


 


–        Obrigado... Potter!


 


–        De nada... Malfoy!


 


Os dois caíram na risada correndo para fazerem a prova de Herbologia; o professor Longbottom parecia distraído, desconectado com o que acontecia na estufa.


 


–        Ele não parece bem. – disse Rose observando Neville.


 


–        Talvez ele tenha que cumprir uma detenção também ou algo assim por ter desobedecido McGonagall e não ter se livrado das tais flores. – respondeu Escórpio.


 


–        Mas as pétalas salvaram a vida de Camile, ela deveria levar isso em consideração.


 


Os garotos limparam as mãos de terra e foram para a Sala Particular onde passaram todas as noites seguintes até o banquete de encerramento do ano letivo.


 


Corvinal ganhara o torneio de Quadribol e a Taça das Casas. Assim que terminaram de comer os alunos foram orientados a arrumarem suas malas para a partida no dia seguinte.


 


Antes de ir para dormitório Alvo deu uma passada pela Sala de Troféus. A diretora McGonagall o encontrou admirando a taça da Grifinória. Alvo viu o nome do pai gravado com a bela letra de Alvo Dumbledore.


 


–        É uma das mais bonitas. – disse a diretora com a voz tranqüila.


 


–        É sim. Meu pai contou sobre esse dia! Primeiro Dumbledore disse o nome de tio Rony, depois tia Hermione e o dele. Ah, sim e do professor Longbottom.


 


–        Foi um ano marcante para todos nós. – disse McGonagall ajeitando os óculos e olhando a taça.


 


Alvo esperou que a diretora dissesse o que era interessante, mas ela apenas lhe desejou um bom verão e se retirou. No corredor encontrou Rose muito feliz e achou que o pai de Escórpio tivesse mudado de idéia, mas a garota trazia na mão o broche em forma de rosa.


 


–        Apareceu em cima da minha cama!


 


–        Então os Emboscadores não pegaram? – perguntou Alvo sem entender.


 


–        Talvez algum elfo tenha achado sei lá.


 


–        Então use!


 


–        Vou usar. Tio Jorge transfigurou uma bola de natal para mamãe achar que eu estava usando. Agora não o tirarei nunca mais! Acabei de falar com Escórpio e ele está todo contente! Neffasto não é mais monitor da Sonserina!


 


–        Finalmente alguma justiça. – disse Alvo feliz.


 


Na sala dos professores a profª Duggan comemorava sua indicação para ser diretora da Lufa-Lufa e era cumprimentada por Neville.


 


–        Parabéns você merece!


 


–        O que foi Neville? Você está assim já faz dias! Dê um sorriso pelo menos por mim.


 


–        Vou tentar.


 


–        Sei que está chateado com o que McGonagall disse, mas pra mim você foi um herói.


 


–        Você me convenceu a não me livrar das flores.


 


–        Você podia ter dito isso a ela!


 


–        Não faria diferença! Eu tentei fazer uma coisa boa por essa escola! Passei as férias... pesquisando... 


 


–        Posso lhe garantir que essas férias serão bem melhores! – disse a professora passando as mãos de Neville sobre sua cintura.


 


–        Passei a vida nessa escola!


 


–        Você não pensa em sair daqui? Pensa?


 


–        Não sei!


 


–        Neville eu preciso de você aqui! Hogwarts sempre ajuda os que dela precisam, lembra? Se você não ficar eu também não fico!


 


–        O que? Você queria ser diretora da sua Casa! Não pode jogar isso fora por...


 


–        Por você? Eu faria qualquer coisa por você Neville.


 


Kassin bateu na porta.


 


–        Vamos comemorar o final do ano letivo em Hogsmeade? Você paga Elizabeth! Seu livro sobre aquela coisa feia vai vender aos montes!


 


–        Ah, claro que vou gastar meus preciosos galeões pra você se embebedar Kassin.


 


–        Você é adorável Elizabeth! – disse Kassin segurando a porta para os amigos passarem – Você também Neville, você fica lindo carrancudo desse jeito.


 


–        Cala a boca Kassin! – respondeu Neville mal humorado.


 


–        Kassin não vai se despedir de suas assistentes? – perguntou Elizabeth.


 


–        Deixei um cartão desejando boas férias e dez pontos para Grifinória...


 


–        Kassin seu insensível! Essas garotas são loucas por você! Se despeça como se deve!


 


–        Não vou me despedir de Rose Weasley se é o que está pensando; ela desistiu de ser minha assistente de novo.


 


–        Vá se despedir das garotas! Você nunca teve um amor platônico?


 


–        Elizabeth...


 


–        Você teve! – disse Neville melhorando de humor. – Ora quem diria!


 


–        se despedir das garotas Kassin!


 



Na saída dos alunos para embarcar no trem; o professor falou com Cinthia, mas quando viu Hagrid brincando com Rose, Alvo e Escórpio; hesitou em se aproximar.


 


–        Cuide de Bernard para nós Hagrid. – disse Alvo.


 


–        Pode deixar; quando vocês estiverem de volta ele já estará forte o bastante para levá-los para um passeio!


 


Já estavam embarcando quando Rose ouviu o professor chamá-la.


 


–        Professor! – disse surpresa ao vê-lo ali.


 


–        Desculpe não ter me despedido antes. – disse Kassin aos três. – Não sei se alguém disse a vocês, mas foram muito corajosos o ano todo.


 


–        Tivemos ajuda, muita ajuda e segundo a diretora muita sorte. – respondeu Rose.


 


–        Não estou falando dos Emboscadores, Thuru ou de como escaparam de ser pegos aprontando por ai. Estou falando que continuaram juntos e terminam com boas notas. Parabéns!


 


–        Obrigado! – disseram Alvo e Escórpio juntos; contentes, mas Rose não se conteve e abraçou Kassin pela cintura.


 


Hagrid bateu nas costas Kassin. Alvo reparou que Kassin nem chegou a cambalear e o garoto já ouvira o pai contar que muita gente já tinha ido parar no St. Mungus por causa disso.


 


–        Boa viagem e mandem lembranças aos seus pais! – disse Hagrid quando o trem começou a se afastar.


 


–        Nos acompanha numa bebedeira Hagrid?  Elizabeth prometeu uma rodada de uísque de fogo para nós.


 


–        Mesmo?


 


–        Claro! Ela nos adora.


 


Na cabine Alvo observava a paisagem.


 


–        Tenho certeza que os Emboscadores devem ter ido para Floresta Proibida.


 


–        Deixe-os por lá Alvo. – disse Escórpio pegando as peças de xadrez.


 


Já na estação King Gross na saída dos alunos Rose e Escórpio se despediram de Camile.


 


–        Até setembro Alvo. E obrigada mais uma vez.


 


–        Por acaso eu posso te escrever? – o garoto perguntou timidamente.


 


–        Claro. Tiago me falou do seu aniversário. Espere uma coruja minha. – disse o beijando no rosto. Alvo sentiu vontade de pular e comemorar como se acabasse de vencer um jogo muito difícil.


 


Hugo e Lily os localizaram.


 


–        Oi Vampiro! – disse Hugo.


 


–        Oi. – respondeu Escórpio rindo apesar da cara feia de Rose para o irmão.


 


–        Está é minha irmãzinha. – Alvo apresentou.


 


–        Olá! – disse Lily abrindo um sorriso para Escórpio e Rose.


 


–        Advinha Rose! Conheci vampiras de verdade.


 


–        Claro que conheceu Hugo...


 


–        É sério!


 


Alvo apertou a mão de Escórpio.


 


–        Vamos indo? – disse para Hugo e a irmã.


 


–        Eu quero ficar! – disse Lily rindo para Rose.


 


–        Não, não quer! – respondeu Alvo puxando a irmã pela mão. – Você também Hugo! Vamos!


 


–        Mas eu quero! – protestava a menina.


 


–        Até Vampiro! – disse Hugo também estendendo a mão a Escórpio.


 


–        Vou mandá-lo parar de te chamar de vampiro!


 


–        Tudo bem. Rose... tenho uma coisa pra você.


 


–        Pra mim?


 


–        Achei que você ia ficar muito triste senão achasse seu broche; ainda bem que achou, mas mesmo assim eu queria dar uma coisa pra você.


 


Escórpio abriu a mão de Rose entregou um saquinho que a garota abriu curiosa.


 


–        São suas peças de xadrez!


 


–        Não! São suas peças de xadrez! Elas só obedecem você.


 


–        Mas seu pai te deu de presente! Não posso aceitá-las! – disse Rose abrindo a mão de Escórpio e colocando o saquinho de volta.


 


–        Eu insisto! Quando jogar xadrez nas férias você pode até se lembrar de mim...


 


Rose desejou que Escórpio tivesse lhe entregue o presente quando ainda estavam na cabine. Ali na plataforma lotada não conseguia pensar em nada para dizer.


 


Escórpio avistou o pai acenando para ele.


 


–        Me escreve? – perguntou Rose antes do garoto se afastar.


 


–        Assim que chegar! – ele respondeu.


 


Rose alcançou o irmão.


 


–        Você é o melhor irmão do mundo sabia disso?


 


–        Sou seu único irmão então não vale. Não me abrace! Não igual a mamãe faz na frente de todo mundo!


 


As crianças foram espremidas com os pais no carro de Harry porque Rony se recusou a buscá-los no carro novo porque parecia que ia chover. Tiago, Alvo e Rose sentaram juntos no banco de trás. Tiago contou a eles que havia mandando o Mapa do Maroto para Teddy.


 


–        Talvez ele consiga consertar ou simplesmente o guarde de lembrança.


 


–        Papai vai ficar feliz de você ter feito isso. – disse Alvo.


 


–        Acho que sei onde papai guarda a capa da invisibilidade.


 


–        Você acha que depois que ele descobriu que você pegou o mapa iria deixar a capa dando sopa?


 


–        Não é claro que não, mas vai ser divertido tentar descobrir...


 


Rose estava com a cabeça encostada no vidro perdida em pensamentos; depois de meses na companhia de Escórpio não o veria mais todos os dias por muito tempo. Lily ficou de joelhos no banco da frente.


 


–        Vamos para Itália nesse verão!


 


–        Fazer o que lá? – Alvo perguntou.


 


–        Coisa do trabalho do papai! Vamos todos juntos!


 


Rose comemorou a noticia com os primos e o irmão. Por mais longas que as férias longe de Escórpio pudessem ser ainda assim eram férias.

...


n/a: Obrigada a todos que seguiram a fic. Breve a continuação!
Beijos a todos!

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