Ciúmes
Estava chovendo, como era de se esperar. Da minha janela, eu observava o jardim e alguns alunos tomavam banho de chuva. Era divertido vê-los pulando e pisando nas poças d'água. Suspirei, todos se divertindo e eu aqui na maior depressão. James e eu tínhamos brigado, tudo por causa de ciúmes. Ciúmes ! Incrível como depois de tanto tempo juntos, ele ainda sinta ciúmes de mim.
Já se passara 2 dias, e ele não veio pedir desculpas ou dizer que estava arrependido. Pelo ao contrário, ele apenas me ignora e nem se quer me olha. Quem deveria fazer isso era eu e não ele ! Marlene disse que era melhor eu relaxar e tentar esquecer um pouco o James. Mas como se esquece uma pessoa que simplesmente alegra seu dia ?
Me joguei na cama, tentando por um momento esquecer o que estava acontecendo. No decorrer do ano tinha acontecido tantas coisas boas, que as coisas ruins eram esquecidas rapidamente. Eu sabia que o meu relacionamento com James ia ser complicado, que todas as garotas do colégio desejavam me matar e que as nossas diferenças trariam problemas. Só não achei que ele fosse ciumento. Tá, eu sabia sim. Mas não imaginava que fosse tanto, á ponto de desconfiar do própio amigo. Tantas juras de amor, tantos beijos, tantas carícias... E ele ainda duvida do meu amor.
Começei a me sentir asfixiada naquele quarto e resolvi ir dar uma volta. Fiquei caminhando sem rumo, apenas pensando em tudo e em todos. Nem percebi que tinha andado demais e me sentei em um banco de madeira. Não me importei nem um pouco com a chuva caindo sob a minha cabeça. Uma gripe seria uma ótima desculpa para não ter que levantar da cama. Mas pensando bem, tomar uma poção não é algo gostoso. Bufei e levantei. Quando ia começar a caminhar, acabei esbarrando em alguém.
_ Lílian ? - senti um aperto no coração ao ouvir aquela voz.
_ Desculpa, eu não te vi. - falei baixinho, tentando evitar seu olhar. _ Eu vou indo. - dei um passo pra trás, mas senti sua mão segurando meu braço.
_ Precisamos conversar. - me virei e ele me encarava com um olhar triste. Só que ele estava diferente. Debaixo de seus olhos possuía uma cor arroxeada, como se não tivesse dormido à semanas.
_ O que houve ? - dei um passo a frente e se não fosse pelo meu orgulho, eu teria tocado seu rosto.
_ Nada, só não tenho dormido direito. - mordi meu lábio inferior e pude prever que ele daria um pequeno sorriso. Essa mania idiota sempre me entregava quando estava nervosa. _ Ainda fica nervosa quando esta perto de mim ? - um pequeno sorriso se formou no canto de sua boca.
_ Se era sobre isso que queria conversar, eu vou ir embora. - me virei, mas novamente ele me segurou.
_ Não, não era sobre isso. - ele abaixou a cabeça e largou meu braço. _ Quero conversar sobre nós dois.
_ Hm... - fitei os meus pés, esperando que ele falasse algo.
_ Primeiro, eu quero te pedir desculpas. Sei que não é o sufciente, mas eu precisava me desculpar. Segundo, eu quero te explicar porque eu sou tão ciumento. - esperei ele continuar, ainda fitando meus pés. _ Olha pra mim. - não obedeci, e seu dedo indicador levantou delicadamente meu queixo.
_ James.... - minha voz suplicava.
_ Eu sou tão ciumento, que chega ser crueldade eu brigar com você por causa do Remus. Eu fico mau-humorado quando você diz que gosta de liberdade e me faz pensar que você prefere estar solteira, do que comigo. - eu ia protestar, mas ele fez um sinal negativo. _ De certa forma, eu sei que não é verdade, mas isso não deixa de me magoar e acabar brigando com você.
_ James, você sabe muito bem que eu nunca brincaria com você.
_ Eu sei, mas demorei a perceber. Esses 2 dias longe de você, te ignorando, me fez parar pra pensar e ver que você estaria feliz comigo longe, mas sempre que eu encontrava seu olhar, ele era de tristeza. - a chuva tinha aumentado e nem percebi o barulho dos trovões. _ Me senti péssimo por isso. Os marotos sempre tentavam me animar e me aconselhavam a ir falar com você. Só que alguma coisa dentro de mim dizia que não era o momento certo, que eu tinha que pensar e acho que você também.
_ É, eu pensei bastante sobre tudo, principalmente sobre nós. E eu não queria que acabasse daquela forma. - abaixei a cabeça e lágrimas já rolavam sobre meu rosto. Graças a chuva, ele não me verá chorando.
_ Eu não quero que acabe de nenhuma forma, Lily. - levantei a cabeça, tentando inutilmente conter o choro. Mordi meu lábio inferior, escondendo o sorriso gigante que queria sair. Ele sorriu e me puxou para um abraço. _ Acho melhor entrarmos ! - ele sussurou no meu ouvido.
_ Porque ? Tá tão bom aqui. - fiz dengo e ele riu, me abraçando mais forte.
_ Acho que você não ouviu os trovões. - arregalei os olhos e o soltei.
_ Vamos entrar, James. Por favor. - apertei as mãos e ele me abraçou pela cintura. Andamos rapidamente e ele me levou para uma sala meio escura. _ Senta aqui, amor. - eu sorri e sentei em seu colo. _ Eu te amo e vou sempre te proteger dos trovões.
_ Eu sei que vai. Eu também te amo ! - e nos beijamos apaixonadamente.
Os ciúmes de James as vezes eram bons, sabe porque ? Porque as reconciliações eram maravilhosas.
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