único.



Capítulo Único






Noah acordou extasiado naquela manhã de fevereiro. A professora prometera ter uma coisa especial preparada para ele fazer naquele dia. Precisaria de um um bom presente de Valentine's day. Com seis anos, a única pessoa que podia contar, era a mãe. E ela era mesmo sua melhor amiga.


Convivia com o pai de sexta a segunda, até a hora do almoço, quando a mãe o buscava na escola. Até onde sabia, quando a mãe engravidara, Sirius Black a propusera em casamento, mas ela se negara a casar com ele.


Particularmente, Noah achava que Lene cuidava dele muito bem. Um emprego como redatora de um jornal lhe permitia ter uma vida confortável. Além de desenvolver esse relacionamento inigualável de necessidade, e amizade, para com a mãe.


Para o azar de Marlene Mckinnon, Noah herdava os cabelos encaracolados e negros do pai, juntamente com os olhos verdes, que fizeram-na se apaixonar por Sirius, tantos anos antes.


Marlene acordou logo depois do filho, e foi direto se encaminhando para a cozinha, quando encontrou Noah assistindo TV na sala, com uma tigela de cereal com leite.


- Mamãe! - ele se levantou com um salto, e quase se esqueceu de por a tigela de lado.


- Bom dia filho. - Ela o pegou e deu um giro de 360° graus com ele no colo, bateu o nariz, naquele pequeno nariz de Sirius Black, sorrindo e imaginando, se em algum lugar no mundo, haveriam duas pessoas tão parecidas como Noah e Sirius. Para ela, era como ter que encarar Sirius todos os dias, ver aquela pequena matriz e lembrar tudo o que ela representava. E céus, como amava aquele pedacinho de gente.








                                              See this heart? Won't settle down


                                             (Vê este coração? Não vai se acalmar)




- Feliz Valentine's day, mamãe.


- Feliz Valentine's day, filhote - Ela sorriu, e deu-lhe um beijo na bochecha.


- Mamãe, você vai ser meu Valentin especial?


- Claro filhote, pelo tempo que você quiser.




Ela o colocou no chão e completou:




- Termine sua tigela de cereal, tire seu pijama de astronauta e coloque o uniforme da escola está  bem?


- Tudo certo mamãe. Mamãe, o papai vai me levar á escola hoje, né?


- Vai sim filho. Por falar nisso, eu vou tomar banho antes que ele chegue.




                           Keep it sweet. Keep it slow. Let the future pass. And don't let go.


                 (Mantenha suave, mantenha tranqüilo deixe o futuro passar, e não deixe para lá)






Marlene aproveitou que o filho estava tomando café da manhã e foi tomar banho. Mal desligara o chuveiro e a campainha soou. Sabia que era Sirius porque ninguém bateria à porta de alguma pessoa às oito da manhã em pleno dia de São Valentin, no qual a cidade virava um tumulto.




- Noah! Pergunte quem é, e se for seu pai abra a porta! SE NÃO FOR, NÃO ABRA.


Ela colocou um roupão e esperou ouvir a voz de Sirius, mas só ouviu o silêncio.


Pegou uma escova e começou a escovar os cabelos molhados.




- Noah? - chamou, mas sua voz se perdeu no silêncio.


Marlene correu para a sala, temendo que algo tivesse acontecido com seu filho, mas o encontrou com um enorme buquê de tulipas roxas.




- Noah, o que é isso!?


- São as flores que você mais gosta. - respondeu ele simplesmente, sumindo atrás do buquê.


- Mas... - A mente de Marlene rodou, rodou, e ela teve que se sentar na poltrona, abandonando a escova de cabelos que já pendia de suas mãos.


- Tem um cartão mamãe. -  Os olhos verdes brilhavam  - Leia.




Ele cobriu a distância entre os dois num minuto, entregando a ela o cartão. Quem, - além de Sirius Black, que jamais poderia ter pensado em fazer dela seu valentin especial - quem em um milhão de anos poderia saber que aquelas eram, não as suas favoritas, mas as únicas flores de que gostava. Quem em 26 anos poderia saber daquilo?


Ela pegou o cartão quase trêmula e, depois de ler quatro vezes para si, leu para o filho, na esperança de que ele como seu melhor amigo, pudesse esclarecer o que estava acontecendo. Numa situação extrema de nervosismo, mal se lembrou de que aquele ser de menos de um metro de altura, tinha apenas seis anos, e não podia saber o que estava acontecendo.




"Á única a quem eu poderia mandar um presente como esse, num dia tão especial,




                                                                    Be my valentine Lene.




                                                                    Be my valentine once again."






          And I can see this's unravelling your love is where I'm falling but please don't catch me


     (E eu posso ver isso se desdobrando seu amor é onde eu estou caindo mas por favor, não me segure)




Nenhuma caligrafia caprichada que ela fosse capaz de reconhecer.


Lutou, lutou, mas não foi capaz de conter aquele pensamento; "Sirius, só pode ter sido o Sirius".




- Você acha que foi o seu pai Noah?


- Eu lhe disse que o papai gostava de você! - Noah puxava a blusa da mãe, e não cabendo dentro de si se limitou a pular de um lado para outro. - eu sabia que ele gostava. Eu sabia.




Marlene respirou fundo e procurou se acalmar.




- Filho, ouça  o que a mamãe diz. - Ela pegou o pequeno rosto e o colocou entre as duas mãos, igualou a altura dos dois, para que pudesse ter os olhos no alinhamento dos olhos dele - Eu não sei quem mandou todas essas flores, mas uma parte bem grande de mim se recusa a acreditar que foi sei pai. Filhote, não espere que a mamãe volte a namorar o seu pai mais uma vez. Eu sei que as coisas nem sempre são fáceis para você, e eu peço desculpas a você por isso. Mas é que na vida das pessoas grandes, as coisas são mais complicadas do que no mundo das pessoas pequenas, eu sei que quando você for grande vai entender o que a mamãe está falando. Mas eu não quero que você se iluda. Tudo bem?




Even though you're far from suffocating me I can't set my hopes too high cause every hello ends with a goodbye


(Mesmo você estando longe de me sufocar eu não posso criar muitas esperanças porque todo olá termina com um adeus)




- Tudo certo mamãe. Eu entendi. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.


O problema, pensou Lene, de tratar crianças como adultos é que algumas delas acabam cuidando de você.


Ela deu um beijo estalado naquela bochecha rosada e mal o carregara até o quarto, a campainha já estava tocando de novo.




- Chega de TV, vá trocar de roupa filho, agora deve mesmo ser seu pai.


Ela voltou à sala, e abriu a porta, se esquecendo que estava de roupão.


Por quê diabos todas as vezes que via aquele homem, ele estava mais bonito?


Se fosse de calção, era bonito. De jeans gasto era bonito. E agora, mesmo de terno, ainda era bonito.


Balançou a cabeça discretamente, na esperança de quê esses pensamentos parassem de atormentá-la.




- Boa dia, Sirius, entre. - ela disse sorrindo.


- Dia Marlene.


Ele entrou e sorriu ao contemplar aquele apartamento que conhecia tão bem. Um pequeno espaço como hall de entrada, uma sala conjugada à cozinha, separadas por um balcão. Sofá azul royal, poltronas bejes, um abajur na mesinha de centro entre os sofás, e a TV. Um aparador de fotos ao lado da porta, onde se podia acompanhar cenas diversificadas desde o nascimento de Noah até a idade que tinha agora. Sirius se divertia olhando aquelas fotos, todas as vezes que ia ao apartamento de Marlene, pois a cada vez gostava de verificar se a foto dos dois ainda estava lá. Sempre estava. No meio de todas as fotos de Noah, estava Marlene nos braços de Sirius. Uma foto de 6 anos atrás. Deitados embaixo de uma árvore, Sirius e Marlene.


Ele quase pôde sentir uma borboleta no estômago, só de pensar naquele dia, mas preferiu voltar á realidade e disse:




- Lene, são oito da manhã, por quê você está de roupão?


Ela ficou vermelha. Esquecera-se de verdade que estava apenas de roupão.




- Eu, é que...


- Tudo bem, vá trocar de roupa que eu levo você ao jornal à caminho da escola de Noah. Onde está aquele pequeno por falar nisso? NOAH. - ele chamou em voz bem mais alta, que na opinião de Lene, não deixava de ser forte, máscula.




Noah veio correndo pelo corredor que levava ao quarto dele, ao banheiro e ao quarto da mãe.




- Bom dia papai.




Sirius agachou para dar um abraço em Noah, que já estava com o uniforme da escola. Marlene permaneceu onde estava. Observando os dois, não pode deixar de sorrir. Eram a copia exata um do outro, como se pegasse Sirius e reduzisse seu tamanho.


Sirius se levantou com Noah no colo, e deu uma olhada para Marlene.




- Você não devia estar vestindo roupa mulher?


- Anh, eu... é, devia.


Ela foi para o quarto, e enquanto ela saia Sirius se perguntou se tirar aquele roupão ainda seria a mesma sensação que fora um dia. Mas ao ver aqueles cabelos pretos molhados, pendendo sobre os ombros dela, da maneira que estavam, ele entendeu que tudo seria exatamente igual.




- E aí filhão, tudo certo para hoje?


- Tudo certo pai.


- Ela estava tomando banho quando o entregador chegou?


- Pontualmente. - respondeu Noah com um sorriso de orelha a orelha.


- Você é demais filhão.


- Papai? - Perguntou Noah, numa voz insegura que ele nunca usava.


- Sim?


- Vai dar tudo certo né? Quer dizer, entre você e a mamãe?




Sirius olhou dentro dos olhos verdes do filho, e viu lá dentro o medo de ver a mãe sofrendo.


Dentre todas as coisas que admirava em Marlene, a criação que estava dando a Noah era a principal.


Sirius ajudava Marlene financeiramente, mas sabia que ela podia sustentá-los muito bem sozinha. E a maneira como lidava com Noah era cuidadosa, profunda, gentil, amigável, confiável. Ela sabia bem como demonstrar todos os sentimentos que Noah precisaria ao longo da vida. Conquistava o amor daquela criança com uma facilidade que Sirius jamais seria capaz de equiparar.




- Sim filho. Vai dar tudo certo.


-Feliz dia de São Valentin papai.


- Feliz dia de São Valentin filho. - Sirius colocou Noah no chão e disse a ele para esperar na sala, enquanto ia ao quarto ver se Marlene ainda iria demorar. Noah deitou no sofá e Sirius abriu a porta do quarto que poderia achar até no escuro. Marlene estava com uma saia alta, mas apenas de sutiã na parte de cima. Não percebeu que Sirius estava lá, e ele, como a pessoa que estava muito bem obrigado, acostumado a ser ficou por lá olhando-a.




Ela se virou para abrir a porta do guarda roupa, e o viu ali.


- SIRIUS, - ela tentou acertar um travesseiro nele, mas errou - há quanto tempo está aí?


- Eu cheguei agora - defendeu-se ele - acalme-se, só vim ver se você ia demorar.


- Não, - respondeu ela amarga - só não estou achando aquela blusa branca que eu sempre uso com essa saia.  Além disso, você podia ter se anunciado.


- Eu te ajudo a procurar. - respondeu ele, procurando qualquer desculpa para ficar com ela mais um pouco - como se houvesse alguma coisa nesse corpo que eu já não conhecesse. - disse por fim, sem conter o sorriso.




Like a child running scared from a clown I'm terrified of what you'll do, my stomach screams just when I look at you.


(Como uma criança correndo com medo de um palhaço eu tenho medo do que você vai fazer, meu estômago grita só de olhar para você) 




Ela não disse nada, apenas se virou para olhar dentro do guarda-roupa novamente.


Ele entrou no banheiro que havia no quarto dela e encontrou a blusa pendurada no porta-toalhas.




- Marlene, - chamou ele - a sua blusa, agora vamos.


Ela terminou de se vestir, enquanto ele pegava Noah e ia para o carro.


Quando Marlene finalmente desceu, Sirius viu o quanto fora burro de ficar sem ela por tanto tempo. Ela sabia como ficar bonita tão pouco tempo. E tinha um ar simples, mas sedutor.


Eles deixaram Noah na escola, que não parava de falar sobre o cartão de Valentine's day que a professora ia providenciar a ele. Se despediu do pai com uma piscadela discreta, e da mãe com um beijo.




- Você quer tomar um café antes de ir pra redação?


- Eu... - "O que ele acha que está fazendo? Noah não podia estar falando sério quando disse o que disse nesta manhã. Ah Sirius, o que você está pretendendo?" - Não realmente o tipo de coisa que devíamos fazer, não é mesmo Sirius?




                  So now you see why I'm scared I can't open up my heart without a care


(Então agora você vê por que eu estou assustada eu não posso abrir meu coração sem cuidado)






- Qual é Lene, um café poxa. E eu não vou aceitar um ‘não’ como resposta.


- Não devia mesmo Sirius, sinto muito. Por favor, me leve para a redação. Valentine's day é uma loucura, você sabe como aquele jornal vai estar hoje.


- Tudo bem. Eu levo você.




O caminho pro jornal foi silencioso, tenso.


Marlene ligou o rádio, e a música while my guitar gently weeps, da banda Santana, tocava no rádio.




- Vou pegar Noah na casa da Senhora Peets hoje, tudo bem? - perguntou ela, sexta feira era o dia dele.


- Mas, hoje é o meu dia. - ele respondeu sério, mas sorrindo por dentro.


- Mas é dia de São Valentin, eu quero passar a noite de São Valentin com ele.


- Mas Marlene, e o fim de semana?


- Bem, você pode ir pegá-lo ás onze se quiser, ele não vai se importar por que provavelmente vai estar dormindo. Você vai ficar com ele o dia todo amanhã.


- Mas eu tive todo um trabalho para planejar o dia de hoje para nós. - o que é claro, não era nenhuma mentira, ela só não percebeu do que ele estava falando.


- Por favor, Sirius.


- Tudo bem Lene, tudo bem.


- OBRIGAAADA! - Ela se virou subitamente para dar um beijo na bochecha dele, que percebeu, mas acabou virando 'sem querer', no que ela deu um beijo na boca dele. - sinto muito.


- Um café você não toma, mas me beijar, você beija. Como você é difícil Marlene Mckinnon.




Ela não pode deixar de sorrir.




- Existem coisas que o tempo não muda  Black.


Ela saiu do carro e ele foi para laboratório no qual era chefe. Vida de bioquímico não é fácil.






Já eram sete da noite, e os telefones não paravam de tocar, sem contar nas flores que não paravam de chegar. Marlene olhou no relógio de pulso que Lílian lhe dera há tantos anos atrás, mais uma lembrança de bons tempos que possuía. Constatou que já estava na hora de ir embora. Desviou os pensamentos do buquê de tulipas misterioso que a esperava em casa, pegou a bolsa e saiu para a rua. Ser redatora de um jornal, normalmente te dá benefícios, como por exemplo, poder comprar um bom carro. Mas ela se preocupava muito com o meio ambiente, e preferia usar o transporte público, a produzir toneladas e mais toneladas de CO². Além do que, gostava de pegar o metrô. A sujeira da cidade, o contato com as pessoas. Tudo a fazia se sentir mais viva.


Desceu na estação mais próxima da casa da senhora Peets, que buscava Noah na escola, e cuidava dele enquanto Marlene trabalhava, por apenas 30 dólares por semana.


Ela tocou a campainha e esperou a senhora Peets vir abrir a porta.


A velha senhora de quase setenta anos veio gingando com seus 100 kilos, e quatro gatos atrás.




- Oi senhora Marlene.


- Vanda, quantas vezes vou ter que te pedir para me chamar de Marlene?


- Só mais algumas, senhora Marlene.




A velhinha sorridente convidou Marlene para entrar.


E quando chegou à cozinha, encontrou ninguém menos do que Sirius Black tomando chá.




- Sirius, o que você está fazendo aqui? Cadê o Noah?


- Olá Marlene. Eu estava justamente falando com a senhora Peets, sobre o Noah. A senhora Peets não sabia que eu ia buscá-lo na escola hoje, - disse ele com um sorriso enorme - então eu a encontrei lá. Mas você acredita que o Noah bateu o pé por que queria jantar na casa de uma amiguinha? Essas crianças de hoje em dia.






                                      Keep it sweet keep it slow, let the future pass and don't let go


                       (Mantenha suave, mantenha tranquilo deixe o futuro passar, e não deixe para lá)




- Mas, eu... - começou Marlene banalmente.


- Senhora Marlene, aceita uma xícara de chá?


- Não Vanda, - disse Sirius - nós já estamos de saída. Muito obrigado pelo chá, estava muito bom mesmo. Desculpe o inconveniente de fazê-la ir buscar o Noah hoje. Vamos andando Marlene?




Como Marlene estava chocada demais para responder, Sirius a pegou pelo braço e a levou para o carro.


Quando finalmente conseguiu falar, eles já estavam a quatro quarteirões de distancia da casa da senhora Peets.




- Cadê o Noah?


-Noah está bem. Fui buscá-lo na escola hoje e ele disse que "gostaria muiiiiiiiiiiiito papai" de jantar na casa da Millicent Adams. Aquela garota loirinha cujo pai é dono do banco na sétima avenida.


- Eu sei quem é Millicent, Sirius. Quero saber por quê o Noah está lá, pra onde você está me levando, e por que foi buscá-lo na escola hoje.


- Eu não fui buscá-lo buscá-lo. Só queria desejar um feliz dia de são Valetin ao meu filho. Então ele começou a discursar sobre quão importante era jantar na casa dos Adams, e eu deixei. Expliquei à senhora Peets o que tinha acontecido e ela disse que seria melhor eu estar na casa dela quando você chegasse para pegar o Noah, por que talvez você fosse culpá-la e eu, conhecendo seu gênio, concordei. Estou levando você para jantar.






                     But make it last so I can see how badly this will hurt me, when you'll say good bye


                    (Mas faça durar, para que eu possa ver o quanto vai me doer quando você disser adeus)






- Não você não está. Você está me levando para casa. Seu, seu!


- Acalme-se Marlene, deixe o garoto se divertir um pouco, ele tem seis anos, que mal pode haver em jantar na casa dos Adams? 




Sirius virou numa esquina, e parou em frente ao prédio de Marlene. Sabia que ela não ia concordar com o jantar, portanto pegara o caminho mais perto da casa dela.


Ela abriu a porta e saiu do carro, furiosa. Ele trancou o carro e foi atrás dela.


Como morava no segundo andar, Marlene gostava de subir as escadas, naquele momento estava tão nervosa que apertou todos os botões do elevador e entrou em um deles, antes que Sirius chegasse ao hall de entrada do prédio.  Ele viu as portas do elevador se fecharem com uma Marlene furiosa dentro e pegou as escadas.


Chegou ao segundo andar, e ela estava fechando a porta.


Ele começou a bater descompassadamente.




- Marlene, abra a porta.


- Eu não vou abrir. Estou furiosa com você.


- Marlene se você não abrir a porta eu vou pedir licença ao seu vizinho e vou entrar pela sua janela.


- Você não faria isso.


- Você pode apostar que eu faria.


- Eu odeio você Sirius Black, seu cachorro.


- Não odeia nada, abra a porta, por favor, Lene.


- Não vou abrir.




                                                   Run far away so I can breath


                                                       (Vá para longe para que eu consiga respirar)








- Te dou três minutos pra você abrir essa porta, antes que eu bata na porta do seu vizinho pedindo pra sair pela janela dele.


Ela não disse nada, e ele também ficou calado.


Um minuto.


Dois minutos.




- Sirius, por favor não faça isso.


- Pode apostar que eu vou fazer, um minuto Marlene, abra a porta.


- Não vou abrir.




Três minutos.


Sirius bateu no batente da porta do vizinho.


Do outro lado da porta Marlene suplicou:




- Sirius, por favor.


- Acho que tem alguém vindo abrir, ein, Lene.




Ela se deu por vencida e abriu a porta.


Ele entrou.




                                         Before I fall too fast kiss me quick but make it last


                          (Antes de eu me apaixonar rápido demais me beije rápido, mas faça durar)








- Você nunca mais faça isso comigo, Marlene Mckinnon.


- Quem você está achando que é?


- Estou achando que sou seu valentin especial, estou achando que sou o cara que sempre te amou, o cara que  te deseja todos os dias, que quer estar ao seu lado a todo minuto. Sou o cara que tramou com o filho pra que ele estivesse sozinho na sala, exatamente       às sete e cinquenta e cinco da manhã, enquanto você tomava banho, para que ele pudesse receber as flores. Sou o cara que teve que ficar duas horas numa fila, pra conseguir falar com o senhor Adams, do banco, pra dizer a ele que meu filho tem um grande apreço pela filha dele, se ele poderia jantar lá hoje. Tudo pra ter um pouquinho comigo.




              So now you see why I'm scared I can't open up my heart without a care but here I go


(Então agora você vê por que eu estou assustada eu não posso abrir meu coração sem cuidado mas aqui vou eu)




Ele tirou uma tulipa roxa de dentro do terno.


Ela emudeceu. A oportunidade que ele esperou para se aproximar.




- Be my valentine Lene, be my valentine once again.




Ela pulou no colo dele e sem pensar em mais nada, passou as pernas pelas costas dele, os braços pelo pescoço dele, deu-lhe um beijo. Como não dava em ninguém há quase seis anos.


De maneira que nenhum dos dois poderia notar, o luar invadiu a sala.






                                 But tonight I could fall to soon into this beautiful moonlight


                           (Mas está noite eu poderia me apaixonar muito rápido neste bonito luar)




- Nunca mais, nunca mais se esqueça o quanto eu te amo, Marlene Mckinnon.




Engolindo uma lágrima, que trocou por um sorriso Marlene deu mais um beijo nele, e mais outro, e mais outro.


E muitos vieram depois desses.






                              If this is love please dont break me I'm giving up so just catch me


           (Se isso é amor, por favor não me machuque estou desistindo então apenas me segure)










n/a: Eu não vou conseguir expressar o que eu estou sentindo, agora que terminei de escrever essa fic. Catch Me foi uma idéia que me ocorreu no cursinho, na tarde de sexta-feira. Eu peguei a caneta e na hora já me desliguei da aula de Filosofia. Isso é realmente mais importante que Kant. Inicialmente o nome era 'Give yourself another chance. Once again." mas eu achei que ficaria muito grande, então ficou assim, com o nome da música que cabe perfeitamente bem no momento em que a Marlene se lança nos braços do Sirius. Então, eu espero ver isso aqui bem badalado, queria umas capinhas fofas também, se não for pedir demais. Logo logo eu vou atualizar a minha outra fic, Sometimes. Vocês sabem o que fazer quando terminarem de ler, e se chegaram até aqui então não custa nada deixar um recadinho do tipo; 'rock' ou 'suck', ou alguma coisa nesse sentido. Beijos a todos vocês,




Carol :)




n/chel:  GENTEM! O que foi isto? Essa Carol, pilantra. Ela faz a fic nova e nem chama a leitora oficial para ver, omg. :O


Nem preciso falar que esta idéia foi FODA e que eu estou apaixonada por ela, não? Acho que o dia de São Valentin inspira as pessoas, USHAUSHAUHS. Anyway, amei Carol,  ficou linda. E eu estou apaixonada pelo Noah, cuti cuti. Quero um Noah para eu apertar e um Sirius pra casar comigo, USHAUSHAUH. Benditas sejam as aulas de filosofia da Carol, porque pelo visto saem idéias boas, não? Simplesmente amei isto daqui e obrigado pela honra de betar, Cá. Ficou mara, mesmo.
Que venham outras fics – e poste em sometimes.
Beijos
Chel Prongs




n/sammy:  Oh my dear sister,


Eu sou completamente suspeita para comentar sobre suas fanfics perfeitas, e nessa aqui não é diferente, sinceramente, foi uma das melhores fics que eu já li, embora pequena, me passou uma grande lição, e é incrível que ela apareceu em um momento em que eu mais precisava, sei lá, ela me ajudou a tomar uma decisão HAHA, é você não sabia dessa né?
Então foi a partir da coragem da minha querida personagem Marlene, ai todos me perguntam, que coragem? A enorme coragem de se entregar ao fofo do Sirius, então eu tava meio que nisso ai, enfim você me ajudou muito, e essa fic abençoada, ficou perfeita demais. Realmente obrigada, por ter me concedido o enorme prazer de betar essa fic gatíssima *-*, e olha continue escrevendo mais pra gente viu? Já não vivo mais sem ler suas fics hihi :x  Só pra constar, o Noah é fofo, eu fico aqui imaginando a tamanha fofura desse menino, poderíamos fazer um filminho ASUHASUH.

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