Único






James Potter chegou ao hotel abatido. Ninguém que visse acreditaria que aquele homem de 32 anos, bem vestido com um terno preto e uma gravata cinza, cabelos castanhos caídos nos olhos acabara de ter uma desilusão amorosa.


A porta de vidro fez barulho ao ser aberta, atraindo a atenção de Helena Albuquerque, uma espanhola que havia ido trabalhar para as ‘Instalações Potter’ desde nova.


O início do legado começou com Alan Potter, o pai de James Potter e fundador da primeira pousada usando este nome. A pousada aumentava e aumentava, crescendo cada dia mais.


Bem localizada em Londres, em pouco tempo a pousada já necessitava de uma demanda muito grande para o crescimento da cidade mundial.


Com a morte de Alan, James assumiu e resolveu entrar de vez para o mercado hoteleiro: Comprou os terrenos ao lado de sua pousada e começou uma reforma geral.


Esta pousada hoje recebia o título de hotel.


Com cinco estrelas bem merecidas e com o crescimento da demanda de hotéis na região, a Potter Instalações virou Hotel Potter, depois ganhando o nome somente de ‘‘Potter’s’’.


O hotel com sala de jantar, ambiente com piscina, quartos com boa vista e um serviço de quarto impecável começou a ser muito visado pelos turistas e grandes empresários, trazendo o resultado de hoje.


Com tanto trabalho realizado, James Potter mal percebeu quando trocou as roupas largas por ternos, às saídas para boates em jantares a negócios e os encontros em entrevistas de emprego.


Mal reparou sua transformação em garçom-de-café-da-manhã para dono de um dos hotéis mais recomendados de Londres.


Quinze anos, dezoito anos, vinte e três anos, vinte e oito anos e agora trinta e dois anos. Quando isso aconteceu?


Com trinta e dois anos que passaram correndo, James se pegou fazendo algo que em sua juventude próxima nunca teria pensado em fazer: Procurar alguém.


Não que ele não procurasse sempre, e como procurava. Mas desta vez estava atrás de alguém com quem ficar, trocar alianças, sair a viagens e ter filhos quem sabe. Alguém para envelhecer com ele enquanto relembravam histórias engraçadas e tristes, coisas que só esse alguém e ele poderiam ter visto e compartilhado.


E esse sonho às vezes parecia estar tão distante.


O pai sempre trabalhou muito ao lado de Susan – sua mãe. Eles tiravam viagem e aproveitavam muito e James só pode perceber a importância daquilo para os dois quando seu pai morreu.


Sua mãe ficou arrasada, cabisbaixa, suspirando para o nada e sempre pega olhando a janela. Nada, dizia ela, nada seria capaz de reatar aquele sentimento de segurança que Alan trazia.


James ficara encabulado na época e até hoje não entende muito bem o que a mãe quis dizer. Hoje, ela morava em uma casa a alguns quarteirões do hotel, com ele. Não que ele passasse muito tempo lá, uma vez que as suas noites no hotel a trabalho se tornaram mais freqüentes do que ele próprio imaginava.


Ele se pegava pensando em quando iria acalmar.


Sentou-se no banco atrás da recepção e suspirou, olhando para Helena, que lhe sorria solidariamente.


- A loira? – ela perguntou e ele somente balançou a cabeça afirmativamente. Helena trabalhava para recepção há anos e ele nunca havia pensando em tirá-la dali. A senhora de 56 anos nunca deixou de desapontar nenhum cliente e nunca faltou com um sorriso. Adorava o trabalho e sempre fingia tristeza ao fazer a troca de turnos com alguma das outras contratadas para recepcionar. – Você vai achar alguém, James, tenha calma. Até eu achei – e piscou.


Helena casou-se com um Londrino aos seus trinta anos e agora tinha um filho com vinte e cinco anos e uma menina de dezoito.


James adorava admirar a situação dela, feliz com seu marido e filhos, saindo para fins de semana nos parques de diversões ou em praças para algum piquenique.


- Não sei não hein, Lena. – ele forçou um sorriso – o tempo está só acabando.


- Não diga bobagens, menino – repreendeu, revirando os olhos – eu sempre achava que o meu estava acabando e olhe só para mim! – piscou – filhos, marido, emprego eterno! Acho que a mais difícil das minhas conquistas foi conseguir apego o suficiente com o meu chefe para ele nunca me mandar embora – e riu.


- Como você é diabólica – ele riu. - Eu preferiria ser um catador de lixo casado e com uma filha linda e um filho bagunceiro, igual a mim.


- Seu tempo vai chegar, garoto. Pare com essa melancolia, está começando a me desanimar de trabalhar – ela fez uma careta. – Porque você não vai admirar as pessoas no salão de jantar? Sempre tem alguma família interessante por aí no natal, você podia vestir de papai Noel igual aquela vez na pousada...


- Aquela vez? – ele disse, a contragosto – Acho que você não se lembra que um garoto de seis anos puxou a minha barba falsa e depois de descobrir o impostor me jogou no chão e começou a chorar. Foi horripilante.


- Pelo menos ele fez isso quando você estava só com ele e a família, seria pior se fosse na frente de todas aquelas crianças, imagina só! – e riram juntos.


- Eu iria receber processos sob o título de ‘destruir a inocência infantil’.


Ele riu e olhou pela porta de vidro. Pensativo. Mais um natal, mais um ano indo embora, mais famílias juntas e empresários trabalhando no salão de jantar enorme, onde ecoava alguma música ambiente...


- Você contratou a última pianista inscrita, Lena?


- Ah sim! Eu estava me esquecendo, ela é realmente boa. Depois você devia ir lá apreciá-la e ver seu repertório, é muito bom. Ela está tocando desde manhã para as pessoas que estão no salão de jantar, daqui a pouco ela vai reclamar com a justiça por exploração – e riu – de qualquer forma, precisamos do seu aval para contratá-la, de fato. Ela será paga por este dia, ok?


- Tanta informação – ele massageou as têmporas, fingindo dor de cabeça – porque eu tenho que saber isso tudo, mesmo?


- Pelo simples fato de tudo estar saindo do seu bolso, no final – Helena piscou, digitou algumas coisas no computador e depois voltou sua atenção para James – Mas tudo bem se você quiser trocar comigo por um tempo, sabe...


O telefone da recepção tocou, e Helena o atendeu de imediato:


- Potter’s, boa noite. Desejamos um feliz natal em que posso ajudá-lo? – ela atendeu, já preparando para anotar algo em um papel quando abriu um sorriso de orelha-a-orelha.


- Já está aí fora? – olhou pela porta de vidro, um carro preto estava do outro lado da rua – já vou.


- Você devia pedir para pararem de te ligar no trabalho – James disse, fingindo seriedade. – Você tem um chefe muito bravo e exigente, sabe.


- Até parece – ela riu, pegando a bolsa embaixo do balcão, as chaves e o celular. De dentro da bolsa tirou um pequeno embrulho azul com fita amarela e entregou ao seu chefe.


- Feliz natal, James. Vá avaliar a moça e depois vá buscar sua mãe para jantar aqui com você, ok?


- Não precisava, - ele sorriu, abrindo o embrulho e encontrando um relógio de couro com os ponteiros dourados, simples se comparado aos de hoje.


- Você sabe como eu odeio aquelas coisas emperequetadas que essas menininhas te dão - James a encarou, assustado – o que foi? Sempre achei horrível. É tudo dourado demais, grande demais, e sem números! E, ainda por cima, quadrados. Relógios quadrados são impossíveis. – e sorriu.

Ele retribuiu o sorriso sem graça. Tinha largado o presente de Lena na casa de sua mãe na última semana e com tanto trabalho tinha esquecido completamente o presente.


- Amanhã eu te entrego o seu – ele disse, quando ela estava saindo.


- Não precisa fingir que não comprou – ela riu, acenando. – Até amanhã pela noite, meu filho. Tire essa cara triste do rosto e vá curtir sua noite de natal.


- Obrigado. – ele fez uma careta. Tirou o seu relógio e logo colocou o seu novo presente no pulso, ajustando os ponteiros para a hora correta.


Ficou esperando aproximadamente uns dez minutos, até a outra recepcionista vir substituir Lena. Em períodos como este ele costumava deixar só uma por turno, ao invés de duas.


- Me desculpe, Sr. Potter. Tive um pequeno imprevisto – ela disse, tomando postos atrás do balcão e organizando suas coisas.


- Tudo bem – ele se levantou – Se alguém quiser falar comigo fale que não estou aqui. - e piscou.


Ele pode ouvir o suspiro dela enquanto se afastava, mas se limitou a rir baixinho.




Finalizou Le Petit Chien com um floreio improvisado e abriu um sorriso para si mesma. Mudou a página de suas partituras e começou a tocar Primavera de Vivaldi, animadamente.


O emprego ainda não estava garantido, mas ela podia aproveitar para tocar neste piano Fazioli de cauda, preto.


A recepcionista havia lhe pedido para que tocasse algo bem ‘ambiente’, algo que se misturasse as conversas animadas no salão, depois da meia noite o repertório seria, em sua maioria, músicas natalinas.


Ainda bem que foi com sua pasta hoje, ao então estaria no mínimo comemorando o natal com a presença ‘honrada’ de Válter – o marido de Petúnia – em sua casa.


Fez uma careta ao lembrar a cara feia dele, do tanto que comia e do seu jeito ganancioso de falar de tudo e se vangloriar.


Aquele era o tipo de cara que a enojava.


Ela chegou a ponto de quase implorar para Petúnia para não casar com ele, mas Petúnia não dava ouvidos diante as promessas de viagens pelo mundo, uma casa fantástica e parentes ricos. Ela não iria abrir mão disso.


Apesar disso, Lílian continuava mantendo contado. A não ser quando o ego enorme de Válter não a expulsava do lugar, claro.


Sua mãe pediu para que ficasse em casa no natal, só que ela não podia abrir mão da oportunidade de trabalhar neste hotel, as aulas de piano e as poucas composições vendidas não lhe rendia o suficiente para poder ficar de bobeira no natal enquanto havia uma oportunidade de ouro na sua frente.


Trabalhar no Potter’s realmente era uma oportunidade invejável e não poderia ter caído em um dia mais conveniente: Natal. Ninguém queria trabalhar no natal, nem os mais desesperados, logo ela não enfrentou ninguém ao se candidatar.


A recepcionista contou-lhe o histórico dos últimos pianistas e porque que eles foram embora.


A que ela mais tinha gostado era do cara que começou a tocar o fantasma da ópera perante um pedido de ‘um minuto de silêncio para o falecido empresário’, isso deve ter sido muito engraçado.


Passou de primavera para Inverno de Vivaldi, olhou ao redor, em busca de alguém que reconhecesse a seqüência, mas ninguém parecia se importar com a pianista.


Na próxima iria tocar uma composição própria, ninguém perceberia, mesmo.


Olhou mais uma vez para as pessoas nas mesas, procurando alguém que estivesse observando ou até mesmo a recepcionista dizendo se ela iria – ou não – trabalhar lá mesmo.


E ela queria, e como! Um salão enorme com um lustre de cristal no meio, várias mesas com muita gente, garçons bem vestidos e o piano de cauda preto bem no meio do salão, isso era realmente o paraíso dos empregos.


E quem sabe um dia esbarraria aqui com algum compositor famoso ou representante de uma gravadora?


Riu com o seu devaneio, voltando a focar na partitura de Inverno de Vivaldi. Correu os olhos pelo salão mais uma vez, procurando alguém, um alguém que estivesse olhando para o piano.


Ficou surpresa quando ela encontrou.


Um homem alto, com cabelos caídos nos olhos e olhos escuros estava na porta do salão, encarando-a com um pequeno sorriso formado nos lábios. Talvez gostasse da música.


Lílian corou e voltou sua atenção para o piano. Não achava que realmente que alguém estaria olhando ao procurar.


Começou a tocar uma feita por ela mesma, bem floreada, que já sabia de cor. Buscou o olhar do homem que tinha reparado no Inverno de Vivaldi, e ele já não estava lá.


Continuou tocando, relembrando as notas mentalmente, acompanhando o som das teclas com a cabeça, as mãos ágeis indo de uma extremidade do piano a outra.


Finalizou e não começou a tocar outra de imediato.


Pegou o copo de água que estava no pé do banco em que estava.


- Olá – de surpresa, cuspiu todo o líquido do copo de volta, assustada com o cumprimento repentino.


James Potter se limitou a rir.


- Desculpe, não foi a intenção – ele disse, piscando. Ela o encarou com seus enormes olhos verdes numa expressão agora de espanto, enquanto limpava a boca e esboçava um sorriso.


- Tudo bem, então – ela riu, sem graça – Lílian Evans.


- James.


- Prazer, James. – ela colocou o copo no chão de novo, e se voltou para o piano, passando as páginas e se preparando para tocar a nona sinfonia de Beethoven.


Ele evitou falar o sobrenome, para não mostrar que ele era o dono do hotel, mas a recepcionista já a havia alertado sobre James Potter, o dono do hotel que viria para avaliá-la.


- Alguma música em especial? – Lílian perguntou. Algo para interromper o clima ‘ambiente’ que já tinha se instalado e estava começando a irritá-la?


Riu com o pensamento.


- Eu quero uma canção de amor, que tal? – ele alargou o sorriso, rindo da própria ironia. Um coração machucado pedindo uma canção de amor?


Lílian preferiu não levar como uma cantada.


- Pode ir – ele disse, acenando como se desse espaço e se movendo para que ficasse de frente para ela no piano.

Começou os primeiros acordes, revirando os olhos com um sorriso no rosto.


 


Head under water
(Cabeça embaixo d’ água)


And you tell me
(E você me diz)


To breathe easy for a while
(Para respirar levemente por um tempo)


The breathing gets harder
(A respiração fica difícil)


Even I know that
(Até eu sei disso)


Made room for me
(Você me deu um espaço)


It's too soon to see
(Mas é muito cedo para ver)


If I'm happy in your hands
(Se eu estou feliz em suas mãos)


I'm unusually hard to hold on to
(Eu nem sempre sou difícil de se segurar)


 


Ele encarou a figura a sua frente. Uma garota ruiva, risonha que tinha contrariado o seu pedido e exibia um sorriso maroto no rosto.


 


Por algum motivo, ele estava adorando isto.


 


Blank stares at blank pages
(Olhares vazios em páginas brancas)


No easy way to say this
(Não é fácil de dizer isso)


You mean well but you make this hard on me


(Você tem boas intenções, mas torna isso difícil para mim)


 


Se achou tão boba por estar tocando e cantando uma música assim. Mas não podia perder a oportunidade, podia?


 


Ela podia até perder o emprego! Talvez compensasse o sorriso que o ‘chefe’ abriu ao ouvir a letra.


 


Sorriu de volta, sem saber ao menos o que aquilo significava para ele.


 


I'm not gonna write you a love song
(Eu não vou escrever para você uma canção de amor)


'Cause you ask for it
(Porque você pediu por uma)


'Cause you need one
(Porque você precisa de uma)


 


Como aquela mulher era incrível! Helena não podia ter escolhido melhor ou ter trazido mais sorte. Ele riu com o pensamento, como estava sendo bobo.


 


 


You see, I'm not gonna write you a love song
(Vê, eu não vou escrever uma canção de amor)


'Cause you tell me it's make or break in this
(Porque você me diz que é fazer ou terminar)


If you're on your way
(Se você está no seu caminho)


I'm not gonna write you to stay
(Eu não vou escrever para você ficar)


 


Ela teve a ligeira impressão de que seria demitida. Seria aquele sorriso no rosto dele um pré-aviso de demissão? Algo como ‘muito engraçado, fora’?


Teoricamente ela não seria demitida, no mínimo, dispensada, uma vez que não chegou a ser contratada.


E aquele piano preto era tão bom, já era hora de despedir.


Terminou a música antecipadamente, finalizando com as últimas notas da música, encaixando perfeitamente na parte que ela tinha interrompido.


James Potter olhou para ela por um instante. O que era aquilo? Porque aquela menina lhe arrancara tantos sorrisos? Seria a fragilidade do momento? A sensibilidade momentânea diante tantas famílias felizes passando o natal? Diante de tantos casais felizes fazendo reserva no hotel?


Amor a primeira vista? Amor a primeira música? Canções de amor controvérsias provocam sentimentos repentinos? Quem sabe?


Ele não iria perder esta oportunidade, não iria. Ele não podia deixar de conhecer alguém assim. Porque ele estava sentindo isso? Borboletas no estômago?

Ah, droga, ele se arrependeria de fazer isso depois?


- Lílian, fique comigo esta noite! A próxima, e depois dela, e todas as outras. Que tal? Eu posso te dar o mundo, o meu mundo, dividir tudo, eu posso te levar para fora, dedicar todo o meu tempo de atenção para você, só em troca da sua companhia e... – ele disse, atropelando as palavras, desabafando o que ele estava procurando há tempos para aquela estranha que tinha acabado de conhecer e cantado uma canção para ele.


Ela arregalou os olhos. O que era aquilo? Talvez nos seus sonhos mais imaginativos alguém chegava e se declarava para ela sem ao menos lhe conhecer, ou só ao ouvi-la tocar piano, mas isso era realmente assustador.


Abriu um sorriso, ela de fato havia gostado daquelas palavras. Inexplicavelmente ela tinha adorado o que ele tinha dito.


O que foi um susto, uma vez que quem costumava falar isso eram bêbados em bares ou algo assim, que ela tratava de dispensar rápido.


- Não tão de pressa, James – ela riu, sem graça e o brilho do seu rosto se apagou por um momento. – Nós podemos começar com uma bebida – e piscou para ele.


O brilho no seu rosto e nos seus olhos voltou, e ele abriu um enorme sorriso esperançoso.


- Ou com outra ‘canção de amor’ – e riu.


- Ou com outra canção de amor – ela riu dele, começando a tocar uma canção de amor politicamente correta, que levaria talvez a outra declaração, um drink, o mundo, muita atenção e quem sabe o que mais...




n/beta/vanessa: Eu sou suspeita pra falar das fics da Chel, mas ela sempre são perfeitas, que isso gentem! Meu sonho profissional pra quando eu crescer (????) é escrever fics e fazer capas tão perfeitas quanto as da Chel. Enfim, Love Song é linda, meldels! Fora que o James ainda morra com a mãe, né chel mora com a mãe dele e eu ri disso, ri mesmo. Achei um charme, perfeito. Quero todo mundo comentando, rum.


Beijos, Vanessa.

n/
Autora: uh uh, eis love song! *-* Ela foi um surto, eu escrevi ela por que me inspirei no fim de semana passado (04/09) e eis o resultado! Eu achei que ficou muito lindinha. Eu escrevo muitas SM e etc, mas tenho uma dificuldade enorme com JL, embora seja meu shipper favorito.
O James morre com a
mãe, SUHAUSHAUSHAUHSUAHS. Espero que tenham gostado e obrigado pelos comentários/apoio, *-*
Beijos,
Chel Prongs 

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