Desmascarando
Enquanto isso, na biblioteca
Dumbledore ouve a tudo atentamente. Ele ainda não acredita que algo desta natureza está acontecendo, para o ancião seria humanamente impossível que alguém de sua confiança estivesse lhe traindo e roubando as empresas por anos, isso significa roubar não apenas ao seu patrimônio pessoal, mas prejudicar também outras pessoas, os demais sócios, os funcionários que dependem do seu salário para viver. Alvo Dumbledore simplesmente não pode acreditar nisso
Gina vê que seu patrão empalidece. Seu medo de que toda essa história possa ter consequências aumenta ainda mais. Maldita hora que ela concordou com o plano de Harry, o mais sensato seria apenas chamar a polícia e deixar que eles prendessem o homem e a ruiva tem essa certeza na hora em que eles ouvem o nome de Severo Snape ser pronunciado
- Não, isso não pode ser – ele balbucia – Snape nunca faria isso!
Gina ouve as palavras de coração partido. Ela mais do que ninguém sabe o quanto seu ex-assistente e agora sócio é uma pessoa importante para o seu patrão e saber que ele o estava roubando é algo que ninguém esperaria – eu sei que é difícil, eu entendo – ela diz, mas logo é interrompida
- Não Gina, eu sei que é absolutamente impossível que Severo tenha feito algo desta natureza – ele diz – eu sei de onde veio todo o dinheiro dele e não foram das empresas, isso eu garanto. Vamos ouvir – Dumbledore não deixa que ela argumente e ambos se calam para ouvir o desfecho da história
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No escritório de Dumbledore
Snape vê que os olhares estão voltados para ele e não parece nada surpreso com isso, afinal poucas pessoas sabem de onde veio todo o dinheiro que o permitiu entrar em sociedade com Alvo Dumbledore. Ele encara a todos os olhares acusatórios e percebe que Harry Potter não é um deles, por incrível que pareça
- Seria perfeito não, é mesmo? – ele diz de modo sarcástico – o fiel assistente ser o vilão da história, o homem que está roubando as empresas, o desfecho perfeito para uma história policial barata
- Sim, seria perfeito – Sirius toma a palavra – permitam-me que eu me apresente. Sirius Black, detetive particular e amigo da família há anos. Talvez alguns senhores mais velhos se lembrem de mim como o garoto que estava sempre com James na juventude
Sirius espera o burburinho cessar e continua – mas neste momento eu não estou aqui como amigo da família apenas, eu estou aqui como detetive particular que está há meses investigando os rombos financeiros da empresa e posso dizer com total segurança que Severo Snape não é culpado de nada, ao contrário, ele injetou capital na empresa por muito tempo para evitar a falência total
- Ele poderia muito bem estar usando o dinheiro roubado para disfarçar – uma voz ao fundo se faz ouvir
- Senhores! – Sirius diz contendo o burburinho que se forma novamente – eu não sou detetive particular há muitos anos para deixar algo tão amador assim passar batido! Por favor, confiem em mim quando eu digo que não, não é Severo Snape quem está fazendo os desfalques. A origem do seu dinheiro só diz respeito a ele e não vem das empresas Dumbledore
- Agradeço pela sua discrição – Snape diz mantendo seu semblante impassível – e embora nenhum dos senhores seja merecedor de fazer parte das pessoas com quem compartilho a minha vida pessoal, vou esclarecer de onde vem o meu dinheiro para que não restem dúvidas da minha lealdade a Dumbledore. Como os senhores sabem, a minha mãe trabalhou para Dumbledore desde que eu era apenas um garoto – ele diz e vê que alguns sócios mais velhos assentem com a cabeça – e alguns devem ter conhecimento também que a minha mãe me criava sozinha e por isso Dumbledore sempre a ajudava e pagou até mesmo meus estudos – ele diz enquanto os demais ouvem em silêncio
- Eu me pergunto se alguns de vocês já se perguntaram onde estava o pai daquele garoto que às vezes vinha ajudar a sua mãe com a faxina – Snape pergunta e diante do silêncio continua – não, vocês nunca se importaram com isso, afinal porque se importar com uma mera faxineira, não é mesmo? Mas Dumbledore sempre se importou, várias vezes ele se ofereceu para tentar encontrar meu pai e fazer com que ele pagasse uma pensão, o que a minha mãe sempre recusou. Pois bem, ela me criou sozinha com a ajuda financeira de Dumblerore a quem ela foi grata até o fim dos seus dias, poucos meses depois do falecimento dela eu recebi uma carta de um advogado dizendo que estava representando meu pai que havia falecido a cerca de um ano e que eu era seu único herdeiro, que ele havia passado os últimos anos da sua vida tentando localizar minha mãe e que infelizmente morreu sem saber seu paradeiro e que as suas últimas instruções era localizar a minha mãe e fazê-la sua herdeira – ele para por um momento para ver as expressões chocadas dos presentes – como a minha mãe havia falecido e ficou provado que eu era seu filho, eu herdei um patrimônio considerável. Espero ter esclarecido a origem do meu dinheiro e como eu me tornei sócio de Dumbledore. Devo acrescentar que este dinheiro me permitiria viver o resto da minha vida de forma confortável sem precisar de qualquer coisa referente à empresa, mas nunca deixaria Dumbledore perder seu patrimônio
- Espero que isso sirva para aplacar os ânimos a respeito do senhor Snape – Sirius toma a palavra – e sim, ele foi investigado e a história é verídica
- Então quem seria o responsável por roubar a empresa? – uma voz ao fundo se faz ouvir – eu ainda não acredito que é um de nós
- Sim, senhores, infelizmente é um de vocês – Sirius diz – eu passo a palavra para o senhor Longbottom, ele vai explicar exatamente o que foi feito e revelar a pessoa que vem traindo e roubando Dumbledore
Neville pigarreia e assume uma postura bem diferente do faxineiro envergonhado que fora nas empresas, em seu lugar um homem que sabe o que faz e sabe do que está falando quando diz – primeiro eu fiz uma pesquisa sobre os conhecimentos de informática e o sistema utilizado nas empresas e me deparei com o fato que poucas pessoas o dominavam o suficiente para fazer desfalques e que menos pessoas ainda seriam capazes de detectá-los
- Sempre funcionamos bem sem estes computadores – um dos senhores mais velhos resmunga
- Não vou entrar neste mérito agora, só o que posso dizer é que uma empresa que não adere à tecnologia está com seus dias contados – Harry diz – por favor, Neville, continue
- Então eu comecei a pesquisar o perfil da pessoa que estaria por trás de tudo e rapidamente tinha uma lista muito pequena das pessoas que teriam acesso a estas informações e conhecimento suficiente para cometer o crime
- Então vocês tinham vários suspeitos? – alguém indaga
- Sim – Neville assente com a cabeça – não muitos, mas não era possível ainda dizer ao certo quem seria. Eu passei estas informações para o senhor Black que reduziu a lista ainda mais
- Como isso pode ser feito? – uma voz se faz ouvir
- Um crime precisa de duas coisas para ser executado – agora é Sirius quem fala – motivo e oportunidade, o senhor Longbottom aqui brilhantemente nos informou as pessoas que teriam oportunidade, coube a mim descobrir o motivo
- Ninguém aqui teria motivo para fazer isso – uma voz exaltada se faz ouvir – todos nós vivemos muito bem, não passamos necessidades. Por que alguém faria uma coisa assim?
- Senhores! – Sirius fala mais alto para conter o novo burburinho – eu posso afirmar a vocês que já vi pessoas em situação financeira mais elevada cometer este tipo de coisa. Acontece o tempo todo e sim embora não pareça praticamente todos nós teríamos algum motivo para algo assim, uma dívida de jogo, uma amante cara, os motivos são infinitos. O meu papel era descobrir se alguém possuía os motivos e a intenção de fazer alguma coisa neste sentido
Sirius fica calado por um momento e observa as feições daqueles homens que lhe parecem ainda incrédulos. O detetive imagina o quão difícil vai ser o que vem a seguir, mas ele sabe que precisa ser feito, então ele continua
- E sim, nós descobrimos que havia uma pessoa com oportunidade para fazer isso e os motivos também, embora a meu ver nada justifique o que aconteceu e eu devo alertar neste momento – Sirius foca o olhar em apenas uma pessoa – que não há como escapar agora, as provas já foram encaminhadas às autoridades. Eu sugiro que arrume um bom advogado, senhor Peter Pettigrew
- Isso é um absurdo! – o homem vocifera – eu me sinto ofendido por estar sendo sujeitado a essa humilhação, eu trabalho na empresa desde que era um pouco mais do que um garoto, meu pai dedicou a sua vida às empresas
- Não pode ser – alguém concorda – isso tudo é um engano, o pai do senhor Pettigrew foi um dos nossos principais diretores até a sua morte
- Sim – Sirius diz encarando o homem a sua frente – eu me lembro, Peter. Você não se lembra? Nós costumávamos ser um quarteto inseparável. Eu, James, o doutor Lupin e o Peter aqui, e eu digo que foi difícil pra mim acreditar também. Talvez por isso essa investigação tenha demorado tanto – ele suspira – eu passei mais tempo do que teria passado tentando achar algo que provasse que eu estava errado em nome de tudo o que nós vivemos juntos no passado, mas infelizmente as provas são incontestáveis. Descobrimos as suas contas no exterior, temos os nomes dos laranjas que você utilizava para esconder o dinheiro dos impostos, se nós não tivéssemos descoberto era só uma questão de tempo para você ser pego pelos federais pelo crime de sonegação, aliás... – neste momento dois homens desconhecidos entram – o senhor queira por gentileza acompanhar estes policiais que lhe permitirão dar o telefonema a qual você tem direito
Antes de qualquer coisa, todos olham para a porta e vêem que Dumbledore chega. Seu semblante mostra o peso dos anos, dos enfartes que sofreu e acima de tudo, da traição sofrida – eu gostaria de ter uma palavra com este jovem que tantas vezes frequentou a minha casa. Por que, Peter? Se você estava em dificuldades, deveria ter me dito. Eu teria ajudado com o maior prazer, seu pai...
- Não fale do meu pai! – Pettigrew praticamente grita e para os presentes é como se a sua mascara finalmente caísse – ele estaria vivo se não fosse por você! Você arruinou a carreira dele e ele se matou por causa disso!
- Não, meu jovem – Dumbledore diz calmamente, mas aqueles que o conhecem bem percebem o quão abalado o homem está – eu fiz o que eu pude para ajudar seu pai
- Isso é mentira! Ele devia ser um dos sócios majoritários da empresa, meu avô a criou junto com seu pai, ele deveria ter direito a mais do que tinha! –Pettigrew grita descontrolado
- Peter – Dumbledore diz – seu avô vendeu a parte dele para meu pai quando achou que o negócio não iria dar certo, seu pai sabia disso quando me procurou para pedir um emprego e ele progrediu a ponto de se tornar um dos diretores
- Isso era o que ele dizia! – Peter praticamente grita totalmente alterado – o senhor não via o que eu via! O senhor não o via completamente deprimido bebendo cada vez mais e dizendo que parte desta empresa deveria ser dele. Isso o consumiu, isso o matou!
- Não Peter, não foi isso que o matou – Dumbledore suspira – você nunca ficou sabendo e não é do meu feitio falar dos mortos. Seu pai até poderia ter recuperado se não toda a parte que era do seu avô pelo menos uma grande parcela, isso não aconteceu porque infelizmente ele tinha um problema sério com o jogo
- Isso é mentira! – Pettigrew grita exasperado – você está manchando a memória do meu pai!
- É verdade, Peter – Dumbledore diz de modo calmo – é verdade e não era segredo pra ninguém dentro da empresa – ele olha para alguns diretores mais velhos que assentem com a cabeça – seu pai tinha um vício com cartas ,ele apostava a dinheiro e frequentemente emprestávamos pra ele. Eu sei que ele até tentava, mas era mais forte que ele e isso o consumia
Peter olha para Dumbledore. Seu rosto está lívido e ele parece procurar algo para dizer. – É mentira – ele grita mais uma vez – eu fiz o que tinha que fazer para recuperar o patrimônio do meu pai e não me arrependo
- Não, Peter – agora é Sirius quem fala – você em momento algum pensou no seu pai – o detetive suspira – esqueceu que estivemos juntos por grande parte da juventude e que eu cheguei a frequentar a sua casa? Eu fui ao enterro do seu pai e eu posso dizer que nunca vi um filho mais insensível na minha vida. Você não estava nem aí para seu pai, você fez o que fez apenas por ambição. Seu pai foi uma pessoa fraca com um vício que o levou a ruína, mas não manche a memória dele usando-o como desculpa
- Meu pai era um fraco – Peter gagueja – ele poderia ter recuperado tudo e preferiu jogar fora. Cabia a mim fazer o nome da família brilhar, faltava muito pouco para que as empresas abrissem falência antes dele – ele olha para Harry – chegar. Aí eu agiria, eu iria comprar as empresas a preço reduzido e tudo seria meu
- Agora que a máscara realmente caiu – Sirius diz olhando para os policiais – os senhores queiram ter a gentileza de fazer o seu trabalho
Os homens assentem com a cabeça e levam Peter deixando pra trás o estarrecimento dos diretores
Mas Gina não liga para o fato dos diretores estarem apreensivos, ela olha para Dumbledore que está mais pálido que nunca enquanto diz – alguém chame o doutor Lupin agora! Ele pode estar tendo outro infarto!
NOTA DA AUTORA
Sim eu sei que parei em um momento tenso depois de ficar milênios sem aparecer por aqui! Eu sei que mereço uma azaração dolorosa mas só o que posso fazer é implorar para que ninguém me azare e dizer que infelizmente meu tempo anda bem escasso, eu escrevo sempre que posso mas sinceramente não estou conseguindo agilizar como eu gostaria. Peço que tenham paciência pois eu demoro mas não deixo de postar.
Quanto a parar em um momento crucial... Bem, desculpem por isso também, eu simplesmente não resisti (autora correndo para as colinas enquanto se despede...)
Bjos e até o próximo
Comentários (3)
Não demore muito a atualizar... A história é muito boa, queremos saber o fim!!!! :D Você escreve muito bem!!!
2018-09-30Eu entendo sua dificuldade de postar mais, tbm estou em falta com meus leitores, mas imploro para que não seja como eu e termine essa história! Kkkkk esta muito boa! Aguardando o próximo capítulo, bjooo
2018-08-29Ahhhhhh! Estava louca de ansiedade aguardando a atualização desta fic em específico, pois foi a primeira sua que li. A história está tão viva em minha memória que nem precisei retornar no capítulo anterior para recordar rsrs. Maldade sua parar a fica neste ponto da história, mas ok, contando que continue escrevendo eu consigo sobreviver a isso. Continue firma aí amiga, p-r-e-c-i-s-o saber o final desta história.
2018-08-20