Assistindo do lado de dentro
Do lado de fora
Harry sente se coração falhar uma batida cada vez que ouve o rangido da escada que ele sobe vagarosamente. Ele não sabe direito o que está fazendo, mas Harry simplesmente não conseguiria ficar quieto esperando. Ele sabe que Sirius lhe dará um sermão e tanto e que se pudesse o deixaria de castigo pelo resto da vida. Sim, Sirius faria isso se Harry fosse um garotinho, mas ele não é, ele é um homem feito, um homem que vai lutar para defender aqueles que ama
Finalmente ele chega ao quinto andar, ele pode ouvir vozes exaltadas como se discutissem. Harry não demora muito para perceber que a polícia não está lá dentro ainda, talvez eles estejam dando aos sequestradores a chance de se entregar e neste momento ele pensa que caso eles não queiram se entregar existe uma outra saída o lugar onde ele se encontra neste momento
Ele sabe que pode vir a ficar muito encrencado se isso acontecer, mas sinceramente ele não está com medo. Harry está furioso, só o que ele pensa é em como alguém pode sequestrar uma criança inocente. Pra falar a verdade ele não está nem sequer raciocinando direito e é por isso que ele faz o impensável, se permite olhar pela janela
Ele vê um pequeno cômodo que em uma casa habitada talvez fosse usado como despensa. Dá pra ver que ninguém entra lá por muito tempo. Talvez os sequestradores não saibam desta escada. Ele diz com uma ponta de esperança, mas ele não pode se arriscar. Então, rezando para que seu gesto não seja notado pelas pessoas que estão lá dentro, ele força a janela que se abre com um rangido
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No corredor
Sirius e os policiais aguardam. Eles sabem que é necessário ter sangue frio neste momento e apenas aguardar, seja que os sequestradores se entreguem, seja que algo pior aconteça. Por mais difícil que possa parecer, eles não podem simplesmente invadir o local, não sem que as vítimas corram um perigo desnecessário
Um dos policiais, provavelmente o mais experiente em casos de sequestro, fala com voz firme – vocês não tem escolha a não ser se entregar, se as vítimas estiverem ilesas, isso será levado em consideração
Eles ouvem sussurros que embora sejam sussurros não é difícil notar que as vozes estão exaltadas, como se estivessem discutindo. Não dá pra saber o teor da discussão e os policiais só podem torcer para que eles cheguem à conclusão que não há nada a fazer a não ser se entregar
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Enquanto isso, do lado de dentro
Um expectador que não soubesse o que está acontecendo, não teria dificuldades em perceber o caos instalado. Os homens discutem e não chegam a nenhuma conclusão. Três deles dizem que devem se entregar enquanto um deles afirma que não. Pela lógica a maioria iria ganhar, mas não existe uma lógica quando a minoria está empunhando uma arma e já mostrou que não hesitaria em usá-la. O homem caído no canto da sala mostra isso
Cara – um dos homens fala – acabou! Por que você não admite? Estamos ferrados! É a polícia! Eles vão entrar e acabar com a gente
Não, seu idiota! – o homem que empunha a arma retruca aos berros – nós estamos com o garoto, eles não vão se arriscar a feri-lo. Eu não vou pra cadeia juro por Deus que não vou
Você está louco! – um mais ousado se arrisca e recebe um olhar furioso do homem armado – não temos chance nenhuma aqui! Estamos presos e fazer qualquer coisa só vai colocar a gente numa situação pior
Pior? – o homem armado solta uma gargalhada que assusta os demais – você consegue imaginar uma situação pior? – ele olha o homem caído junto à parede – tudo por culpa deste idiota. Ele nos meteu nisso, mas eu não vou ser preso, juro que não vou! – ele engatilha a arma – e eu acabo com qualquer um que disser o contrário. Meto bala!
Os demais homens se entreolham e não podem evitar olhar para o homem caído. Não há muito o que fazer e nenhum deles é burro o suficiente para enfrentar um homem armado. Então um deles pergunta – tudo bem, cara, se acalme. Mas o que vamos fazer?
Eu não sei – o homem armado se vê obrigado a admitir – eu preciso pensar, droga! – ele exclama – nós precisamos ganhar tempo – então ele se dirige a porta e diz – eu não quero a polícia aqui, nós não queremos machucar ninguém, mas não vamos hesitar se não tiver outro jeito
Nós precisamos saber se os reféns estão bem – uma voz do outro lado da porta se faz ouvir – depois podemos falar em negociação
Eles estão bem, eu garanto – o homem com a arma responde lutando para parecer confiante – eles estão bem por enquanto e vai depender de vocês que eles continuem assim – ele para por um momento sem saber direito como continuar
Os policiais do lado de fora aguardam. Eles são experientes e percebem que este homem não tem a mínima ideia do que fazer, a impressão que dá é que ele assistiu filmes policiais demais e agora está vendo que a realidade é muito diferente, mas isso de forma alguma os tranquiliza, eles já têm experiência demais para saber que sequestradores descontrolados nunca são algo bom
Então um deles se pronuncia – se os reféns estão bem, isso vai ser levado em conta, se vocês forem primários, isso também será. Vocês colaboram e tudo vai acabar bem
Então eles ouvem uma risada – bem? Pra quem? Se vocês chamam apodrecer numa prisão estar tudo bem, então vocês são uns palhaços! Estou avisando, eu meto uma bala na cabeça dos reféns e de qualquer um!
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Enquanto isso
Harry tenta entender os gritos fora do depósito. Ele não compreende bem as palavras, mas seu sexto sentido lhe diz que as coisas não estão nada bem e, verdade seja dita, a sua presença no local pode tornar as coisas ainda pior
Ele até pensa em sair, mas simplesmente não consegue. Para Harry seria como se ele estivesse abandonando Cody, então só o que resta fazer é respirar o mais silenciosamente possível e rezar para que as coisas terminem bem
A sua mente trabalha pensando em algo que possa fazer, algo que não estrague tudo. Evidentemente a última coisa que ele quer é colocar a vida do menino em risco ou a sua própria é claro. Neste momento seu lado racional fala mais alto e ele resolve fazer o que deve, ele coloca seu celular no silencioso e digita uma mensagem para seu padrinho tomando o cuidado para não fazer barulho algum
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Lá fora
Os policiais e Sirius esperam em silêncio. Eles estão dando tempo para que os sequestradores analisem a situação e esperando que eles tomem a decisão de se entregarem. Eles sabem que mais cedo ou mais tarde algo acontecerá, Sirius só espera que o desenrolar dos fatos seja favorável
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Do lado de dentro
Dora abraça o garotinho. Ela conhece o processo e sabe que neste momento os policiais estão tentando fazer com que os sequestradores se entreguem apelando para o bom senso uma vez que eles não têm outra saída. Ela só espera que o bom senso prevaleça, uma vez que uma pena por sequestro é uma coisa, mas se somarmos um assassinato ou mesmo uma tentativa as coisas pioram muito e neste momento ela não pode esquecer o tiro que ouviu
Ela sente que precisa fazer alguma coisa. Afinal Dora não é apenas alguém que foi sequestrada por engano, ela é uma agente e modéstia a parte das boas, então ela senta-se na cama e tira novamente a sua bota. É hora de agir
Ela pega seu comunicador e rapidamente digita uma mensagem para Sirius. Dora sabe que não pode fazer muita coisa, mas ela espera que uma visão do que está acontecendo do lado de dentro possa ajudar em alguma coisa
Nem bem ela termina, a maçaneta da porta se movimenta e um dos homens mascarados entra. Dora vê que ele tem uma arma na mão e neste momento ela só pode torcer para que o homem a sua frente não faça nada que atente contra a sua vida e a do garotinho
O homem chega até o menino e praticamente o arrasta pra fora levando Dora junto. Por sorte ela não retirou as algemas, ela não sabe o que aconteceria se os sequestradores vissem que eles poderiam ter sido separados e por mais sorte ainda ele não viu seu comunicador jogado a um canto do quarto
Com o coração aos pulos, eles são levados a sala. Dora vê três homens também mascarados que não é preciso ser muito inteligente pra perceber estão aterrorizados e pelo jeito não é apenas pela polícia
Tão aterrorizado quanto os homens, está o pequeno ruivo. Principalmente após ver um dos homens mascarados caído ao chão
O homem leva a mulher e o garotinho até a porta e Dora tem a vã esperança que eles vão ser libertados, mas isso dura apenas um segundo, apenas o tempo de ouvir
- Diga a eles que vocês estão bem, diga que eles devem ir embora, senão vocês vão sofrer as consequências. Agora! – ele vocifera e Dora pode ver a loucura em seu olhar quando ele a empurra para a porta junto com o menino
Nós estamos bem – ela diz num tom mais alto do que o usual – não fomos machucados – ela respira fundo – um deles está armado e ele disse que vocês devem ir
Bom trabalho, belezinha – o homem armado diz, então ele se volta para a porta – satisfeitos? Agora dêem o fora que ela e o garotinho vão continuar bem. Só depende de vocês
As coisas não funcionam assim – um dos policiais diz – você sabe disso. Nós ouvimos o tiro, quem nos garante que um dos reféns não esteja ferido e que vocês estão o ameaçando a dizer que tudo está bem? Admitam, acabou
E quem nos garante que vocês não vão apagar a gente assim que nos entregarmos? – o sequestrador rebate – nós não temos nada a perder, eu já falei e repito não queremos a polícia aqui e a conversa acabou
Sirius respira fundo. As coisas não estão sob controle nem pra eles nem para os sequestradores e ele sabe que tudo deve ser meticulosamente planejado para evitar que tudo termine de mal a pior. Ele tira o celular do bolso, faz alguns minutos que ele vibrou, mas o detetive absorto com as últimas negociações não teve como ver as mensagens. Ele vê que uma delas é da sua agente confirmando o que ela acabara de dizer, que todos estão bem. Então ele empalidece ao ler o que seu afilhado escreveu. O Harry enlouqueceu! É só o que ele pensa
Sirius respira fundo tentando manter a calma ao mesmo tempo em que maldiz o momento em que concordou em trazer Harry com ele. Ele deveria ter adivinhado que Harry não conseguiria ficar apenas observado, não é da natureza de seu afilhado. Foco, Sirius. Ele repete para si mesmo enquanto tenta não imaginar mil e uma coisas que pode acontecer com seu afilhado escondido naquele apartamento
Mas Sirius é conhecido por manter sempre o sangue frio e é por isso que ele começa a analisar a situação. Por mais idiota que Harry tenha sido subindo desarmado até o local do cativeiro, ele também descobriu uma entrada para o local e isso pode ser uma vantagem
Ele chama o policial encarregado da operação e mostra a mensagem do seu afilhado e, como era de se esperar, a reação do mesmo não é das melhores
O senhor está querendo dizer que além dos dois reféns temos agora uma outra pessoa que pode estar correndo um perigo em potencial? – o homem indaga exasperado
Sirius suspira, isso não será fácil – eu posso lhe assegurar que estou tão perplexo e furioso quanto você, mas veja isso pelo lado bom, existe uma outra entrada neste local e pelo jeito ou os sequestradores não sabem ou estão apavorados demais para se lembrar. Isso pode ser nosso ponto forte agora
Você tem alguma idéia? – o policial pergunta
Na verdade, eu tenho – Sirius diz – não sei se vocês notaram, mas quando a garota disse que estavam bem, ela sutilmente nos avisou que havia alguém armado e ela frisou, um deles está armado. Isso significa...
Que os outros não estão – o policial completa com um sorriso. Se mais alguém estivesse armado provavelmente a arma estaria visível. Sim, se eles tiverem o elemento surpresa eles terão uma chance
Antes que Sirius responda, um policial chega até os dois homens parecendo exasperado – chefe, não me pergunte como, mas a imprensa descobriu o que está acontecendo. Está cheio de câmeras e repórteres lá fora
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Na mansão Dumbledore
Minerva tenta a qualquer custo manter a normalidade, o que evidentemente não é fácil. A governanta está nervosa demais, tanto com o sequestro quanto com o fato de que se Alvo desconfiar que existe algo errado, isso com certeza não fará bem a sua saúde. Ela já colocou Remo Lupin a postos, embora Minerva deseje com todas as forças que seu patrão e amigo supere mais esta adversidade não custa nada prevenir
E é por isso que ela tenta de todas as formas distrair seu patrão para que o mesmo não perceba que algo está acontecendo. Por sorte, Minerva é uma mulher que possui os nervos no lugar certo e consegue na medida do possível disfarçar toda a sua angústia e preocupação
Angústia e preocupação essas que aumentam ao ver o que está passando no noticiário matinal
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Na casa de Gina
Nem é preciso dizer que a ruiva está a um passo do desespero. Corrigindo, a um passo do desespero ela estava a uma hora atrás, agora Gina está completamente desesperada
Já havia dado tempo deles irem e voltarem umas três vezes, por mais distante que fosse o local do cativeiro. Gina luta contra as lágrimas enquanto diz para si mesma que tudo vai acabar bem
Gina – seu irmão diz – você se importa se eu ligar a televisão? Eu sei que ninguém aqui está com cabeça para assistir nada, mas eu não aguento mais este silêncio
A ruiva assente com a cabeça, e Rony liga o aparelho e logo ele vê que não deveria ter feito isso...
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De volta ao local do cativeiro
O policial chefe olha resignado para seu colega, como se já esperasse por algo desta natureza. Pelo número de pessoas que ouviram o tiro não seria difícil alguém ter informado à imprensa que algo estava acontecendo. Ele só não sabe até que ponto os repórteres sabem do ocorrido – bem, se não tem remédio remediado está – ele fala com seus botões – talvez não seja de todo ruim a presença da imprensa, pode ser que isso incentive os seqüestradores a se entregarem
Vamos lá – ele diz com um suspiro. A sua experiência afirma que a esta altura o melhor a fazer é dar alguma coisa à imprensa antes que especulações tornem as coisas piores. Ele olha para Sirius – vou dar uma palavrinha com estes repórteres xeretas já que não tem remédio, depois agiremos
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Na casa de Gina
A ruiva sente seu estômago se contorcer enquanto mantém os olhos grudados na televisão. Ela diz para si mesma que tudo isso é mera coincidência, mas seu coração diz que a reportagem exibida tem algo a ver com seu filho
A matéria é bem vaga. Diz apenas que um barulho de um tiro vindo de um prédio abandonado levou vários policiais a invadirem o mesmo e até agora não se sabe o que aconteceu, ninguém saiu para dizer o que houve e, palavras da repórter, se ninguém saiu ainda é porque alguma coisa está havendo
Alguns moradores da redondeza já foram entrevistados, mas as respostas dos mesmos foram bem vagas. Ninguém nega que ouviram o barulho de um tiro assim como ninguém nega que policiais entraram no prédio, mas conseguir alguma coisa a mais é missão quase impossível. Normalmente estas pessoas temem que falar demais possa prejudicá-las já que este não é exatamente um bairro calmo
A ruiva não tem nenhuma idéia se o local mostrado na tela é perto de onde ela foi levar o dinheiro, mas algo em seu coração diz que a reportagem exibida tem algo a ver com seu filho e as lágrimas descem sem que ela tenha controle
Gina, você está bem? – Hermione pergunta mesmo sabendo que nada está bem no momento – o que aconteceu?
A reportagem – a ruiva balbucia – é o Cody
Não pode ser – seu irmão diz – deve ser apenas mais um caso, uma coincidência
É o Cody, eu tenho certeza – Gina retruca exasperada. Então ela se levanta – eu vou até lá
Você não pode – Rony diz – temos que esperar aqui
É o meu filho, Rony! – a ruiva fala com a face banhada pelas lágrimas – eu tenho que ir até lá
Gina, acalme-se –Hermione fala obrigando a cunhada a se sentar novamente – eu imagino como você está se sentindo, mas pensa um minuto. Eles não deram a localização do local, não podemos simplesmente sair procurando pelo bairro. E se algo acontecer enquanto estivermos fora?
Ela se levanta novamente – por que ninguém dá notícias, droga!
Hermione olha para a cunhada, ela está tão preocupada quanto Gina, mas neste momento ela precisa ser forte. Ela conhece muito bem os genes dos ruivos que estão ali e sabe que ambos são impetuosos e neste momento o que é necessário é agir com toda calma e sangue frio, então ela diz – nós vamos primeiro tentar descobrir exatamente o que está acontecendo e se houver qualquer suspeita de que é algo relacionado ao Cody, então iremos, tudo bem? – ela vê sua amiga assentir com a cabeça – vou fazer umas ligações
E dizendo isso a morena se retira
NOTA DA AUTORA
Atrasada como sempre, mas sem deixar ninguém na mão! Mais um capítulo bem tenso, espero que ninguém tenha enfartado ou coisa parecida.
Muito obrigada a todos que estão lendo, por ler, pelos comentários e principalmente pela paciência. Como já falei antes não vou prometer não enrolar pois sei que vai ser difícil cumprir, mas posso prometer que não vou abandonar a fic. Mesmo demorando eu sempre posto
Beijos e até o próximo. Lembrando sempre que uma palavrinha deixa esta humilde pessoa muito feliz
Comentários (4)
Posta logo o próximo cap. Rsrs
2015-12-29Posta logo o próximo cap. Rsrs
2015-12-29Essa demora da conclusão do sequestro quase me mata! Mas eu adoro sua fic! :)
2015-11-27Você sempre termina os capítulos cedo demais.. Ainda vai acabar com meu coração!
2015-11-27