Pagando o resgate

Mais tarde

Embora todos achassem que a madrugada nunca chegaria, ela chegou. Falta apenas uma hora para o horário estipulado pelos sequestradores e Gina se prepara para fazer o combinado

Isso gerou uma pequena discussão entre ela e Harry que obviamente não queria deixar que a ruiva fosse sozinha de jeito nenhum. Mas Gina foi categórica, não iria fazer um milímetro diferente do que os algozes do seu filho determinaram. Não posso me arriscar depois de tudo, foi o que ela falou. Harry, é claro, não aceitou isso de bom grado, mesmo com Sirius dizendo que haveria pessoas treinadas monitorado tudo para garantir a segurança da ruiva

Ruiva, aliás, que neste momento recebe instruções de Sirius prestando atenção como se a sua vida dependesse disso, o que não é nenhum exagero linguístico. Gina sabe que se algo der errado Cody sofreria as consequências o que evidentemente acabaria com ela

Veja bem – Sirius começa – você vai em seu próprio carro, sozinha, como eles exigiram. Não se preocupe, vai ter gente seguindo você e no local indicado pessoas que você não conhece, não podemos nos arriscar que eles desconfiem – ele vê a moça assentindo com a cabeça e continua – o local que eles escolheram não é um lugar que a sua mãe aprovaria que você frequentasse, então faça o que tem que ser feito, entre no carro e deixe o resto com a gente. Não converse com ninguém, não olhe para os lados, apenas vá e coloque o dinheiro no local indicado – ele olha para Harry e vê que ele mal se aguenta pelo fato de Gina ir sozinha – fique tranquilo, Harry – ele diz – eu não vou decepcionar você, a Gina vai ficar bem

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Local desconhecido

Está tudo pronto, agora ele só tem que esperar o horário combinado para por a mão no dinheiro e dar fim a este pesadelo. Suas dívidas serão pagas e ele poderá começar uma vida nova, quem sabe em outro local. Ele pensa e quase sorri ao se lembrar da sua ultima viagem ao Havaí pouco antes das coisas saírem do controle e logo depois fica sério. Não é hora de pensar no Havaí, isso fica pra depois. Agora ele tem um resgate para receber e um garotinho pra ser levado pra casa em segurança

Ele respira fundo e vai encontrar-se com os seus comparsas, ele sabe que tudo tem que ser milimetricamente cronometrado, um erro e tudo vai por água abaixo. É hora de agir...

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Um pouco mais tarde

Gina dirige pela cidade lutando para que o tremor em suas mãos não a faça causar um acidente ou algo parecido. Seu estômago se embrulha só em pensar em não conseguir chegar ao local determinado e cumprir as exigências dos algozes do seu filho

Ela olha pelo retrovisor do carro tentando descobrir se está sendo seguida, quer por Sirius e pelos policiais, quer pelas pessoas que sequestraram seu menino. No entanto, ela não vê ninguém. A estrada está deserta devido ao adiantado da hora o que a deixa aliviada, pois o homem com quem ela falou foi categórico ao dizer que ela deveria ir sozinha, mas também a deixa apreensiva por saber que se algo acontecer com ela não haverá ninguém para ajudá-la

Ela afasta esses pensamentos da mente, não é hora pra ter medo. Gina então se foca no filho e segue o caminho, ela sabe que está bem longe da sua casa e que se não fosse o GPS que Sirius lhe arranjou provavelmente não conseguiria achar o local, então seus olhos vêem uma placa de neon com o nome da boate. Gina respira fundo, é hora de cumprir o seu papel

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Local desconhecido

Ele mal se segura no sofá, neste exato momento Gina Weasley deve ter chegado ao local combinado e, é claro, ele fica apreensivo. Ele sabe que seria arriscado estar lá. Ele não é idiota e sabe que provavelmente haverá policiais esperando para pegar os sequestradores. O período de sobriedade o fez ver as coisas mais claramente

Ele se pega pensando no que fará caso isso aconteça, ele não tem ilusões que caso um de seus comparsas seja preso, não precisará muita coisa para que dê com a língua nos dentes e logo seu nome vai vir à tona

Isso não vai acontecer. Ele pensa com toda força. Tudo está cuidadosamente planejado, em breve vou por as mãos na grana e esse pesadelo vai acabar

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Na casa de Gina Weasley

Harry anda de um lado para o outro, faz pouco tempo que Gina saiu, mas pra ele parecem que se passaram horas. Nem é preciso dizer que ele está apreensivo e maldizendo a hora em que concordou que a ruiva fosse sozinha levar o dinheiro do resgate

Vai dar tudo certo, Harry – Sirius diz sentindo a apreensão do afilhado – em breve a Gina estará de volta e o Cody também

Harry olha para o padrinho, ao contrário do que ele esperava Sirius não fez parte da equipe que está assegurando o bem estar de Gina. Ele não entende porque, mas conhecendo o padrinho como conhece Harry só pode achar que ele tem uma carta na manga, Harry sabe que Sirius nunca fica longe da ação a não ser que seja absolutamente necessário, ele se contém para não perguntar algo, até porque Harry sabe que Sirius só fala o que é estritamente necessário, para o bem das investigações, segundo o detetive

Fique calmo, Harry – Sirius diz – isso vai acabar mais rápido do que você imagina. A sua ruiva vai fazer o que deve e voltar em segurança e logo o menino vai estar aqui – ele olha para o afilhado – eu vou precisar sair agora

Eu vou com você – Harry se vê dizendo – eu sei que você vai fazer alguma coisa em relação ao sequestro, eu não poderia ficar aqui esperando

Harry – Sirius diz pacientemente – você pode ser um homem de negócios excelente, mas não tem experiência alguma com esse tipo de coisa

Não quero discutir isso, Sirius – ele diz – eu sei que não tenho experiência, mas nada garante que eles não estejam ainda com o Cody, vai ser bom pra ele ter uma presença conhecida quando isso terminar – ele dá um olhar suplicante para o padrinho – por favor, Sirius, eu preciso ir com você, eu não suportaria ficar aqui sem fazer nada, eu sei que não posso fazer muita coisa – ele diz antes que Sirius fale alguma coisa – eu juro que obedeço todas as suas ordens, nem que seja para ficar apenas olhando

Sirius pensa por um minuto e dá um longo suspiro – tudo bem, garoto, eu nunca fui bom em negar as coisas pra você mesmo – ele vê o afilhado abrindo um sorriso – mas escute bem o que vou falar, você vai ter que fazer absolutamente tudo que eu disser e se isso incluir dar o fora, você fará. Eu preciso que você me prometa e eu não estou brincando, você está entendendo? – o detetive fala num tom sério que não combina com o homem descontraído que Harry está acostumado

Eu prometo – Harry diz seriamente, a última coisa que ele quer é fazer algo que prejudique o andamento do resgate – eu faço absolutamente qualquer coisa

Então vamos logo – o detetive fala enquanto Harry o segue tentando ignorar o bolo crescente que seu estômago produz

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Enquanto isso

Gina já deu algumas voltas de carro pelo quarteirão. Ela espera até dar o horário exato combinado, como Sirius lhe instruiu. Ele disse que não queria arriscar a que alguém, um mendigo ou algum bêbado, a interpelasse e pegasse a mala. O que evidentemente poderia ser catastrófico para o plano

Ela não viu viva alma nos arredores há alguns minutos e o horário combinado finalmente chegou. A ruiva estaciona no beco segundo as instruções e coloca a mala no contêiner. Gina não resiste à tentação de olhar ao redor, sua intuição diz que alguém a está observando e ela não consegue conter um arrepio ao imaginar que neste exato momento pode haver algum dos algozes do seu garoto em algum lugar se certificando que tudo está saindo de acordo com o planejado. Ela sente o arrepio, mas não está com medo. Pelo contrário, o seu sentimento neste momento é apena raiva e uma certeza absoluta que ela seria capaz de feri-lo com as próprias mãos se o seu garoto estiver sido machucado

Mas agora não é o momento de ter pensamentos assassinos, não enquanto Cody não estiver em seus braços novamente. Então Gina entra no carro e parte para casa em toda velocidade

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Enquanto isso

Harry e Sirius rodam pela cidade. Harry não se lembra de ter passado alguma vez por aqueles locais. É evidente que é um bairro não muito tranquilo, isso pra dizer o mínimo. Ele sente um bolo em seu estômago só em pensar em que condições o ruivinho se encontra e neste momento ele se dá conta que saiu sem avisar a ninguém já que Rony, exausto pela espera, praticamente desmaiou no sofá da sala e Hermione, embora tenha lutado bastante contra o sono, acabou também sucumbindo

Ele digita uma rápida mensagem para Hermione para que a mesma avise à ruiva e volta a focar a sua atenção na estrada – onde estamos indo? – ele não pode conter a curiosidade e pergunta

Ao local onde desconfiamos que seja o cativeiro – Sirius responde, depois de pensar por um minuto – pretendemos esperar que os homens saiam com o garoto e depois que eles libertarem o Cody, agiremos

Harry não pode conter um suspiro aliviado ao ver que Sirius realmente pensa no bem estar do menino em primeiro lugar, não que ele não confie no padrinho, mas ele sabe que Sirius tende a ser bastante impetuoso de vez em quando

Harry não pode negar que está bem curioso sobre como Sirius conseguiu a localização do cativeiro, mas ele não se atreve a perguntar. Ele não pergunta por dois motivos, primeiro porque ele já notou que seu padrinho não gosta muito de falar sobre seus métodos e segundo porque ele está nervoso demais para tentar iniciar um diálogo

Ele não inicia nenhuma conversa, mas Sirius o faz. O detetive ainda se pergunta se não foi uma completa tolice ceder ao argumento de Harry, mas agora é tarde. Então ele diz – eu não deveria ter concordado em trazer você, mas agora não tem mais jeito. Então me escute bem, garoto. Você vai fazer absolutamente tudo que eu mandar. Mesmo que isso seja pegar este carro e ir embora, entendeu

Harry balança a cabeça concordando, Sirius continua – A minha agente mandou pistas que nos possibilitaram descobrir onde é o cativeiro. Então nós vamos ficar de vigia esperando a hora em que eles forem levar o Cody para a sua ruiva. Assim que o menino estiver em segurança iremos pegá-los

O detetive encara Harry que o fita curioso – eu conto como nós descobrimos depois que tudo terminar, eu prometo. Por enquanto só posso dizer que ficaremos de tocaia esperando que eles saiam com o menino. Quando eles entregarem o Cody, aí sim agiremos

Neste momento seu celular toca. Depois de uns segundos ele diz – Gina deixou o dinheiro e está a caminho de casa, agora só nos resta aguardar

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Local desconhecido

Alívio é pouco para descrever o que ele sente. Ele acabou de receber o telefonema que tanto esperava, o dinheiro já está no local combinado agora é só levar o menino pra casa e partir para uma vida nova

Foi arriscado, mas valeu a pena. Ele pensa. Essa grana vai me livrar dos meus credores e com o que sobrar eu sumo daqui Só mais um pouco, falta pouco pra acabar

Neste momento ele vê que seus sócios chegam carregando uma mala preta – o dinheiro está aí? – ele pergunta assim que a porta se fecha

Conseguimos, cara! – um deles grita, exultante – eu nunca vi tanto dinheiro assim na minha vida, conseguimos!

Ótimo – ele se permite sorrir e expressar o seu alívio – agora temos que soltar o menino e a garota e dar o fora daqui rápido

Não tão rápido, companheiro – o mesmo homem o encara – você não acha realmente que vamos soltar o pirralho e a gostosa e correr o risco de sermos pegos, não é?

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Enquanto isso

Gina acaba de chegar em casa. Só Deus sabe como foi difícil pra ela percorrer o caminho de volta, mil pensamentos povoaram a sua mente em todo o trajeto sendo o fato dos sequestradores não cumprirem a sua parte o pior deles

Ela sacode a cabeça para se livrar desta idéia. Vai dar tudo certo. A ruiva fala para si mesma. Antes que o sol nasça, o Cody vai estar comigo – Gina repete esta frase como se fosse um mantra enquanto entra porta adentro

Ela vê seu irmão e Hermione cochilando no sofá. Apesar do clima tenso Gina não pode deixar de sorrir ao ver que o casal praticamente se levanta num pulo ao ouvir a porta se abrir. Harry, no entanto, não está lá...

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Local desconhecido

Ele não acredita nas palavras que acabou de ouvir. Lá no fundo esse sempre foi o seu maior medo, que seus sócios não cumprissem o combinado e tudo saísse do seu controle. Mas de alguma forma ele sempre procurou ignorar esta hipótese, talvez o desespero de conseguir o dinheiro e com ele a solução de seus problemas o tenham cegado quanto a isso

Vocês estão loucos! – ele diz buscando uma calma que está longe de sentir – não somos assassinos! Já conseguimos o dinheiro, temos que libertá-los

Ah não, não temos – um dos homens fala – você é idiota ou acha mesmo que a polícia não está envolvida nisso? Eles com certeza estão nos esperando em algum lugar, se a gente for soltar o pirralhinho e a gostosa estaremos atrás das grades num piscar de olhos

E antes que ele diga alguma coisa uma arma é apontada em sua direção...

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Enquanto isso

Harry e Sirius esperam dentro do carro. O detetive parece estar bem à vontade o que era de se esperar, afinal Sirius já fez isso outras vezes. Harry, no entanto, já estaria se sentindo entediado se não estivesse tão apreensivo. O dia já amanheceu e ele pode ver algumas pessoas na rua, Harry se lembra bem que Gina falou que segundo os sequestradores o menino estaria de volta antes que isso acontecesse

É normal demorar tanto assim? – ele não se contém e pergunta

Não deveria acontecer – Sirius fala e Harry conhece seu padrinho bem o suficiente pra notar que ele está apreensivo – mas não posso dizer que não é normal, talvez eles estejam pensando qual e a melhor forma de tirá-los de lá ou talvez...

Mas Sirius não completa a frase. A sua atenção é desviada por um barulho, um barulho que ele conhece muito bem e que faz seu sangue gelar. Um tiro

O que foi isso? – Harry pergunta embora em seu íntimo ele já saiba a resposta – não foi um tiro, foi?

Creio que sim – Sirius fala e olha para o afilhado – eu vou verificar e você fica aqui, pode ser que não tenha nada a ver com o sequestro, esse é um bairro violento

Sirius sai do carro e chega à porta de um edifício muito velho ao mesmo tempo em que algumas pessoas saem curiosas. Elas ouviram o tiro e vieram ver o que está acontecendo ele presume embora não pareçam terrivelmente assustadas. Talvez tiros não sejam algo incomum no local como Sirius disse ao afilhado este é um bairro violento, então tiros devem acontecer ocasionalmente

Vieram do quinto andar – um rapazote com cabelo rastafári e diz para um dos policiais que embora não esteja identificado não acha isso estranho, policiais sabem que pessoas que vivem neste tipo de lugar conhecem a polícia de longe

Você sabe quem mora lá? – o policial pergunta

Ah não, moço! Sem maiores informações, não sou dedo duro – o rapaz responde e sai do campo de visão da polícia

Sirius respira fundo. Esse tipo de comportamento é mais comum do que se imagina, geralmente a polícia não é bem vista nestes locais, então eles acham melhor não insistir e seguem até o local de onde disseram que os tiros vinham

Nem bem chegam ofegantes ao quinto andar, eles ouvem vozes exaltadas. Não é preciso ser muito inteligente pra perceber que há uma discussão. Todo cuidado é pouco agora e Sirius só pode torcer pra que tudo dê certo e que o tiro não tenha sido dirigido a Cody ou a sua agente

Os policiais se entreolham e em seguida dirigem o olhar a Sirius que assente com a cabeça. Ele tem experiência o bastante para saber que os sequestradores não pretendem seguir com o acordado. Então é hora de fazer aquilo que intimamente ele não desejava, invadir o cativeiro

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NOTA DA AUTORA

Sim, eu sou uma pessoa tremendamente enrolada! Sim, eu parei justamente nesta parte... Peço desculpas pela demora, já por parar justamente aí... Acho que não(autora escondida atrás do pc).

Espero que tenham gostado, obrigada por lerem e por não desistirem de mim principalmente aqueles que perdem um minutinho pra deixar um comentário.

Bjos e até o próximo

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