Encontros
De volta aos dias atuais
Harry respira fundo e ultrapassa os portões. Não foi tão difícil assim... Ele pensa enquanto continua caminhando até a porta. Mas Harry sabe que isso é apenas o primeiro passo, que os anos de solidão e frustração não irão desaparecer apenas por que ele entrou na casa. Mesmo assim ele quer tentar e ele vai tentar
Ele toca a campainha e vê uma figura conhecida
Minerva McGonagall, embora mais velha, ainda permanece com seu costumeiro ar severo e aristocrático. Harry não pode deixar de sorrir. Ele se lembra que, apesar do ar sisudo da governanta, ele sempre conseguiu dela tudo que quis
Você veio... (ela fala com os olhos lacrimejantes) você veio... Meu menino está em casa novamente
Eu já não sou mais um menino – Harry consegue balbuciar com a voz tomada pela emoção
Pra mim você vai ser sempre o meu menino (ela fala abraçando Harry e o conduzindo pra dentro) o mesmo menino que me botava louca correndo por estes jardins. Que bom que você está de volta
Eu estou feliz em estar de volta – Harry fala e se dá conta assustado de que isso é verdade. Ele está feliz em estar de volta, depois de tanto tempo ele voltou pra casa...
A governanta conduz Harry para dentro da casa. Ele para por um momento e olha para os móveis, para as paredes... Tudo continua exatamente da mesma forma que a última vez, mas não são os móveis e as paredes que importam agora. O que importa agora é a saúde de Alvo Dumbledore
Como está Alvo? – Ele pergunta para Minerva
Descansando (Minerva fala com um ar preocupado) ontem ele não estava nada bem, mas hoje está um pouquinho melhor. Se não fosse Gina...
Gina? – Harry fala curioso
É... (Minerva esclarece) a senhorita Weasley. Uma moça excelente, é o braço direito de Alvo nestes últimos tempos, se dependesse dela tomaria conta dele vinte e quatro horas por dia. Se eu não ficar de olho se esquece até de comer
Ela é secretaria de Alvo? (Harry pergunta sentindo-se um pouco enciumado ao ver que existe uma pessoa tão importante na vida dele) pensei que Snape continuasse sendo o assessor
Ela é uma espécie de faz tudo (Minerva responde percebendo o tom enciumado de Harry) e Snape não é mais assessor. Ele agora é sócio de Alvo
Sócio? – Harry olha para Minerva sem acreditar, até onde ele sabia Severo Snape era apenas o filho de uma antiga funcionária que estudou graças a boa vontade de Dumbledore
Minerva não pode deixar de sorrir. Ela percebe que a animosidade entre os dois ainda existe – Se não fosse por isso a corporação Dumbledore já teria falido. Na verdade não foi vantagem nenhuma para Severo, ele só fez isso por gratidão a Alvo.
Não sabia que ele tinha tanto dinheiro – Harry não pode deixar de falar
Muita coisa aconteceu Harry (Minerva fala de forma carinhosa) vai demorar um tempo até você se inteirar de tudo. Vou ver se Alvo já acordou
Harry fica sozinho por alguns minutos até que a governanta retorna
Ele está acordado agora (ela fala enquanto guia Harry através dos corredores) Alvo gostaria de vê-lo
Harry se prepara para ir ao quarto do ancião, mas sente a mão de Minerva no seu ombro.
Eu sei que você guarda muitas mágoas (ela fala olhando pra ele), mas agora não é hora...
Harry assente com a cabeça, um pouco chateado. Quem diabos ela pensa que eu sou? Um insensível?
Harry abre a porta do quarto, um silêncio pesado inunda o local. Nada o preparou para encontrar Alvo Dumbledore tão debilitado. O homem, que outrora era forte e vigoroso e brincava com ele nos jardins da mansão, encontra-se pálido e magro. Não é preciso sequer ser médico para notar o quanto ele está doente
Chegue mais perto Harry (ele ouve uma voz vinda do leito) não fique parado olhando como se eu já estivesse num caixão. Eu não estou e nem pretendo estar tão cedo
Harry não pode deixar de sorrir. Este é Alvo Dumbledore. Capaz de fazer piada nas piores situações
Vejo que você não perdeu seu senso de humor – Harry fala enquanto se aproxima
Nem o senso de humor, nem minha barba... – Alvo responde de modo zombeteiro
De fato, a barba e os cabelos brancos muito longos davam ao velho uma aparência excêntrica. Alvo Dumbledore parecia mais um cientista maluco do que um executivo
Sente-se Harry (Alvo fala com a foz enfraquecida) sente-se a meu lado... Tem algumas coisas que eu gostaria de esclarecer quanto à empresa
A gente pode deixar isso pra depois – Harry o interrompe. Ele pode perceber que Alvo Dumbledore está muito fraco. Fraco demais para conversar sobre isso no momento
Não Harry. Eu quero colocar tudo em pratos limpos agora (Dumbledore olha para ele) você vai ter carta branca dentro da empresa. Eu confio em você...
Harry olha para ele emocionado. Alvo continua – a única exigência que eu faço é que a senhorita Weasley fique a par de tudo
De novo esta tal Weasley. Harry pensa chateado. Quem é ela? Por que ela tem essa influência sobre Alvo Dumbledore? Por um momento sua imaginação cria asas e ele chega a pensar que ela pode ser uma pessoa perigosa, alguém que se aproveita da saúde de um velho frágil para conseguir vantagens. Ele decide concordar com as condições de Dumbledore, mas promete a si mesmo que ficará de olho em Gina Weasley.
O que está acontecendo aqui?
Harry ouve estas palavras de uma voz desconhecida. Ele se vira e vê dois olhos cor de chocolate que o fitam furiosamente
Mas a dona daqueles olhos que o fitam com tanta intensidade não fala nada. Apenas corre rapidamente até Alvo Dumbledore e lhe afrouxa os botões da camisa, depois vai certeira ao armário e tira dois comprimidos e entrega a ele com um copo d'água – você sabe que não pode se cansar Alvo (ela fala lançando um olhar carinhoso ao ancião e um olhar furioso a Harry)
Eu estou bem (Alvo fala) eu tinha que acertar alguns detalhes com Harry
Mas agora você vai descansar. Eu liguei para o doutor Lupin, ele vai passar aqui no final da tarde – ela fala enquanto afofa seu travesseiro.
Você me trata como uma criança Gina (ele fala e olha para Harry) a propósito, vocês ainda não se conhecem. Harry Potter, Gina Weasley. Gina Weasley, Harry Potter
Então esta é a senhorita Weasley...Ele pensa consigo mesmo e tem que admitir que não estava preparado para isso. Definitivamente ele não esperava cabelos ruivos como o fogo, servindo de moldura a um rosto ao mesmo tempo angelical e decidido. Definitivamente ele não esperava uma mulher com uma boca rubra e convidativa e intensos olhos cor de chocolate que o fitavam com... Desprezo?
Finalmente conheci o famoso Harry Potter! – A ruiva olha pra ele e fala. Harry não precisaria ser inteligente para notar o sarcasmo na sua voz
A ruiva fita Harry por algum tempo e então se volta para Alvo. – Espero que vocês já tenham conversado. Se não, vai ficar pra outra hora, pois agora você precisa descansar.
A menina está certa (uma senhora de meia idade entra e começa a medir a pressão de Alvo Dumbledore) você se esforçou demais hoje Alvo. Aliás, não sei por que você contratou uma enfermeira se não segue as minhas ordens.
Eu não contratei (ele fala parecendo um garoto emburrado) Minerva e Gina o fizeram. A propósito Harry, está senhora simpática é o meu carcereiro particular também conhecida como Madame Pomfrey.
Apenas uma enfermeira, senhor Potter. E se Gina e Minerva me contrataram é sinal que elas se preocupam com você, senhor Dumbledore – madame Pomfrey fala como quem explica algo a uma criança
Harry observa a cena sentindo-se um mero expectador até que sente um toque em seu braço – por favor, senhor Potter (a ruiva fala suavemente, mas Harry sente um traço de rispidez na sua voz) Alvo precisa descansar.
Eu volto depois – ele consegue dizer enquanto é praticamente colocado pra fora do quarto
Minerva os espera do lado de fora – Como ele está?
Sendo medicado (Gina fala) se eu não tivesse entrado com certeza ele teria uma crise (ela olha para Harry e fala de forma ríspida) você não parecia ter muito tempo pra ver Alvo não é mesmo? Mas mesmo assim não precisa prejudicar a saúde dele pra compensar o tempo perdido
Harry olha pra ela sem acreditar. Quem essa ruiva pensa que é?
Antes que ele fale alguma coisa, Minerva apazigua – Crianças, não briguem! (ela olha para Harry) Você vai ficar no seu antigo quarto. Por que não vai até lá dar uma olhada? (Ela se vira pra Gina) E a senhorita vai comer alguma coisa e não adianta dizer que não está com fome, eu tenho notado que você vem se alimentando muito mal desde que tudo aconteceu. Alvo vai ficar preocupado se souber que você não comeu nada (ela fala categórica)
Então eu como um sanduíche. (Gina fala derrotada) Mas tem que ser rapidinho, eu tenho que ir para o escritório em no máximo meia hora.
Harry olha para ela e a despeito da animosidade latente ele fala – Já que a senhorita vai para o escritório, eu vou junto. Eu preciso me inteirar do funcionamento de tudo.
Gina olha para ele. A última coisa que quer é ficar na companhia de Harry Potter, mas ela não pode falar que não sem parecer indelicada diante da governanta, então ela assente e fala – O motorista deve sair em meia hora. Não se atrase
Harry assente com a cabeça e vai para seu quarto
Ele não consegue conter um suspiro ao ver que tudo está exatamente do jeito que deixou. A coleção de miniaturas em cima da cômoda, a bola de basquete jogada num canto. Harry se lembra perfeitamente das tardes em que ele e Dumbledore passaram jogando. Ele era apenas um garotinho e Dumbledore brincava com ele durante horas ensinando-o a jogar a bola na cesta
Harry ainda não sabe como definir seu encontro com Alvo Dumbledore, o fato dele não ter falado nada a respeito do passado tanto o frustrou quanto o deixou aliviado. Harry entende que Dumbledore não está em condições de ter esse tipo de conversa no momento, mas isso não impede que ele tenha esperado que uma explicação fosse dada. Ao mesmo tempo ele se sente aliviado pelo assunto não ter vindo à tona pois Harry não sabe se gostaria de levantar esse fantasma agora. Não quando há tanto a fazer
Não é hora pra ficar pensando nisso! Harry fala para si mesmo e se apressa em tomar banho. Do jeito que a tal Weasley é, não duvido nada se ela me deixar com a desculpa que eu me atrasei.
Pouco depois, ele desce as escadas e encontra Gina esperando por ele – desculpe a demora (ele fala)
Gina olha pra ele – Na verdade Hagrid estava terminando de lavar o carro (ela fala deixando claro que, se dependesse dela, já teria ido para o escritório)
Tudo bem! (Harry suspira) eu não conheço você e você não me conhece. Eu posso saber por que essa agressividade?
Talvez porque eu não tenha ido com a sua cara (Gina olha pra ele e fala) talvez porque eu não vá com a cara de homens feitos que deixam um senhor de idade abandonado por anos
Harry olha pra Gina sem acreditar. Quem ela pensa que é pra fazer um julgamento desses?– Acho que a senhorita é muito boa pra realizar seus julgamentos (ele rebate de modo irônico)
Desde que eu tenha o material adequado (a ruiva fala no mesmo tom) agora, por favor, já estou atrasada e sinceramente não quero continuar com essa conversa aqui (ela fala indo em direção ao jardim)
Harry olha para a ruiva que se retira e se apressa em segui-la. Ela é definitivamente louca! Ele pensa. Louca e mal humorada! Ele olha pra ela e conclui. Louca, mal humorada e com um belo trasei... Harry quase tropeça ao se dar conta do pensamento que se formou na sua mente. Você está ficando louco Harry Potter! A última coisa que tem a fazer agora é admirar certas partes da anatomia dessa maluca
Os pensamentos do moreno são interrompidos quando ele avista uma figura avantajada. Eu devia saber que ele também estaria aqui... Definitivamente algumas coisas nunca mudam
Hagrid! (Harry fala satisfeito) vejo que você ainda está por aqui
Claro Harry (Hagrid fala enquanto lhe dá um abraço de quebrar costelas) onde mais eu estaria a não ser ao lado de Dumbledore? É bom ver você
Eu também fico feliz em te ver Hagrid – Harry fala ignorando deliberadamente o olhar de Gina
Deixa eu olhar pra você (Hagrid fala afastando-se um pouco) você agora é um homem! Como cresceu!
Nem tanto assim... – Harry sorri ao olhar para o motorista que possui mais de dois metros. Rubeo Hagrid era um homem de proporções descomunais com uma barba longa acompanhada de cabelos igualmente compridos, mas Harry ainda está pra conhecer pessoa mais sensível. Ele se lembra bem o quanto choraram juntos quando seus pais morreram
Acho bom a gente ir Hagrid (Harry fala afastando as lembranças tristes) a senhorita Weasley tem pressa (ele olha para Gina que definitivamente não gostou de ser ignorada)
Eu já falei que ela trabalha demais (Hagrid fala olhando para a ruiva) você volta pra cá depois?
Não (Gina fala para o motorista) eu deixei meu carro no escritório. De lá vou pra casa se estiver tudo bem
Você ainda está com aquela lata velha que você chama de carro? – Hagrid fala sorrindo
Mais respeito, por favor, (Gina fala fingindo-se de ofendida) aquele carro tem idade pra ser seu pai.
Meu avô, você quer dizer – Hagrid fala e sorri quando Gina lhe mostra a língua
Harry e Gina entram no carro e vão para as empresas Dumbledore
NOTA DA AUTORA
Em primeiro lugar quero agradecer de coração a todo mundo que leu, colocou a fic nos alertas, favoritou e principalmente a quem deixou uma palavrinha de incentivo. É muito importante pra gente que escreve receber este tipo de retorno
Em segundo lugar quero, desde já, me desculpar por eventuais demoras. Eu amo escrever, mas de vez em quando a chamada vida real não me deixa dedicar às fics o tempo que gostaria. Como todos vocês eu também tenho trabalho, casa, família e, é claro, uma vida social já que ninguém é de ferro! Mas não se preocupem que eu tenho verdadeiro pavor de fics inacabadas, então nem passa pela minha cabeça fazer isso com vocês. Então compreendam e perdoem eventuais atrasos ok
Espero que tenham gostado deste segundo capítulo. Vou ficar aguardando as reviews. Façam essa autora feliz!
Bjos
Comentários (1)
Apesar de não curtir UA nem um pouco sua fic está me deixando empolgada!!! Meus sinceros parabéns!
2014-06-06