Capítulo III
Acordou mais tranqüila. O rosto inchado pela noite de choro, ainda assim decidiu que iria conversar com ele, apenas para que ele soubesse que também foi, e ainda é amado. Não pediria nada em troca, assim como ele jamais pediu.
Aparatou em frente à Mansão, o coração não batia, gritava dentro do peito de tanta ansiedade, já silenciado tantas e tantas vezes.
Uma garota abriu a porta, devia ter alguns anos a menos que ela, ou então era o reflexo da guerra vivida que a tinha deixado com semblante mais velho. Riu de si mesmo com a constatação.
- Bom dia, desculpe o infortúnio, mas eu poderia falar com Draco Malfoy?
A garota sorriu. Era um sorriso tão apaixonado que mais uma vez seu coração gritou em protesto.
- Ele saiu assim que amanheceu, costuma correr antes de ir para o trabalho. Você gostaria de entrar e aguardá-lo? Desculpe minha falta de educação, sou Astória, muito prazer!
Mais uma dessas e meu coração pára de vez, não morri pelas mãos de Voldemort ou Comensais da Morte, mas vou morrer porque meu coração é estúpido, hahaha perfeito! Pensou Hermione antes de responder a garota.
- O prazer é meu, sou Hermione Granger, fui colega de Malfoy em Hogwarts. Sinto incomodá-la, mesmo assim não vou esperar estou saindo da cidade por algum tempo e resolvi passar apenas para revê-lo. Por gentileza, mande lembranças minhas a ele! Eu sou mesmo uma estúpida. Pensou a castanha.
- Certamente deixarei seus votos!
- Obrigada, tenha um bom dia!
A garota sorriu em resposta e fechou a porta enquanto a castanha saia. Agora voltaria pra casa, arrumaria a mala e daria o fora da cidade o mais rápido possível. Mas, pelo menos havia tentado procurá-lo, não morreria com aquela sensação de vazio do SE, ela o procurou e o destino não quis que eles estivessem no mesmo momento e no mesmo lugar, e contra o destino Hermione Granger não lutava.
Além de tudo, a garota parecia tão apaixonada que Hermione jamais interferiria na felicidade alheia, o altruísmo podia ser equiparado a de um mártir! Na escola, sempre estava a frente dos estudos, não só porque ela tinha sede de conhecimento, mas porque precisava estar sempre adiantada nos deveres para auxiliar Harry, Ron e quem mais precisasse; abriu mão de sua família para protegê-los da Guerra; nunca chorou na frente de Harry ou Ron, eles não suportariam vê-la fraquejar; jamais falou com Malfoy sobre o que aconteceu naquela noite, ela não tinha o direito de se meter no destino dele. E houve tantas e tantas situações que não prezou por sua própria felicidade. E mais uma vez, isso aconteceria. Hermione decidiu parar de se lamentar como uma velha, apesar de tudo, eram suas escolhas, e podia se orgulhar disso.
Aparatou em casa, fez as malas, chamou uma coruja, mandou duas cartas, uma delas endereçada aos amigos e outra aos pais. Viajaria sozinha para Suíça.
Saiu antes de notar a coruja negra pousando em sua janela.
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