Partida
—Capítulo 5—
Partida
Tentar convencer Sophia de não ir mostrou-se uma tarefa impossível. A garota parecia irredutível em sua decisão. Pedro tentava argumentar que não era a melhor hora para deixar a Mansão, mas o fato de poder encontrar Comensais da Morte na primeira esquina não parecia lhe dar medo.
—Não se preocupe. Eu sei me defender. —Disse a garota, com um tom despreocupado, durante um almoço.
A segunda semana de Junho passou rapidamente sem grandes acontecimentos. Pedro passava a maior parte do seu tempo no quarto, reorganizando os pergaminhos com as informações dos três Comensais da Morte que estavam presentes no dia da invasão à Raven Ville. À noite, analisava todo o material. Fichas da primeira passagem deles por Azkaban, relatórios dos aurores, ordens judiciais. Tudo o que pudesse conter um endereço, vícios de comportamento, lugares onde costumava freqüentar, velhos hábitos.
O que mais preocupava Pedro era a hora de dormir. Em quase todas as noites, desde que recebera os documentos, havia tido pesadelos com a noite da morte dos pais. Sempre um pedaço ou de um ângulo diferente, mas sempre acordava com um sobressalto com a voz estridente de Bellatrix Lestrange lançando um Avada Kedavra em seus pais.
Era por volta das três da manhã quando acordou sobressaltado mais uma vez. Suas mãos se agarravam com força ao lençol e sua respiração saia em arquejos rápidos e irregulares. Sentiu a testa molhada pelo suor, mas não fez nada para limpar. Seus dedos estavam rígidos como as articulações enferrujadas de uma maquina. Depois de uns cinco minutos tentando tranqüilizar seus batimentos cardíacos, o garoto relaxou os braços e deixou-se cair na cama mais uma vez.
—Merda... —Sussurrou, sentindo as lágrimas juntarem-se ao suor em sua face. Levou as mãos até o rosto, tampando-o, sentindo o corpo balançar à cada pequeno soluço.
Só quando o choro já estava controlado foi que afastou as mãos do rosto. Sabendo que não conseguiria voltar à dormir tão fácil, levantou-se da cama e calçou os chinelos. Ficou um instante sentado, olhando para a lareira, antes de levantar-se, arrastando seus pés pra fora do quarto.
Como de costume, a mansão estava completamente vazia e silenciosa. As luzes estavam apagadas, lançando tudo numa meia-luz azulada, salpicada de retângulos brancos, devido à luz da lua que entrava por entre as janelas. Puxou a varinha do bolso e murmurou lumus, lançando um facho de luz pelos corredores. Tomando cuidado para não fazer barulho e acordar alguém, desceu em passos lentos rumo ao térreo. Até mesmo os retratos pendurados nas paredes estavam adormecidos, tranquilamente, alguns até roncando. Manteve a varinha baixa para não acordar nenhum deles, seguindo na direção da sala da TV.
Uma luz alaranjada passava por baixo da fresta. Franziu a testa de leve. Não era normal uma de suas primas estar acordada àquela hora da noite.
—Nox. —Murmurou, fazendo a ponta da varinha apagar-se. Foi em passos lentos em direção à porta e abriu uma fresta.
O som abafado da TV vinha ao longe, num volume baixo. Podia distinguir claramente o som de risos e vozes animadas. Adentrou o local lentamente e fechou a porta com cuidado, para não fazer barulho.
A TV mostrava a imagem de dois jovens se divertindo. Pareciam passar uma filmadora de um para o outro. A garota, sua prima Sophia, corria do rapaz que segurava a câmera na direção dela. Em certo momento os dois tropeçaram e caíram no chão. A Câmera caiu longe, de cabeça para baixo. Depois de mais risos e do pé de um deles passar perigosamente perto da lente, uma mão pegou a filmadora. Mais risos e um “pára” meio abafado pela risada, antes que a câmera focasse o rosto dos dois.
—Eu queria deixar registrado, para todo o sempre... —Começou o garoto, enquanto Sophia escondia o rosto no peito dele. —que eu amo essa garota.
E a câmera cortou para o colour bar. A imagem congelou antes de começar a andar pra trás. Parou no exato momento em que ele repetia a frase. Pausava antes da entrada do colour bar e repetia o mesmo movimento.
Seu olhar voltou-se para o sofá de frente para a televisão. Sophia estava enfiada num grosso cobertor, meio encolhida, parecendo uma criança vendo um filme de terror. Sua mão estava esticada na direção do videocassete. Apertava constantemente os botões de pausar, rebobinar e tocar, sempre na mesma ordem.
—Soh? —Perguntou baixinho, como se tivesse medo de assustar a prima.
A garota virou-se num pulo para encarar o primo. Seu rosto estava manchado pelas grossas lagrimas que caiam de seus olhos, que estavam incrivelmente vermelhos. Encarou o primo por um instante, ainda surpresa, antes de olhar, constrangida, para a TV. Deu dois passos para frente antes de desligar o vídeo, pigarreando meio sem jeito.
—Era ele? —Perguntou Pedro, apontando para a TV com o queixo.
—Era. —Disse Sophia, numa voz embargada e um pouco rouca. Passou a mão pelos olhos, tentando secar as lagrimas, evitando o olhar do primo.
—Parecia ser um cara legal. —Murmurou Pedro, também encarando o carpete.
—Era... —Disse Sophia, quase num sussurro. Pigarreou, tentando espantar o tom lúgubre de sua voz, tentando substituir por um ar curioso. —E você? O que faz aqui?
—Perdi o sono. —Disse Pedro, dando sutilmente de ombros, tentando parecer natural.
—Outro pesadelo? —Disse Sophia, numa voz baixa. Pedro ergueu o olhar rapidamente na direção da prima, parecendo assustado. A garota corou de leve antes de voltar a abaixar o olhar. —Eu estava indo ao banheiro quando ouvi você gritar.
—Eu devia ter disfarçado melhor. —Murmurou Pedro, dando um sorriso meio sem graça.
—Acho que não tem como disfarçar isso. —Disse Sophia, meio distante.
O silêncio abateu-se sobre eles, como uma pesada massa de ar. Durante o que pareceu mais de cinco minutos, ficaram encarando os próprios pés, pensando, cada um, em seus próprios medos. Por fim, sentindo que aquele clima já estava lhe sufocando, Pedro pigarreou, falando num tom de voz baixo.
—Iremos partir depois de amanhã...ao amanhecer. Você já arrumou suas coisas.
—Já. Já está tudo pronto. Só preciso arrumar um jeito de levar minha moto. Pensei que você pude...
—Deixe-a. — Cortou Pedro, tentando não parecer tão rude.
—Como? —Perguntou Sophia, como se não conseguisse entender o que o primo estava dizendo.
—Deixe a moto.
—Eu não posso simplesmente “deixar a moto” — Disse Sophia, estreitando o olhar, fitando o primo como se ele houvesse lhe ofendido profundamente. — Ela é a única coisa que eu tenho!
—É grande de mais para levarmos!
—Você pode encolher com magia! E ela pode ser útil quando não pudermos aparatar. —Ponderou a garota, cruzando os braços sobre o peito. Pedro fitou-a por um instante, parecendo considerar o que a prima dizia. Deixou um pesado suspiro escapar por entre seus lábios antes de sacudir os ombros, parecendo resignado.
—Você está certa. Mas esteja pronta para abandonar-la se precisarmos fugir. —Seu ar tornou-se ainda mais sério, enquanto suas sobrancelhas se abaixavam contra seus olhos.
—Isso não vai ser necessário, eu tenho certeza. —Disse Sophia, ainda séria, mas parecendo mais tranqüila do que antes.
—Espero que tenha razão... —Murmurou Pedro, deixando o olhar vagar meio perdido pelo local, querendo ter realmente certeza do que a prima dizia.
A manhã do dia seguinte foi dedicada quase totalmente à reduzir à moto de Sophia até que ela coubesse dentro da mochila dela, sem grandes problemas. O restante cada um passou em seu quarto. Foi difícil para Sophia explicar para Jinx que iria partir. De seu quarto, Pedro ouviu a breve discussão entre as irmãs e logo o choro das duas.
Era um pouco mais de nove da noite quando Pedro largou-se na cama. O quarto estava impecavelmente limpo, da mesma forma como encontrara quando chegou. Sua mochila estava bem arrumada ao lado da cama e a espada de Ravenclaw repousava suavemente sobre a poltrona do outro lado da cama, em seu tamanho natural.
Era fato que não sabia o que iria acontecer daqui pra frente. Desde a morte de Dumbledore e do retorno à Londres, a única coisa que sabia é que não voltaria à Hogwarts. Sabia que os Comensais iriam passar à agir abertamente, o que seria o momento perfeito para buscar o que tanto queria naqueles últimos anos.
Vingança...
Um estalo baixo na lareira chamou sua atenção. Franziu a testa e inclinou o pescoço meio para frente para tentar ver algo, mas tudo o que conseguia ver eram algumas fagulhas voando, como se a lareira estivesse cuspindo. Sentou-se com cautela e pegou a varinha sobre a mesa de cabeceira, dando pé ante pé até a lareira.
—Quem está aí? —Perguntou num tom autoritário, enquanto apontava a varinha para dentro da lareira.
—Hey, hey! Calma! —Disse uma voz conhecida dentro da lareira. Pedro deixou um suspiro aliviado escapar antes de ajoelhar-se diante do fogo. Ficou por um instante encarando os olhos verdes da ruiva, antes de falar.
—Como você está?
—Eu estou bem. —Respondeu Liv, em seu costumeiro tom casual. —Não foi fácil te encontrar.
—Era esse o objetivo. —Disse Pedro, dando de ombros, sentando-se antes de voltara falar. —E você? Onde está?
—Não posso falar, essa lareira não é segura. —Disse Liv, olhando para os lados, como se tivesse medo que alguém pudesse estar escutando. —Só queria saber se você estava bem.
Pedro deixou seu olhar prender-se na garota por um instante, como se tentasse pescar alguma informação em seus olhos, antes de soltar um suspiro demorado. Abaixou o olhar e ficou encarando o tapete, antes de murmurar.
—Eu estou bem. Obrigado pela preocupação.
—Não tem de que. —Respondeu Liv, fitando o garoto demoradamente. —Eu tenho que ir. Tem alguém vindo. Nos falamos depois.
E, com um tremor forte das chamas, o rosto de Liv desapareceu. Pedro ficou um instante olhando para o fogo que havia voltado à cor natural, antes de voltar para cama, com a cabeça mais cheia do que minutos atrás.
Eram quatro horas da manhã quando o despertador de seu relógio digital começou a tocar. Após tatear às cegas e conseguir desligar o relógio, ficou um instante com o rosto enfiado entre os travesseiros antes de levantar-se. Esfregou o rosto demoradamente com a parte de trás das mãos, tentando afastar um pouco o sono que ainda lhe empurrava de volta para o colchão.
Determinado à não perder um único momento a mais, o garoto procurou os chinelos embaixo da cama antes de ir até o banheiro. Abriu o registro da pia e recolheu a água entre as mãos, molhando o rosto. Deixou o olhar fixar-se em seu próprio reflexo.
Como ele havia mudado! Tanta coisa havia acontecido naqueles anos que ele nem se dera conta de que o pequeno Pedro já era quase um homem. Passou a mão suavemente pelo rosto e sentiu a aspereza de uma barba por fazer.
Tantos anos se passaram...
Uma súbita excitação passou por seu corpo, fazendo seu coração bater rapidamente. Iria partir em busca daquilo que mais desejara em todos aqueles anos. Sempre tivera certeza do que queria e que iria conseguir, mas, no momento, duvidas começaram a planar em sua mente.
E se não conseguisse? E se falhasse? E se morresse? Seus pais haviam se sacrificado para que ele ficasse vivo e, ainda assim, ele iria partir em busca de bruxos formados, peritos em torturas e execuções. Que haviam matado não só seus pais, mas também dezenas de outros bruxos. O que impediria eles de matar só mais um? Um bruxo que nem completara os estudos. Deixou um novo suspiro escapar por entre seus lábios antes de jogar mais água no rosto.
—Não é hora de duvidas, Pedro Ravenclaw. —Sussurrou para seu próprio reflexo.
Esticou a mão para o lado e pegou uma toalha de rosto que estava pendurada ao lado. Secou o rosto e colocou-a de volta no mesmo lugar de antes. Voltou ao quarto e foi até as roupas que havia separado na noite anterior. Uma calça jeans simples e uma camisa preta, meio larga, de mangas compridas. Vestiu-se o mais rápido possível, deu uma ultima olhada no quarto antes de colocar a mochila nas costas e prender a espada ao cinto da calça.
A Mansão estava silenciosa como era de se esperar. Os raios do sol ainda eram uma sutil claridade que atravessava as janelas com uma intensidade poeirenta, banhando o corredor com uma luminosidade cinzenta e um tanto sóbria. Os primeiros pássaros já acordavam e faziam sua balburdia matinal do lado de fora.
—Espero que a Sophia não demore a acordar. —Murmurou Pedro, olhando rapidamente para o relógio antes de seguir até as escadas.
O saguão estava tão silencioso quanto à parte de cima. Exceto o ronco suave dos quadros que dormiam tranquilamente, nada parecia criar a tranqüilidade modorrenta do local. Atravessou o saguão e abriu a porta com cuidado, para não fazer barulho.
—Bom dia! —Disse Sophia atrás dele, fazendo o garoto sobressaltar-se.
—Soh! —Disse Pedro, levando a mão até o peito, sentindo o coração bater fortemente. —N-não pensei que já estivesse acordada.
—Não consegui dormir direito. —Disse Sophia e só então Pedro reparou que ela segurava duas xícaras de chocolate quente na mão. —Toma. A Jinx que preparou.
O garoto agradeceu baixinho antes de pegar a xícara, dando um gole demorado. Não demorou muito e Jinx apareceu. Carregava consigo uma bolsa pesada que carregava com um pouco de dificuldade.
—Tem um pouco de comida. E água. Pra se vocês precisarem. —Disse a garota, entregando a bolsa para o primo.
—Obrigado, Jinx. Vai ser muito útil. —Murmurou Pedro, aproximando da prima e abraçando-a com carinho.
—Cuida da Soh, tá? —Murmurou uma chorosa Jinx, soltando-se do primo para abraçar a irmã. —Ela é imprudente de mais. Mas é a única coisa boa que eu tenho na vida.
—Eu cuidarei dela. —Respondeu Pedro, sorrindo meio sem graça enquanto observava as irmãs se despedirem. Virou-se para a pesada bolsa com comida e apontou a varinha para ela. —Reducio.
Assim que a bolsa encolheu o suficiente para caber dentro de sua mochila, enfiou num dos bolsos mais largos, antes de virar-se para as duas novamente. As irmãs terminavam de trocar conselhos e palavras de afeto, antes de dar um ultimo abraço.
—Tenha cuidado, Jinx. Se puder, vá para a casa do James até seus pais voltarem. Não é seguro ficar sozinha. —Advertiu Pedro, ajeitando a mochila nas costas. —Não abra o portão para ninguém sem ter certeza de quem é. E qualquer sinal de perigo, pode aparatar nesse endereço. —Enfiou as mãos no bolso da calça e retirou um cartão escrito com sua letra apressada. —Será muito bem recebida.
—Obrigado. —Murmurou Jinx, fungando alto antes de pegar o cartão. —Se cuidem. Por favor.
—Nos cuidaremos. —Garantiu Sophia, antes de ir até o primo.
Pedro acenou brevemente para Jinx, enquanto esticava o braço para a outra prima. Sophia ficou encarando o primo por um instante, sem entender.
—Oras. —Disse Pedro, revirando os olhos. —Não acha mesmo que vamos sair andando por aí, acha?
Ainda com as sobrancelhas erguidas, a garota esticou a mão e segurou firmemente no braço do primo. Pedro respirou fundo e fechou os olhos, tentando concentrar-se no local onde queria ir. Deixou sua mente focalizar bem a localidade antes de girar no ar.
Novamente a incomoda sensação de estar sendo empurrado por uma mangueira de borracha apoderou-se de seu corpo. Seu peito era pressionado para dentro e suas córneas pareciam que iam afundar em seu crânio. Sentiu a pressão da mão de Sophia aumentar em seu braço, como se a garota tivesse medo de cair. Por fim, sentiu o ar voltar à seus pulmões e a pressão em seu corpo diminuir.
Estavam no meio de uma pequena praça circular, repleta de banquinhos de madeira e um obelisco de tamanho médio em seu centro. Casas simples cresciam ao seu redor, com jardins bem cuidados e janelas limpas. Uma névoa fria caia sobre o local. O sol continuava sua subida lentamente, lançando uma luz menos pálida sobre o local.
—Uau. —Murmurou Sophia ao seu lado, parecendo ligeiramente sem fôlego. —Não parecia ser tão ruim nas aulas do Ministério.
—Nunca parece tão ruim. —Murmurou Pedro, ajeitando a mochila nos ombros, lançando um olhar analítico ao seu redor.
Não havia nenhum movimento na praça. As pessoas ainda estavam recolhidas em suas casas, aproveitando aquele inicio de manhã. Algumas galinhas passeavam por de trás dos muros com seu cacarejar suave.
O tilintar das correias de uma bicicleta chamou sua atenção. Virou o olhar na direção oposta e viu enquanto um jovem jornaleiro passava atirando jornais nos jardins das casas. Deu a volta completa na praça antes de seguir por outra rua em diagonal à que ele veio.
—Onde estamos? —Perguntou Sophia, chamando a atenção do primo mais uma vez.
—Dermontburg. —Murmurou Pedro, o rosto meio virado enquanto seu olhar corria de um lado para o outro.
—E onde fica isso? —Disse Sophia, com uma leve curiosidade em seu tom de voz, enquanto passava suavemente seus dedos por uma árvore que crescia ao lado.
—Ao lado da Mansão Lestrange. —Disse Pedro, tentando parecer indiferente, mas havia uma nota de tensão em sua voz.
—Mansão Lestrange?! —Disse Sophia, a voz afinando uma nota. —Acha que vai conseguir algo vindo DIRETO pra casa deles?! Provavelmente isso aqui está infestado de Comensais!
—Não segundo as ultimas informações. —Disse Pedro, revirando os olhos de leve, fazendo um sinal para a prima abaixar a voz. —A Mansão Lestrange foi esvaziada semana passada.
—E para onde eles foram? —Disse Sophia, sentando-se num dos banquinhos, tirando a mochila e pondo sobre a grama.
—Não sabemos. —Murmurou Pedro, sentando ao lado da prima. —Os Aurores que estavam seguindo eles foram despistados em algum lugar próximo à Southampton.
Sophia olhou para o primo de canto. Pedro notou que ela segurava a vontade de perguntar de onde ele conseguira aquelas informações. Fitou seu rosto inexpressivo por um instante antes de descer o olhar. A mão do primo apertava nervosamente o cabo da espada. Deixou um suspiro pesado escapar por entre seus lábios antes de esticar a mão e segurar a do primo.
—Hey...vai dar tudo certo. —Disse Sophia, num tom confiante, sorrindo de canto para o primo.
Pedro olhou brevemente para prima, com as sobrancelhas erguidas antes de forçar um sorriso. Queria ter a mesma certeza que ela. Ou ao menos acreditar em suas palavras de conforto. Mas só de pensar em tudo o que estava para acontecer, seu coração saltava dolorosamente, com uma onda de adrenalina angustiante.
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