<u>don't mess with demons!</u>



Do not mess with the Demons!
Eugênio


 


 donotmesswiththedemons.png picture by mrmathe


Notas
Jurado 1: 8.5
Jurado 2: ?
Jurado 3: ?
Leitores: 9.7
ia final: ?







I want to live where soul meets body...

“… e essa é Marlene McKinnon, foi morta duas semanas depois de tirarmos a foto, pegaram toda a família dela.”
Sirius Black, OF9.


 


Marlene sabia que isso era errado. O que ela podia fazer?

Ela amava ele. Amava, muito. E ela faria qualquer coisa para tê-lo. Desse jeito, ela estaria cruzando todos os limites possíveis e imagináveis, estaria apelando para as forças das trevas. Se Sirius descobrisse... mas quem ligava?

Era bem mais forte que ela.

A chuva forte trazia um ar melancólicos nas ruas e becos escuros de Londres. Marlene andou vagarosamente até o fim da ruazinha mal iluminada, com a varinha na mão. Ela podia perceber que estava sendo seguida, mas não hesitou nem por um segundo e continuou caminhando firmemente até a porta, no fim da rua.

- O que você quer aqui? – sibilou uma voz, atrás dela. Uma voz conhecida. Poderosa, cruel. – Achei que você fosse ficar satisfeita com o que fizemos com a sua adorável família.

Marlene virou-se e deu um sorrisinho simpático para Bellatrix Lestrange. Ela então veio a caminho da inimiga, com a varinha em mãos. Um sorriso amarelo surgiu na cara de Bellatrix. Ela queria terminar de vez com os McKinnon.

- Um último pedido antes de morrer?

- Na verdade, tenho sim. – com um bufo de raiva, Marlene abriu um pouco a capa que a protegia da forte chuva para mostrar à Bellatrix que também estava armada. – Eu quero falar com Ele.

Bellatriz lançou uma gargalhada jocosa, que foi abafada pela intensa chuva. Ela então empurrou Marlene para o lado, quase fazendo-a desequilibrar, e então, com um ar risonho, começou a murmurar umas palavras.

A porta e a parede, sujas, começaram a pegar fogo. Mesmo com a chuva. Marlene observava, cautelosa, o fogo esverdeado tomar conta de tudo, e dele surgir um pomposo casarão, que se destacava na escuridão da rua. Até que as chamas verdes começaram a desaparecer em faíscas luminosas e Bellatrix lançou um sorriso amigável, convidando-a para entrar.

- O que ela quer aqui? – indagou Ele, com sua voz fria e insensível. – Por que ela ainda está viva, Travers? Achei que eu tivesse sido bem claro onde eu queria os McKinnon nesse momento.

A sala espaçosa estava incrivelmente desarrumada, porém cheia de gente. Uma enorme mesa ligava todos e, quando viram que Marlene McKinnon entrava ali, muitos empunharam a varinha. 

- Essa daí escapou, milorde.

Marlene começava a se arrepender. O medo tomava conta de todo o seu corpo; ela podia sentir suas pernas formigando e tudo ao seu redor começando a girar.  A presença imposta de Voldemort era bem mais forte do que qualquer coisa que ela pudesse imaginar.

- Mas vejam só. – comentou Voldemort, em um tom irônico. – Marlene McKinnon veio morrer pessoalmente nas minhas mãos. Palmas para ela!

Ele se levantou instintivamente e, com um enorme sorriso, puxou as palmas com um ar de histeria. Marlene paralisou naquele momento. Nadine se aproximava dela, subitamente. Ela começou a se enroscar na sua perna. Marlene bufou. Até que percebeu que algo além daquilo estava acontecendo.

Uma dor infernal surgiu na sua cabeça. Suas lembranças começaram a correr dentro dos seus olhos de uma maneira inexplicável. E era como se ela estivesse sentindo todos os sentimentos que ela não queria sentir, novamente. A dor pela morte dos seus pais. O ódio nas batalhas da Ordem contra os Comensais. O amor que ela tinha por Sirius.

Quando tudo aquilo parou, Marlene estava de joelhos, junto à Nadine. Ela arfava, encarando Voldemort. Parecia que ele estava se divertindo bastante com tudo aquilo. Principalmente com as suas memórias, seus sentimentos, suas dores.

- Quer dizer então, - Voldemort quase ria, enquanto Marlene buscava forças para se levantar. – que você quer Sirius Black? Você acha que eu posso fazer com que Sirius Black se apaixone por você?

Marlene podia observar que os outros, Comensais, riam e comentavam, alegres, aquela cena toda. Marlene assentiu discretamente. Voldemort levantou a mão e a cobra, obediente, fez o seu caminho de volta a onde ele estava. Ele passou a acariciar o animal.

- Tudo tem um preço, minha querida. – comentou ele, dando despretensiosas carícias em Nadine. – E algo vem me incomodando na Ordem faz algum tempo... eu sei que você está disposta a tudo.

Bellatix deu uma gargalhada maldosa.

- Harry James Potter. Eu quero ele morto. Em duas semanas. Faça o voto perpétuo. Sirius será seu... ande, faça o voto com Bellatrix!

Era errado. Mas era por Sirius. Ela amava Sirius demais. Mas quando seria hora de parar? Será que era demais? Lílian e Tiago eram seus melhores amigos... será que valeria a pena?


Ela estendeu a mão.


Would it take the end of times
To hear your hearts false start…
You know, this is your biggest mistake.



- Essas duas semanas foram incríveis. – comentou Marlene, com um enorme sorriso, sentada em um sofá velho, na casa de Lílian e Tiago. – Eu nunca vi Sirius tão amável.

- Nem eu, pra ser sincera. – comentou Lílian, enquanto trocava a fralda de Harry. – Não sei que feitiço você usou no Sirius.

Aí, ela se lembrou. O voto. Hoje era o último dia. Marlene ficou pálida. Já com a fralda posta, Harry, com apenas alguns meses, sorriu para ela, enquanto chacoalhava um brinquedinho. Ela simplesmente não conseguia sorrir.

Levantou-se, com o coração batendo forte. Ela tinha que sair dali. Que tipo de pessoa ela era? Tinha aceitado matar Harry Potter em troca do amor de Sirius! Ela não ia conseguir.

- Ei, pra onde você vai? – indagou Lílian. – Esqueceu que você vai ficar com o Harry enquanto eu vou ao Ministério resolver alguns problemas?  

Marlene gelou. Ela teria que ficar. E agora?

Assistiu Lílian pegar a capa azulada e sair com um enorme sorriso no rosto; o céu, em um tom escuro, anunciava que uma breve tempestade estava a cair – assim como os últimos dias que se passaram.

Sozinha com Harry, Marlene observou-o sorrir. Levemente pegou a varinha e apontou para Harry. Ele deu uma leve risadinha, enquanto bateu a mão na ponta do objeto. O sangue dela começou a pulsar pela suas veias. Ela estava muito nervosa.

As palavras começaram a percorrer a sua mente freneticamente. Como era aquele feitiço mesmo?

Ela olhou para os olhos de Harry novamente. Eram os olhos de sua mãe: Lílian, a sua melhor amiga. Não era justo fazer aquilo com Lílian. Mas ele iria morrer de qualquer forma... quem se mete no caminho do Lorde das Trevas... aquele demônio!

Harry não tinha a menor chance, de qualquer maneira. Seu destino já estava selado, e este era a morte.

- Avada... – sussurrou, baixinho.

Marlene ouviu um baque. Harry soltou uma gargalhada forte, e uma lágrima caiu dos olhos maquiados de Marlene. Era Sirius... ah, Sirius! Agora, ela não conseguiria fazer isso, de jeito nenhum. Enxugou a lágrima rapidamente e colocou um sorriso no rosto.

Você ainda tem alguns minutos, Lene.


What a waste, what a waste...
What a waste.


Sirius a levou a um lugar muito bonito. Não era um campo de flores, não era uma montanha nevada. Era apenas uma rua, bem suja e velha. Perto da casa dos Black. E o que havia de bonito naquilo? O céu, limpo e de uma cor tão exuberante que fizeram os olhos de Marlene brilharem.

- Por que você me trouxe aqui hoje? – indagou Marlene.

Sirius não disse nada. Então, puxando os seus braços, segurou na palma da sua mão e a guiou até uma escada enferrujada. Sentou-se e então, abraçando-a, a fez sentar também.

- Eu te amo, Marlene McKinnon. – murmurou ele no seu ouvido.

Uma lágrima caiu do seu rosto, fazendo a maquiagem preta borrar. Sua mão percorreu as suas costas e então retirou do bolso da sua jaqueta uma caixinha aveludada. Marlene sentiu um calafrio e então um sorriso dominou sua face.

- Marlene McKinnon... quer casar comigo? – indagou ele, levantando-se e pondo-se de joelho na frente dela. Outra lágrima caiu. – Esse céu anil é testemunha. Essa escada velha também. Casa comigo, Lene.

O que Marlene iria responder para ele? Que não podia casar com ele, porque tinha prometido matar Harry Potter? Pior, que ela não cumpriria a promessa e pagaria com a própria vida? Ou seria melhor esquecer tudo isso e ter uma enorme alegria pela última vez?

- Sirius, eu... – começou Marlene, mas foi interrompida por um enorme baque.

Era James. Ele estava um pouco desconcertado. Chamou Sirius. Disse que era urgente e eles precisavam ir o mais rápido possível. A neblina começava a cair, levemente.

- PUTA-QUE-PARIU, JAMES POTTER! – exclamou Sirius, se levantando, irritado. – Não vê que eu estou no meio de uma proposta de casamento?

- Wow. Você vai pedir a Lene em casamento?

- Já pedi. – falou ele, irritado, então, virou-se novamente para ela e, com um sorriso suave, indagou novamente. – Você vai querer casar comigo, McKinnon?

James então fez uma cara de preocupado. Puxou Sirius pela jaqueta e, antes que ele pudesse falar alguma ofensa, murmurou no seu ouvido:

-
Eles encontraram os pais de Marlene. Nós precisamos ir, rápido. Eles pretendem torturá-los. Temos que salvá-los, Padfoot.

A expressão de Sirius mudou completamente. Marlene não podia saber disso. Ela ia querer ir salvar os seus pais... era muito arriscado. Ele não poderia correr esse risco. De qualquer forma, Sirius recompôs-se, colocando um sorriso no rosto e dizendo:

- Você não precisa responder agora. Mas antes, deixe-me fazer algo.

Ele então se aproximou de Marlene e então, pegando a sua mão, abriu a caixinha aveludada e colocou o anel brilhante no seu dedo. E então, partiu para um beijo. Um intenso beijo.

Foi o melhor beijo da vida dos dois.

- Vamos, Padfoot.

- Tô indo, porra!

Marlene observou Sirius se distanciar. Seu coração começou a apertar. Ela amava Sirius, muito, incondicionalmente. Mas e se tudo aquilo fosse uma farsa? Ele nunca tinha expressado seus sentimentos tanto assim, não como depois do pacto que fizera com o Lorde das Trevas.

Bem, era uma farsa feliz e tinha lhe dado uma sensação inesquecível – a de ser amada por quem você ama. E isso não tinha preço.

A neblina começou a se transformar em chuva. E o ambiente foi ficando escuro e sombrio. De repente, Marlene, sentada na escada, percebe que não está mais sozinha. Vultos andam na sua direção.

Uma gargalhada jocosa foi ouvida. Marlene já sabia o que era. Ou melhor: quem era. Bellatrix Lestrange. Era o lado ruim de fazer um pacto com o demônio – ele sempre vinha cobrar a dívida.

- Não posso deixar de ressaltar o meu nojo – comentou a voz jocosa, se aproximando de Marlene, enquanto a chuva caía. Outros vultos se aproximavam, todos com uma varinha empunhada; Marlene não se deu nem o trabalho. Ela iria morrer de qualquer jeito. Tinha descumprido o Voto Perpétuo. – e o meu desdém pelos noivos. Mazel Tov! Uma pena que esse casamento não vai sair... eu colocava fé em vocês dois...

- Você é mesmo uma vaca, Bella. – comentou Marlene, sem conseguir abafar um risinho. As lágrimas se misturaram com as gotas de chuva na sua face molhada. – Ou melhor, você é estúpida.

- Olha quem fala. Marlene McKinnon: a noiva! Você podia estar feliz se você não tivesse a idiota idéia de ir procurar o Lorde das Trevas. Não vê que ele te enganou? Ele nunca cumpriu o Voto, então você também não precisava cumprir. Odeio te dizer isso, mas o Sirius te ama.

- Como é que é?

Bellatrix deu uma gargalhada prazerosa.

- O Sirius sempre te amou. Com ou sem pacto. Ele só não tinha coragem de te dizer, mas depois de uma conversa com aquela sangue-ruim Evans, ele teve finalmente coragem de te pedir em casamento. Você é mesmo uma cega!

A cabeça de Marlene começou a dar voltas e voltas. Então, ela morreria por motivo nenhum! Aliás, Sirius sempre a amara. Isso, agora, era incontestável. Se ela não fosse tão insegura...

- Não, cega é você. – vociferou Marlene, pegando a varinha. Bellatrix tremeu. – Você não sabe o que é o amor.

Marlene maçou um feitiço, porém percebeu que sua varinha voou alguns segundo depois. Bellatrix se aproximou dela, prendendo-a na parede, e colocou a varinha no seu pescoço, como se fosse uma navalha para cortar sua garganta.

- Inocente, você. – comentou ela, mostrando um sorriso amarelo. – Não aprendeu a não mexer com os demônios? Eles sempre voltam para te buscar.

Marlene sentiu que era a hora. Deu uma última olhada em tudo. Na escada velha, nos seus maiores inimigos, no céu cinza, impossível de ser visto por causa das gotas incensáveis. Todos eram testemunhas do seu momento feliz. Mas agora nada restava; só a Morte.

O anel no seu dedo começou a ter um peso maior – ela não queria partir. Mas tinha mexido com os demônios, o que podia fazer? Agora eles iriam matá-la. Uma última lágrima desceu no seu rosto encharcado e ela conseguiu ver Sirius quando fechou os olhos.

- Eu te amo.

- Avada kedavra! 






N/eugenio: Então gente, essa é a minha fanfic. Eu sei que muita gente vai ficar ‘MEU DEUS, COMO ASSIM, PORQUE VOCÊ MATOU A MARLENE, QUE IDIOTA, VO DAR NOTA BAIXA PRA ESSA FIC, PQP, ELA NÃO PODIA MORRER, ODIEI A FIC’ e blá blá blá. Vão em frente. Mas primeiro, eu queria que você lesse isso, porque é onde eu explico o porquê eu fiz isso.



  1. A Marlene sempre ia morrer. De uma forma ou de outra, porque nos livros, ela morre. Eu tava lendo os livros outro dia e eu vi que a Lene morreu então eu pensei ‘seria legal uma fic que mostrasse como ela morreu’. Beleza, ela ninguém sabe se ela morreu assim, mas eu dei minha versão da história.

  2. Essa também era uma boa justificativa para o fato de o Sirius nunca ter se casado ou encontrado um novo amor – ele nunca conseguiu superar o fato de a Marlene ter morrido e o fato de ele ter possibilitado isso (o negócio dos pais da Marlene, era uma mentira do Voldemort).

  3. A fic se passa nos livros, então seria legal se, depois de ler, você lesse a parte do livro em que o Sirius morre. É um bom contraste – ele vai encontrar com a Marlene quando ele passa pelo portal :D


Bem, é isso. Espero que vocês tenham gostado. Tá, eu sei que não. Mas de qualquer maneira... que bom que você leu.
Eugênio.


Do not mess with the demons - eugênio - Concurso Coffee Maker.
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