A Maldição de Seliber
_O que será que está acontecendo? _ disse Dominique.
_Shhh! Fique quieta garota! _ disse Rolf Scamander que parecia apavorado.
_Eu vou descer! _ disse Tiago emburrado.
_Não seja estúpido! _ disse Rose.
_Ei! Quem você pensa que é para me chamar de estúpido?
_Não discutam garotos _ disse Luna tranquilamente _ está uma noite tão bonita...
_Bonita?! _ disse Fred _ Você bateu a cabeça? Está caindo uma tempestade terrível e nós ainda estamos trancados nesse sótão!
_Eu quero participar da luta! _ disse Tiago.
_É mesmo? _ disse Rose com ar de deboche _ E o que você vai fazer? Tampar sua varinha na cabeça do Malfoy?
Vários risinhos abafados foram ouvidos no apertado aposento onde todas as crianças e jovens estavam escondidas sob a escolta de Luna e seu marido _ que parecia precisar de proteção mais do que qualquer um.
_Eu quero ir ao banheiro! _ choramingou Hugo Weasley.
_Ah! Tem que ir ao banheiro? _ zombou Tiago _ Senão o bebê vai fazer xixi nas calças?
_Cale a boca seu idiota! _ disse Rose.
_Segure um pouco querido _ disse Luna para Hugo _ logo, logo nós desceremos.
_Pois eu acho que nós ficaremos aqui a noite inteira _ disse Roxanne com seu otimismo costumeiro.
_Porque nós temos que ficar no escuro? _ perguntou Lílian que também parecia assustada.
_É por isso que chamam de “ficar escondido” _ disse Fred.
Alvo também não estava gostando daquela situação, a perspectiva de ficar parado, aguardando um eminente ataque não era muito agradável, ele temia o momento em que ouviria uma explosão de furar os tímpanos e uma batalha furiosa teria início, mas isso não acontecia e cada minuto se tornava mais angustiante...
_Eu vou descer! _ disse Tiago mais uma vez.
_Então vai logo! _ disse Rose brava _ Só não espere que eu vá ao seu...
_Esperem... _ disse Luna _ Eu estou ouvindo alguma coisa.
Todos prestaram atenção, no primeiro momento não ouviram nada, mas logo se tornou audível um chiado agudo como de uma panela de pressão, o barulho foi aumentando, aumentando...
_TAPEM OS OUVIDOS! _ gritou Luna que parecia agitada pela primeira vez na noite, mas antes que Alvo entendesse a ordem, já havia sido atingido; o chiado se transformou num apito infernal tão alto e estridente, ele sentia que sua cabeça ia explodir a qualquer momento, gritos desesperados ecoavam a sua volta, todos pareciam estar sofrendo do mesmo mal...
De repente tudo parou, Alvo percebeu que já não havia mais apito, ele nunca apreciou tanto o silêncio como naquele momento; era uma sensação de alívio que ele nunca tinha experimentado. Todos a sua volta também estavam se recuperando do golpe, eles ouviram passos apresados escada à cima e logo Rony, Hermione, Gina e Jorge irromperam no sótão.
_Vocês estão bem?! _ disse Gina.
_O que foi isso mamãe? _ perguntou Lílian com o rosto coberto de lágrimas.
_Eu não sei minha querida, mas já passou...
_OLÁ, MEUS AMIGOS! _ disse uma voz grave e ressonante vinda do lado de fora da casa _ NÓS NÃO QUEREMOS MACHUCAR NINGUÉM!
_Sério?! _ disse Jorge _ porque será que eu imaginei exatamente o contrário?
_TUDO O QUE NÓS QUEREMOS _ continuou a voz que parecia magicamente ampliada _ É QUE VOCÊS NOS ENTREGUEM ALVO POTTER!
_O QUÊ?! _ berrou Gina desconcertada.
_Eu tenho a impressão que já ouvi essa história antes... _ disse Rony.
_Isso parece a batalha de Hogwarts _ completou hermione.
_Esses vilões realmente não têm criatividade _ disse Jorge _ é sempre a mesma história: Entreguem-me o Potter! Entreguem-me o Potter!
_Pois eu quero ver alguém levar o meu filho! _ disse Gina abraçando o garoto.
_VAMOS ESPERAR MAIS DOIS MINUTOS! _ voltou a dizer a voz misteriosa _SE DEPOIS DESSE TEMPO O GAROTO NÃO ESTIVER AQUI, SEREMOS ABRIGADOS A INVADIR A CASA.
_Quem será que está falando? _ perguntou Rony.
_O Malfoy não pode ser _ disse Jorge _ ele nunca conseguiria fazer esse vozeirão tão grave.
_O que será que eles querem com Alvo? _ disse Hermione pensativa.
_Deve ser para não perder o costume, um Potter é muito valorizado nesse mundo do crime _ disse Jorge.
_ Mas o que vamos fazer agora? _ perguntou Rony.
_Bem... _ disse Jorge _ Vamos à luta! Estava tudo meio monótono mesmo...
_Então vamos descer logo _ disse Hermione _ precisamos estar preparados.
_Eu vou ficar com Alvo _ disse Gina _ ninguém irá encostar um dedo nele enquanto eu estiver aqui.
_Certo. Então...
A explosão que Alvo tanto temia finalmente aconteceu, mas foi pior... Muito pior... Ele nunca ouvira um estrondo semelhante... A casa inteira sacudiu como se estivesse no meio de um terremoto e o garoto ficou surpreso com o fato de que ela ainda continuava de pé...
Gritos e feitiços vindos do andar de baixo foram ouvidos, a batalha havia começado.
_VAMOS DESCER! _ gritou Hermione para Rony e Jorge que rapidamente foram com ela.
_LUNA! _ disse Gina _ Fique com eles! Eu vou esconder Alvo em outro lugar! _ e assim, mãe e filho deixaram o sótão.
_Para onde nós vamos? _ perguntou Alvo enquanto eles desciam as escadas e chegavam ao segundo andar da casa.
_Vamos tentar sair daqui.
_Como? O primeiro andar deve estar... _ Houve mais uma explosão que sacudiu o soalho.
_Nós vamos tentar sair por alguma janela do segundo andar, venha!
Eles atravessaram o corredor às presas e entraram na última porta, Alvo viu que estavam no quarto que um dia pertencera a Gottard Goudin.
_Tranque a porta Alvo! _ disse Gina enquanto corria até a janela para verificar a altura, Alvo foi na direção da porta, mas antes que ele a alcançasse, alguém a empurrou violentamente acertando o rosto do garoto.
_ESTUPORE! _ gritou Gina
_IMPEDIMENTA! _ gritou o estranho.
Os dois feitiços se encontraram no ar e ricochetearam em uma das paredes que ficou com um grande buraco.
O estranho estava vestindo uma longa capa negra que escondia todo o seu corpo e o seu rosto estava coberto por uma mascara branca que tinha apenas dois orifícios para os olhos. Alvo estava caído no chão com a mão sobre o rosto, ele sentia o gosto de seu próprio sangue que jorrava com força de seu nariz que parecia quebrado. O invasor percebeu o garoto logo na sua frente e foi em sua direção.
_NEM PENSAR! _ gritou gina _ ESTUPORE! _ dessa vez o estranho não estava preparado para o ataque e o feitiço o acertou em cheio, deixando-o inconsciente _ Alvo! Você está bem?
_Acho que meu nariz está quebrado! _ respondeu ele com a voz anasalada.
_Me deixe ver! Hum... Vai ficar tudo bem, vamos sair daqui e eu dou um jeito nisso.
_Nós não vamos ver quem é ele? _ disse Alvo apontando para o mascarado inconsciente.
_Não temos tempo! _ disse Gina voltando para perto da janela _ Não dá para descer por aqui... Precisamos encontrar um outro lugar.
_ISSO NÃO PRECISA CONTINUAR! _ voltou a dizer a voz misteriosa _ NÓS QUEREMOS APENAS O GAROTO!
_Vamos logo, Alvo! _ disse Gina que parecia ainda mais determinada. Alvo não conseguia ver muito bem para onde eles iam, a dor que sentia era alucinante e o sangue que se espalhava pelo seu rosto encobria seus olhos; ele apenas deixou que sua mãe o conduzisse.
_PARADOS AÍ! _ Alvo ouviu alguém gritar o logo em seguida sentiu alguma coisa passando rente a sua cabeça, o feitiço estilhaçou um vaso que estava logo atrás dele, Gina revidou e arrastou Alvo para dentro de um quarto, ela ficou na soleira da porta lançando vários feitiços no inimigo que respondia com fervor. Alvo conseguiu ver de relance vários clarões passando a centímetros de sua mãe.
_IMPEDIMENTA! _ gritou uma voz conhecida derrubando mais um mascarado.
_GUI! _ gritou Gina.
_Gina! O que eles querem com Alvo?
_Eu não sei... Como está a situação lá em baixo?
_Estamos indo bem, mas não sei por quanto tempo conseguiremos segura-los, eles estão num número muito maior, Percy foi pedir reforço ao Ministério.
_Eu preciso tirar o Alvo daqui agora!
_Venham comigo!
Eles seguiram até a outra extremidade do corredor, viraram à esquerda e encontraram Hagrid, que sozinho enfrentava três inimigos.
_AH! VOCÊ QUER MAIS DISSO? _ disse o gigante golpeando um mascarado com um soco que o deixou inconsciente.
_IMPEDIMENTA!
_ESTUPORE!
_Ah! Obrigado Gina e Gui! _ disse Hagrid _ Mas eu estava dando conta desses safados... Alvo! Que bom que você está aqui!
_SE O GAROTO NÃO FOR ENTREGUE SEREMOS OBRIGADOS A USAR NOSSA PIOR ARMA!
_Eu vou lá em baixo acabar com esse infeliz! _ disse o gigante indignado.
_Espere Hagrid! _ disse gina _ Nós precisamos de sua ajuda.
_Para quê?
_Precisamos tirar Alvo da casa, e você é alto o suficiente para sair com ele de uma janela desse andar.
_Eu não vou a lugar nenhum sem você! _ disse Alvo agarrando o braço da mãe.
_É o único jeito meu filho! Você vai com Hagrid e eu vou ajudar seus irmãos.
Mas um estrondo foi ouvido e dessa vez o lugar ficou coberto de poeira e destroços, um pedaço da casa havia finalmente desabado.
_VÃO LOGO! _ gritou Gina. Hagrid levantou Alvo pela cintura e correu com o garoto nas costas enquanto Gina e Gui foram para o outro lado, Alvo tentou gritar sua mãe, mas apenas conseguiu se engasgou com a sujeira que impregnava o local. Hagrid entrou num cômodo vazio e abriu a janela, sem pensar no que estava fazendo, ele saltou, quando percebeu o que estava acontecendo, Alvo já estava estirado na neve com seu corpo inteiro dolorido.
_Você está bem? _ perguntou Hagrid _ Vamos sair daqui logo! Nós precisamos...
_JÁ QUE VOCÊS DECIDIRAM NÃO ENTREGAR O GAROTO... EXPERIMENTEM UM POUCO MAIS DA MALDIÇÃO DE SELIBER!
O medo se espalhou pelo corpo de Alvo, aquele zumbido... Aquele mesmo zumbido havia começado de novo.
_TAMPE OS OUVIDOS! _ gritou Hagrid. Alvo fez isso, mas de nada adiantou, o som se transformou num apito tão alto e estridente, que parecia atravessar as mãos do garoto com a força de uma locomotiva, ele novamente desabou no chão gelado gritando de desespero, Hagrid tentava se manter de pé, mas ele também não tinha forças para enfrentar aquilo. O garoto já não conseguia se mexer nem pensar direito, ele desejava ardentemente que aquilo passasse, mas agonia era cada vez maior; ele nem percebeu quando alguém começou a arrastá-lo, ele ia se afastando cada vez mais de Hagrid, da casa, de sua família... Também mal percebeu quando cruzou aquela ponte que delimitava os limites da propriedade, e em seguida foi levado até uma certa estrada com cerca em ambos os lados. O homem que o arrastava atravessou uma pequena falha na cerca e o levou até um pequeno bosque que escondido por um declive acentuado. Quando foi jogado contra uma árvore a consciência de Alvo começou a voltar, ele percebeu que não havia mais apito, percebeu que estava num lugar estranho... E também viu que um homem loiro e pálido o observava atentamente com um sorriso nos lábios.
_Como vai Alvo Potter? _ disse uma voz arrastada e inconfundível _ É bom vê-lo novamente...
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