Conto O2 - O Saco Cheio!
Segundo Ano de Hogwarts..
Hermione abriu os olhos lentamente, e viu diante a janela que um lindo dia a esperava. Espreguiçou-se na cama, preguiçosa. Algo lhe dizia que o dia não seria tão agradável quanto esperava, mas não ligou. Era quarta – e ela sempre ia a biblioteca nas quartas. O único problema é que tinha prometido a Madame Pince que traria Rony para estudar História da Magia, nem que fosse arrastando-lhe pelar orelhas!
Após ter tomado banho e se trocado, Hermione fez questão de esperar por Harry e Rony.
- O que faz aqui, Hermione? – Rony perguntou, surpreso, logo após quase ter caído da escada e levado Harry junto.
- Estava esperando vocês. – Ela se levantou do sofá com um pulo, sorrindo.
- Hã? – Rony perguntou, mas a garota percebeu que Harry também sibilara isso para Rony, só que ao contrário do amigo ruivo, Harry preferira não magoar os sentimentos da menina. – Olha Mione, não leve a mal, tá? Mas é que geralmente há essa hora todas as quartas feiras você está na biblioteca. –Rony tentou se desculpar. Harry já sabia do plano da amiga, e prometera ajudar, mas nesse não conteve o sorriso cúmplice.
- Harry, por que você tá sorrindo para a Hermione? – Rony o olhou, com sua típica cara assustada. Virou para amiga – Hermione, por que você tá olhando desse jeito para mim? – À medida que os amigos se aproximavam, Rony se sentia encolher.
* * *
- NÃO! POR FAVOR, NÃO ME FAÇAM IR PARA LÁ, É MUITO HORRÍVEL, NÃO ME OBRIGUEM A IR, NÃO ME OBRIGUEM! – Rony gritava dentre uma das dezenas escadas “ambulantes” de Hogwarts, enquanto um amigo segurava em cada braço, dificultando sua escapatória.
Rony continuava a choramingar, até a “maluca” e o seu amigo “duas caras” o levarem para perto do banheiro feminino da Sonserina. Por que eles escolheram o caminho mais horripilante? Rony se perguntava olhando para o teto sombrio. Ao longe podia se ouvir os murmúrios da Murta que Geme.
- Mãe. – Rony deixou escapar o pavor que tinha no gemido.
- Harry e Hermione, já estamos aqui, não tem ninguém, e está longe da masmorra do snape (poções seria a aula dos três), acham mesmo que precisam continuar me carregando?
- O que você acha, Hermione, ele tem chance de escapar? – Harry perguntou, desconfiado, fitando Rony e a amiga.
- Não sei não, Harry. – Hermione prendia seus olhos no olhar apavorado de Rony. – Ele não é confiável.
- MAS, ISSO É RIDÍCULO! HARRY, EU NÃO SOU MESMO CONFIÁVEL?
- Hermione, acho melhor soltarmos ele um pouco. – Harry indagou, com pena do amigo.
- Não sei não.. – Então rolou os olhos. – Tá. Tanto faz.
- Afinal, o que pode acontecer? – Os dois soltaram os braços do até então prisioneiro.
- VOCÊS NÃO ME PEGAM, NA, NA, NA, NA, NA, NA! – Rony corria rápido para fora do imenso corredor, fazendo os “na” ecoarem por toda sua extensão. Hermione bufou e olhou para Harry.
- É Harry, afinal, o que pode ACONTECER? – Ela berrou com raiva e seguiu correndo. Harry fez o que achou certo. Correu atrás de Hermione antes dela mutilar Rony.
O Professor Snape estava em sua masmorra, dando sua aula para os alunos das casas Grifinória e Sonserina. Nem havia notado a falta de três dos alunos secundários. Até Draco Malfoy interromper o seu silêncio.
- Professor.. – Malfoy levantou a mão.
- Terminou de escrever o que está na lousa, senhor Malfoy? – Snape lhe lançou um de seus olhares perversos. Sentiu o garoto estremecer na cadeira.
- Não. Mas é que.
- Será que não entende que Eu não quero que esta aula seja interrompida por besteiras ridículas como algo que queira me dizer? – Snape levantou da cadeira e apoiou as mãos em sua escrivaninha. Mais um pouco e o menino loiro molharia as calças.
- Harry? Rony? – Neville murmurava, ao perceber que os dois amigos não estavam lá.
Snape parou o olhar sobre a bancada onde deveriam estar o Weasley e o Potter.
- E a Granger. Nenhum dos três está aqui. – Draco teve vontade de rir, mas Snape lhe lançou mais um olhar e seu orgulho de lhe falar que a “sangue ruim” não estava presente evaporou num segundo.
- Quero todos quietos, até eu voltar não quero ouvir um chiado.
- RONY, NÃO ADIANTA CORRER, UMA HORA VAI CANSAR! – Hermione berrava, enquanto corria pela escada, mas esta se desprendeu no momento em que Rony pos o pé em “terra firme”, Harry lhe havia cercado, mas outra escada apareceu e Rony correu por ela.
Rony desceu as escadas correndo e sem olhar para frente, fitando Harry que paralisara no canto, quando virou o rosto novamente, deu de cara com a parede. Rony cambaleou duas ou três vezes (dependendo do ângulo de vista) então caiu sobre a escada.
- Mas que baderna é essa? – Snape perguntava com o olhar frio sobre Rony.
- Me-me-me mo.. me é.. que.. me-me-m –e descul-p-e. – Rony falava com a voz falha.
- Não quero ouvir mais um pio. – Snape arregalou os olhos. Rony se encolheu no canto. – Potter, venha aqui. E... ah, Granger, já ia saber do seu paradeiro. – Hermione descia as escadas tranqüilamente e passou por Harry o empurrando, já que ele não se movera com a ordem do professor.
- Professor Snape, pensei que a Madame Pince havia lhe dito que eu, Rony e Harry passaríamos o dia na biblioteca.
Snape abaixou sua coluna para fitar-lhe com uma crueldade sem tamanho.
- Então, senhorita Granger, por que não esta lá? Ou melhor, por que você, o senhor Potter e o senhor Weasley estão correndo por ai como se aqui fosse um parque de diversões? – A garota se calou.
- Rony não queria ir até lá. – Harry sussurrou, assim que levantou o amigo.
- Como disse, Potter? – Snape lhe fitou.
- Rony não queria ir até la.
- Então, senhor Weasley, sinto informar que você tem duas escolhas. Ou vai para a biblioteca para fazer o trabalho de poções que O SENHOR perdeu hoje, ou passa a tarde dentro da minha masmorra. Será um prazer fazer-lhe copiar todo o livro de poções. - Rony engoliu seco.
* * *
.. Na Biblioteca.
- Fred, Jorge? O que fazem aqui? – Rony perguntou, fitando os gêmeos.
- Nada, soubemos que vocês estavam correndo pelas escadas do castelo e queríamos saber o por que. – Fred respondeu, com indiferença.
- Culpa desse seu irmão inconsciente de que quase fomos expulsos. Fiquei de saco cheio de ficar correndo de lá para cá.
- O QUE? – Rony, Fred e Jorge falaram em voz alta com os olhos arregalados. Madame Pince apareceu com uma cara brava e Jorge se desculpou.
O único que não havia visto nada de mal no que Hermione falara era Harry, que conhecia bem essa expressão. Vivia de saco cheio quando estava na casa dos tios.
- Hermione. – Rony engoliu seco. – Você tem... um saco? – Harry não agüentou e caiu na gargalhada. Hermione ficou roxa de raiva.
- ISSO É UM ABSURDO! – De onde tirou isso? – Ela fitou-o brava, Harry não parava de gargalhar.
- Mas você disse que estava de saco cheio.
- É Hermione, cadê o saco? – Jorge perguntou, olhando em suas costas.
-. Você encheu o saco com o que? Mostra para gente – Fred perguntava chacoalhando seus ombros.
Todos pararam para observar a expressão risonha de Harry.
- Harry, por que está rindo? – Hermione perguntou.
- Harry, você está roxo!
- Hermione, eles não sabem o que é ficar de saco cheio. – Harry continuava a rir sem parar. - Eles acham que você tem um saco. Literalmente falando.
- Ué, hermione. Você tem ou não um saco? – Rony, levantou irritado. Metade dos bruxos que estavam na biblioteca foram para a seção “poções”, todos com os rostos estranhamente apavorados. Entre todos os rostos apavorados, Cedrico Diggory, capitão do time da Lufa-Lufa, ria, sem parar, junto a Harry.
- Gente, não é nada disso. Estar ou ficar de saco cheio é um tipo de gíria dos Trouxas. – Os murmúrios começavam. – É uma forma de dizer que cansaram. Que estão sem paciência. Quando isso acontece, a maioria deles falam “Estou de saco cheio!” Entenderam?
- Ahm.. – Todos ao redor ecoaram, Hermione estava vermelha de vergonha, quando todos voltaram aos seus lugares, Harry já havia parado de rir, e Hermione fitava Cedrico.
- Obrigada. Eu não sabia que ninguém aqui conhecia essa expressão.
- Não são todos que vivem, propriamente dizendo, no mundo dos Trouxas, mas eu já visitei algumas vezes. – Ele sorriu torto, Hermione pensou em desmaiar na hora. Mas quando viu Cedrico já havia saído da sessão.
- Olha só, parece que alguém esta tendo o seu primeiro amor, Fred. – Jorge brincava.
- è Jorge, acho que nosso irmão perdeu chance com ela.
- Que? Ah, calem essas bocas! Eu que já estou de saco cheio! – Rony falou, furioso. – Não gostei desse Cedrico. Ele não é uma boa companhia, tenho certeza que também não é boa influência.
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