Beyond Admiration



Nome do autor: Perséfone Black


Título: Beyond Admiration


Ship: Tom/Horace (?) ~levíssimo, quase imperceptível.


Gênero: Friendship


Classificação: K


Formato: ficlet


Observações: POV do Tom/Voldemort/O-que-você-quiser-chamar


 


Informações adicionais:


• Item(ns) usado(s): Amizade


• Bônus usado(s):Narração do Tom/Voldemort


**********


Beyond Admiration


 


Algumas palavras ditas pelo Horace eram capazes de sintetizar minha figura enquanto estava em Hogwarts.


Inteligente.


Ambicioso.


Centrado.


Educado.


Persuasivo.


Eu era um slytherin determinado a deixar uma parte da minha vida esquecida entre as sombras do passado – parte essa que eu fiz desaparecer pouco tempo depois.


Logo cedo, ainda no orfanato, eu descobri que era diferente, que eu era especial. Eu era capaz de ferir aqueles que me machucavam sem precisar tocá-los, poderia fazer incendiar o que quisesse sem um grama de pólvora ou uma gota sequer de álcool. Quando Albus Dumbledore veio ao meu quarto, eu já sabia do que se tratava – e não ia deixar que ele tirasse aquele poder de mim.


Ele, mesmo me olhando atravessado, me levou até Hogwarts.


Eu pude, pela primeira vez, chamar algo de lar.


Foi na escola que aprendi a dominar a magia como nenhum outro foi capaz.  Sempre tinha as melhores notas, os mais diversos elogios – tudo era falso. Eu sentia o medo por trás daqueles que diziam me admirar. Albus Dumbledore, por trás da fachada de bom professor, desconfiou de mim desde quando ouviu falar meu nome. Eu sei disso e ele sabe – tanto que não tenta negar. Eu era capaz de sentir aqueles olhos costurados em minha pele onde quer que eu fosse. Sempre perguntando, sempre rodeando.


Horace costumava dizer que Dumbledore tinha manias e eu era um de seus passatempos. E que talvez eu levasse a desconfiança dele a sério demais.


Talvez meu antigo professor de poções tenha sido o único que me entendeu. Horace enxergava em mim o que os outros enxergavam: um jovem com um grande potencial. Mas havia uma diferença – sutil, porém existente e de grande importância: Horace não mentia para mim.


Eu não tinha amigos, tinha colegas – mais tarde, seguidores. Sua companhia era manchada pelo medo, pelo pavor do que eu poderia fazer com eles se tentasse. Eles temiam a mim e invejavam o meu poder.


Mas não Horace.


Ele incentivava as minhas pesquisas, respondia aos meus questionamentos, falava diretamente a mim o que queria que eu soubesse. Ele sabia me ouvir, respeitar as minhas opiniões e, com aquele jeito meio divertido e meio irônico, acrescentar argumentos ao meu ponto de vista e, naturalmente, propor o seu.


Eu podia confiar em Horace Slughorn.


A primeira vez em que abri um sorriso sem ironia, deboche ou maldade foi por sua causa. No dia em que ele me convidou para ingressar em seu clube. Eu, Tom Riddle, no Clube do Slug – eu era capaz de ver o orgulho dele em me chamar e o meu ao comparecer.


Horace não temeu meu potencial como fez Albus, pelo contrário, o professor de poções instigava-me, levava-me aos limites de meu conhecimento e além.


Nós passávamos horas em seu escritório discutindo sobre tudo. Trocávamos idéias, conhecimentos, anseios. Discutíamos sobre o futuro e dissertávamos sobre alquimia. Trocávamos figurinhas sobre o que se passava em Hogwarts e fora dela.


 


Horace era capaz de me admirar sem medo ou receios. Ele era genuíno.


Ele foi, para mim, o que ninguém tentara ser.


Amigo.


E percebi que não havia ninguém senão Horace a quem eu pudesse contar sobre as minhas recentes descobertas.


Foi ao exigir demais de Horace que perdi a confiança que ele tinha em mim.


E foi nesse momento em que eu perdi o único amigo que tive.


Horace, o único que considerei um amigo de verdade. Por que se todos podem, porque eu não poderia?


Mas, no fim das contas, Horace acabou em meu caminho. E por mais que fosse o único amigo, isso não me impediria para a minha jornada em busca do poder que eu desejava.


 

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