none.



N/A: Gente, eu to sem tempo para mandar betar e sem internet para tal, então eu dei uma revisada bem por cima, desculpem qualquer erro estúpido. Mil perdões!


Obs: Kendra não trem nada a ver com a mãe de Dumbledore, eu fiz essa fic bem antes de saber qualquer coisa sobre esse nome. Então aproveitem!


 


Song dá menos trabalho e dor de cabeça.


Crianças não fumem, nem bebam não usem drogas.


 


Behind Black Eyes


 


No one knows what it's like


To be the bad man


To be the sad man


Behind blue eyes


 


A casa estava silenciosa, parecia que ninguém estava por ali, porém havia alguém fumando na sacada, era um homem alto, másculo, cabelos sedosos que lhe cobria as faces, olhos brilhantes escuros. Ele parecia lembrar de alguma coisa, estava com uma expressão triste, mas ali havia uma beleza inigualável. Passavam carros na rua, começava uma garoa fina, as luzes estavam se acendendo gradativamente pela cidade, era fim de tarde o sol estava se pondo, aquela paisagem era formosa e ao mesmo tempo melancólica.


O homem dera um suspiro, observava o horizonte, jogara o cigarro fora e entrara em casa.


-Mi casa. Mi rifugio. – sentou-se no sofá, pegou o livro que estava ao seu lado e pôs os óculos, sua face era bela com ou sem óculos, mas os óculos o deixavam com um aspecto mais maduro.


“Cool” esse era o nome do livro, após algum tempo ele o fechou e foi buscar uma cerveja na geladeira, abriu-a e voltou a sentar, estava pensativo, lá fora já estava escuro, já havia o sinal de uma brilhante lua, ele perdeu-se em pensamentos...


And no one knows what it's like


To be hated


To be fated


To telling only lies


 


<i>Três meses atrás...


-Pode confiar em mim, não se preocupe. – ele deu um sorriso.


-Não é esse o problema... – uma garota bonita, de olhos azuis dizia.


-Qual é então? Eu sou muito feio para você? – perguntou com um ar brincalhão.


-Não... – ela não olhava nos olhos dele, apenas mirava o céu.


-Então me diga, você sabe que não precisa esconder nada, nós já estamos juntos há muito tempo, meu sentimento por você está crescendo cada vez mais – disse sorrindo para aliviar a tensão da garota.


-Acho que não é tão importante assim – respondeu, estava inquieta, estava com medo da reação de Sirius.


-Que bom. Saiba que eu faria tudo de novo por você, nada nem ninguém pode nos separar, esse é um sentimento tão bom – suas palavras pareciam não fazer efeito na garota.


-Vi o James hoje. – falou a garota como se não quisesse nada.


-Hum. – embora ele dissesse que faria tudo de novo, seria duro ter aquela discussão novamente com James, ele sofreu demais... Porém sempre há suas compensações.


-Ele estava abatido – comentou, mas parecia não estar prestando atenção no que falava.


-Não era você que não gostava dele? Afinal de contas, eu deixei nossa amizade de lado porque você achava que eles estavam tentando fazer a gente terminar. – mas havia um aperto em seu coração só de ouvir falar nos amigos... Amigos, eles nunca foram isso...


-Sim... – a garota pareceu assustada com algo. – Vou ter que ir... – dizendo isso saiu sem se despedir direito, deixara a bolsa com Sirius, ela estava muito desligada do mundo, estava muito estranha.


Sirius só percebeu a presença da bolsa algum tempo depois, se vestiu e foi para a casa da namorada, tinha a chave e entrou, foi direto para o quarto, lá estavam os dois, sua namorada e um outro homem. Sirius a olhou com desprezo, seus olhos brilharam por um momento, como se fossem escorrer lágrimas, porém ele apenas jogou a bolsa da garota na cama e saiu. Os dois estavam parados frente à porta do banheiro, assustados com a presença dele ali, ela saiu correndo chamando por Sirius, este apenas se limitou a parar, nem virou, e disse:


-Você é a pior coisa que aconteceu na minha vida. Seja feliz e me esqueça. – dizendo isso saiu e fechou a porta com uma leve batida.


Tudo estava perfeito demais, por isso, exatamente por isso parecia um sonho, ele acreditou em todas as palavras daquela menina mulher. Ela foi a primeira que conseguiu entrar a fundo no seu coração,a descobrir os segredos mais internos da sua mente, e foi a primeira a machucá-lo profundamente. O homem estava desiludido, pois aquela moça era tudo, tudo, que ele poderia querer ter. Nos momentos que passaram juntos, os filmes de terror, de comédia, as risadas do nada, dormindo até tarde, jantando fora... Sim, era tudo muito perfeito... Mas ele havia esquecido dos amigos... Ele estava a caminho de casa, iria arrumar as malas e viajaria para a Itália, quem sabe quando voltasse tudo melhorasse. </i>


But my dreams, they aren't as empty


As my conscience seems to be


I have hours, only lonely


My love is vengeance


That's never free


 


Agora ele estava de volta, mas não mudara nada, a casa continuava a mesma. Estava cheia de lembranças que o deixavam abatido, todas aquelas lembranças que eram boas se tornaram lembranças ruins... Ultimamente ele vinha lendo muito e falando pouco.


Teria que arranjar um novo rumo para seguir, algo que renovasse sua vontade para viver.


Na escola ele não costumava ficar com muitas garotas, mas ele era do tipo que arrancava suspiros de muita gente e não ligava para isso. Ficou algum tempo, pouco tempo, com algumas, e poucas tiveram essa sorte, nenhuma delas fora especial, acabava e cada um ia para seu canto, mas teve uma garota que o marcou, não por ele ter ficado com ela, pelo contrário, ela nunca deu a devida atenção para ele.


Eles se davam muito bem, mas ela foi viajar, para a Grécia, e não avisou quando retornava, era uma grande amiga, e a sua ex-namorada enchia o vazio dessa sua amiga. Talvez ele não gostasse da Kendra, sua ex-namorada, talvez gostasse mesmo da Marlene, será que havia confundido os sentimentos...? Só havia parado para pensar nisso agora...


Levantou e foi para a ducha, aquela água morna que escorria pelo seu rosto e percorria seu corpo, ele estava de olhos abertos, seus olhos apareceram vermelhos, a claridade mostrava as marcas de choro recente. Ele não pensou em nada, apenas deixou a água o cobrir e ficar a mercê, lá fora a chuva aumentava. Vestiu-se foi para cama, não conseguiu dormir logo, então ficou ouvindo a chuva bater nas vidraças da casa, olhou para uma parede, lá estava um mural de fotos, que agora estava vazio, no dia em que estava arrumando as malas para viajar guardou todas as fotos de Kendra e de seus amigos. 


Vieram imagens confusas em sua cabeça, mas logo o cansaço o venceu, e dormiu.


 


No one knows what it's like


To feel these feelings


Like I do


And I blame you


Teve sonhos conturbados, com Kendra se transformando em Lene que virava James e dizia que nunca deveriam ter sido amigos, que se transformava em Lily que também o culpava de tudo aquilo.


Acordou suado, ainda não havia amanhecido, sua cabeça rodava, sentia-se mal do estômago, percebeu que sua temperatura estava alta, tivera sonhos realmente estranhos.


Levantou, foi à janela, havia uma gritaria lá na rua, eram dois bêbados, cantando abraçados, provavelmente desiludidos, pensou. Foi até a geladeira e pegou uma lata de cerveja, sentou no sofá, a lua estava lá ainda, só, como sempre esteve. E ele ali, sozinho, como pensou que jamais estaria.


Olhou para o livro que se encontrava em cima do sofá, e pensou que ele realmente retratava a vida de fora, era um romance, mas que terminava em tragédia, um dos melhores escritores que já vira: Yuki Eiri, que escrevia muito bem, tragédias não-gregas, mas tragédias reais, as quais retratavam a dor que ele sentia.


Passou algum tempo na sala, não percebeu o quanto, mas quando viu já estava amanhecendo, a chuva que havia parado agora voltara com mais intensidade. Aquele frio que chegava a gelar os ossos... Aquilo lembrava Lene, por mais estranho que fosse pensar nela agora, fazia-o sentir bem, eles costumavam ver filmes de terror dias de chuva e ela fazia uma pipoca deliciosa.


Uma das únicas coisas que ele sabia agora é que teria que ajeitar a vida, conversar com os amigos e com Lene, o problema seria fazer isso...


A chuva aumentara, o dia estava deprimente, ele se arrumou e saiu, com um guarda-chuva, mesmo sendo um bruxo, procurava ter uma vida mais normal possível, foi fazer compras, na feira escolheu algumas frutas, maças eram as suas preferidas...


 


No one bites back as hard


On their anger


None of my pain an' woes


Can show through


 


<i>Flashback


-Olha, comprei maças verdes, suas preferidas! –falou Kendra com uma sacola cheia de maças. – Comprei chocolate, morango , chá. – falou sorrindo enquanto iam ao mercado.


-O que acha de eu fazer um macarrão hoje? – perguntou Sirius de mãos dadas com Kendra.


-Aquela sua especialidade? Amo aquilo. Então a sobremesa fica por minha conta. – os dois se separaram, ela voltou com os ingredientes para fazer uma musse chocolate e outra de camarão. Sirius voltou com o macarrão spaghetti, orégano muito queijo e um vinho para fechar.


-Vamos então? – os dois pegaram um caminho para ir para casa, queriam aproveitar o tempo e apreciar a paisagem, aparatar não é algo que possa ser chamado de romântico, eram umas quatro da tarde, começou a garoar, eles continuaram andando, mas a chuva começou a ficar forte e eles correram na chuva.


 


-Duvido que você me alcance! – falou Kendra correndo com as sacolas nas mãos e deixando um Sirius risonho para trás.


-Não esqueça que você está falando com um batedor atleta! – falou correndo atrás dela, sua camisa branca estava transparente e deixava aqueles músculos à mostra, uma visão do céu, seus cabelos molhados desenhavam sua face e seu sorriso era o que o deixava com um ar brincalhão, mas seus olhos eram a principal atração, ninguém resistia a eles, seu olhar era uma espécie de armadilha, se você caísse não sairia mais, não sem ajuda.


Kendra havia se apaixonado por seus olhos, assim como ele pelos dela, os dois olhos mais perfeitos dois olhos hipnotizantes, ele a pegou pela cintura e a virou de frente para si, seus olhares se encontraram, havia um entendimento mútuo, só havia os dois e nada mais importava, os dois se amavam...


Fim do Flashback</i>


 


But my dreams, they aren't as empty


As my conscience seems to be


I have hours, only lonely


My love is vengeance


That's never free


 


Discover L.I.M.P. say it (x4)


 


Sirius olhou para a tenda de morango, pegou alguns quase inconscientemente, pegou chocolate e chá também, ele ainda se lembrava do gosto do fondue de Kendra, era nostálgico fazer aquilo sozinho, mas ele tinha que se recuperar, já se passaram três meses desde o ocorrido.


Foi comprar os ingredientes do seu macarrão e estava voltando para casa, hoje estava com um guarda-chuva e lembrava-se da cena na chuva com Kendra, agora estava totalmente diferente daquele dia, estava mais infeliz, mas tinha apegado-se ainda mais ao preto, que já gostava antes, estava com um paletó preto, uma calça jeans e um sapato que davam uma impressão de homem maduro... Tudo isso mudou em apenas três meses...


Chegou em casa, colocou todas as coisas na bancada, pegou uma cerveja e foi para a sacada, parou e pensou que desde que partiu não usara magia... Não tinha mais vontade para isso, era mais feliz sem ela, mas não havia apagado os bons momentos com os outros três amigos na escola, que azaravam todo mundo.


Um gato o fazia companhia , aparecera ali do nada há alguns dias, mesmo ele sendo um animago cachorro, tinha simpatizado com o animalzinho, estava o cuidando agora.


-E aí, sozinho também? – perguntou sentando no chão da sacada ao lado do gato preto. – Quer ração? – o gato miou, ele sacou a varinha que estava ali. – Será que eu ainda me lembro como usa isso? – perguntou com um vestígio de riso na voz, o gato miou outra vez. Sirius vez um feitiço não verbal e conjurou uma ração para o gato.


- Vou te chamar de Morfeu. Que acha? Deus do sono, elegante você... – bebeu um longo gole de cerveja e fechou os olhos... Tinha que sair desse sedentarismo. – Vamos fazer macarronada, amigo? – Sirius pegou o gato e levou para dentro de casa.


-Vou te ensinar como se faz. – tirou o paletó, por baixo havia uma camisa preta, que o deixava ainda mais lindo, arregaçou as mangas e começou a separar os ingredientes. – Vai uma música aí? – perguntou para o gato, apontou para uma vitrola e fez um disco levitar até ela. – Bad Religion, amigo.


Começou a separar tomate, queijo, salsinha, lavou-os preparou o molho que era sua receita secreta e ficou trabalhando na cozinha, era bastante organizado, ao menos na cozinha.


-Sem querer me gabar, mas minha macarronada é exímia. Você vai gostar. Bom, eu acho que você não come macarrão, não é mesmo? – perguntou Sirius enquanto o gato se lambia.


-Pronto! – disse Sirius que estava colocando prato e talher à mesa. – E um leite para você. – colocou um pote com leite na mesa.


-Tim tim – falou levantando uma taça de vinho. Começou a comer, estava realmente divina aquela macarronada, mas faltava alguma coisa, a sobremesa, uma musse de chocolate que Kendra fazia, qualquer coisa era motivo para lembrar Kendra, isso era realmente aborrecedor.


-Acho que está na hora de você ir para casa. – disse abrindo a porta que dava acesso à sacada. – Volta amanhã, quem sabe a gente não come picanha? – falou rindo.


Olhou para a cozinha, nunca fora bom com feitiços de limpeza, se preparou para lançar algum feitiço para ver no que ia dar.


“Não vai dar coisa boa” pensou. O fez. Até que deu pro gasto.


-Nada mal. – falou.


Foi para o sofá, pegou o livro e voltou a ler, era interessante, mas estava cansado e acabou dormindo por ali.


[...]


 


No one knows what its like


To be mistreated


To be defeated


Behind blue eyes


 


O sol bateu, começou a pegar no rosto de Sirius, este por sua vez acordou, inteiro doído, sofá nunca fora uma boa. Levantou e viu a hora, era cedo, tudo depende do referencial.


Foi até a sacada e viu que estava um belo dia, bom para dar um passeio, foi tomar banho, olhou para cama, estava arrumada, ao menos não ia precisar arrumá-la, pensou.


Tomou uma ducha, passou perfume, estava secando o cabelo quando foi para o quarto, seu espelho estava em cima da escrivaninha pensou ter visto algo esverdeado por lá, mas pensou que era uma ilusão de ótica continuou a se secar, colocou o moletom e saiu do ap.


Lá fora estava fresco, perfeito para correr. Começou a correr, com um adidas no pé, uma calça de moletom preto e uma regata preta, estava arrasando na rua, passou por um grupo de garotas, lá pelos 18 anos a mesma idade que ele, e arrancou alguns suspiros. Ele passou e elas ficaram olhando-o até este virar a esquina.


Ele deu um sorriso, lembrou como era boa aquela sensação de ser cortejado, continuou correndo, estava passando uma mulher com um rottwailer, o cachorro estava latindo, até que ele parou do lado do cachorro e este parou.


Ele foi passar a mão no cachorro e a mulher disse: - Ele é bravo, eu não faria isso se fosse você. – ele olhou para ela e sorriu, passou a mão no cachorro que ficou bem mansinho.


-Bonito o cachorro. – dizendo isso voltou a correr, a mulher ficou pasma.


Correu até chegar a um banco, sentou e pegou a garrafa de água.


-Mas eu sou mais bonito que ele. – foi meio aleatório, mas era sobre o cachorro.


Olhou pelo parque, não se sentiu muito bem pelo que viu, havia casais de mão dadas sentados na grama, havia um grupo de amigos conversando, e um grupo de meninas que olhavam para os garotos enquanto riam, de algo que aconteceu entre uma delas e algum dos garotos...


Mais para frente havia um casal, com um bebê, faziam um pic-nic, o neném ia da mamãe para o pai, dava passos vacilantes, e tinha um sorriso banguela, com apenas dois dentinhos na parte de cima da boca, eles estavam felizes...


Sirius se levantou e seguiu, queria que Lene voltasse, ela sempre o ajudava nesses momentos...


O dia estava perfeito para passar com alguém, ele iria visitar James e Lílian mais tarde, para pedir desculpas pelo que fizera, não era um bom amigo e isso pesava em sua consciência.


Estava virando a esquina do seu condomínio quando a avistou.


-Lene! – chamou ele, a mulher virou e abriu um grande sorriso.


-Sirius! – ela veio correndo em direção a Sirius. – Quanto tempo! Senti tanto a sua falta!


-Também não sei como você conseguiu ficar tanto tempo longe de mim! – falou ele sério. Ela riu, e deu um tapinha no ombro de Sirius.


-Haha, vamos entrar? Tenho tanta coisa boa para contar. – ela puxou Sirius até o portão.


-Hey, a casa é minha, certo? – perguntou ele parando na frente de Lene. Abriu o portão e fez uma referência para ela passar.


-Bobão.


-Mas você gosta.


-Nuca disse o contrário.


-Mas é um amor de mula mesmo....


-Meu amor por essa mula que está na minha frente – tornou Lene sorrindo, Sirius deu uma olhada em volta e disse: Mas não tem mais ninguém aqui. – abriu um sorriso. – Você deve ter visto o seu reflexo em algum lugar – falou mais sério.


-Vamos entrar de uma vez! – disse empurrando Sirius, entraram no apartamento e ela foi se sentar no sofá, ele tinha ido buscar suco para ela.


-Então quais são as boas notícias? – perguntou entregando o copo para a amiga.


-Eu vou me casar. – Sirius que bebia cerveja, se engasgou, mas disfarçou, dando uma tossida.


-Não é tão inesperado assim! – falou Lene em resposta à tossida de Sirius.


-Totalmente inesperado, você vai e volta quase casada. – falou Sirius justificando o seu gesto.


-Eu estou grávida. – falou mais baixo, Sirius a olhou, aquele olhar penetrante, ela sabia que ele estaria fazendo isso e desviou o olhar.


-Não me olhe assim! – falou aborrecida.


-Como você quer que eu olhe então? – perguntou Sirius exasperado com a notícia.


-Meus pais não gostaram nada da notícia, disse que eu sou muito nova. – comentou baixinho.


-E não é? – falou Sirius tomando mais um gole de cerveja.


-Se for para você ficar me criticando pode deixar que vou embora! – falou olhando para Sirius, dessa vez o encarando.


-Tudo bem eu paro. – ele olhou para fora e voltou a olhar para a amiga depois de um tempo. – Mas as pessoas não irão reagir diferente de mim e de seus pais. Como você esperava outra reação?


-Quem importa são vocês. Você é meu amigo, deveria me apoiar, só por esse simples fato!


-Desculpe, mas isso realmente me pegou de surpresa. – sorriu para a amiga – Então, quando vai ser o casório?


-Daqui dois meses. Quer ser meu padrinho?


-Adoraria. – não era bem essa resposta que ele gostaria de dar, mas sua amiga se casando não é algo que se vê todos os dias... É, o carinho dele por ela era bastante fraterno, nada mais.


-Te trago o convite depois! Você não sabe o quanto me deixa feliz me apoiando. – Sirius a levou até a porta.


-Se cuida tampinha! – disse dando um beijo na testa de Lene – Do outro também – disse olhando para a barriga da amiga.


Lene saiu, Sirius fechou a porta e encostou-se nela, aquela notícia fora um baque muito grande para ele. Havia uma coruja na varanda, bicando o vidro.


-Há muito tempo que eu não recebo corujas. – falou Sirius estranhando a presença da mesma ali, abriu a porta da varanda e pegou a coruja, era do St. Mungus a carta.


<i>Prezado Sr. Black


O senhor foi dado como a pessoa mais próxima de Kendra Hawks, ela se encontra em estado crítico, desejamos que o senhor compareça o mais rápido possível.


Grato


Augusto Dearborn</i>


 


No one knows how to say


That they're sorry


And don't worry


I am not telling lies


 


Sirius não fazia idéia do que deveria fazer, mas se o chamaram poderia ser realmente grave, trocou de roupa e desaparatou no St. Mungus.


Chegou à recepção e perguntou o número do quarto de Kendra, foi ao quarto andar e foi ao quarto da garota. Entrou.


 -Sirius - disse em um sussurro. – Venha aqui.


Ele se aproximou, ela parecia abatida.


-Eu preciso te contar uma coisa. – falou olhando para Sirius que continuava quieto. – Naquele dia que você foi lá, quem estava lá era meu médico. – Sirius apenas escutou.


Como ela conseguira mentir deslavadamente?


 – Nós havíamos descoberto um tumor, que não há cura, nós estávamos tentando um tratamento e por isso eu estava estranha. Fiz você brigar com seus amigos, sem intenção... Mas logo você teria que viver só, pois eu havia descoberto o tumor tarde de mais e isso estava acabando comigo, eu sempre te amei tanto, quanto você a mim.


Sirius ainda não parecia totalmente convencido, mas resolveu escutar tudo antes de dizer alguma coisa.


-Naquele dia... Eu iria te contar sobre isso, mas eu fiquei com medo da sua reação, você ficaria triste eu não agüentaria, olha. – ela passou a fixa médica para ele. – Há quatro meses eu descobri. – Sirius viu que era realmente verdade, olhou para a garota que estava com os olhos marejados, não sabia o que fazer. Entrou um médico no quarto.


-Estamos preparando tudo para a cirurgia Kendra. – falou ele olhando para ela e para Sirius e se retirou.


-Ele é o cara aquele dia... – Sirius estava se sentindo o mais estúpido da face da terra e enfiou o rosto nas mãos, como pudera ter feito aquilo. – Me desculpe – falou baixinho, seus olhos estava vermelhos, ele agora, realmente não sabia o que fazer.


-Quem deve se desculpar sou eu. Eu deveria ter contado antes, e me desculpar por outra coisa. – falou agora com a voz um pouco falha e as faces ficando coradas.


-Outra coisa...? – Sirius levantou a cabeça e a olhou profundamente. – Acho que já sei o que é, não sei exatamente o que, mas se for... Eu vou pedir desculpa a eles. Não se preocupe.


-Na verdade James me viu saindo do hospital. – falou Kendra num fio de voz, escorria uma lágrima fina por seu rosto. Sirius a olhou com um ar de compreendimento. – Eu pensei que ele fosse contar, eu não queria que ele contasse, eu não queria contar, você não podia ficar sabendo daquilo. No dia que você disse que estava me amando cada vez mais, eu entrei em desespero, se antes eu não queria contar, naquele dia eu não podia, você estava tão feliz... Eu tentei achar algumas brechas, mas não tive coragem. – ela fixou o olhar nos olhos de Sirius, ele pediu para ela continuar.


-Entende como foi difícil? Se agora que nós não estamos mais juntos você tem essa reação, imagina quando estávamos, eu não queria te machucar de forma alguma, esse foi meu erro. – ela esperou Sirius se manifestar para voltar à história.


-Então eu entendi errado? – perguntou ele lembrando do dia em que brigara com James.


<i>Flashback


-Pad’s, eu tenho uma coisa para te contar. – falou Kendra sentando ao lado de Sirius no sofá.


-Diga. – falou ele tirando os óculos e colocando o jornal de lado. – Eu sei que você me ama, mas pode repetir quantas vezes quiser! – falou ele sorrindo para ela.


-Não é isso bobão! – sorriu e segurou a mão dele – É que eu quero te prevenir, para futuros imprevistos... – vacilou por um momento dando brecha para Sirius.


-Futuros imprevistos...?


-Sim, James, se ele te contar alguma coisa de mim, por favor, não leve a mal, mas é que você é o melhor amigo dele, sabe? Ele iria se sentir na obrigação de te contar, mas eu não seria mais a mesma com vocês se ele te falasse alguma coisa sobre mim, tudo mudaria... – falou olhando para o chão e tornando a olhar para Sirius. – Qualquer coisa que eu fiz até hoje foi porque eu te amo.


Sirius estava meio confuso com o que Kendra disse, ou ela falou coisas confusas, mas ele entendeu uma coisa: James ia falar algo de Kendra e ela disse que se ele contasse a relação de todos (?), isso ele não entendeu, não seria mais a mesma. Ela foi a primeira garota que ele realmente amou, ele não deixaria ela escapar só por causa de alguma “parvisse” de James, este precisaria ouvir algumas verdades.


-Sirius... – falou Kendra meio que prevendo que ele entendera algumas coisas distorcidas.


-Pode deixar que vou resolver esse assunto! – se levantou foi até a soleira da porta e desaparatou.


-Sirius! Ai Merlim, você entendeu tudo errado...


 



But my dreams, they aren't as empty


As my conscience seems to be


I have hours, only lonely


My love is vengeance


That's never fre


 


[...]


A alguém batia á porta (ou melhor espancava a porta)


-Já vai – um moreno de cabelos despenteados ia abrir à porta, alguém tava com tanta pressa que parecia que ia arrombá-la. – Pad’s! – falou com um sorriso radiante. – Entra aí, irmão!


-Preciso ter uma conversa com você – Sirius entrara como um furacão e fora direto ao assunto, James estava assustado com a reação do amigo e Lílian escutara a bagunça e fora ver o eu era, apenas observava. – Que história é essa de você querer me falar algo da Kendra? Qualquer coisa que você queira inventar dela, eu não vou nem ouvir! Como você tem coragem de fazer isso com seu próprio amigo? Você sabe que ela foi a primeira pessoa que eu estou amando de verdade. E quer acabar com isso? Acho melhor acabarmos com a nossa amizade. – terminou ofegante e com as faces vermelhas de raiva.


-Calma aí, você chega assim estourando, não é bem assim não. Que história é essa de acabar a amizade?  Primeiro, você é meu irmão, não de sangue, mas de consideração que é o que mais vale nessa vida. Segundo, eu vi a Kendra sim, e não estou mentindo, se ela te conta tudo, aposto que isso ela não contou, a vi saindo... – uma magia o empurrou, Sirius empunhava a varinha.


-Não ouse tocar no nome dela de novo, nada do que você diga vou acreditar! – retrucou Sirius, James empunhara a varinha também.


-Eu ia te contar, mas se ela te conta tudo, que conte! Eu não tenho nada a ver com isso!


-PAREM OS DOIS! – gritou Lílian no meio da sala. – Dá para pararem de agir como duas crianças?


-Não se mete Lil’s! – falou Sirius para Lílian.


-Não fale assim com ela! – James apontou a varinha para Sirius que o empurrou para a parede, os dois estavam praticamente gritando um com o outro.


-PAREM DE UMA VEZ POR TODAS! – Lílian sacou a varinha e paralisou os dois. – Primeiro: Não lancem feitiços dentro da minha casa, se quiserem fazer isso vão para a rua! Segundo: Não gritem na minha casa, só quem pode gritar sou eu. Terceiro: Obrigada James! Quarto: Vocês dois são amigos a perder o tempo de vista, isso não é jeito de se tratarem.  – falou normalizando a voz.


-Sirius, que seja o que a Kendra tenha te falado com certeza você entendeu um pouco deturpado.  – falou Lílian dando um sorriso gentil, Sirius se desfez da paralisação e foi para fora da casa, desaparatou e voltou para a sua casa... Embora tenha feito aquilo por Kendra, depois da discussão se sentiu muito mal, se arrependeu profundamente de não ter deixado James se explicar.


Fim do flashback</i>


-Não foi só culpa sua ou minha dessa briga, foi culpa por parte dos dois. Mas você entendeu muito errado, ele iria te contar que eu saí do Hospital com fichas na mão e acabou descobrindo o tumor por meio de um amigo, se ele te contasse que me viu pelo menos saindo do hospital, levantaria suspeitas suas. Entende? – perguntou com um sorriso carinhoso. – Não fiz nada disso por mal.


-Entendi, e agora? – perguntou Sirius que estava terminando de processar as informações.


-Agora? Bom, eu vou para uma cirurgia. – falou Kendra com um olhar bondoso.


-Mas não era crítico? Era o que dizia a carta.


-A chance de eu sair viva é de oitenta por cento. – falou, mas não parecia triste e sim conformada.


-Mas você tem mais algum tempo de vida, não tem? – perguntou Sirius.


-Mas se não fosse hoje, não seria jamais.


-Como?


-Hoje era o último prazo. Se eu não fizer a cirurgia, meu túmulo já estará me esperando lá, a sete palmos do chão. Mas se eu fizer, eu tenho chances de ir para o meu túmulo só quando ver meus bisnetos se criarem.


-Não precisa ficar triste, você vai superar essa! – disse Sirius segurando a sua mão – Eu vou estar aqui do seu lado.


-Obrigada. Saiba de uma coisa, você foi o primeiro homem que eu amei, e o último. Mas não é por meu risco que eu estou triste, é por você. Se eu morrer quem vai sofrer é você, eu não ligo de sofrer para te fazer feliz, mas eu ligo se eu morrer, pois tornarei você triste.


-Você não vai morrer. – disse Sirius apertando ainda mais forte na mão dela.


-Lembre-se, você tem James, Lílian e Remo, vocês são uma família, a qual se ama acima de tudo. Você os tem... – falou abraçando Sirius e este dando um beijo em sua testa.


-Vamos Kendra? – chamou o médico. Ela acenou um sim com a cabeça, a colocaram na maca, mas antes Sirius falou.


-Cuida bem dela, ela foi a melhor amiga que eu já tive, e a melhor coisa que já me aconteceu. – falou antes de o médico sair levando a maca.


Sirius foi para o andar da lanchonete, pegou um capuccino, não podia-se acender cigarros lá dentro. Ficou andando de lá para cá, toda hora que via um médico se empertigava.  Mas nada de notícias de Kendra. Vira duas famílias saírem felizes dali, família grande, se recuperando de prováveis doenças incuráveis... Queria ver Kendra de volta, correndo no parque junto com ele, rindo, brincando, fazendo seu musse.


Não conseguia se perdoar por ter sido tudo um mal entendido, fora muito besta, uma coisa tão pequena o fez sofrer por tanto tempo.


Depois de tanto esperar, o médico saiu da sala de cirurgia. Sirius tentou ler sua face, mas era impassível.


-Ela não resistiu. – falou o médico.


Sirius se sentiu sem chão, como fora infantil todo aquele tempo, perdeu três longos preciosos meses sem ela... Bateu um desespero, mas logo lembrou das palavras da amiga namorada, que ela faria tudo par vê-lo feliz, ele não podia desistir agora, não podia desistir por ela, pelos amigos... Ele andara sendo egoísta de todos os tipos de sentimentos, apararatou para a casa de James e Lílian.


Bateu na porta.


-Já vai! – era uma voz masculina, era aquele que <i>sempre</i> fora seu amigo.


-James... – Sirius entrou e abraçou o amigo, este já sabia o motivo, retribuiu o abraço com intensidade.


-Jamais me senti tão sozinho. – falou com a voz embargada.


-Agora, mais que nunca, é que você tem alguém junto com você – falou Lílian que saíra da cozinha. – Você a tem aqui – falou apontando para a cabeça dele – Aqui, colocou a mão em cima de onde deveria estar o coração. - E sempre, não importa como, nós vamos estar unidos por esse sentimento que nos manterá vivos, dentro de você.


Aqueles olhos negros jamais demonstrara tanta dor e tristeza de perda como agora. Havia muito <b>por trás daqueles olhos negros</b>


 


No one knows what it's like


To be the bad man


To be the sad man


Behind blue eyes.


 


N/A: Pequena, minúscula, mínima mesmo, a alteração de tradução, sorry.


Gostaram? 4.02 da matina para escrever uma N/A melhor. Espero, de coração, que vocês tenham gostado.

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