cap 11
Abriu os olhos e a viu dormindo calmamente ao lado. Era sábado, ela não precisaria acordar agora. Sentia-se melhor então arriscou tentando se levantar. Andou com um pouco de dificuldade, mas ao menos estava conseguindo se virar. Tomou um banho um pouco mais demorado e voltou para cama.
“Vamos ver se consigo fazer o mesmo que ela”. Olhou para o carrinho e pensou em algo. Abriu a cortina da parte de baixo, ficou feliz por ter funcionado. Retirou a comida, tomou o café da manha e foi acordar Hemione para fazer o mesmo.
Era estranho. Nunca havia dormido na casa de ninguém, e nunca tinha observado uma garota dormir na sua frente. Os cabelos dela estavam bagunçados e cheios enquanto dormia encolhida com a mão sobre o travesseiro. Mesmo assim achava que estava tão bonita quanto à primeira vez que realmente a olhou. Aproximou-se da cama dela devagar a olhando. Respirava tranquilamente em um sono que parecia ser tranqüilo. Então se atreveu a retirar uma mecha de cabelo de seu rosto. Isso foi o suficiente para acordá-la.
No segundo seguinte Hermione estava sentada na cama apontando a varinha para o pescoço de Malfoy.
-Hei!Cama!Sou eu! – Disse surpreso com as mãos para cima.
-Nunca... Mais... Faça... Isso...! – Disse se jogando na cama novamente.
-E o que foi isso exatamente?
-Auto defesa contra ataques...
-Você dorme pensando em ser atacada?
-Tive umas experiências ruins. – Respondeu lembrando-se dos momentos antes do vira-tempo funcionar. –Que horas são?
-9:30.
-Ta cedo. – Disse rolando na cama.
Ele riu.
-Seu café da manha – Disse passando uma bandeja para ela.
Ela o olhou surpresa. Estava tentando se acostumar com a nova personalidade dele. Mesmo assim achava que não poderia abaixar muito a guarda.
Hermione tomou o café da manha e saiu para a torre da Griffinoria.
Enquanto ela saiu Malfoy teve tempo para refletir algumas coisas. Havia se passado somente um dia de ter tomado a decisão de mudar e já se perguntava como conseguiu ser daquele jeito arrogante por tanto tempo. Não se lembrava de ter rido daquele jeito sem ser debochando de alguém. Queria continuar do jeito que estava o maximo que pudesse. Mais do que isso, queria continuar a amizade com a Granger. Isso se ela quisesse se tornar amiga dele.
Hermione dormiu na sala precisa por mais dois dias. Malfoy se recuperou e voltou às aulas só um pouco mais magro servindo como uma confirmação para o “suposto problema de família” que a menina havia inventado.
Os meses começaram a se passar. Malfoy preferiu continuar rude com os colegas sonserinos, mas não fazia questão de se esconder quando o viam na presença de alunos de outras casas. Tentou falar com Harry que não demonstrou ser tão hostil quanto Roni que o olhava sempre de cara feia.
Suas conversas com Hermione estavam mais freqüentes, mas não sabia explicar o porquê parecia haver um muro invisível que o mantinha de algum jeito sempre afastado. Apesar de tudo não desistia. Resolveu mudar os planos para se aproximar dela. Algumas vezes a via parada perto do lago, então começou a aparecer perto dela sempre com um botão de rosa nas mãos que a fazia ficar vermelha pela surpresa. Ele adorava quando ela corava. Começou a fazer de propósito.
Pedia ajuda nas matérias mesmo não dando a mínima importância. Gostava de vê-la falando sem parar com aquele ar intelectual. Ele ria toda vez que percebia que ela estava gostando do assunto o qual estava explicando. A paixão que ela transmitia enquanto ensinava o deixavam fascinado mesmo que não estivesse prestando atenção a uma única palavra só concordando com a cabeça.
Aprendeu a decifrar as expressões de seu rosto. Sempre que a via triste ou chateada com alguma coisa conjurava uma borboleta fazendo-a pousar ao seu lado. Um feitiço simples que levara um bom tempo para aprender, mas que valera apena. Sempre conseguia tirar um sorriso dela enquanto ele a observava de longe, fazendo-a pousar em seus cabelos ou mesmo em cima de seu nariz ate ela voar em sua direção e sumir assim que ela o via.
Demorou um pouco para Hermione se acostuma como novo jeito de Malfoy. Mas admitia que estava melhor que antes. Ate botões de rosa já havia ganhado dele. Totalmente diferente do Malfoy que ela estava habituada a ver sempre. Ate pedia ajuda nos estudos.
Mas a coisa mais estranha do que os botões de rosa eram as borboletas que começaram a aparecer. Pousavam-lhe nos braços, nos cabelos e ate mesmo no nariz. Ela ria toda vez que as via só que o mais intrigante era que toda a vez que começava a analisava mais de perto elas voavam. Quando olhava na direção que iam sempre avistava Malfoy caminhando ate ela. Tinha quase certeza que era ele quem as fazia.
A semana que se seguiu havia começado com chuva e, como todos os domingos, não havia nada para fazer. Os meninos jogavam xadrez então ela resolveu ir à biblioteca.
Na volta um grupo do primeiro ano passou correndo por ela derrubando o livro no chão.
-Hei!Não corram! – Disse ela para o grupo que já sumia pelo corredor.
-Acho que eles não podem mais te ouvir – Disse se abaixando e entregando o livro a ela.
Era Malfoy. Já estava habituada a encontrá-lo ocasionalmente. Por algum motivo depois de um tempo toda vez que o via sentia uma sensação estranha. Uma espécie de pontada no peito. Estava começando a acreditar que era um aviso para se afastar.
-Fiz aquelas presilhas para as suas amigas. Estão no meu quarto. Quando puder entregá-las me diz que eu pego.
-Obrigada. Elas vão agradecer. – Disse sorrindo – Tenho que ir. Nos vemos depois.
-Por quê?
-Por que tenho oras – Disse saindo.
Não tinha nada para fazer naquele momento, mas fazia isso com ele de vez enquando para ele parar de segui-la. Só queria se prevenir apesar de já ter se passado alguns meses e ele não apresentar nenhum sinal de uma possível recaída.
Ele a observou se afastar. Decidiu que já era ora de fazer a pergunta.
Correu ate ela tocando-lhe no braço de leve.
-Espera.
-Não tenho tempo agora.
-Espera! – Disse dessa vez puxando-lhe com mais força.
-Me solta!
-Tenho uma pergunta.
-Quando você não tem? – Falou murmurando.
Isso foi o que faltou para ele perder a paciência.
-O que exatamente eu te fiz pra você ficar assim comigo? Sempre se afasta quando me aproximo. Não me da uma chance para provar que estou diferente.
-Pessoas como você não mudam.
-Eu mudei!
-Mas não sei por quanto tempo.
-Qual foi o motivo?
-Você não disse que não queria se lembrar? – Disse com sarcasmo.
-Mudei de idéia.
-O passado influencia no futuro Malfoy. Você já me tratou mal o suficiente pra eu ficar com um pé atrás.
-Como poderia te tratar mal? Você é Doce, inteligente, bonita. Nem que eu quisesse poderia fazê-lo.
-Mas já fez – Disse o olhando com ódio ignorando os elogios – Não preciso passar por isso de novo.
-Me conta. – Disse indo para frente obrigando-a a dar passos para trás ate bater na parede.
-Não vai fazer diferença nenhuma – Disse tentando sair pelo lado direito. Ele a impediu encostando a mão na parede.
-Tenho o direito de saber.
-Me deixa em paz! – Disse tentando sair pela esquerda. Ele repetiu o mesmo movimento anterior.
Estava encurralada agora.
-Me conta! Por que você não quer nem tentar ser minha amiga?
- Amiga?! Sua? Pessoas do seu tipo não se misturam com pessoas como eu. Afinal de contas quem iria querer esta do lado de uma S-A-N-G-U-E R-U-I-M? Essa palavra faz sentido pra você?
“Sangue ruim...” Mal absorveu a palavra quando a dor já conhecida passou em sua cabeça. Ele já previa isso então dessa vez fez o maximo para não gritar cerrando suas mãos em punho na parede e fechando os olhos.
°°°°°° O tapa que ela lhe deu. Inúmeras imagens dele a insultando por não pertencer ao mesmo tipo de família que a dele. A brincadeira que fizera fazendo os dentes dela crescerem rapidamente a deixando envergonhada na frente de todos. Viu ela com os cabelos cheios um pouco mais nova, seus olhos se enchendo de lagrimas enquanto saia correndo depois de chama-la de sangue ruim °°°°°°
Ele se jogou para o lado respirando rapidamente. Não era possível ele ter feito tudo àquilo com ela. Principalmente a chamado daquele nome.
-Você esta bem? – Perguntou sem se importar – Fique com os restantes de suas lembranças sozinho. Estou cansada disso.
Falou passando por ele rapidamente. Lembrar daquele insulto a fez se sentir péssima do mesmo jeito que havia sido na primeira vez.
-Espere... Granger... Não vá! – Gritou Malfoy tentando alcançá-la.
Ela ignorou o chamado. Descia as escadas apressadamente ate que ouviu passos trás dela. Olhou para trás. Ele a estava seguindo e quase a alcançando.
Chegou ao portão principal e o abriu indo para fora. Havia uma passagem em um dos muros que ela conhecia então poderia despistá-lo e entrar novamente no castelo.
Infelizmente se esquecera da chuva.
-Droga!
Só deu tempo de enfeitiçar o livro, por que Malfoy estava somente a alguns passos atrás dela. Ela parou. Aquilo era ridículo. Apontou a varinha para ele.
-Já chega! Quero que você se afaste de mim! Mais um passo e eu nem sei o que sou capaz de fazer!
Ele largou a varinha na grama enquanto andava ate ela. Sabia que ela não o atacaria estando desarmado. Rezava para que estivesse certo.
-Só quero me desculpar. Você não merece aquele tipo de tratamento de ninguém. Eu posso mudar Granger! Já estou mudando. – Disse enquanto chegava mais perto.
-Só mudou por causa de um incidente. Você pisa nas pessoas Malfoy – Falou rancorosa.
-Só te peço uma chance.
-Chance? – Repetiu sem acreditar abaixando a varinha. Ele aproveitou para chegar ate ela. – Sinto muito mais não.
-Ao menos aceite as minhas desculpas.
Ela ficou muda. A chuva estava piorando. Teve sorte, pois assim sabia que ninguém estava os ouvindo.
Ela permaneceu em silencio.
-Ok. Desisto! – Disse para ela. Já ia se retirar, mas um pensamento o reteve. Ele a encarou. – Sou tão arrogante assim?
-Muito mais com os outros do que você possa imaginar.
-Então não tem problema. – Disse a puxando pelo braço tirando ela da chuva.
-O que você pensa que esta fazendo?
-Sou um Malfoy lembra? Não aceito não como resposta.
Ele se aproximou rápido não dando tempo para ela reagir. Tirou a varinha da mão dela e tacou de qualquer jeito no chão. Então pegou seu rosto entre as mãos e a beijou.
Ela tentou se soltar, começou a se debater. Ele tirou uma das mãos de seu rosto e a segurou forte pelo ombro a imprensando contra a parede. Matinha sempre uma mão em seu rosto. Não queria machuca-la.
Intensificou o beijo. Ela continuou tentando sair. Ele parou por alguns segundos.
-Vi como me olha às vezes. Você treme toda vez que me toca. Te deixo sempre sem graça sem esforço algum. – Ele disse sussurrando no ouvido dela. – Me beija Hermione.
Terminando de falar voltou a beijar os lábios dela.
Ela ficou estática ao ouvi-lo. Não era verdade o que ele estava dizendo. Talvez algumas coisas. Estava se esforçando para sair dali, mas quando ouviu ele falar seu nome sentiu novamente a pontada que às vezes sentia quando o via. Ate agora achava que era um aviso para se manter longe. Um aviso de perigo. A gora já na tinha mais tanta certeza disso. Seu coração batia muito rápido. Estava com medo de tentar descobrir se o que ele dissera fazia algum sentido. Queria provarpara si mesma que não era verdade. Mas como faria isso? Se ela parasse de pensar por alguns segundos saberia da resposta. Esses pensamentos se passaram em milésimos em sua cabeça. Sabia que se mataria depois disso. Serrou os punhos com força e fechou os olhos.
Malfoy começou a diminuir o ritmo do beijo. Não queria força-la a mais nada. Estava errado afinal de contas. A gora sim ela não iria querer mais vê-lo. Foi um ato desesperado de sua parte.
Ia se afastando devagar quando percebeu que ela começava a correspondê-lo. Não quis parar para perguntar o que a fizera mudar de idéia. Sentiu-se feliz derrepente. Se ela se arrepende-se que fosse depois.
O beijo as poucos se intensificou novamente. Ele soltou o ombro pousando-lhe a mão levemente em sua cintura. Sentiu-a tremer de leve quando fez isso.
Ela não queria pensar no que estava fazendo. O cheiro do perfume dele estava a ajudando a perder os sentidos. Sentiu ele pousando a mão em sua cintura e logo em seguida um calafrio. Relaxou as mãos. Lentamente levou uma delas para trás da nuca dele. A boca dele causava choques bons nela. Os lábios dela eram macios e quentes. Estavam molhados, mas não sentiam frio. A chuva caia mais forte a cada segundo. Separaram-se devagar com um ritmo mais lento. Mais carinhoso.
Ela não sabia o que fazer. Ele olhou para ela e encostou sua testa na dela. Fecharam os olhos ao mesmo tempo.
-Por favor, me desculpe pelo que eu te fiz.
-Malfoy...
Ele abriu os olhos a olhando com intensidade.
-Me chame de Draco.
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