Torturante verdade

12 Torturante verdade

Nas duas semanas seguintes, eu não falei com Scorpius, ele fugia de mim o tempo todo. Isso estava me irritando, eu precisava que ele me explicasse o que ele queria dizer com tudo aquilo, queria saber o porque de ele está magoado, se eu sou a vítima aqui...Não dá para entender a cabeça das pessoas...Hoje é meu aniversário, e eu estou redecorando minha sala, primeiro dia livre em três meses de trabalho...Sophie pediu para dormir na casa de Nicolle, e eu estou aqui no trabalho, sozinha no dia em que fico mais velha...Triste isso né? Mas eu gosto...Minha mãe insistiu que eu fizesse alguma coisa, Robert implorou que fossemos sair, até meu pai reclamou por eu não comemorar, mas fazer o que? Não sou muito chegada a festa...

-Rose, você não vai embora?- Loren perguntou na porta.

-Nossa! Já está tarde...Porque não me chamou antes Lo?- eu perguntei olhando no relógio. Eram seis da noite...Hora extra no dia do aniversário...

-Desculpe, nem percebi que você ainda estava aqui...- ela disse - Eu pensei que já tivesse ido embora...As vezes você aparata daqui mesmo...

-É, mas agora o ministro pediu que não fizessemos mais isso...-eu falei pegando minha bolsa- Bem, eu vou indo...Até segunda Loren...

-Não vai sair final de semana com a gente Ro?- ela perguntou.

-Não tenho mais pique pra isso Lo...- eu falei rindo e entrei no elevador. Assim que cheguei no átrio para aparatar, dei de cara com Hugo - O que está fazendo aqui?

-Eu vim te dar os parabéns maninha!- ele falou me abraçando - Afinal, você agora está oficialmente mais perto dos trinta...

-Para com isso Hugo!- eu fiz bico - Eu não estou tão velha assim...

-Ah, não...Só está mais experiênte não é?- ele sorriu - E o que minha velha caquética favorita quer fazer hoje?

-Ir para minha casa, e dormir?

-Não.

-Humm...Jantar e dormir?

-Pode ser...Onde você quer jantar?

-Na minha casa?- eu falei e comecei a andar.

-Não mesmo! -ele me pegou no colo - Se você não escolhe o lugar, eu escolho para você...- E ele aparatou comigo antes que eu dissesse alguma coisa.

-Hugo, onde estamos?-eu perguntei assim que paramos. Estava escuro, eu não enxergava nada.-Onde você está Hugo? Para com isso, estou falando sério...

As luzes se acenderam e eu ouvi um grande grito de SURPRESA! E lá estavam minha família e meus amigos...Era um jardim, enfeitado com mesinhas que faziam lembrar uma cantina italiana. Todos vieram falar comigo, e por meia hora eu apenas sorri e comprimentei as pessoas.

-Mamãe, gostou da surpresa?- perguntou Sophie pulando em me colo.

-Adorei mon pettit, foi idéia sua?

-Sim! Escolhi cada detalhe sozinha...- ela falou orgulhosa.

-E porque não fez lá em casa mesmo?

-Não caberia todo mundo, e o jardim da mansão Malfoy é tão bonito...

-Mansão...Malfoy?- eu arregalei os olhos -Porque não na casa da vovó Hermione? Ou na casa da bisa Molly? Também são bem grandes...

-Algo contra a minha casa?- Scorpius estava bem atrás de mim.

-Não...- eu falei sem graça - Muito obrigada por emprestar a casa, e por ajudar Sophie...

-De nada. Foi um prazer passar tanto tempo com ela...- ele sorriu para Sophie que para minha surpresa, o olhou séria.

-Com licença mamãe, eu preciso anunciar o rodízio...- ela falou e saiu de perto de nós indo em direção a casa, logo e seguida sairam diversos garçons com bandejas repletas de massas.

-O que houve com vocês?- eu perguntei a Scorpius, era estranho a reação de Sophie

-Ela...Está chateada comigo...

-Isso eu notei, mas por que?

-Por que eu vou viajar amanhã, e ela não quer que eu vá...

-Viajar? Para onde?- meu coração acelerou.

-Alemanha...Recebi uma carta ontem de meu pai, dizendo que meu avô Lucius está muito doente, e precisa falar comigo...Mas Sophie acha que eu só quero fugir de você.

-E ela está errada?- eu perguntei sinica - Você fugiu de mim durante duas semanas...

-Eu não fugi de você!- ele falou com raiva -Eu só queria evitar que voltassemos a falar naquele assunto, mas Sophie acha que é por ciúme...

-Ciúme? De quem?- eu perguntei cinica, como se eu não soubesse...Estava é adorando o desconforto dele.

-De Robert com você...- ele ficou vermelho.

-Ah, pode deixar que eu converso com ela, apenas me prometa que vai voltar...

-Porque?- ele sorriu malicioso.

-Por que Sophie gosta muito de você, e não seria justo que se afastasse por minha causa...

-E você, vai sentir minha falta?- ele perguntou, mas antes que eu respondesse, Robert apareceu e se colocou bem no meio de nós dois.

-Minha rosa mais bela! Meus parabéns, de novo!- ele sorriu e me abraçou apertado.

-Ah, obrigada mon'Amour, depois de hoje a tarde você não precisava falar comigo outra vez...- eu disse com uma voz propositalmente provocante...Não tinha acontecido nada além de um pedaço de torta com velas, mas eu queria que Scorpius penssasse que tinha...

-Ah, você sabe que para mim cada segundo na sua presença é especial, não sabe?- nesse hora, Scorpius saiu de perto, extremamente vermelho.

-Nossa! Como você é cruel!- eu disse rindo a Robert.

-Ai, eu sou não é?- ele fez cara de arrependido - Mas eu não podia permitir que você cometesse a gafe que iria cometer...

-Obrigada amigo! Adoro mais você agora...

A festa continuou, e eu me diverti o máximo que pude com Robert e Sophie. Dancei, comi, bebi, conversei e observei Scorpius me encarando o tempo todo. Quando já eram uma da manhã, as pessoas começaram a ir embora. Eu me sentei e tirei o sapato, peguei um copo com hidromel e virei em um gole só, eu sabia que estava sonza, e resolvi que era melhor ir embora também. Proucurei por Sophie, e vi que ela estava dormindo no colo de minha mãe, fui até elas.

-Mãe, acho que já está na hora de ir...- eu falei - Pode levar Sophie para mim? Acho que não estou em condições de fazer uma aparatação acompahada...

-Claro que sim filha...Eu a levo quando você quiser...- respondeu minha mãe bocejando.

-Agora mãe, por favor...- eu falei e aparatei. Segundos depois minha mãe apareceu ao meu lado com Sophie nos braços. Coloquei ela na cama, e assim que minha mãe saiu, tomei um banho e apaguei.

****

Passei o sábado inteiro conversando e brincando com Sophie, não saimos de casa para nada, eu a fiz entender que Scorpius voltaria e que ela não precisava ficar triste por ele viajar...Mas ela tinha certeza que ele estava apenas fugindo de mim. Ela me perguntou porque gostava tanto de Scorpius, e eu disse que não sabia. Ela me perguntou se o pai dela era tão bonito quanto ele, e eu disse que sim, porque ela era linda e a cara do pai...Antes de dormir, sentamos em frente a TV, com um pote enorme de pipocas, para assistir Anastácia, era o tema da festa dela de nove anos e ela não parava de assistir o filme. Papai não entendia porque ela não gostava das histórias bruxas, e ela dizia "Vovô, eu não posso convidar minhas amigas trouxas para uma festa com o tema "Babbit, a coelha". E ela tinha razão, até porque as festas bruxas não tinham tema. No domingo nós fomos ao zoológico com as amigas dela, Nara e Lara, gêmeas londrinas muito engraçadas, rimos, corremos fizemos muita bagunça e chegamos em casa muito cansadas. Foram dois dias muito divertidos. Quando eram onze da noite no domingo, alguém bateu aporta. Eu me assustei ao me dar conta que havia dormido no sofá. Me levantei sonolenta e fui cambaleante até a porta. Abri sem ver quem era e levei um susto ao ver um loiro com cabelos e roupas molhadas, e uma cara estremamente vermelha.

-Scorpius? O que faz aqui?- eu esfreguei os olhos.

-Preciso conversar com você.

-Mas a essa hora? Não pode ser amanhã?...

-Não tem que ser agora.- eu fechei a porta e caminhei até o sofá.

-Tudo bem, o que você quer?

-Quem é o pai da Sophie?

-Po...Po...Porque está me perguntando isso?- eu empalideci.

-Apenas me responda Rose!

-Você sabe quem é!

-É ai que você se engana, por que não me contou?

-Como assim? Eu contei! A oito anos atrás, eu contei e você me disse que "era novo demais para ter um filho"!

-E você nunca se perguntou se algo estava errado?- o rosto de Draco estava transtornado - Nunca te passou pela cabeça que eu não tinha motivos para te abandonar?

-Claro que sim! Mas na hora, só o que eu pensei foi em cuidar do meu bebê...Você sugeriu que eu abortasse!

-NÃO FUI EU! SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE? ESSA CARTA NUNCA CHEGOU EM MINHAS MÃOS!

-E COMO EU PODERIA SABER? EU TINHA DESSESEIS ANOS! -eu começei a chorar - O MENINO QUE EU AMAVA ME DISSE QUE TUDO ENTRE NÓS NÃO PASSOU DE DIVERSÃO, E QUE NÃO ME AMAVA!

-E VOCÊ SIMPLESMENTE FUGIU! FOI EMBORA E ME PRIVOU DE CRIAR MINHA FILHA! NUNCA ME DEU UMA SEGUNDA CHANCE!

Eu me joguei no sofá e chorei com ainda mais força. Eu não sabia o que tinha acontecido com o meu mundo. Pela segunda vez ele estava desmoronando, e pelo mesmo motivo. Confusões.Eu senti que Draco sentou ao meu lado.

-Será que podemos conversar sem gritar?- eu perguntei a ele. - Me explica o que aconteceu, e eu te conto tudo que aconteceu...

-Bem, eu fui até a casa dos meus pais, e meu avô me entregou isso...- ele tirou uma folha de pergaminho gasta pelo tempo, do bolso, eu reconheci imediatamente.

-E...Eu...Não entendo...

-Naquele ano, nós combinamos que iriamos esperar até contar a nossos pais...- eu concordei com a cabeça - Mas eu estava tão apaixonado, que resolvi contar a minha família. Eu escrevi uma carta avisando a você que faria isso e não assinei seu nome, nem o meu. Mas a coruja do meu pai não estava em casa, então eu deixei o envelope encima da mesa...Meu avô pegou a carta, e leu o que eu dizia a você...Na manhã seguinte, era véspera de natal e eu acordei e fui direto te enviar meu presente junto com a carta, mas eu não encontrei e meu avô disse que já havia enviado minha carta, e que queria muito conhecer a menina que havia me conquistado. Eu apenas sorri e falei que se tudo desse certo, ele a conheceria no ano novo. - ele sorriu com a lembrança. - Mas no mesmo dia a noite, o presente voltou, junto com um bilhete.- ele me amostrou mais um papel que dizia:

 "Scorpius,

 Espero que não faça isso. Eu não quero ficar com você de verdade, desculpe se fiz parecer o contrário, mas não pretendo assumir esse risco por alguém que não amo. Conheci um amigo do meu pai, e bem...Talvez eu vá embora com ele. Não fique muito desapontado.

Rose Jane Weasley."

Eu apenas fiquei olhando para a carta. Eu nunca havia escrito aquilo, mas a letra era exatamente igual a minha. Olhei para Scorpius e percebi que ele esperava alguma reação de minha parte.

-Bem...Eu nunca escrevi isso.

-Agora eu sei que não. Mas a oito anos atrás, isso acabou com todas as minhas esperanças e sonhos. O meu mundo desmoronou...

-E quem foi que escreveu isso, afinal? Você sabe?

-Meu avô. Apenas ontem ele me contou toda a verdade. Naquela noite, em que eu enviaria a carta, a coruja estava ocupada te entregando a "minha" resposta. Quando a sua coruja chegou, somente meu avô Lucius estava em casa, ele leu e ficou horrorisado ao saber que um Malfoy havia engravidado uma Weasley. Então ele reproduziu minha letra e te enviou a resposta que ele considerou viável. Ele achava que você era só mais uma de minhas aventuras, que era só mais uma golpista, e que se ele fosso duro, você nunca mais me pertubaria. Mas então, ele leu a minha carta, e soube imediatamente que cometeu um erro. Mas como um Malfoy nunca volta atrás, ele escreveu o bilhete em seu nome, e me devolveu o presente como se fosse você. Assim, ele me fez te odiar.

-E me fez te odiar também...Eu sofri tanto Scorpius...- eu estava ficando sem forças com aquela conversa.

-Imagina a minha surpresa quando eu voltei a Hogwarts e descobri que você tinha ido morar na França. Eu me senti traído e humilhado pela única mulher que amei. Jurei a mim mesmo nunca mais tocar no seu nome, ou fazer qualquer pergunta a seu respeito.

-Então foi por isso que você nunca perguntou sobre mim?

-Exato.

-E todo esse tempo eu pensei que você era um covarde.- eu dei um risinho forçado- Quando as meninas me disseram que algo estava errado, eu me agarrei a esperança de que você me proucuraria. Na minha cabeça, se você não soubesse de nada, iria atrás de mim...Mas você nunca apareceu.

-E como eu poderia? Você me disse que não me amava e que havia conhecido outra pessoa...

-Não fui eu...

-Eu sei...E o pior de tudo isso, é saber que minha filha linda e adorável, cresceu achando que eu a rejeitei...- os olhos dele se encheram de lágrimas.

-Ela nunca achou isso. Eu disse a ela que o  pai dela não sabia que ela existia, e que um dia talvez eu contaria a ele...

-Pelo menos isso...Ela sempre soube a verdade...- Scorpius foi interrompido por um soluço que não era de Rose. Os dois olharam para o corredor, e viram Sophie ali, agarrada a boneca e chorando.

-Oh mon pettit...- eu a chamei - Venha cá...

Sophie veio andando até nós, mas parou no meio do caminho.

-Então...Então...Você é o meu...Papai?- ela perguntou olhando profundamente nos olhos de Scorpius.

-Você ouviu tudo não foi?- ele perguntou a ela que concordou com a cabeça - Sim princesa, eu sou seu pai...

Sophie soluçou mais alto. E deu mais um passo.

-Então, você não sabia mesmo?- perguntou ela.

-Não pequena, ou você acha que eu seria capaz de abandonar uma menina linda como você?- ele tentou sorrir.

-Eu pensei que você só estava me preparando para me contar...- ela disse e deu mais um passo ficando agora atrás da mesa de centro.

-Como assim pettit?- eu perguntei.

-Eu sabia que ele era meu pai...Todo mundo sabe disso...- disse ela me olhando como se eu fosse de outro planeta.

-Como você sabia?- eu estava mais surpresa que espantada.

-Mãe, a senhora sempre disse que eu era a cara do meu pai, eu sabia que o nome dele começava com S por causa do cordão, e algo dentro demim me dizia que era ele...- ela deu de ombros.

-E porque você não me falou nada? - Scorpius perguntou.

-A vovó disse que seria melhor eu esperar você me contar...

-Sua avó?!- agora eu fiquei espantanda - Você disse isso a ela?

-Disse...Algum problema?- ela parecia culpada.

-Não, nenhum problema. - Eu sorri, mas ela não retribuiu o sorriso. - O que foi? Venha até aqui...

Mas ela olhou para Scorpius.

-Você não vai embora outra vez, vai?- e seus olhinhos se encheram de lágrimas outra vez - Por que eu não quero ficar sem pai de novo...

Scorpius levantou e foi até ela.

-Eu nunca mais vou deixar você minha princesa. Você é mais importante para mim do que pode imaginar, e eu te amo. Muito.- ele a pegou no colo e a abraçou. Eu apenas sorri em meio as lágrimas.

E em um segundo, minhas lágrimas eram um misto de alívio, emoção, culpa, raiva, dor e acima de tudo arrependimento. Me arrependi por nunca ter tentado falar com scorpius, me senti culpada por perceber que não lutei por nosso amor, senti dor por saber que ele me amava, raiva por aquele que nos separou, emoção por ver o quão feliz minha filha estava, e alívio por ver a aceitação recíproca entre eles.

-Não chore mamãe...- eu nem ao menos percebi que Sophie estava ao meu lado, ela pegou sua mãozinha e levantou meu rosto - Não gosto de te ver triste...

-Não é tristeza meu amor, é emoção...- eu disse com um nó na garganta.

-Eu também fiquei emocionada, a história de vocês parece novela!- ela disse rindo para tentar me animar.

-É filha, parece mesmo...Mas o importante é que agora você está feliz...

-Eu sempre fui feliz mãe, só não era completa... Minhas amigas sempre disseram que eu tinha a melhor mãe do mundo, e eu sei disso.

-Ela está certa Rose, você fez um ótimo trabalho ao criar nossa filha...

Aquilo me fez chorar outra vez. A forma como Scorpius disse Nossa filha, fez parecer que eramos uma família. Mas essa não era a realidade, eu sabia que jamais ficariamos juntos.

-Rose...Tem uma coisa que meu avô me pediu para fazer, e foi por isso que ele me contou a verdade...

-O que?

-Ele quer conhecer Sophie.

-O que? Nunca! Você não acha que é muita cara de pau? Ela não cresceu com você por culpa dele!

-Eu sei mas...

-Mãe, a senhora sempre me disse que as pessoas merecem uma segunda chance. E eu acho que o Sr.Malfoy ganhou a dele quando contou a verdade...- disse Sophie.

Scorpius e eu olhamos para ela. Essa menina parecia ter quinze anos as vezes...

-Você quer conhece-lo filha?- eu perguntei

-Quero! E a todos os Malfoys, afinal eu mereço conhecer a parte dos meus genes que me fizeram loira...- ela sorria como se estivesse escolhendo uma roupa nova.

-Então, tudo bem... Você pode ir com Scorpius quando ele for...- eu disse.

-Você não vem mamãe?- ela parecia espantada agora.

-Não filha, mas sei que estará segura com ele...                   

-Isso eu também sei, mas pensei que agora seríamos uma família...- ela falou cruzando os braços, era impressionante como Sophie era capaz de mudar de humor rapidamente, nos ultimos minutos ela estava triste, alegre, emocionada, empolgada e agora questionadora...

-Sophie não é bem assim...- eu comecei.

-Mãe, se a senhora não for, eu também não vou.

-Rose, por favor...É importante para mim que ela vá...- disse Scorpius me olhando com curiosidade.

-Quando você vai?- eu perguntei passando a mão no cabelo.

-Amanhã a tarde.- ele respondeu - Meu avô está muito mal Rose, eu sei que o que ele fez foi muito errado, mas não consigo ter raiva dele...

-Tudo bem, eu entendo você, mas não fui criada acreditando que o Sr.Malfoy é a melhor pessoa do mundo...E depois disso, tudo que eu ouvi sobre ele se comprovou. Então não me peça para ficar feliz em ir ver o homem que destruiu minha vida e a minha chance de ser feliz.

-Você ainda tem essa chance..-começou Scorpius mas eu o interrompi.

-Eu vou com vocês, mas não espere muito de mim. Agora eu gostaria que você fosse embora Scorpius, eu preciso acordar cedo amanhã...

-Ah mamãe!- Sophie fez bico - Deixa o papai ficar... - ela mesma se surpreendeu com o que disse e olhou para ele - Eu posso te chamar de papai, não é?

-Claro que pode, é como música para meus ouvidos...- ele falou - Mas sua mãe está certa. Você tem aula amahã e precisa ir dormir, eu vou embora, mas amanhã eu volto para te levar para o colégio, combinado?- ele virou para mim - Eu posso levá-la?

-Claro que pode...

-Eu gostaria de ir com os dois...- Sophie fez cara de pidona - Sabe, eu nunca fui com a mamãe e o papai ao mesmo tempo, de manhã cedinho...O papai podia dormir aqui...

-Não exagera Soso, vamos te levar sim, mas o Scorpius vai para a casa dele agora, sim? Já são quase uma da manhã e você vai estar cheia de olheiras amanhã...

-HAM!! Te razão!- ela pareceu trastornada- Papai, adorei te conhecer, mas eu preciso ter meu sono de beleza...

Nós rimos da forma como ela falou, Scorpius a levou até o quarto e a colocou na cama.

-Boa noite minha princesa...- disse ele.

-Boa noite papai...- ela sorriu - Bonne noit Mère...

- Bonne nuit ma fille, Rose en son oreiller...(rosas no seu travesseiro) - eu falei a ela como todas as noites.

-Deveria traduzir isso para o papai...

-Não precisa, eu falo francês lembra?- disse Scorpius - Agora trate de ir dormir mocinha...

Nós saimos do quarto e deixamos Sophie lá com um grande sorriso no rosto.

-Bem, então amanhã eu venho buscá-las...-disse Scorpius.

-Tudo bem...Costumo sair de casa quinze para as oito...- eu falei caminhando para a porta.

-Eu virei para o café então...- ele sorriu e se aproximou de mim, eu me afastei. - Não fuja de mim Rose, essa conversa ainda não terminou...- ele falou e saiu.

-Eu sei que não...- eu falei para mim mesma e fui para a cama.

Eu demorei a dormir, e sonhei que Scorpius e eu estavamos andando em um campo lindo e verde, a nossa frente, Sophie corria com um lindo bebê de cabelos loiros, e uma menina muito ruiva estava sentada brincando com as flores.

-Eu te amo Scorpius.- eu disse a ele sorrindo. Ele me olhou, e no instante que abriu a boca, começou a desaparecer.

-Agora é tarde Rose...- ele disse enquanto sumia, eu comecei a correr até onde ele estava, mas não o alcansava...

-Mãe! Acorda! Está ficando tarde...- Sophie me balançava na cama.

-O...O que foi Sophie?- eu perguntei.

-São sete e vinte mãe...O papai já colocou a mesa do café, a senhora não vem?

Eu olhei Sophie, ela estava completamente vestida, com o uniforme impecável e o cabelo preso em um rabo de cavalo. Eu havia perdido a hora? Sophie dissera papai? E então como um turbilhão, os acontecimentos da noite seguinte vieram a minha mente. E eu lembrei de meu sonho. Era tarde de mais para Scorpius e eu...Não havia mais volta. Eu sabia que ainda o amava, e que não seria capaz de amar mais ninguém, mas também sabia que ele não me amava mais...O tempo muda as pessoas, e Scorpius agora só queria saber de diversão. Respirei fundo.

-Já estou indo filha, pode ir tomar café com Scorpius. - eu disse me levantando. Eu sabia que não teria tempo de voltar em casa, então coloquei um belo vestido vinho de veludo, que terminava exatamente nos joelhos. Por cima coloquei um casaco dourado claro que só cobria meus braços, peguei um grosso casaco de pele para levar, deixei meus cabelos soltos e passei uma leve maquiagem no rosto. Sai do quarto e fui até eles.

-Bom dia. - eu sorri.

-Bom dia mãe...- disse Sophie.

-Bom dia Rose...- disse Scorpius me olhando de cima a baixo.- Você está muito bonita...

-Obrigada.- eu sorri - Sei que não teremos tempo de voltar em casa, então...- eu me sentei - Sophie, já sabe a roupa que vai usar?

-Sim mamãe.

-Ok, o seu tia Hugo irá te buscar no colégio, você vem em casa, se arruma e me encontra no ministério, certo?

-Nos encontra. - Scorpius me corrigiu - E não precisa se apressar, estão nos esperando para o chá e para o jantar...

-Sim papai. - disse Sophie - Papai, me passa o leite?

Scorpius entregou o leite a ela sorrindo.

-Papai, me passa a panqueca? Papai me passa o mel? Papai, corta minha maçã? Papai...

-Sophie!- eu exclamei - Pare de falar papai toda hora!

-Desculpe...- ela falou.

-Não se encomode com isso Sophie, pode falar papai quantas vezes quiser minha filha.

-Obrigada papai.- ela sorriu - Eu preciso me acostumar a falar papai sabe?

Eu bufei. Sacudi a cabeça e continuei a comer. Sophie continuou com a seqüencia de "papais", parecia que ela gostava mesmo de dizer aquilo, e eu observei o quanto uma simples palavra fazia minha filha feliz. Sophie era uma criança de estremos, era altamente inteligente, gentil e corajosa como eu, e sonsa, convencida e irônica como o pai. Teimosa como nós dois. Eu ri.

-O que foi mãe?- ela me olhou.

-Eu estava só pensando...- eu respondi.

-Pensando em que?- ela perguntou, eu devia saber que ela não se contentaria com uma meia resposta.

-Para qual casa você irá em Hogwarts...

-Jura? A senhora mudou de idéia? Vai me deixar ir para Hogwarts?

-Como assim? Você queria que ela fosse para onde Rose?- Scorpius me olhou. Eu levantei.

-Está ficando tarde gente, vamos logo, vá buscar seu material Sophie...

Ela saiu correndo da mesa.

-Vai me explicar, ou não? - ele perguntou.

-Vou, mas agora não,ok?- Eu falei me desviando do assununto, jamais diria a ele que eu tinha medo que Sophie o encontrasse, e por isso não queria que ela fosse para lá antes...Mas agora, nenhum mal haveria em deixá-la ir...

-Pronta mamãe!- disse ela voltando com a mochila nas costas.

-Quem te deu essa mochila Sophie? - eu perguntei, a mochila dela era de rodinhas, linda rosa e lilás da Barbie...Ok, ela vivia me pedindo para comprar outra, mas eu achava aquela tão bonita...

-Foi o papai.- Ela sorriu.

-Já começou a fazer as vontades dela?- eu perguntei para ele com uma sobrancelha erguida.

-Não é bem assim, podemos dizer que ela usou um método bastante convincente...- disse ele se defendendo.

-Hum sei...- eu respondi - Deixa eu advinhar, ela disse que não era mais uma criança, e em três meses e quatorze dias ela seria oficialmente uma pré-adolescente e para terminar, falou que nehuma menina da escola usa mochila da barbie e com rodinhas.

-Exatamente! - ele exclamou - Como você sabe?

Sophie olhou para mim e sorriu, eu apenas abaixei a cabeça e peguei minha bolsa.

-Tem muita coisa que você precisa saber sobre ela Scorpius...- Eu respondi - Sophi usa esse argumento desde o começo desse ano, e eu dei ordens expressas para ninguém da família comprar a tal mochila, caso contrário, ela já teria uma de cada cor...

-Err...Bem...- Ele pareceu sem graça e culpado.

-Não me diga que você comprou uma de cada cor?- eu perguntei já de olhos arregalados.

-Ela falou que precisava combinar com os ascessórios...- ele falou, Sophie gargalhou e eu me aproximei dele.

-Ela sempre precisa de tudo Scorpius, Sophie é muito exagerada...- ele fez uma cara de desolado -Bem vindo ao mundo de Sophie...- eu afaguei o cabelo dele enquanto Sophie sorria. Peguei na mão dela, e Scorpius pegou na outra em silêncio. Aparatamos na rua lateral da escola.

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N/A: E ai, gostaram do capítulo? *diz que sim, diz que sim, diz que sim!!!!!*

Espero que sim...*cara de cachorro abandonado*

É sério gentem, quem curtiu comenta...

Please, é importante saber o que vocês estão achando, pensando...

Então comentem, nem que seja para me xingar...hehehe

Eu não sou do tipo de autora que para bem na hora H, sabem pq? Pq eu sou boazinha *_*

E porque eu sou tão curiosa quanto vcs, e quando eu vejo...Já escrevi dois ou três cáps, e a divisão não fica dramática...

Então é isso peoples, um grandiosissimo beijo!!!!

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