Hogwarts
Capítulo 3 – Hogwarts
No dia primeiro de Setembro, Tiago encontrava-se na estação King's Cross na plataforma nove e três quartos, esperando para apanhar o trem das onze horas.
Ele e os pais haviam chegado cedo. A Sra. Potter era uma grande apreciadora da pontualidade e detestava fazer coisas a pressa.
Já havia guardado o malão e a gaiola com Pidgeot, a sua coruja, dera esse nome em homenagem ao dragão de uma bruxa antiga da Noruega, cujo dragão forte e assustador por fora, era dócil e companheiro por dentro.
Estava se despedindo dos pais para entrar nas primeiras carruagens, que brevemente estariam lotadas dada a quantidade de pessoas na plataforma.
-Adeus mamãe. -disse ele dando um apertado abraço na sua mãe. Ela que já se encontrava com um lenço imaculadamente branco na mão, dizia chorar de emoção ao ver o filho já crescido ir para a escola.
-Não se esqueça de me escrever. -ordenou ela chorosa.
-Espero bem que você seja seleccionado para os Gryffindor. Senão pode ter a certeza que serás deserdado! -disse o pai com voz grave.
-Charles! -exclamou a Sra. Potter divertida. – Que ideia para se dizer ao menino, desse jeito você vai apavorá-lo. Ele precisa estar relaxado para aproveitar a viagem.
-Não se estressa mamãe, claro que serei seleccionado para os Gryffindor. Está nas minhas veias e corre no meu sangue. Senão até preferia ir estudar na Bélgica se não entrasse na casa de Gryffindor. -replicou ele solenemente fazendo os seus pais rirem.
-Te escreverei todos os fins-de-semana no mínimo. Seu pai proibiu-me de escrever para você todos os dias.
-É. E tem alguma razão mamãe. Eu estarei bem. -concordou ele.
-Sentirei imensa falta sua meu amor, a casa ficará demasiado vazia e silenciosa. - Disse a Sra. Potter emocionada.
-Vamos. Se apresse Tiago, senão vai perder aquele lugar que você quer nas primeiras carruagens. Eu também sentirei imensa falta sua filho. Se divirta! -aconselhou o pai.
E depois de mais alguns abraços, Tiago entrou num compartimento vazio nas primeiras carruagens. Sentou-se na janela e viu lá fora uma multidão ruidosa. Garotos com sapos, gatos e corujas que piavam, juntamente com as respectivas famílias.
A medida que se aproximava das 11 horas, os alunos subiam no trem e se acomodavam nos compartimentos.
A porta do compartimento em que Tiago estava se abriu, e entrou aquele garoto que ele havia visto e conversado em Diagon-Al.
-E aí? Tudo legal? Lembra de mim? -começou ele.
-Claro.
-Meu nome é Sirius Black. -disse ele apertando a mão de Tiago.
-Tiago Potter.
Sirius esparramou-se ao lado de Tiago e pouco tempo depois o comboio arrancou devagar.
Tiago fez o último sinal de despedida aos pais enquanto o trem ganhava velocidade e deixava-os atrás.
Ele e Sirius começaram a falar de bobagens e depois calaram-se. Nesse momento entraram no compartimento uma garota e um garoto.
Tiago nem reparou. Estava olhando a paisagem e Sirius estava comendo uma varinha de alcaçuz preto, ainda esparramado sobre o assento.
Tiago pensou no que o pai dissera em jeito de brincadeira, ele sabia que mais do que ele próprio, o pai desejava ardentemente que o seu único filho fosse para os Gryffindor, onde ele próprio vivera os melhores anos de escolaridade.
Tiago tinha a confiança de que seria seleccionado para os Gryffindor, mas ao pensar nisso, sentiu um aperto no estômago. Até que ouviu o garoto sentado a sua frente dizer para a menina ruiva de olhos verde-brilhantes:
-Você deve entrar nos Slytherin, é a melhor equipa. -dizia o garoto pequeno, rijo, de rosto macilento, com cabelos mal cortados e as roupas descombinadas, que esbanjava uma estranha confiança.
-Slytherin? -perguntou Tiago arrogantemente, se intrometendo na conversa e olhando para o garoto.
-Quem quer ir para o Slytherin? Acho que até desistiria da escola, você não? -perguntou ele a Sirius ainda rindo.
-Toda a minha família pertenceu aos Slytherin. -ponderou Sirius sem rir.
-Poxa! -replicou Tiago ofendido. -E eu que pensei que você fosse legal.
Sirius riu desengonçado.
-Talvez eu quebre a tradição! Sempre há uma ovelha negra na família. -ainda rindo perguntou: -Para qual você iria se pudesse escolher?
Tiago levantou-se e cheio de orgulho ergueu uma espada invisível enquanto dizia:
-Gryffindor, a morada dos destemidos e valentes, como o meu pai!
O garoto a frente fez um muxoxo de zombaria.
-Algum problema? -perguntou Tiago desafiante.
-Não. -disse o rapaz, com um sorriso de deboche que anulava completamente sua resposta.
-Se você prefere ter mais músculos que cérebro...-começou ele, mas foi cortado por Sirius.
-E para onde está você esperando ir, visto que não tem nenhum dos dois?
Tiago deu gostosas gargalhadas ao ver a cara de idiota que o garoto fez ao receber a pronta resposta de Sirius.
-Vamos, Severus, vamos procurar outro compartimento! -disse a garota ruiva, se empertigando e olhando desagradavelmente para Sirius e Tiago.
-Ohhhhh. -gozou Sirius.
-Vamos Severus, procurar outro compartimento! -imitaram em uníssono Tiago e Sirius, o tom de superioridade da garota.
Tiago colocou o pé para tentar fazer o garoto tropeçar quando ele passou.
-A gente se vê, ranhoso! -disse Sirius divertido.
Nas horas que passaram, Tiago e Sirius conversaram animadamente enquanto almoçavam.
Tiago achou Sirius super divertido e com ideias inovadoras. Eles tinham gostos em comum e apreciavam também pregar partidas divertidas as pessoas.
Estava anoitecendo e eles vestiram os longos mantos pretos.
Depois uma voz ecoou por todo o trem: -Chegaremos dentro de cinco minutos, a Hogwarts. Deixem toda a bagagem dentro do comboio. Será levada para a escola separadamente.
Quando o comboio finalmente parou, eles saíram e depararam-se com um homem gigantesco de cara barbuda e emaranhada com pequenos olhos a brilharem, que pareciam baratas negras sobre o cabelo selvagem. Ele chamava os alunos do primeiro ano.
-Uau. -disse Tiago em uníssono com Sirius.
Começaram a segui-lo e Tiago perguntou cheio de curiosidade.
-Quem é você? -referindo-se ao homem gigantesco.
-Sou Hagrid, o guarda das chaves e dos campos de Hogwarts.
-Legal. Prazer. -eu sou o Tiago.
-E eu Sirius. -aumentou este olhando divertido para Hagrid.
Por mais que tivesse ouvido desde sempre relatos de Hogwarts, ela era ainda mais impressionante. Grandiosa. Encantadora. Demasiado bonita para se descrever com meras palavras.
Foram deixados em frente a imensa porta de madeira de carvalho, onde a seguir entrou uma professora alta e de rosto severo se apresentando como professora McGonagall. Explicando rapidamente o processo de selecção e algumas regras importantes da escola.
Fazendo uma fila eles entraram no salão nobre. Parecia que o tecto do salão estava aberto ao céu e milhares de velas flutuavam sobre grandes mesas iluminando-as.
Após serem saudados pelo magnífico director Albus Dumbledore, começou a selecção para as quatro equipas que compunham a escola de magia. Sendo estas: Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e Slytherin.
Tiago foi o quinto a ser chamado.
Assim que o chapéu Selector tocou em sua cabeça, gritou:
-Gryffindor!
Tiago radiante correu e foi sentar-se na mesa da extrema-esquerda. Cumprimentou os colegas e o prefeito Damien Sebastien apertou-lhe a mão.
Tiago bateu energicamente as mãos quando Sirius também foi seleccionado para Gryffindor.
-Minha mãe vai ficar danada! -riu-se ele contente enquanto sentava ao lado de Tiago.
A garota ruiva que eles viram no trem de nome Lílian Evans, também foi seleccionada para Gryffindor, e o olhou para eles com desconfiança ao sentar-se na mesa.
O outro garoto, Severus Snape entrou nos Slytherin como desejava.
Na manhã seguinte, enquanto tomavam café da manhã, o correio coruja chegou. Pidgeot entrou trazendo uma caixa de tamanho pequeno e uma carta. Sirius também recebeu uma carta.
A carta de Tiago era do pai, que dizia estar orgulhoso do filho, e a caixa continha algo que o pai prometera o entregar, assim que ele entrasse para os Gryffindor.
Na caixa continha uma valiosa e rara capa de invisibilidade e claro, ele não podia dizer que a tinha aos colegas. A capa estava na família dele a gerações e sempre passando de pai para filho. O próprio Tiago estivera aprendendo um complicado e difícil feitiço anti-roubo que o pai o ensinou. Como a capa era passada de gerações em gerações, funcionaria melhor nele, que em outra pessoa qualquer, e no caso de ser roubada, dado ao laço de sangue, bastava a Tiago executar esse feitiço, que, independentemente da capa estar bem guardada por poderosos feitiços, ela voltaria como um cachorrinho para o seu dono, nesse caso Tiago.
-Que é isso? -Inquiriu Sirius referindo-se a caixa.
-Hããã...nada de mais, alguns artigos que esqueci em casa. E você? Carta da sua mãe? -perguntou ele para evitar entrar em detalhes.
-Leia você mesmo. -disse ele passando a carta, com uma expressão sombria.
Sirius
Com profundo desagrado soube que você foi seleccionado para Gryffindor.
Não sei que lado você puxou mas com certeza não foi o meu.
Talvez seu pai, mas ainda assim duvido.
Estou profundamente envergonhada com a sua falta de capacidade
, e ainda mais horrorizada com a sua estupidez.
Espero bem que honre a família Black tirando bons resultados, e
Mantendo-se LONGE dos sangue-ruins.
NÃO quero ouvir sequer que você está se misturando com
esse tipo de gentinha ralé e absurda.
Walburga Black
-Ela está furiosa! -exclamou Tiago surpreso devolvendo a carta.
-É. Mas eu não me preocupo muito. Ela sempre foi assim mesmo. -respondeu Sirius calmamente.
-Meus pais nunca viram problema algum em se relacionar com gente que não tem sangue puro. E eu também não. -confidenciou Tiago.
-A minha família vê. Todos têm sangue puro. Mas azar o deles. Pois eu não vejo nenhum problema nisso, sabe tem muitos feiticeiros que não tem sangue puro mas que são excepcionalmente bons em magia. -disse Sirius com sinceridade.
-Na minha família também todos temos sangue puro. Esquece isso. Vamos para aula? Daqui a pouco você se anima. -disse Tiago.
Nas quatro semanas que se passaram, Sirius e Tiago tornaram-se ainda mais amigos.
Iam e voltavam das aulas juntos. Sentavam-se na sala comunal juntos para fazerem os trabalhos de casa, jogar xadrez mágico e praticarem feitiços.
Tiago particularmente achou as aulas de feitiços e transfigurações muito interessantes. Ainda se encontravam em fase inicial e não podiam ainda, executar alguns feitiços nas aulas, mas Tiago e Sirius andavam exercitando com as instruções do livro de transfigurações na sala comunal dos Gryffindor.
Walter Patell, um aluno do primeiro ano da mesma casa que eles, tentou imitar o que Tiago e Sirius faziam…
Teve sorte em só ficar um dia na ala hospitalar!
Em vez de dizer "movilius automus" e girar 2 vezes a varinha e apontar ao objecto, para transformar uma pena de escrever em uma agulha de croché; disse "movilius antunumous", transformando a pena de escrever em um cacete espinhoso que ficou incrivelmente espetado na sua mão.
Uma visão aterradora!
Felizmente esse incidente serviu para ensinar Walter em como a magia mal feita pode ser perigosa, como a outros alunos para evitarem copiar feitiços sem saber a sua correcta forma de executar ou a sua finalidade.
Na segunda-feira, Tiago e Sirius tiveram a sua primeira lição de voo, madame Hooch elogiou Tiago pela sua leveza e extrema agilidade na vassoura, tendo mesmo o encorajado a se inscrever para a equipe de Quidditch para o ano que vem.
-Legal. Eu acho que também me inscreverei no ano que vem. Vou aproveitar as férias para treinar. Pena que a minha vassoura seja velha e que vibra demasiado se voar a altas alturas. -meditou Sirius pensativo enquanto saíam do salão, após o jantar.
-Eu te empresto a minha se você for me visitar. -respondeu Tiago complacente.
-O que você acha de jogarmos algumas bombinhas no corredor do quarto andar? -perguntou Tiago com um risinho.
-Se o Filch pegar a gente...hehehehe.
E lá foram. Em matéria de aprontar, Sirius era tão infantil quanto Tiago, ou talvez mais. Já estavam jogando algumas bombinhas fedorentas quando uma voz baixa atrás deles sibilou:
-Ei!
Tiago e Sirius viraram instantaneamente, ofegando.
Um garoto dos Gryffindor, magro, franzino de olhos cor de âmbar, cabelos castanhos-claros, estava olhando para eles.
-Eu vi o Filch perto daqui, é melhor sumirem antes que ele vos pegue. -disse ele olhando para os lados.
Sirius e Tiago guardaram as outras bombinhas no bolso e desataram a correr para a sala Comunal.
-Valeu cara, é Lupin não, é? -perguntou Tiago, pois já vira o rapaz na sala de aulas e dormiam no mesmo dormitório.
-É. Mas pode me chamar Remus, não foi nada. -respondeu ele. – Mas devo dizer que foi engraçado, e eu adoraria ver a cara do Filch nesse momento quando ele ver aquela confusão toda. -riu ele. Tiago e Sirius riram também. O zelador Argus Filch odiava os estudantes, sendo este sentimento recíproco por parte dos estudantes.
Na manhã seguinte Remus estava passando por Tiago e Sirius, para se sentar do outro lado da mesa no salão nobre para tomar o café da manhã.
-Remus? -Sirius chamou.
-Por que você não se senta aqui com a gente? -Tiago perguntou assim que Remus se aproximou.
Remus aceitou logo, seu rosto iluminando-se de alegria.
Desde esse dia, passaram a andar sempre juntos.
Na segunda semana do segundo mês, Hogwarts ainda parecia fascinante como da primeira vez que a tinham visto, continha imensos segredos e coisas para desvendar.
A primeira aula que tiveram nesse dia, foi a de transfiguração. Apesar de já terem visto a professora McGonagall se transformar inúmeras vezes em um gato na sala de aulas, não deixavam de soltar exclamações sempre que esta o fazia. E as aulas de transfiguração pareciam uma enorme e animada subida, cheia de percursos difíceis e surpresas.
Hoje deveriam transformar tinta em água.
Por mais que alguns dissessem a altos brandos ''Pinturiem ‘‘, a tinta não virava água.
Frederic Podolski um garoto de Hufflepuff ruivo e sarnento, já estava pensando que tinha feito algo quando a tinta dele começou a mudar de cor. Porém esta que é branca em vez de começar a ficar transparente pouco a pouco como devia ficar, começou a ficar verde e a cheirar a batatas podres.
-Isso é o que acontece quando dizemos o feitiço sem convicção. -ralhou a Prof. McGonagall ao lado da carteira que Frederic Podolski dividia com Remus, empinando o nariz para escapar ao fedor que a tinta de Podolski exalava. -Falem com convicção!
Tiago olhou para os lados extasiado, o seu frasco era o único que exibia água, estando esta cristalina. O frasco de Sirius também continha água, porém esta estava turva. A Prof. McGonagall quando passou pela carteira deles, encorajou Sirius aprovando o seu esforço e deu um misto sorriso a Tiago, dando aos Gryffindor 5 pontos pela sua proeza.
Tiago já havia recebido juntamente com Sirius 30 pontos para os Gryffindor. Recebeu 5 pontos na aula do professor Filius Flitwick, 10 pontos na aula de transfiguração ao transformar uma barata num botão. Enquanto Sirius recebeu 10 pontos na aula de Defesa contra magia negra, quando soube dizer as 5 formas de defender-se de uma esfinge.
Somando com os 5 pontos de hoje faziam 30 no total.
A seguir teriam aulas de Defesa contra magia negra, a única aula que partilhavam com os alunos de Slytherin. Era desagradável. Pois os alunos de Gryffindor e dos Slytherin eram inimigos naturais.
A professora Gorgona Biel, uma professora velha, com a cara rugosa, olhos castanho escuros e que usava capas de cores berrantes, como o vermelho vivo ou laranja, começou a leccionar a matéria nesse mesmo ano que Tiago e Sirius entraram na escola.
Ao saírem da sala Betram Aubrey um garoto odioso dos Slytherin, dizia alto para quem quisesse ouvir, que os filhos dos muggles não deveriam estudar em Hogwarts.
-Meu pai sempre achou o mesmo. -dizia ele se empertigando.
-E eu acho que deveriam aumentar as salas para bruxos com deficiência mental em St. Mungus, o teu pai é um exemplo de como essas salas fazem falta! -retrucou Tiago Potter no mesmo tom de voz alta.
Aubrey virou-se lentamente ameaçador erguendo a varinha.
-Que foi que você disse? -perguntou ele enquanto aproximava-se de Tiago e os alunos em volta paravam para ver o que com certeza seria uma briga.
-Pai com problemas mentais e filho surdo! -retrucou Tiago, recebendo gargalhadas de aprovação.
-Definitivamente uma estranha combinação. -concordou Sirius fazendo força para não cair no riso.
Aubrey levantou a varinha para executar um feitiço qualquer mas nunca se soube pois antes disso Tiago apontou a varinha a cabeça dele e disse:
-''Crescentia''!
-’’Crescentia’’! -berrou Sirius logo após ao feitiço de Tiago, fazendo com que dois lampejos ofuscantes, um atrás do outro, azul e outro verde, embatessem na cabeça de Aubrey que cambaleou tonto batendo-se na parede a sua trás, ainda segurando a cabeça.
A cabeça de Aubrey começou a inchar, e segundos depois onde deveria estar a cabeça de Aubrey encontrava-se uma cabeça do dobro do tamanho, como se tivessem colocado a cabeça de um elefante no corpo de um humano.
Lilian Evans que vinha mesmo atrás de Aubrey retrocedeu com os livros colados no peito, pasmada e assustada com tamanha demonstração.
A Prof. Gorgona apressou-se a sair da sala para ver de onde vinha o barulho que se instalou no corredor.
Ela tomou um valente susto ao ver Aubrey tentar inutilmente equilibrar a enorme cabeça no seu corpo miudinho.
-Vamos para a ala hospitalar agora! -disse ela apressando-se para Aubrey. – E vocês dois...que confusão...10 pontos a menos para o Gryffindor e detenção no Sábado. -disse ela enquanto agarrava na cabeça de Aubrey para o ajudar a chegar a sala hospitalar.
Na hora de almoço ainda se comentava sobre esse assunto. Claro, cada um com a sua versão.
-Da próxima, eu deixo você azarar ele. -disse Sirius a Remus, enquanto enchia a boca com um enorme pedaço de rosbife.
-Da próxima? -exclamou Lilian olhando para eles com cara feia, todos fingiram nem sequer a ter ouvido, continuando com a conversa mas falando bem baixinho.
A semana passou rápido, porém com mais algumas detenções. Tiago recebeu menos 5 pontos por executar feitiços ao longo do corredor nos intervalos, e Sirius por ter enfeitiçado uma bolinha que perseguia e cutucava a cabeça da pessoa distraída.
No Sábado o clima não era dos melhores.
-Não acredito que não vou poder assistir a selecção dos jogadores deste ano. Eu preciso saber sobre os testes de Quidditch se quiser entrar no ano que vem. -disse Tiago furioso.
-Quem dera que o Filch tivesse dado a detenção de manhã. A selecção vai durar toda tarde. -disse Sirius pousando a cabeça na mão, melancólico.
-Eu gostaria de vos ajudar. Só posso dizer que vos contarei tudo o que se passar no campo quando voltarem. -disse Remus ao ver a tristeza dos amigos.
Quando chegou a hora da detenção, Tiago e Sirius foram cumprir as detenções enquanto Remus dirigia-se ao campo de Quidditch para assistir aos testes.
Na hora de jantar Remus comeu sozinho enquanto observava as horas passarem e o jantar a ceder espaço para a sobremesa. Tiago e Sirius ainda não haviam sido liberados da detenção.
Em vez de ir se deitar como os outros, ficou ali na sala comunal esperando sozinho e no escuro os amigos voltarem.
Estes chegaram finalmente, com ar de desagrado e de profundo cansaço.
-Que aconteceu? -perguntou Remus estranhando a hora da chegada.
-O Filch. -respondeu Sirius se lançado na cadeira com um gemido.
-Ele meio que tencionava nos deixar lá na sala de troféus. Passamos a tarde toda transcrevendo inúmeros arquivos, quando pensávamos que ele ia nos liberar mandou a gente polir os troféus todos e sem varinha. -explicou Tiago massageando o pescoço.
-Eu estou esfaimado. -replicou Sirius.
Nesse momento o estômago dele resolveu fazer um barulho avisando que o assunto era sério.
-Eu também estou morto de fome. Desde a tarde que nem sequer sinto o cheiro de comida. -reclamou Tiago.
Após alguns minutos Tiago levantou da cadeira e disse triunfante:
-Melhor se prepararem. Eu tive uma ideia que pode ser a solução dos nossos problemas.
-O quê? -perguntou Sirius com esperança. -Não me diga que ainda tem os bombons que a sua mãe mandou, tenho certeza que não restou nenhum.
-Nós vamos assaltar a cozinha de Hogwarts. -disse Tiago com um brilho estranho nos olhos, como se tivesse tido uma epifania.
-Eu já comi. E estou satisfeito. -disse Remus, não querendo se meter em confusão. Andar pela escola aquela hora seria o mesmo que pedir expulsão e ele estava muito satisfeito com as aulas para desperdiçar a sua oportunidade assim.
-Conta outra Tiago, a gente seria apanhado num instante. Todos corredores são patrulhados a esta hora. -respondeu imediatamente Sirius.
-Vocês não podem fazer um feitiço para convocar a comida? -perguntou Remus tentando ajudar. As medidas drásticas de Tiago chegavam a assustar
Sirius ergueu a varinha e apontou para a mesinha ao lado enquanto dizia:
-"Accio comida"!
Todos olharam esperançosos mas nada apareceu, nem sequer uma migalha.
-Eu acho que uma pessoa não pode convocar a comida de um bruxo. A comida de Hogwarts é feita por elfos, então já deve ter algum feitiço anti-convocatório, para que ninguém fora de Hogwarts possa roubar o que lá é preparado. -disse Tiago pensativo.
-Desse jeito só se pode roubar de modo tradicional. Pegando a comida com as mãos e levando para longe. - Continuou ele, repisando naquela ideia.
-To fora! Se houvesse algum jeito de ir para a cozinha escondido eu ia. Mas sentenciar-me assim, nem pensar! -Sirius disse.
-Se houvesse alguma forma de ir escondido você iria? -pressionou Tiago, que tinha um estranho sorriso de compreensão no rosto, como se estivesse testando as capacidades de alguém.
-Se...-enfatizou Sirius. -Se tivesse alguma forma razoável de entrar na cozinha sem ser visto eu iria. Mas como não há acho melhor eu ir para a cama sonhar com alguns empadões. -disse ele levantando-se.
-Espera. E você? -disse ele olhando para Remus que se encontrava sentado numa poltrona confortavelmente.
-Eu o quê? -perguntou Remus temeroso.
-Se tivesse alguma forma de sair escondido daqui você iria?
-Bem...acho que sim. Mas porquê? Você conhece alguma passagem secreta? -inquiriu ele curioso.
-Esperem aqui. -disse Tiago subindo as escadas para o dormitório duas a duas.
-A fome deve estar dando cabo dos nervos dele. -confidenciou Sirius.
Remus riu.
Tiago voltou ofegante. Quando chegou perto deles, trazendo algo dentro da camisola dele.
Ao chegar junto deles abriu o zipe da camisola e tirou de lá, um tecido fluido prateado e brilhante, que no chão ficava com ondulações cintilantes.
Sirius não conseguiu conter a exclamação.
Remus ficou boquiaberto.
Aquilo era a algo extraordinário de se ver. Mesmo para um bruxo.
-Isso é? … -começou Sirius perdendo a voz.
-Uma capa de invisibilidade. -terminou Tiago, com um sorriso triunfante.
Os amigos pareciam que tinham perdido a fala.
-Como você conseguiu isto? -perguntou Remus que se aproximou para tocá-la e apreciar melhor na luz, ao tocar sentiu uma mistura curiosa, como se o tecido estivesse embebido de água.
-Isto é raro, completamente valioso. Quem deve possuir este tipo de coisas deve ser desmesuradamente rico. -disse Sirius pasmado.
-Eu não quero dizer que eu sou esperto nisso, mas o que quer que isto seja, parece autêntico. -disse Remus deslumbrado.
-É. Esta capa é autêntica, e sim é muito valiosa.
-Eu sei que você é rico, mas nunca pensei que fosse tanto assim. -disse Sirius com as sobrancelhas franzidas.
-E não sou. Esta capa é minha sim, mas não foi comprada, é a minha herança. Meu pai deu para mim, assim que eu entrei nos Gryffindor. -explicou pacientemente Tiago.
-Como o teu pai conseguiu algo assim. -perguntou Remus curioso.
-Ele herdou. Este manto está a gerações na minha família, e claro, nós não fazemos muito alarido disso. Esta capa torna-me invisível e oculta-me de forma constante e impenetrável, seja quais os feitiços usados nela, duvido até que o Ministério da magia tenha conhecimento dela. -explicou Tiago, enquanto vestia a capa.
-Uau. Me deixa experimentar. -disse Sirius enquanto Tiago reaparecia ao despir a capa.
-Acho que ela funciona melhor em você. -comentou Remus ao ver Sirius desaparecer nela mas a dizer sentir-se meio desconfortável.
-Isto é de longe a melhor raridade que eu já vi. -exclamou Remus.
-Com isto a gente pode fazer o que quiser a noite. -disse Sirius, começando a pensar nas coisas que eles poderiam fazer sob o efeito daquela capa.
-Mas gente...bico fechado. Ninguém pode ou deve saber que eu tenho isto. instruiu-os Tiago, olhando seriamente para eles.
- Agora entrem aqui que a cozinha de Hogwarts nos aguarda. -disse ele animado.
Passaram pelo buraco e lá fora vestiram a capa.
Tiago estava a frente, conduzindo o grupo.
-Vamos andar sem fazer o mínimo ruído. Lembrem-se de que estamos invisíveis mas ainda estamos sólidos. -disse Tiago baixinho.
Quando chegaram as cozinhas despiram a capa e começaram a pegar em donuts cheios de compota, empadões, bolos e encheram numa saca que Tiago havia trazido.
Os elfos domésticos encontravam-se nas cozinhas, mas nem ao menos olharam para eles quando eles entraram, continuavam cada um fazendo os seus últimos afazeres como se ninguém estivesse lá.
Ao voltarem andaram mais devagar devido ao que traziam e todos ficaram paralisados quando ouviram um barulho, pensavam que fosse algum monitor. Mas era apenas um quadro que gostava de cantar uma canção de ninar.
Quando entraram na sala comunal dos Gryffindor estavam todos eufóricos.
Tinha sido uma enorme e contagiante adrenalina que os fizera sair a noite no castelo.
Sirius precipitou-se logo pegando os donuts e dando-lhes enormes dentadas. -sentia-se ainda mais esfomeado.
Remus também sentia-se faminto após aquela aventura, foi de longe o mais perigoso e excitante que ele fizera em Hogwarts, pegou num bolo e começou a devorá-lo.
Tiago foi primeiro guardar a capa e depois juntou-se a eles no banquete privado. Pareciam soldados que após uma vitória banqueteavam-se.
-Aquilo foi demais. -disse Tiago enquanto terminava a sua tarte, eles haviam devorado vorazmente a comida que tinham trazido da cozinha.
-Eu achei estranho aqueles elfos nem nos ligarem. No mínimo pensei que eles fossem nos enfeitiçar. -disse Remus ainda eufórico.
-Elfos só obedecem aos verdadeiros donos. É como se fosse a regra mais importante no código deles. Noutro caso eles não se importam nem se preocupam com outras coisas banais. Na minha casa temos um. -disse Sirius arrotando sonoramente.
-Na minha casa não. Meu pai acha sinónimo de incapacitação o facto de ter um elfo em casa. Ele e a minha mãe fazem todo o serviço em casa. E acham isso legal. – Disse Tiago dando um sonoro arroto e rindo depois com os amigos.
-Na minha casa nunca tivemos um elfo. Mas se os meus pais pudessem ter um, eu tenho a certeza que eles não hesitariam.
-Vamos nos livrar destes restos. -disse Sirius pegando no que sobrou, para dar um sumiço.
-Eu estou completamente esgotado. Acho que vou desmaiar quando chegar a cama. -disse Tiago num tom baixinho, enquanto se arrastava nas escadas, a barriga estava bem cheia.
-Eu não sei quanto a você mas eu vou descansar porque a noite de hoje foi muito agitada. E a manhã promete! -riu Sirius presunçoso.
-Eu estou estafado. -disse Remus bocejando alto.
Na semana que iniciou Tiago, Remus e Sirius só estavam com a cabeça pensando em planos para sair a noite.
Sair a noite tornou-se algo muito importante para eles, faziam um plano bem detalhado antes de saírem e tinham sempre muito cuidado, tratando de todos os detalhes e certificando-se de contarem com medidas eficientes para se algo não corresse bem.
Outra coisa que mudou foi que, após as últimas detenções e pontuações de Tiago e Sirius, eles passaram a ser seguidos por um garotinho rechonchudo dos Gryffindor da mesma classe que eles. Chamava-se Peter Pettigrew.
Peter era um garoto que andava sempre com Dennis Hopkins, um outro garoto dos Gryffindor alto e forte para a sua idade.
Peter era baixo, dentuço, tinha cabelos cor de palha, voz esganiçada e pequenos olhos escuros. Achava hilariantes as brincadeiras de Tiago e Sirius, e concordava com tudo o que eles diziam. Por mais absurdo que fosse.
Antes Sirius o achava chato mas da vez que ele enfeitiçou na presença deles um aluno com o feitiço de unha gigante, eles começaram a achá-lo tolerável.
Quase já era o mês de Novembro, e a temperatura desceu consideravelmente. Já não se viam alunos espalhados pelos jardins, toda gente preferia se recolher as quentes e aconchegantes salas comunais das respectivas equipas.
Tiago, Sirius e o fiel acompanhante agora Peter, esperavam a porta da sala do terceiro ano, que a professora McGonagall saísse.
Estavam muito preocupados. Desde a hora do jantar no dia anterior Remus havia desaparecido. Tiago e Sirius procuraram-no em todos lugares que conheciam, perguntaram a todo mundo mas ninguém o viu.
Na manhã seguinte eles ainda olhavam pelo salão nobre procurando por ele quando Peter disse:
-Eu perguntei a todo mundo, ninguém o viu desde ontem a tarde. Acho que devíamos falar com a professora McGonagall, ela é a directora da nossa casa, se alguém sabe onde o Remus está, esse alguém é ela.
Tiago e Sirius concordaram, nem sequer conseguiam se concentrar nas aulas. Remus não deixara sequer um bilhetinho.
-Professora McGonagall. -chamaram Sirius e Tiago, ao vê-la sair da sala com aquele ar severo conhecido.
-Algum problema? -inquiriu ela ao ver todos com caras preocupadas.
-A professora sabe nos dizer onde está o Remus? -disse logo Sirius.
-O Remus Lupin professora. Desde a hora do jantar de ontem que ele sumiu, ninguém o viu e não deixou nenhum bilhete. -acrescentou rapidamente Tiago.
-Perguntamos a todas as pessoas na sala comunal, ele desapareceu. -Peter esclareceu.
-Bem...ele teve um problema familiar, teve de se ausentar logo. Daí não ter tempo de vos avisar nem nada. Em breve ele estará de volta. Voltem para as vossas aulas tranquilos. -disse ela começando a dirigir se para outra sala.
-Que problema familiar professora? – Perguntou Tiago.
-Quando o Remus Lupin voltar você pode perguntá-lo pessoalmente Sr. Potter. Agora vão para as suas aulas antes que se atrasem. – Respondeu secamente a professora McGonagall.
Um pouco mais aliviados eles seguiram para as aulas.
Apesar de Remus não poder participar, eles iriam sair esta noite também. Havia algo que Sirius queria mostrar a Tiago. Uma suposta passagem secreta.
Só de pensar nisso Tiago esfregava as mãos ansioso.
Quando anoiteceu, depois de se certificarem de que todos haviam ido dormir saíram.
Foram atrás de uma estátua que ficava num corredor junto a várias armaduras de ferro no segundo andar.
-Eu tenho a certeza de que é uma passagem secreta. -disse Sirius no ouvido de Tiago, enquanto os dois envoltos com a capa de invisibilidade andavam sorrateiramente.
Aconteceu da última vez que tinham saído a noite. Sirius ouviu uma conversa de alguns alunos do quarto ano, mencionando possíveis passagens secretas espalhadas pelo castelo.
Tiago adorou a ideia de Sirius.
Como eles agora dispunham da capacidade de perambular pelo castelo a noite sem preocupações, a procura de passagens secretas constituía um desafio a altura.
Assim, que chegaram ao corredor os dois começaram a examinar.
Tiago e Sirius eram mais espertos e inteligentes que a maioria dos alunos da sua série, por isso detinham as melhores notas nas aulas.
Logo que se depararam com aquele corredor repleto de estátuas os dois notaram uma certa discrepância que passaria despercebida a uma pessoa desatenta, ou mesmo a uma pessoa que não andasse sempre desconfiada.
Ao lado de cada estátua encontrava-se uma armadura. Mas, existia uma estátua que estava rodeada por duas armaduras, e na sua forma, não aparentava estar no contesto das outras, que representavam bruxos em poses valentes. Esta estátua estava com um aspecto triste, como se a charada da sua presença fosse óbvia ao olho de quem a visse.
Sirius tirou a mão para fora da capa e começou alisando os contornos da estátua.
-Definitivamente é esta. -sussurrou para Tiago.
Tiago também passou a mão pela estátua e depois de se concentrar bem, conseguiu sentir: um leve formigueiro vibrando da estátua.
Uma vez o professor Flitwick mencionou que a magia sempre deixava vestígios, não importando o quão sofisticada ela fosse nem o quanto ela tentasse passar despercebida. O livro avançado de feitiços que Sirius pedira emprestado na biblioteca exemplificava quais eram esses os vestígios característicos da presença de magia.
Os dois começaram energicamente jogando feitiços de revelação e de destrancamento. Porém duas horas mais tarde os ânimos estavam já em baixo e nenhum dos feitiços parecia ter feito o mínimo efeito. Estavam cansados de estar de pé e de não verem efeito algum naquela actividade.
Frustrados desistiram e voltaram a sala comunal.
Na manhã seguinte na hora do pequeno-almoço Remus ainda não tinha aparecido, por outro lado Peter estava sentado junto deles, expressando vivamente a sua emoção por tal feito.
-Vocês não vão? -perguntou ele animado.
-Não vejo piada alguma lutar com o salgueiro lutador. -retrucou Sirius barrando a sua torrada com uma enorme porção de manteiga. Sirius sabia que o mais certo seria levar uma valente tareia, e mesmo que conseguisse tocar no tronco nodoso da árvore, não deixava de ser sem graça.
-Com este frio, como é que vocês conseguem achar algo tão entediante para fazer? -respondeu Tiago, que ainda se encontrava de mau humor por causa do mistério daquela estátua.
-E o que vocês vão fazer esta tarde após as aulas? -perguntou Peter super animado por estar com eles.
-Estudar. -respondeu laconicamente Tiago.
-É. Estudar. Tem alguns deveres que a gente tem de fazer. Lembra o de poções? -disse Sirius. Eles na verdade iam estudar mas o que iam estudar nada tinha a ver com a escola. O trabalho de poções que consistia em dois rolos de pergaminho, apesar de longo não era difícil, tanto Sirius como Tiago já haviam feito mais que metade do trabalho e ainda dispunham de 4 dias antes da entrega.
A tarde a sala comunal encontrava-se com um número relativo de estudantes, como o tempo havia piorado e camadas de neve cobriam a paisagem de Hogwarts pouca gente estava com disposição para sair do castelo.
Todos procuravam as salas comunais quentinhas, e sentavam-se principalmente perto da lareira.
Tiago e Sirius sentaram-se com os livros e concentraram-se em fazer os deveres calmamente. Peter também tentara os copiar nessa tarefa, mas após 45 minutos sem sequer mencionarem uma única palavra despediu-se deles, indo assistir a mais um dos numerosos combates contra o salgueiro lutador.
O salgueiro lutador tinha sido plantado naquele mesmo ano em que Tiago entrara para Hogwarts. O facto de ter sido plantado consistia num mistério para muitos alunos, a professora Sprout falou de algumas das qualidades daquela estranha árvore. Sendo o facto de ser temperamental e muito violenta a única coisa que realmente atraía todos os alunos.
Por exemplo naquele momento muitos deles, estavam levando valentes porradas com os ramos da planta que não admitia ser tocada por ninguém.
Quem conseguisse tocar o tronco do salgueiro lutador com as mãos, faria uma grande proeza!
-Tiago. -Sirius chamou jogando o livro de feitiços avançados em cima da outra pilha de livros na mesa.
Tiago apenas levantou o olhar do pergaminho. Faltavam apenas duas linhas para terminar o trabalho de poções.
-Me ocorreu algo agora. E se, o segredo daquela passagem está na estátua, digo...alguma pista sobre o verdadeiro sentido nela. Teria de ser algo bem antigo, considerando a idade da escola.
Após pensar um pouco Tiago respondeu: -Talvez isso explique o porquê que nenhum dos nossos feitiços funcionou, o feitiço deve ser muito antigo, como a própria estátua! -disse Tiago com ar pensativo.
-Sirius você é um génio. -exclamou Tiago de repente, começando a arrumar os livros. -Vamos.
-Eu sei que sou um génio, mas para onde estamos indo mesmo? -disse Sirius ao ver Tiago pegar não só os seus livros como os dele.
-Para onde estamos indo? -indagou Sirius enquanto Tiago praticamente corria pelos corredores.
-Você teve uma excelente ideia na sala comunal. -disse Tiago enquanto parava em frente a estátua do segundo andar, ao lado das duas armaduras de ferro.
-Mas o que estamos fazendo exactamente aqui?
-Repara Sirius. Esta estátua difere no contesto das outras ao lado, certo? Ela também contém vestígios que nenhuma outra contém, certo?
Depois de examinar atentamente Sirius respondeu:
-O que eu vejo é que todas outras parecem estar fazendo pose, enquanto esta parece estar sei lá...triste. -disse Sirius com incerteza na voz.
-Ou enfeitiçada. -com triunfo na voz.
-Como assim enfeitiçada?
-Eu quase não dormi de tanto pensar nesta estátua e a resposta esteve sempre aqui, só que disfarçada. -disse Tiago gesticulando impaciente.
-Enfeitiçada como? -pressionou Sirius.
-Se você quisesse colocar alguém triste e deprimido que feitiço você usaria?
-Hummm...um feitiço da desilusão, talvez?
-Exactamente. Mas como concordamos o feitiço deve ser consideravelmente antigo.
-Tiago nós nunca fizemos um feitiço desses antes, deve ser bastante avançado para a gente. -disse Sirius tentando ser realista.
-É. Mas se formos a ver um feitiço desilusão é eficaz para deixar alguém incoerente, triste e até debilitado. O feitiço anti-desilusório é relativamnete recente, não podendo então servir para abrir o que quer que esta estátua esteja escondendo pois a estátua como outras numerosas decorações de Hogwarts estão aqui há vários séculos.
-Sendo assim o que você propõe?
-Sirius, qual era a melhor forma de lidar com a desilusão, digamos, antigamente?
-Ué...alegrando a pessoa enfeitiçada... -começou Sirius sem saber onde o amigo queria chegar.
-Cócegas...-aumentou Tiago rindo misteriosamente.
-Cócegas? -Inquiriu Sirius meio perdido ao ver o ar de satisfação estampado no rosto de Tiago.
-É Sirius, se alguém foi enfeitiçado você não vai perder tempo fazendo gracinhas ou então contando anedotas, você vai partir para cima dele ou então vai dar um monte de cócegas. -especificou Tiago.
-Pois bem...Rictusempra. -disse Sirius apontando para a estátua. Um jorro de luz prateada saiu de sua varinha, mas o feitiço apenas embateu na estátua, não provocando coisa alguma.
-Sirius se o que você disse é verdade, o feitiço tem de ser particularmente antigo. Existem outros feitiços de cócegas mais antigos que este e menos potentes relativamente.
Os dois foram correndo para a biblioteca.
Mesmo não tendo levado pena e um pedaço de pergaminho, não foi difícil Tiago e Sirius conjurarem aquilo que precisavam. Tiago escreveu alguns feitiços tirados do livro "Desenvolvimentos da Magia, da antiguidade aos dias actuais", de Mulciber Antex.
Voltaram a estátua e depois de alguns feitiços, Sirius pegou sem queres no pé da estátua enquanto Tiago jogava um feitiço nela. O efeito foi instantâneo!
A estátua deslizou silenciosamente, abrindo um buraco.
Sirius e Tiago exclamaram extasiados.
Pouco tempo depois, o buraco da estátua voltou a fechar-se, Tiago repetiu o feitiço, mas desta vez nada aconteceu.
Sirius tentou, mas também nada aconteceu.
-Espera. -disse Tiago, coçando a cabeça interrogativo. -O que será que estamos esquecendo desta vez?
-O que você ou eu fizemos naquele momento? Mesmo sem querer? -inquiriu Tiago.
-Bem eu só tropecei e peguei na estátua sem querer.
-Então vamos repetir e você faz isso de novo. -sugeriu Tiago.
-Hum, sim...vamos tentar outra vez. -concordou Sirius.
-Certifica-te de que pegas na estátua no mesmo local da ultima vez.
Enquanto Tiago dizia o feitiço apontando para a estátua, Sirius fazia cócegas no pé desta, e assim que o buraco se abriu, eles os dois entraram.
Na realidade não era uma passagem para fora do castelo, era um dos inúmeros atalhos existentes. Este atalho, levava ao quarto andar, onde eles tinham aulas de transfiguração.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!