Atrophy
Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D
Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin
Chapter 15: Atrophy
- Estou muito feliz por teres aceite o meu convite, Cissa.
Eu não estava nada feliz. Esse sentimento não tinha lugar em mim naquele momento. Estava fula. Oh, isso estava. Completamente fora de mim. A verdade é que só me apetecia pegar no prato de salada que tinha à frente e despejá-lo todo em cima de Edwin.
- Não esperava que aceitasses tão imediatamente. Pensei que talvez tivesse de insistir e…
Quem teria de insistir em breve para que ele se calasse era eu. A sério. Só não estava a rosnar porque não me parecia bem fazê-lo naquele restaurante, que estava apinhado de gente.
-…porque podias estar ainda magoada por aquilo que te disse e…
Ui, era melhor que ele nem levasse a conversa para aqueles lados. O meu auto-controle melhorara com os anos, mas ainda fervia em pouca água. E estava quase a entrar em ebulição. E se isso acontecesse, era melhor que ele arranjasse qualquer coisa com que se proteger.
'Don't tell me that this is your last chance to change
'cause if you do, then you would be telling a lie but...
-…espero que saibas que te amo e que não vou mais deixar a minha carreira interferir com a nossa relação. Por isso, para que possamos ficar juntos, decidi que enquanto eu não for promovido – 'Estás a sonhar demasiado alto, Ed…' –, não tiraremos mais férias.
Comecei a rir-me. Gargalhadas mesmo sentidas. As lágrimas vieram-me aos olhos e a minha barriga começou a doer, ao fim de alguns segundos. Não conseguia parar. Em primeiro lugar, porque tivera de escolher se me riria ou se ia chorar por causa de tudo o que acontecera desde que eu pusera pé n'O Profeta naquela manhã. Decidira rir-me, já estava farta de lágrimas e há muito tempo que não dava uma boa gargalhada.
I warned you
What could happen if you should decide
To live your life from the nine to five
E depois, porque aquilo que ele dissera tivera realmente piada, e só me mostrara o quão certa eu estava em lhe ter dado com os pés. Então ele achava que se parássemos de ter férias as coisas iriam melhorar? Era essa a solução dele para que eu parasse de o confrontar com a sua distância, a sua frieza, o seu amor desmedido, compulsivo, obsessivo ao trabalho? Que bebé! Merlin, eu começava seriamente a pensar, e baseando-me em toda a experiência que tivera com os homens – não só aqueles com quem me envolvera romântica e sexualmente, mas também outros como o meu pai, o Carrow e até Voldemort -, que se eram todos tão idiotas quanto pareciam, eu tinha de me afastar deles. Talvez devesse corujar a Millicent Bulstrode e experimentar jogar na outra equipa. Em Hogwarts sempre ouvira dizer que ela era a 'go to' de quem queria esquecer o ex-namorado. E a verdade é que quem usufruía dos seus 'serviços' saía sempre com uma recomendação na ponta da língua. Literalmente.
And I mourn you
For the detail that is left unsaid
Is a reminder of the time you bled
- Cissa? Narcissa? Importas-te de parar de rir? Está toda a gente a olhar. – rosnou Edwin, inclinando-se sobre a mesa. Inclinei-me também, colocando os cotovelos na mesa e apoiando a cabeça nas mãos, agora rindo levemente.
- É que teve imensa piada o que disseste, Ed. – ele fungou, desagradado.
- Estou a ver que não aprovas.
- É claro que não. Mas nem sequer devias ter-te dado ao trabalho de orquestrar esta solução fantástica! – comentei eu, sarcástica. – Não faço qualquer intenção de voltar para ti.
They've sold you everything you need to fix you up
And you feel good now but you can't wake up
They found a way to reassure you
That everything would be okay
- Então para que é que aceitaste o meu convite! – perguntou, zangado. Encolhi os ombros, enquanto limpava a boca ao guardanapo.
- Tinha fome. – pousei o pedaço de pano e comecei a vestir o meu casaco. – Obrigada pela refeição, Ed. E pela conversa hilariante. Alegrou-me imenso! – acrescentei, levantando-me e afastando-me na nossa mesa antes que ele tivesse tempo de dizer qualquer outra coisa.
Mas quando saí do restaurante para as ruas londrinas, rapidamente o sorriso que me bailava nos lábios desapareceu. Agora sem as psicoses de Edwin para me animar, era de novo apenas eu. E os meus problemas.
Return to days when you knew you still felt alive
Reveal the way you felt when you could look inside'
(Atrophy – The Red Jumpsuit Apparatus)
Saindo do edifício d'O Profeta, Adam, Daphne e William materializaram-se no restaurante onde os dois primeiros costumavam almoçar. Sentaram-se e pediram. William reparou que tanto Daphne como Adam estavam bastante inquietos. Era óbvio que se sentiam desconfortáveis na sua presença. Principalmente por estarem ali sem Narcissa saber.
- Bom, então contem-me o que acham que eu preciso de saber, por favor. – principiou William, tentando aligeirar o ambiente. – Estive fora muitos anos, decerto que perdi muitas datas importantes.
- Não sei ao certo o que lhe posso dizer, Mr. Jones. – comentou Daphne.
- William, por favor. Se eu colocar algumas perguntas será mais fácil? Vocês então escolhem aquelas a que devem ou podem responder.
- Parece-me justo. – concedeu Adam.
- Óptimo. – a empregada chegou entretanto e pousou à frente de cada um os seus pedidos. – Gostava de começar por perguntar a Daphne o que a inquieta tanto. – a loira não respondeu logo. – Bem sei que estar aqui comigo vos deixa pouco à vontade, mas creio haver algo mais aqui com a nossa amiga. – virou-se para Adam. – Estou errado?
- Não, está bastante correcto.
- Adam… - ralhou Daphne, baixinho.
- Não creio que haja problema em contar-lhe o que íamos contar a Narcissa, Daphne. Era exactamente para se poder tornar público que o íamos fazer.
- Mas ela não vai gostar de saber que o pai descobriu primeiro que ela. – argumentou a loira.
- Então não lhe dizemos essa parte. Com certeza que o William não se importa de colaborar connosco. – olhou para o homem. – Isto é, se for da sua vontade ficar de boas relações com Narcissa.
- Obviamente que é essa a minha vontade. E se for da vossa que eu mantenha segredo, com certeza que o farei. Infelizmente, como devem saber, sou muito bom nessa arte. – disse, tristemente. – Quando estiverem prontos, serei todo ouvidos. – acrescentou, vendo-os hesitar.
- Bom, a verdade é que Narcissa não sabe que Daphne e Thomas namoram. – confessou Adam. William franziu o sobrolho.
- Permitem-me que pergunte porquê?
- Nunca houve uma altura realmente boa para lhe contar. Estávamos à espera que ela encontrasse a felicidade mas, infelizmente, tudo aquilo por que Narcissa passou tornou-a um pouco…céptica. E, como se deve lembrar, a sua filha não é particularmente compreensiva quando está de mal com a vida. – William anuiu. – Devíamos ter-lhe contado em Hogwarts, mas aquele ano foi horrível. E nos anos seguintes ela esteve tão a leste, tão em baixo que não tivemos coragem de lhe dizer.
- Então mas namoraram todos estes anos escondidos de Narcissa? – perguntou William, incrédulo.
- Não, é claro que não. Eles…
- Nós começámos a namorar em Hogwarts. – pronunciou-se finalmente Daphne, interrompendo o amigo. – E tendo em conta a época em que estávamos, fomos até bastante felizes. Mas depois da batalha as coisas mudaram. Não sei como, nem porquê, mas mudaram. E o dia da formatura de Thomas deu-me a certeza, se é que eu ainda não a tinha, de que as coisas entre nós estavam acabadas: ele estava com Alexis.
"Mas a verdade é que nunca falámos realmente sobre o que éramos na realidade, nunca arranjámos uma palavra – como namorados, amigos ou amantes – que definisse a nossa relação. Mas suponho que, ao contrário do que eu pensava, não havia nada de sério entre nós.
" Seja como for, depois daquele dia não o vi durante alguns anos. Mas era difícil evitar estar na sua presença quando Narcissa é a minha melhor amiga. Tornei a vê-lo num aniversário qualquer e reatámos a amizade. Foi há apenas um par de semanas – no dia em que lemos a carta que deixou a Narcissa - que voltámos a ter aquilo que tínhamos na escola.
- E com a revelação da carta, e suponho que, também, a aparição de Draco Malfoy na vida de Narcissa, vos fez, de novo, adiar esta conversa que estamos a ter. – deduziu William.
- Exacto. – confirmou a loira. – Mas não é só isto que temos para contar a Cissa.
- Sim, não é só Daphne que esconde um segredo.
- Mr. Sanders, também anda a omitir coisas à minha filha? – perguntou, com brincalhona indignação. Adam sorriu.
- Infelizmente sim. Não há tanto tempo quanto Daphne, mas sim.
- E do que consta esse segredo? – Adam olhou para Daphne, que assentiu, com um sorriso. Respirando fundo e tornando a olhar para o homem que era o espelho de Narcissa, falou rapidamente.
- Eu sou gay.
Desde que a Guerra acabou e eu pude finalmente revelar o meu Dom ao mundo, que comecei a precisar de fazer pausas do mundo mágico. Não me entendam mal. Não estou arrependida por me ter dado a conhecer, de todo. Estou até bastante satisfeita por poder dizer a quem me apetecer que lhe posso ler os pensamentos a qualquer momento. E mesmo que uma pessoa ou outra se afaste, já não me faz grande diferença. É uma das vantagens de ter aprendido a ficar sozinha desde cedo. Ao longo dos anos fui-me tornando a melhor na área.
Mas quando era mais nova e não podia revelar o meu ser ao mundo, às vezes pensava no quão injusto tinha sido quem criara a magia. Tinha-a entregue apenas aos privilegiados e estes tinham-na passado de geração em geração, sem a darem a conhecer a mais ninguém. Mas o pior, a meu ver, nem era isso. O pior era que, como eram em número reduzido as pessoas com capacidades mágicas, quando aparecia alguém de entre elas excepcionalmente poderoso ou com alguma característica especial, esse alguém iria ser motivo de escrutínio durante toda a vida. Em terra de cegos, quem tem olho é rei. Ou, no caso, rainha.
Em Inglaterra, apenas duas famílias foram capazes de passar aos seus descendentes algum poder excepcional: os Peverell e os Prince. O poder dos Prince manifestava-se sobre a forma de Dons, como o meu e o de James, e o dos Peverell através de habilidades fora do comum ou objectos com poderes intrínsecos, como o manto da invisibilidade do Potter. Mas o que é que um manto da invisibilidade pode interessar ao mundo, nestes tempos de paz? Não precisamos de nos esconder de nada. O poder de gerações dos Peverell é obsoleto. Mas o dos Prince não.
Mas independentemente disso, como é que podemos saber quem tem um olho na terra dos cegos? Ninguém vê e, como consequência, não vê quem vê. Foi obviamente por esse princípio que eu e o meu primo vivemos os anos da nossa infância e adolescência. Mas assim que eu e James nos expusemos à luz, ganhámos mais importância que o término da Guerra. Depois de algum tempo, o entusiasmo descontrolado das pessoas acabou por passar, mas nunca ninguém deixa de me interpelar na rua para que lhe leia a mente ou de falar com James para que ele lhes conte algumas verdades.
Há, com certeza, mais pessoas como nós espalhadas pelo mundo, mas eu e James somos os únicos portadores de Dons neste país. É mais ou menos como ter estatuto de celebridade, sem sermos realmente uma. Levamos uma vida normal e não temos os flashes apontados à cara (principalmente porque eu trabalho n'O Profeta) mas ainda somos analisados à lupa.
Por isso, de vez em quando, preciso de me afastar do mundo que fez de mim o que sou, preciso de me acalmar e, sobretudo, preciso de ser invisível sem o ser literalmente. Preciso de me sentar num banco de jardim e ver as pessoas passarem por mim, olhando-me, vendo uma pessoa completamente banal e continuando a andar e a viver as suas vidas. Por outras palavras, a 'rainha' precisa de tempo sem os seus ávidos e sedentos 'súbditos'.
Hyde Park é o meu local de eleição, o meu 'castelo'. Os muggles julgam-me uma deles e não me podiam dar menos importância. É uma mudança muito bem-vinda quando sinto que se mais alguma pessoa me perguntar 'Em que número estou a pensar?', eu transfiguro-a numa pedra e lanço-a bem longe.
'I am outside
And I've been waiting for the sun
With my wide eyes
I've seen worlds that don't belong
My mouth is dry with words I cannot verbalize
Tell me why we live like this
Mas apesar de, naquele dia em particular, eu não me sentir observada de mais por pessoas estranhas, sentia-me por aqueles que me eram conhecidos e que me fixavam com tanta intensidade que o podia sentir na pele. Portanto, despira a minha capa, vestira um casaco preto de algodão e passara para o mundo dos muggles, dirigindo-me calmamente a Hyde Park e sentando-me no meu usual banco de jardim.
'Cause we are broken
What must we do to restore
Our innocence
And oh, the promise we adored
Give us life again
'Cause we just wanna be whole'
(We Are Broken – Paramore)
E enquanto as pessoas passavam por mim e faziam o seu papel – ignorando-me – na perfeição, eu não pude deixar de pensar que o mundo, tanto o muggle onde eu me encontrava, quanto o mágico onde eu vivia, possuíam exactamente aquilo que fazia falta na minha vida naquele momento. Normalidade. Tranquilidade. Serenidade.
Paz.
- Eu sou gay. – William ergueu as sobrancelhas e engoliu a comida que mastigava.
- Estou a ver. Narcissa é, de algum modo, homofóbica?
- Não! Claro que não! – asseguraram rapidamente Daphne e Adam. – De todo.
- Então permita-me dizer-lhe que não compreendo por que é que nunca se revelou à minha filha. – admitiu William.
- Não é como se eu estivesse realmente a esconder-me ou a fazer segredo. Toda a gente naquela redacção tem noção da minha orientação sexual. E os que não sabem, desconfiam. Mas Narcissa…
- É completa e totalmente distraída com este tipo de coisas. – completou Daphne, sorrindo levemente. – Ela só repara quando é mesmo preto no branco, quando é mesmo óbvio.
- Percebo. E pensam que ela vai reagir mal a estas notícias que têm para lhe contar?
- Ela não se vai importar com as notícias em si, mas sim com o facto de as termos escondido dela durante este tempo todo. Ainda para mais agora que Draco e o William tornaram a entrar na vida dela. – o homem franziu o sobrolho e olhou para Adam.
- Pensei que tinha dito que Mr. Malfoy era o meu futuro genro. – Adam riu.
- Quando Narcissa decidir admitir que ainda está apaixonada por ele, não tenho dúvidas de que será.
- Ainda? – questionou William.
- Tal como eu e Thomas, parece que também eles os dois estiveram juntos em Hogwarts. Pelo menos, foi o que descobrimos, também no dia em que Narcissa nos leu a sua carta. Ele salvou-a de Voldemort. – O pai de Narcissa olhou para ambos, de olhos arregalados.
- Desculpe-me, creio não ter percebido bem. Disse que ele a salvou do Lord das Trevas? – Daphne assentiu, mas foi Adam quem, sucinto, explicou.
- Voldemort sabia da profecia e encarregou Draco de matar Narcissa. Ele estava apaixonado por ela e, por isso, não o fez. Acabou por lutar do nosso lado, arriscando-se a perder a vida por ela. – William engoliu mais uma garfada de comida, abanando a cabeça em descrédito, visivelmente espantado.
- Bom, agora quase que me sinto mal por ter posto o Lucius atrás das grades. – Daphne levou as mãos à boca.
- O meu tio está preso? E a minha tia Narcissa?
- É aparentada de Mr. Malfoy? Ah, claro, é uma Rosier, tinha-me esquecido. Sim, o seu tio está em Azkaban. Não cumprirá tantos anos de pena como os restantes Devoradores da Morte, porque foi uma ajuda preciosa na captura de muitos. E Narcissa está bem, fora da cadeia, a tomar conta dos negócios legais que restaram à família. – fez uma pausa. – Mr. Malfoy não lhe contou?
- Não, só o vi naquela noite. Depois voltei para Londres com Narcissa e Adam. Mas vou, sem dúvida, questioná-lo sobre esses negócios.
- Penso que seja uma empresa de perfumes, cara Daphne. Victoria et Salazar, é o nome, se não estou em erro. – Adam riu.
- Aposto que foi Draco a escolher esse nome. – William olhou-o, confuso. – Salazar em honra dos Slytherin e Victoria em honra de Narcissa.
- De que modo é que Victoria…ah, o Dom. Depreendo então que Mr. Malfoy sabe do poder de Narcissa.
- Há anos, antes até de Voldemort o encarregar de a assassinar. Mas hoje em dia Narcissa não se esconde de ninguém. Nem James.
- James! O meu pequeno primo. E ele, como está?
- Perfeito. Nunca pensei que uma pessoa tão séria quanto ele desse um namorado tão atencioso. – comentou Adam. William riu alegremente.
- É fabuloso o quanto vocês estão todos ligados uns aos outros! Seremos, então, também da mesma família, Mr. Sanders. – o loiro deu um risinho triste.
- Se algum dia Kathryn me aceitar, talvez. – O mais velho fez um esgar de desagrado.
- Nunca gostei dela. Aled e Elizabeth eram pessoas fantásticas, mas Kathryn, infelizmente, não herdou essa característica dos pais.
- Narcissa, pelo contrário, tem muita coisa de si. – comentou Daphne. William sorriu.
- A teimosia, talvez. E o desejo proteger, a qualquer custo, aqueles que ama. Mas ela é muito mais parecida com a mãe do que comigo. Apenas não se relacionou com ela o suficiente para se aperceber disso. – respondeu, com um suspiro.
- Ela saiu de casa pouco tempo depois de o William desaparecer. – contou a loira. William assentiu.
- Imaginei que isso fosse acontecer. – fez uma pausa, olhando para a rua através do vidro do restaurante. – Narcissa teria saído daquela casa mesmo que eu não tivesse ido embora. Não existe qualquer razão para que lá ficasse. Não tem qualquer recordação minimamente feliz daquele lugar.
- Talvez ainda vá a tempo de criar novas recordações, William. – afirmou Daphne, carinhosamente.
- Não creio que Narcissa alguma vez me perdoe. Ela não compreende que o que fiz foi porque acreditava que ela estava realmente em perigo.
- Também tem de se pôr no lugar de Narcissa: ela pensa que se o William se tivesse dado ao trabalho de a conhecer melhor saberia que ela nunca estaria em perigo. É demasiado inteligente e poderosa para isso. Além disso, tinha-nos a todos nós para a proteger. – argumentou Adam.
- Talvez tenha razão, Mr. Sanders. Mas implorar o seu perdão agora não vai servir de nada.
- Disse bem: agora. – Adam fez uma pausa. – O William parece-me um bom homem. Acredito em si quando diz que tudo o que fez foi para proteger a sua família. E acredito que agora que voltou, nada mais quer do que recuperar o tempo perdido. Com Claire e Thomas será mais fácil e, por isso, devia concentrar-se neles em primeiro lugar. Quanto a Narcissa…a minha sugestão é que deixe ser Draco a resolver as coisas com ela primeiro. Como já lhe dissemos, Narcissa é muito mais compreensiva quando está feliz.
- E acreditam que é Mr. Malfoy que a faz feliz?
- Sem qualquer dúvida. – assegurou Daphne.
-Bom, vocês certamente que conhecem melhor Narcissa do que eu. Portanto, vou seguir as vossas sugestões. Há mais alguma coisa que deva saber? Sobre Claire, talvez?
- Ah sim, claro. Íamo-nos esquecendo. – lembrou-se Adam.
- Depois de amanhã Claire tem a cerimónia do S. Mungus. Vão reconhecê-la como Curandeira efectiva no hospital. Talvez devesse aparecer para a felicitar. – elucidou Daphne.
- Com certeza que irei. – fez uma pausa, olhando intensamente para Daphne a Adam. – Muito obrigado por terem aceitado conversar comigo, meus caros. Fico em dívida para convosco.
Com um sorriso a bailar-lhes nos lábios, Adam e Daphne viram o ex-Auror erguer-se em toda a sua altura, sair calmamente do restaurante e desmaterializar-se com um suave pop.
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