Se redimindo
Rose não poderia estar mais feliz, estava sentada em um balanço e com o vento batendo em seus cabelos castanhos, exatamente como era quando tinha cinco anos. E a melhor parte disso tudo, era que o seu pai quem a empurrava.
- Empurra mais alto, papai! - pediu e foi, prontamente atendida – Isso é mesmo muito legal!
Rony costumava “aparecer” nos seus sonhos pelo menos uma vez por mês desde que tinha morrido, ela ainda conseguia se lembrar de quando foi a primeira vez em que isso aconteceu, ficou muito feliz em vê-lo naquele momento. Mas, desde que a garota brigou a mãe, ele tem aparecido com muito mais freqüência.
- Acho que já está bom! - o ruivo avisou, fazendo com que o balanço parasse – Vamos fazer uma outra coisa agora.
- Não, papai! - reclamou – Eu estou me divertindo tanto aqui.
- Não se preocupe, ainda não está na hora de eu ir embora! - garantiu – Só tinha pensando que poderíamos ir dar uma volta. O que você acha?
- Tudo bem! - deu de ombros – Vamos até lá.
Começaram a caminhar pela grama verde. Aquele lugar era muito bonito, queria saber se existia mesmo ou era só fruto da sua imaginação.
- Vamos sentar bem ali! - viu o local aonde o pai estava apontando, era um banco de madeira bem embaixo de uma árvore – Tenho certeza de que nós dois temos muita coisa para conversar.
- Não consigo me lembrar de nada que a gente precise conversar! - deu de ombros – Pelo menos, não foi nada que eu tenho feito.
- Acho que é melhor você começar a se lembrar sim! - colocou a mão no ombro da filha – Você não quer me contar por que foi que você e o Alvo terminaram?
- Pensei que você não aprovasse o meu namoro com o Al? - no primeiro sonho que teve com o pai, lembrava de tê-lo ouvido falar que estava muito decepcionado por saber que ela estava namorando o primo.
- Não é que eu não aprove, mas acho que você é muito nova para namorar – explicou – Mas não significa que eu quisesse que vocês dois terminassem.
- Mas agora é tarde demais! - deu de ombros – Eu terminei com ele e não tem mais volta.
- E isso tem a ver com o fato da sua mãe e o Harry estarem namorando – afirmou – Não é mesmo?
- Então você já sabe sobre os dois – comentou, ele nunca falava nada a respeito do resto da família, então preferia não falar nada – E não está chateado com isso?
- É claro que não! - respondeu – Afinal, quero que a sua mãe seja feliz, mesmo eu não estando mais com ela.
A garota ficou encarando os próprios pés. Nunca imaginaria que o pai fosse falar uma coisa dessas.
- Mas ela está muito triste por vocês duas estarem brigadas – completou – Você nem tem idéia do quanto.
- Quer dizer que você tem andado nos sonhos dela também? - quis saber – Da mesma maneira que está nos meus.
- Não! - respondeu – Só apareci no sonho dela uma vez, não significa que eu não vá visitá-la sempre, por isso sei de tudo que ela está fazendo.
- Entendo! - concordou com a cabeça.
- Agora eu tenho mesmo que ir! - avisou – Tenho certeza de que você vai fazer a coisa certa.
Foi nesse momento que Rose acordou. Ela estava de volta ao dormitório feminino do sexto ano da Grifinória.
- Oi Rose! - Jully estava levando o seu malão para a porta do quarto – Espero que o barulho que eu fiz arrumando as minhas coisas não tenha acordado você.
- Você não me acordou – garantiu – Eu acordei sozinha – ela se sentou na cama e apoiou os dois cotovelos na perna.
- Eu adoraria ficar aqui e conversar com você! - avisou – Mas eu tenho que levar o meu malão para o trem. Acabei esquecendo de arrumar as minhas coisas ontem de noite e agora eu estou atrasada.
- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Acho que agora a gente se vê quando você voltar das férias de natal.
- É isso mesmo! - completou – A gente se vê em menos de um mês então.
Viu a amiga sair do local e fechou a porta. Rose ficou encarando o teto por alguns segundos antes de deitar novamente.
Vários quilômetros dali, na Toca, Harry estava no antigo do seu melhor amigo, ele tinha acabado de ajeitar a gravata e estava se olhando no espelho nesse momento. Ainda não sabia por que tinha se arrumado tão cedo, afinal, o casamento só seria daqui há quatro horas, mas ele estava muito nervoso e não conseguia pensar direito.
Foi nesse momento que ouviu batidas na porta.
Pode entrar! - avisou, virou-se e viu seu filho mais velho entrando no local – Oi James, não pensei que você já tivesse chegado.
- Acabei de chegar! - deu de ombros – Victor veio ajudar o vovô a arrumar o jardim e eu vi junto.
- Entendo! - balançou a cabeça afirmativamente.
- Eu só tinha essa opção! - explicou – Na verdade, ou era isso ou ia ajudar a minha mãe. E, acredite em mim, não é bom ficar perto, ela está muito irritada desde que ficou grávida outra vez.
- Sei como é isso! - o homem não pode deixar de rir – Acredite em mim, tive que agüentar esse mal humor da sua mãe três vezes.
- Fico mesmo com pena de você! - completou – Mas como estão as coisas por aqui? Está muito nervoso com o casamento?
- Sim! - admitiu – E eu nem sei por que estou assim afinal, já passei por isso antes. Não vai ser nada de diferente de quando eu e a Gina nos casamos.
- Talvez realmente não seja diferente! - deu de ombros – Mas, pode ser por que você a ame mais do que você amou a minha mãe na época em que se casaram.
- Por que você está dizendo isso James? - olhou bem sério para o filho – É claro que eu amava a sua mãe, se não fosse assim eu não teria me casado com ela.
É claro que isso não era bem verdade, afinal, era apaixonado por sua melhor amiga, mas não podia falar por causa do Rony. O que o impedia de gostar de Gina, só que da sua maneira.
- Você não precisa mentir para mim pai! - ficou encarando o chão – Sei que você e a minha mãe só se casaram por que ela estava grávida. Não queriam que eu nascesse sem uma família.
- Não posso negar que foi por isso que nos casamos, na época, foi a melhor opção que encontramos – explicou – Mas não é para você se sentir culpo com isso. Eu não me arrependo da escolha que fiz, apesar de termos nos divorciado. Você, Alvo e Lilian foram as melhores coisas que aconteceram nesse casamento, pode ter certeza disso.
- Obrigado, pai! - o abraçou com bastante força – É mesmo muito importante estar ouvindo isso de você.
- E para mim é muito importante ter você aqui do meu lado nesse momento – garantiu – Você e os seus irmãos, é claro.
- Foi nesse momento que a porta do quarto se abriu novamente, agora era o senhor Weasley!
- Com licença! - disse, olhando de um para o outro – James, eu preciso que você me faça um favor.
- Claro que eu te faço um favor, vovô! - respondeu – O que foi que aconteceu? Para que vocês estão precisando da minha ajuda?
- É que a Mel está um pouco agitada e a sua avó está tentando distraí-la, e eu e o Krum ainda estamos arrumando as coisas lá fora – explicou – Então, queria saber se você pode esperar seus irmãos e o seu primo lá na frente da lareira?
- É claro que eu posso fazer isso! - garantiu – Pelo menos não é uma coisa que não vai me dar muito trabalho.
- Ótimo! Ele não devem demorar muito para chegar. - deu uma olhando no seu relógio de pulso – Então, você leva Alvo e Hugo para o antigo quarto do Fred e do Jorge e a Lilian para o quarto que era da sua mãe.
O homem saiu do local e os dois ficaram sozinho novamente.
- Acho que eu já vou indo! - avisou – Fica bem ai.
- Pode ficar tranqüilo, meu filho – completou – Eu não vou sair daqui, nada me faria tomar essa atitude.
Então, James foi para a sala da casa, e ficou sentando em um banquinho de frente para a lareira.
De volta para Hogwarts, Rose saiu do seu dormitório e desceu em direção ao salão comunal da Grifinória. Já tinha passado das onze horas e todos os alunos que iriam passar o natal em casa já tinham ido embora, o que significa que não vai ficar no meio da confusão.
Sua maior surpresa de todas foi quando encontrou seu irmão arrastando o seu malão em direção ao buraco do retrato da mulher gorda.
- Hugo! - chamou, fazendo com que o garoto virar-se para poder olhá-la – O que você ainda está fazendo aqui? Pensei que tivesse voltado para casa com os outros no trem.
- Não fui com todo mundo no trem! - explicou – Estou indo para a Toca pela rede flú, na sala da diretora McGonagal.
- E por que isso? - agora ela não estava mesmo entendendo nada – O que vai ter de tão importante hoje lá?
Nesse momento a passagem secreta do retrato da mulher gorda se abriu, era Lilian. Pelo visto, ela também iria para casa pela lareira.
- Finalmente eu te achei, Hugo! - disse, assim que olhou para o primo – O Alvo já foi embora, acho melhor você se aparecer. A diretora McGonagal não tem o dia todo.
- Já estou indo! - avisou – É que eu encontrei a Rose no meio do caminho.
- Oi Rose! - parecia ter notado a presença da prima naquele momento – É uma pena que você não vá para no natal, ia ser tão legal.
- Eu mandei uma carta para a vovó e ela disse que estava tudo bem! - deu de ombros – Além disso, o Andrew também vai ficar por aqui e vai ser muito bom passar um tempo sozinha com ele.
- Deve ser mesmo legal passar o natal em Hogwarts – comentou – Quero dizer, pelo menos o papai disse que sempre se divertia muito aqui, junto com o tio Rony.
- Mas por que é que vocês estão indo para a Toca pela rede flú? - resolveu perguntar, mais uma vez.
- Pensei que vovó tivesse comentado alguma coisa com você – falou – Hoje vai ser o casamento papai e da tia Mione.
- Entendo! - ficou em pouco chocado em saber disso por essa maneira – Vocês, com certeza, não podem correr o risco de se atrasarem para a cerimônia.
- Então vamos logo, Hugo! - puxou o garoto pelo braço – Estão todos nos esperando lá.
- Claro! - revirou os olhos enquanto caminhava junto com ela.
Nesse momento, Rose se jogou no sofá. Ficou ligeiramente chateada, por mais que não estivesse falando com a mãe e não aprovasse esse casamento de maneira nenhuma, não queria ser a última a saber.
Decidiu descer para dar uma volta pelos jardins. Estava tarde para tomar café da manhã, então teria que esperar ate o almoço começar a ser servido, daqui a uma hora.
Estava caminhando para o lado de fora do prédio quando encontrou o seu namorado vindo da direção em que fica o salão comunal da Sonserina.
- Oi meu amor! - deu um rápido selinho nela – Queria saber quando é que você ia decidir aparecer.
- É que eu estava lá em cima pensando em algumas coisas – suspirou pesadamente – Vamos dar uma volta.
- Claro! - começaram a caminhar em direção ao lago negro – Será que você vai me contar o que está acontecendo? Você parece preocupada com alguma coisa.
- Eu descobri que a minha mãe vai ser casar hoje! - explicou – E a cerimônia vai ser lá na Toca. Meu irmão e os meus primos estão indo para lá agora.
- Entendo! - concordou com a cabeça – E, deixa eu imaginar, você está começando a se arrepender de ter decidido ficar aqui. Não é isso mesmo?
- Eu estava com raiva, não estava afim de passar o natal com toda a minha família e fingir que estava tudo bem, me pareceu ser a coisa certa a fazer – explicou – Mas agora, acho que vai ser estranho eu ser a única a não estar lá. Provavelmente, até os meus avós devem ter vindo da Austrália.
- Então você devia pedir para a diretora McGonagal para te mandar para a casa – sugeriu – Ainda dá tempo de você ir assistir o casamento.
- Assim eu vou ter que admitir que eu estava errada – lembrou – Não posso fazer uma coisa dessas, ainda estou chateada por tudo que aconteceu.
- Rose Sophie Weasley, você, ás vezes, é tão infantil – não pode deixar de revirar os olhos – Acho que já está mais do que na hora de você fazer as pazes com a sua mãe, ela e o Harry vão se casar mesmo, não tem mais nada que você possa fazer. Além disso, sei que vai ser importante para ela ter todos os filhos por perto nesse momento.
- Mas nós dois combinamos de passar o fim do ano aqui, juntos – lembrou – Não posso ir embora e te deixar aqui sozinho.
- Eu vou ficar bem!- deu de ombros – Vou passar esse tempo sozinho vou aproveitar para ficar na biblioteca estudando.
- Tudo bem! - pareceu, finalmente, se conversar – Agora, eu tenho muita coisa para fazer antes de ir embora.
Correu de volta para o seu salão comunal e foi até o dormitório para arrumar as suas coisas em uma pequena mochila. Depois, foi para a sala da diretora, a mulher estava lendo alguns papéis sentada em sua mesa.
- Olá Rose! - sorriu ao vê-la – No que posso ajudá-la nesse momento?
- Eu quero ir para a casa dos meus avós – respondeu – Sei que não é permitido sair depois de assinar o papel de que vai permanecer na escola. Mas a senhora já deve estar sabendo do casamento, eu preciso estar lá.
A mulher estava com um enorme sorriso no rosto.
- Eu já sabia que você iria acabar acontecendo, só não sabia quanto iria demorar – comentou – Venha pegar um pouco de pó de flú. Imagino que já saiba como funciona?
- Claro! - concordou com a cabeça – Já usei uma vez, lá na Toca.
Ela pegou um pouco de pó de dentro do pote e foi para dentro da lareira.
- A Toca! - disse antes de jogar o conteúdo em suas mãos dentro do fogo.
Começou a sentir tudo girar a sua volta. Passou por várias lareiras, mas estava muito rápido que nem podia saber aonde estava. De repente, tudo parou.
A garota estava na sala da Toca, tudo parecei exatamente como da última vez em que esteve lá, no verão passado. Viu duas pessoas conversarem perto da porta, mas estava um pouco longe e tinha muita fuligem em seu rosto para dizer quem era.
- Acho que já está tudo pronto lá fora! - reconheceu a voz de James – Não acha vovó?
- É claro! - o homem concordou – Daqui a poucos os convidados já devem estar começando a chegar. Então só vai ficar faltando a noiva.
- Eu acho tão legal os dois estarem se casado agora! - completou – Quero dizer, depois de tantos anos. Os dois já tem filhos e já foram casados com outras pessoas, não dá para deixar de pensar que é muito romântico.
- Os dois merecem ser feliz – o senhor Weasley concordou com a cabeça – Já passaram por muita coisa para conseguirem ficar juntos.
- Com certeza! - foi nesse momento que o garoto se virou em encontrou a sua prima dentro a lareira – Rose!
Foi caminhando até o fundo da sala para poder ajudá-la a sair.
- Pensei que você não fosse vir! - comentou – Por isso, depois que o Hugo chegou, não fiquei mais aqui esperando.
- Aonde está a minha mãe? - ela quis saber – Preciso falar uma coisa com ela. É urgente.
- Ela está em casa se arrumando, e a minha mãe está ajudando ela – explicou – Meu pai está aqui, você sabe que os noivos não podem se ver antes do casamento.
- Claro que eu sei! - concordou com a cabeça.
- Rose! - o senhor Weasley se virou e, só então, percebeu a presença da neta – É muito bom ver você aqui!
- Também é muito bom estar aqui vovô! - concordou com a cabeça – Imagino que todos aqui estão muito ocupado planejando o casamento, não é mesmo?
- Está mesmo uma confusão aqui! - o homem revirou os olhos – Não planejávamos um evento destes desde o casamento de Victor e Gina.
- A Lilian está lá em cima se arrumando – avisou – É melhor você ir para lá se arrumar também.
- Claro! - balançou a cabeça afirmativamente – Vamos até lá.
- Deixa que eu te levo, priminha! - subiu as escadas e foi seguido pela garota.
Lilian terminou de colocar o seu vestido de dama de honra. Era rosa, tinha uma saia rodada e cheia de pregas e um laço gigante na parte de trás.
- Não acredito que eu tenho que usar essa roupa – reclamou fazendo uma careta – Estou parecendo uma boneca, é ridículo!
- Que bobagem Lilly, você está uma gracinha! - a senhora Weasley estava ajeitando o cabelo da neta – Não estou vendo a Mel reclamar.
A menina mais nova estava usando um vestido exatamente igual ao da prima, mas era roxo.
- Ela é pequena e não sabe falar de noite! - cruzou os braços – Ela vai aceitar tudo que colocarem nela e não vai reclamar.
- Mas vocês duas estão muito linda, pode acreditar nisso! - garantiu – Vãos ser as mais lindas nesse casamento, quero dizer, com exceção da noiva.
- Com licença! - James abriu uma pedaço da porta, só dava para ver os seus olhos – Vocês todas estão vestidas? Eu posso entrar?
- É claro que pode! - a mulher respondeu – O que é que o seu avó está querendo dessa vez? Não posso deixá-lo sozinho tomando conta de casa por nenhum minuto.
- Na verdade não é isso! - respondeu – Só vim aqui trazer mais uma pessoa para se arrumar aqui vocês.
Ele terminou de abrir a porta do quarto, permitindo que a garota no local. Ela parecia um pouco sem jeito nesse momento.
- Rose! - Lilian correu para abraçá-la – É muito bom ver você aqui.
- Oi Lilly! - estava começando a se sentir sufocada com aquele abraço – Se você não se importa, eu estou começando a ficar sem ar.
- Desculpa! - riu enquanto soltava a prima.
- Eu já estou indo!- aviso – Tenho que começar a me arrumar para o casamento também.
- Pensei que fosse ficar em Hogwarts nas férias de natal desse ano Rose! - a mulher estava com um sorriso divertido no rosto – Mas, pelo visto, você mudou de idéia.
- Percebi que era bobagem continuar chateada com isso! - deu de ombros – Não poderia ficar de fora desse casamento, não é?
- Claro! - concordou – Agora você precisa se arrumar. Daqui a pouco a sua mãe está ai, acredito que você não quer chegar depois da noiva.
- Não quero mesmo! - balançou a cabeça negativamente – Mas, não tenho um vestido para usar.
- Quanto a isso, você não precisa ficar preocupada – foi até o armário e tirou o vestido de lá de dentro – Aqui está.
- Você fez um vestido para mim também! - ficou totalmente surpresa – Mas eu tinha dito que ia ficar na escola, como poderia imaginar que eu vinha?
- No fundo eu imaginava que você vinha! - explicou – Não custava nada fazer um vestido para você também. Agora vai trocar a roupa.
O vestido era exatamente igual ao das outras duas, mas na cor azul. Assim que ela estava prontas, foram se maquiar, agora só precisavam esperar os outros convidados chegarem para o início da cerimônia.
Harry já estava ficando impaciente. Já tinha dado várias voltas em círculos pelo quarto, parecia que nunca iria chegar a hora. Quando alguém abriu a porta, se virou, era James, mais uma vez, agora ele estava totalmente arrumado.
- Mamãe ligou agora pouco – avisou – Disse que só estão esperando os pais da tia Mione chegarem para poder virem.
- Essa espera já está me deixando louco! - começou a passar a mão pelos cabelos – Por mim eu já tinha casado hoje de manhã, ou até antes, mas todos faziam tanta questão dessa cerimônia toda.
- Já está quase acabando! - colocou a mão sob o ombro do pai – É só esperar mais um pouquinho.
- Eu sei disso! - suspirou pesadamente e se sentou na beirada da cama.
- Tem mais uma coisa! - pareceu se lembrar nesse momento – Não tem idéia de quem decidiu aparecer para o casamento. A Rose!
- A Rose? - agora estava ainda mais surpreso – A Mione vai ficar mesmo surpresa com isso, por mais que estivesse tentando demonstrar que estava tudo bem, sei que ela estava chateada que a filha não iriai estar o casamento.
- Também vim aqui avisar que é melhor você descer, pai! - avisou – Os convidados estão começando a chegar e querem te cumprimentar.
Quando chegou ao andar debaixo pouco convidados tinha chegado. O moreno foi falar com cada um deles antes de assumir o seu lugar no altar.
Assim como o seu futuro marido, Hermione também estava incrivelmente nervosa. Já tinha se casado outra vez, mas na época estava bem mais tranqüila, Rony sempre foi um grande amigo e passaram anos maravilhosos juntos, mais Harry era o cara que ela amava e pensar na idéia de que ia passar o resto da vida ao lado dele a deixava com o estômago embrulhado.
- Oi Mione! - Gina parecia um pouco incerta ao entrar. A mulher estava usando um largo vestido vermelho que deixava em evidencia a sua barriga de quatro meses de gravidez – Os seus pais já chegaram, só estamos esperando você para poder irmos para a Toca.
- Vamos sim! - suspirou profundamente antes de caminhar em direção a porta – Quantos mais rápido começar o casamento mais rápido terminar, mal posso me esperar para me livrar disso.
- Você está bem Mione? - fez a cunhada se virar para ela – Está parecendo um pouco estranha.
- Só estava me lembrando de quando eu me casei com o Rony! - deu de ombros – Estava tudo tão diferente.
- É claro que estava! - deu um leve riso – Afinal, já faz mais de vinte anos desde que isso aconteceu.
- É verdade! - ficou encarando os próprios sapatos – O Rony estava vivo e sentíamos que não poderíamos ser mais felizes. Apesar de ainda não termos as crianças.
- A única coisa que continua igual é que eu também estava grávida no dia do seu casamento com o Rony! - lembrou, enquanto passava a mão pela barriga – Embora o pai do meu bebê seja outra.
- Acho que tem algumas coisas que nunca mudam! - não pode deixar de rir nesse momento – Mas é incrível como em poucos anos todas as coisas estão diferentes.
- Você tem razão! - concordou com a cabeça – Mas Mione, só não me diga que você está pensado em não se casar.
- É claro que não estou pensando nisso! - achou essa idéia completamente absurda – Nunca faria uma coisa dessas.
O senhor Granger estava esperando no pé da escada. Abriu um enorme sorriso no momento em que viu a filha.
- Você está maravilhosa, minha filha! - segurou a mão dela para ajudá-la a terminar de descer.
- Obrigada pai! - pareceu um pouco sem jeito.
- Sua mãe está esperando no carro! - avisou – Já está na hora de irmos, as noivas costumam chegar tarde ao casamento, mas não precisa exagerar.
A morena também recebeu o cumprimento da mãe antes de entrar no banco de trás do carro. Logo eles estavam indo em direção a casa da família Weasley.
- Molly me disse que a Rose decidiu vir para casa – a senhora Weasley comentou – Você deve estar muito feliz com isso.
- A Rose está ai? - agora não estava entendo mais nada – Ninguém tinha me falado nada sobre isso.
- Eu ia te contar na hora em que fui te chamar! - a ruiva explicou – Mas achei que seria uma surpresa legal para a hora em que você chegasse lá.
Hermione não pode deixar de abrir um enorme sorriso nesse momento, essa cerimônia seria melhor do que esperava.
Chegaram ao local e entraram, diretamente na casa. Nesse momento, todos já estavam no jardins.
- Mamãe! - Mel foi caminhando em direção a eles e abraçou as pernas da morena – Saudades!
- Eu também estava com saudades suas, minha pequena – a pegou no colo – Passar o dia todo longe de você foi terrível para mim.
Foi nesse momento que ela viu sua filha mais velha sentada no sofá conversando com a prima. Aproximou-se dela lentamente.
- Oi filha! - deu um sorriso meio incerto.
- Mãe! - se levantou e foi abracá-la também – Me perdoa por todas as coisas idiotas que eu falei a respeito do seu namoro com o tio Harry. Eu só estava nervosa naquele dia e fui cabeça dura para admitir logo depois.
- Tudo bem, minha filha! - enxugou as lágrimas que caiam do seu rosto, por sorte a maquiagem que usava era a prova d'água – Eu nunca poderia ficar com raiva de você. Você é o meu bebê, eu te amo!
- Eu também te amo, mamãe! - disse – Eu te amo muito!
- Detesto interromper esse momento fofo! - Gina disse – Mas eu preciso ir avisar que você já está aqui.
- Tudo bem! - se ajeitou melhor – Pode ir lá.
- Eu vou junto com ela! - a senhora Granger avisou – Vou estar esperando por você lá no altar.
- Vocês ficam esperando aqui na porta – avisou - Assim que escutarem a marcha nupcial, podem entrar.
Não demorou muito até a música começar a tocar do lado de fora. As damas de honra foram as primeiras a entrar seguida pela noiva, que estava de braços dados com o pai. Assim que chegou ao altar, o futuro marido foi recebê-la.
- Você está linda, Mione! - deu um beijo no topo da cabeça dela.
- Obrigada! - ela estava com um enorme sorriso nos lábios – Você também está muito bem, meu amor.
Então, a cerimônia começou, todos os convidados estavam assistindo atentamente a tudo. Harry olhou para a morena e viu que ela tinha algumas lagrimas se formando no canto do olho.
- Hermione Jane Granger! - o padre disse, de repente – Você aceita Harry James Potter como seu legítimo esposo?
- Sim! - respondeu, sem nem pensar duas vezes.
- Harry James Potter! - continuou – Você aceita Hermione Jane Granger como sua legítima esposa?
- É claro que sim! - respondeu, também.
Logo eles trocaram alianças e foram declarados marido e mulher. Em menos de um segundo tudo foi transformado em uma grande festa.
- Peço atenção de todos! - Jorge estava encima do palco e ampliou a sua voz com a ajuda da varinha – O senhor e a senhora Potter vão fazer a primeira dança como marido e mulher.
Todos bateram palmas e o casal foi para o centro da pista de dança aonde começou a tocar uma música. Logo em seguida, várias pessoas se juntaram a eles.
- Aceita a honra de dançar comigo, irmãzinha? - James estendeu a mão em direção a irmã – Eu prometo que não vou pisar no seu pé.
- Tudo bem! - revirou os olhos – Vamos lá.
Os dois se afastaram em direção aos outros que também dançavam. Alvo e Rose ficaram sozinhos sentados a mesa.
- Por que a gente não vai dançar também? - o garoto sugeriu – Acho que é melhor que a gente ficar aqui sentado.
- Tem razão! - deu de ombros – Vamos até lá dançar. Acho que pode ser divertido.
Quando chegaram ao centro da pista de dança. O garoto colocou os braços em volta da cintura da prima, que colocou os seus em volta do pescoço dele.
- Eu fiquei mesmo muito surpresa por você estar aqui! - começou a falar – Mas confesso que fiquei feliz por você estar aqui.
- Também estou feliz por estar aqui! - garantiu – Acho que nunca iria me perdoar se tivesse perdido o casamento da minha mãe.
- E pelo jeito você também já aceitou o relacionamento dos dois – passou a mão pelo rosto dela – Isso foi mesmo maravilhoso.
- Você é mesmo uma das pessoas para quem eu tenho pedir desculpas – comentou – Por todas as coisas idiotas que eu disse.
- E eu te perdôo Rose! - respondeu – Nós dois nunca deveríamos ter terminado o nosso namoro.
Sem dizer mais nada, Alvo a beijou e a garota, imediatamente correspondeu. Quando se separaram, ficaram algum tempo se encarando.
- Rose... - suspirou pesadamente, sem deixar de encará-la – Eu queria saber se você...
- Com licença! - vivaram-se e encontraram Harry olhando para os dois – Será que eu posso dançar com a minha nova filhinha?
- Claro! - Alvo concordou e se afastou dela.
- Você parece bem feliz! - o homem começou a falar – Isso é mesmo muito bom, você está feliz.
- Eu só queria dizer uma coisa, tio Harry! - suspirou pesadamente antes de falar outra vez – Nunca deveria ter dito que vocês estavam desonrando a memória do meu pai com esse namoro.
- Tudo bem Rose! - respondeu, com calma – Você perdeu o seu pai a pouco tempo é normal agir assim, principalmente pela sua mãe estar namorando o melhor amigo dele.
- Isso não foi correto! - garantiu – Só queria dizer que eu desejo que vocês dois sejam muito felizes.
- Obrigado! - deu um beijo no topo da cabeça dela – É muito importante estar ouvindo isso, também estarei aqui para o que você precisar.
- Sei disso! - garantiu – Pai!
A festa continuou até bem tarde. Já era quase de madrugada quando os últimos convidados foram embora. Os únicos que ainda estavam no local eram o senhor e a senhora Weasley, o senhor e a senhora Granger, Victor Krum e Gina, Harry e Hermione e seus filhos.
- Crianças! - dono da casa começou a falar – Temos uma coisa para falar com vocês, é muito importante.
Eles ficaram ouvindo atentamente.
- Acontece que o natal esse ano vai ser um pouco diferente dos outros – a mulher começou a explicar – Carlinhos não conseguiu férias para vir da Romênia; Gui e Fleur vão para a França passar o natal com os pais dela; Jorge e Angelina vão fazer uma viagem para a América do sul; e Percy, quando ficou sabendo que os irmãos não vem, disse que prefere ficar resolvendo alguns problemas no ministério.
- E nós dois estaremos na viagem de lua de mel! - Harry explicou – Vamos amanhã e só voltamos na primeira semana de janeiro.
- E vocês sabem o quanto essa gravidez me incomoda – a ruiva continuou – E estou com vontade de passar o natal em casa.
- Por isso queremos sugerir que vocês quatro passem o natal em Hogwarts – a matriarca continuou – Vai ser muito mais divertido.
- Adorei a idéia! - Lilian deu um enorme sorriso – Nunca passei o natal em Hogwarts, vai ser legal ficar quase sozinha no salão comunal.
- Por mim! - Alvo deu de ombros – Eu também posso ir para Hogwarts agora.
- E quanto a vocês dois? - virou-se para Rose e Hugo nesse momento – Querem ir para Hogwarts para passar o natal?
Os dois continuaram em silêncio. Então, a garota virou-se para os seus avós maternos.
- Vocês não vão passar o natal aqui na Inglaterra? - Rose quis saber – Nós poderíamos passar o natal com vocês dois.
- Estamos voltando para Sidney amanhã! - o homem explicou – Não fechamos o escritório, só viemos para o casamento.
- Que pena! - Rose ainda se lembrava de quanto tinha cinco anos e foi passar o natal na Austrália junto com os pais e o irmãozinho, foi muito divertido – Então eu não vejo por que, não podemos ir.
- Perfeito! - a mulher se levantou – Vou mandar uma carta para McGonagal amanhã cedo para ela se preparar para esperá-los na hora do almoço.
Logo o senhor e a senhora Granger foram embora, Victor e Gina foram em seguida. Harry e Hermione decidiram passar a noite na Toca para poderem sair direto para a lua de mel e as crianças também ficaram lá.
No dia seguinte pela manhã tudo estava normal. O casal terminou o café da manhã e saíram para poder chegar cedo ao aeroporto, mas não antes de se despedirem dos filhos.
- Tchau meus queridos! - a morena abraçou os dois filhos mais velhos e deu um beijo no topo das suas cabeças – Me mandem uma carta lá de Hogwarts no natal, assim que chegarmos eu conto todas as novidades.
- Pode deixar! - garantiram.
- E você, minha pequena! - pegou Mel no colo – Obedeça os seus avós, não dê muito trabalho para eles.
- E vocês dois também se cuidem! - Harry também estava falando com os filhos – Vou trazer vários presentes para vocês.
- Oba! - exclamaram ao mesmo tempo.
Logo depois do almoço, eles foram para a sala para poder utilizar a rede flú. Surgiram na sala da diretora McGonagal.
- Eu estou indo para o salão comunal! - Lilian começou a saltitar pelo corredor – Vou aproveitar aquele lugar totalmente vazio. Vejo vocês mais tarde.
- Rose! - o garoto mais velho disse – Será que a gente pode conversar lá fora nos jardins?
- Podemos sim! - concordou com a cabeça – Hugo, leva as suas coisa lá para o dormitório.
Eles dois foram caminhando em direção ao lado de fora do castelo. Quando chegaram lá, encontraram Andrew sentado em um dos bancos.
- Rose! - deu um enorme sorriso assim que viu a namorada – Pensei que você fosse passar o natal na casa dos seus avós, agora que está falando com a sua mãe novamente.
- Uma pequena mudança de planos! - deu de ombros – Todos nós voltamos para cá antes.
- Que legal! - respondeu.
- Vou deixar vocês dois sozinhos! - Alvo avisou – Vejo você depois no salão comunal, Rose.
- Pensei que você quisesse conversar uma coisa comigo! - achou a atitude do primo muito estranha.
- Conversamos depois! - garantiu – Pode ficar ai aproveitando o seu namorado.
Ele saiu, então a garota virou-se para o namorado. Tinha achado aquilo tudo muito estranho.
- Pelo visto o casamento foi muito divertido! - Andrew comentou, quando ela sentou-se ao seu lado.
- Foi mesmo! - concordou com a cabeça – Andrew, eu tenho que ser sincera com você, eu e o Alvo nos beijamos.
- Oh! - foi tudo que ele conseguiu dizer.
- Eu sempre fui sincera com você – continuou – Nunca deixei de amar o Alvo e só comecei a namorar você para poder fazer ciúmes nele.
- Sei muito bem disso! - suspirou pesadamente – No fundo eu imaginei que você poderia se apaixonar por mim um dia, mas nunca me iludi quanto a isso.
- Por isso eu quero terminar o nosso namoro! - completou – Agora que as coisas se resolveram, percebi que não vou conseguir ficar separada do Alvo.
- Tudo bem Rose! - concordou – Só quero que você saiba que esse foram os melhores meses da minha vida.
Ela o abraçou, apesar de tudo os dois continuariam a ser amigos. Em seguida, a garota saiu em direção ao salão comunal da Grifinória. Os outros três estavam sentados em frente a lareira.
- Oi Rose! - o mais velho comentou – Você voltou cedo, pensei que fosse ficar lá com o seu namorado até a hora do jantar.
Rose não disse mais nada, apenas o beijou novamente. Alvo ficou totalmente surpresa, mas, mesmo assim, correspondeu.
- O que foi isso Rose? - praticamente gritou – Você está namorando o Andrew, por mais que eu não goste dele por ele ser amigo do Malfoy, não é legal que você o traia.
- O Andrew não é mais meu namorado! - respondeu – Terminei com ele, depois do nosso beijo de ontem, percebi que é você que eu amo, Al, somente você.
- Eu também te amo Rose! - ele completou – Mas, você tem certeza de que é isso que você quer? Não vou ficar chateado se ficarmos sendo somente amigos, afinal de contas, somos primos, precisamos nos dar bem mesmo, ainda mais agora somos “irmãos”.
- Eu não quero quero ser sua irmãzinha! - foi se aproximando ainda mais dele – Quero ser sua namorada novamente, nunca deveria ter terminado com você, ainda mais por uma besteira dessas.
- Estão está bem! - suas bocas estavam a centímetros uma da outra – Eu aceito ser seu namorado novamente.
Os dois se beijaram novamente. Os outros dois estavam apenas observando, totalmente chocados.
- Acho que eu vou para os meu dormitório! - Lilian se levantou – Não tenho vocação para ser vela.
- Concordo com você, prima! - foi Hugo quem se levantou agora – Também vou para o meu dormitório.
Mas dois nem notaram que seus irmãos tinha saído do local, estavam muito concentrados um no outro. Afinal, tinham três meses de tempo perdido para recuperar.
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