Agora só faltam os filhos

Agora só faltam os filhos



Já se passaram quatro meses desde o almoço na Toca e estava tudo bem para Harry e Hermione, que pareciam cada dia mais apaixonados. A essa altura, todos já estavam sabendo do namoro dos dois, exceto seus filhos.


Tinham decidido que só iriam contar quando eles estivessem em casa, pois seria melhor uma conversa ao vivo. Tinha conseguido convencer o restante dos Weasley a não comentar nada com os filhos que ainda estavam na escola e também fizeram com que nada sobre o relacionamento saísse em nenhum jornal bruxo, tudo para que a noticia não chegasse aos ouvidos das crianças.


E agora eles estavam ali, a uma dia do início das férias de verão. Ainda não sabiam exatamente como dariam a noticia.


Hermione já estava na cozinha terminando de tomar o seu café da manhã, tinha deixado Harry dormindo mais um pouco, ele parecia muito cansado. Quando terminasse de comer iria chamá-lo.


De repente, o moreno apareceu na porta, trazendo a filha no colo.


- Bom dia! - disse, sorrindo – Olha só quem eu encontrei quase pulando de dentro do berço.


- Bom dia, meu amor! - deu um beijo namorado antes de tirar Mel dos seus braços – Acho que deveríamos começar a pensar em comprar uma cama para ela. Morro de medo que um dia ela resolva pular do berço e se machuque.


- Acho que podemos esperar um pouco mais! - ele comentou enquanto se sentava – Eu e Gina só tiramos as crianças do berço depois que eles fizeram dois anos, antes achávamos que estavam muito pequenos e podiam cair da cama durante a noite.


- É só colocar uma grade em volta da cama, mas não nela toda, deixando um espaço para que ela possa sair sozinha – explicou – Foi assim que eu fiz com a Rose e o Hugo.


- Faça como achar melhor então! - completou – Confio plenamente em você, meu amor.


- Sabe, Harry – ela decidiu mudar de assunto – Eu estava pensando em como contaremos para os nossos filhos que estamos juntos agora.


- Não precisamos pensar nisso agora! - falou – Eles só chegam em casa amanhã, então começamos a nos preocupar.


- Eu pensei que podíamos fazer um jantar com todos eles, no próximo final de semana – sugeriu – Acho que é muito melhor contarmos com eles todos juntos.


- Para mim parece uma boa idéia! - deu de ombros – Mas então quer dizer que vamos precisar continuar a agir como se fossemos somente amigos durante a semana que vem inteira?


- Essa era a idéia! - respondeu – A não ser que você queira que Rose e Hugo descubram sobre o nosso namoro da pior maneira possível.


- Isso não é justo! - fingiu-se de bravo – Não vou agüentar ficar longe de você por muito tempo.


- Só vamos precisar começar a fingir amanhã a noite! - foi se aproximando perigosamente do moreno – Ainda temos muito tempo para nos “despedirmos”.


- Gosto da maneira como você pensa, Mione! - tinha um sorriso maroto nos lábios – Eu gosto mesmo.


- Que bom! - concordou, sorrindo da mesma maneira.


Então ele a beijou profundamente. Logo que se separaram, o homem começou a tomar o seu café da manhã e ela foi preparar a comida da filha.


Já era de noite e os dois estavam deitados na cama, esperando que suas respirações voltassem o ritmo normal. Tinham feito amor três vezes seguida e estavam completamente exaustos.


- Acho que essa foi uma bela despedida! - Harry comentou, depois de algum tempo – Pelo menos até a semana que vem. Você não acha?


- Com certeza! - concordou com a cabeça – Mas, quem sabe, a gente consiga fazer isso de novo amanhã antes de sair para a King Cross.


- Acho essa idéia excelente! - a puxou para mais perto – Eu te amo, Mione. Sei que já repeti isso milhares de vezes antes, mas acho que nunca vou me cansar de dizer isso.


- Eu também te amo, Harry, e também nunca vou cansar de te ouvir dizer essas palavras – deu um selinho nele – Sabe o que eu estava pensando? Como teria sido as nossas vidas se tivéssemos confessado nosso amor, um pelo outro, quando ainda estávamos em Hogwarts.


- Provavelmente teríamos começado a namorar no quinto ano, mesmo com toda aquela confusão de volta de Voldemort e o início da segunda guerra bruxa – começou a falar, com bastante naturalidade – Depois, no sexto ano, continuaríamos juntos e estaríamos cada dia mais apaixonados, talvez até seriamos eleitos o casal modelo de Hogwarts. O único problema é que eu terminaria com você depois da morte de Dumbledore com medo de Voldemort fazer alguma coisa com você para me atingir.


- Você realmente pensou em toda essa história! - ela não pode deixar de rir – Deveria escrever um livro, tenho certeza de que faria sucesso.


- Então, teríamos ido caçar as horcruxes e eu tentaria resistir a você o máximo que pudesse, mas seria totalmente impossível – continuou, como se a morena não tivesse falado nada – Com o fim da guerra voltaríamos a namorar, então nos casaríamos e teríamos cinco filhos e seríamos felizes para sempre.


- Cinco filhos? - gritou de espanto – Você só pode estar ficando maluco, Harry James Potter.


- Qual é o problema! - deu de ombros – Você tem sorte de eu não ter dito sete filhos, imagine só, o nosso próprio time de quadribol.


- Acho que você tem passado tempo demais na Toca! - revirou os olhos.


- Mas sabe de uma coisa, já temos mesmos seis filhos, se formos juntar os meus e os seus – lembrou – É só termos um bebê, totalmente nosso, e já teremos o nosso time de quadribol particular.


- Como eu já disse, adoraria ter um outro bebê com você – colocou os braços em volta do pescoço dele – Quem sabe um dia.


- Ou, quem sabe agora – a beijou e começou a deitar por cima da mulher, então ela o afastou.


- Sabe de uma coisa! - começou a falar – Eu estou começando a ficar com fome. Você acabou, completamente com as minhas energias.


- Também, nós ainda nem jantamos – lembrou.


- Ai meu Merlim! - gritou enquanto se virava em direção ao relógio que estava na mesinha – Já são nove e meia.


- Estamos a uma hora e meia – espantou-se também – Nós nem vimos o tempo passar.


- Acho melhor irmos ver como a Mel está! - comentou enquanto se levantava – A nossa pequenininha deve estar morrendo de fome.


- Concordo! - ele também se levantou – Vamos até lá.


Então, eles colocaram suas roupas e foram até o quarto de Mel. A menina estava sentada no tapete de espuma e brincando com sua boneca, da mesma maneira que a tinham deixado.


- Acho que eu vou lá fazer o nosso jantar! - Harry avisou.


- Tem certeza de que não precisa de ajuda? - a morena perguntou – Eu posso cortar alguma coisa.


- Não precisa! - garantiu – Posso fazer isso sozinho. Enquanto isso você fica aqui esperando, eu te chamo quando estiver tudo pronto.


No dia seguinte, o casal assistiu a um filme junto na televisão. E, depois do almoço, o moreno levou a filha para a pracinha brincar um pouco, pois ela estava agitada demais.


- Vamos embora Mel! - o homem disse olhando para o relógio de pulso – Já está ficando tarde.


- Não papai! - ela estava brincando na areia e tentava “construir” algo parecido com um castelo – Quero brincar mais!


- Nós temos que ir, meu bebê! - tentou explicar da maneira que uma criança de um ano iria entender – Vamos buscar os seus irmãos na King Cross. Você não está ansiosa para ver a Rose e o Hugo.


- Mas brincar é legal, papai! - insistiu.


- Amanhã você pode voltar! - completou – Prometo que vou te trazer aqui depois do almoço. Agora podemos ir?


- Sim! - esticou os braços para que ele pudesse pegá-la no colo.


No momento em que entraram em casa, Hermione veio descendo as escadas, já arrumada. Ela não parecia estar muito feliz.


- Finalmente vocês dois apareceram! - comentou se aproximando deles – Pensei que fosse ter que ir sozinha.


- Relaxa, meu amor! - deu um beijo na bochecha da namorada – Ainda temos bastante tempo para sairmos.


- Então você vai ter que dar banho nela! - avisou – Eu já estou pronta e ela está toda cheia de areia.


- Pode ficar tranqüila, Mione! - garantiu – Estaremos prontos em meia hora.


- Acho bom mesmo! - cruzou os braços – Ou então, eu vou para a King Cross sozinha.


Harry subiu as escadas rapidamente e entrou com Mel no banheiro. Deu banho na filha e depois foi para o quarto dela escolher um roupa.


- Não quero esse papai! - a menina negou com a cabeça quando ele lhe mostrou um vestidinho rosa.


- Mas, Mel, nós não temos muito tempo – lembrou – Diz logo o que você quer usar? Pode falar para o papai.


- Isso! - ela mostrou um dos seus pijamas favoritos.


- Eu sei que você gosta dessa roupa, meu bem – suspirou pesadamente – Mas você agora já é uma menina grande, não pode sair mais de pijama na rua.


Por fim, Mel aceitou colocar a roupa que o homem tinha escolhido. Depois ele foi ao seu quarto e colocou uma camisa e uma calça jeans. Como tinha dito, em menos de meia hora estava na sala.


- Podemos ir Mione! - avisou.


Chegaram a King Cross ainda faltando meia hora para o expresso Hogwarts chegar. Eles atravessaram a passagem secreta para a plataforma 9 ½, aonde várias famílias já estavam esperando. Começaram a caminhar pelo local, até que viram uma mulher ruiva vindo em direção a eles.


Oi Harry! Oi Mione! - foi abraçar os dois – Parece que a gente só se vê aqui na King Cross buscar ou deixar as crianças. Vocês não vão almoçar na Toca desde aquele dia em que contaram que estão namorando.


- Nós sabemos que estamos devendo uma visita lá! - Harry explicou – Mas você sabe como é, o final de semana é o único momento em que temos para ficarmos juntos, precisávamos aproveitar não é? - deu um beijo no topo da cabeça da morena.


- Tudo bem! - ela disse, por fim – Dessa vez eu deixo passar.


- Vamos voltar a aparecer em todos os almoços na Toca durante o verão! - Hermione garantiu – Até por que as crianças vão estar aqui e eles vão fazer questão de ir na casa dos avós.


- Por falar neles! - a outra voltou a falar – Vão contar para as crianças que vocês estão juntos hoje?


- Ainda não! - a morena respondeu – Não vamos jogar a bomba em cima deles logo no dia em que chagam em casa.


- Estávamos pensando em dar um jantar para eles! - o homem respondeu – O que você acha disso, Gina?


- É uma boa idéia! - concordou com a cabeça – É só me avisar o dia que eu levo o James, o Alvo e a Lilian.


O trem vermelho parou na plataforma 9 ½. Assim que as portas se abriram, vários alunos começaram a sair procurando suas famílias.


A primeira que apareceu foi Lilian, ela se despediu das amigas e foi correndo abraçar a mãe.


- Finalmente esse semestre letivo acabou – ela disse em seguida – Nunca pensei que as matérias novas que eu peguei fossem ser tão cansativas.


- Quais foram as matérias novas que você pediu esse ano Lilian? - Hermione quis saber.


- Trato de Criaturas Mágicas e Runas Antigas! - respondeu – Hagrid é um ótimo professor e eu gostei muito da matéria. Já aqueles símbolos de Runas Antigas eram bem difíceis de decifrar, por sorte eu consegui passar.


- Eu fiz Runas Antigas quando estava em Hogwarts e fiquei muito triste quando Rose não quis fazer quando entrou no terceiro ano. Pelo menos ela pegou Aritimância – comentou – Se você quiser eu posso te ensinar Runas Antigas, Lili!


- Eu vou adorar, tia Mione! - sorriu – Podemos combinar um dia para eu ir até a sua casa.


- Vamos combinar sim! - concordou com a cabeça – Tenho que procurar todas as minhas anotações sobre Runas que eu tenho da época de Hogwarts.


- Não acredito que você ainda tem todas as suas anotações da época da escola? - Harry pareceu espantado.


- A gente nunca sabe quando vai precisar delas no futuro, não é mesmo? - deu de ombros – Se eu tivesse jogado tudo fora, não poderia ajudar Lilian agora.


- Mãe! - a menina decidiu mudar de assunto – Aonde está o Krum? Por que ele não veio nos buscar aqui com você?


- O Victor está na Bulgária até a semana que vem! - explicou – Você sabe que ele está para se aposentar do quadribol, e precisa ir lá assinar alguns papéis.


- E o que ele vai fazer depois de parar de jogar quadribol? - foi a morena quem quis saber.


- Ele está querendo virar treinador – explicou – Mas espero que ele encontre emprego em um time que seja aqui perto, detesto quando ele tem que ficar viajando toda hora.


- Boa noite família! - James disse assim que se aproximou, parecia que ninguém tinha notado sua presença – Vocês estão olhando para o mais novo bruxo formado em Hogwarts.


- Parabéns, meu filho! - Harry abraçou o garoto com bastante força – Você sabe que agora você tem muito mais responsabilidades.


- É claro que eu sei disso! - garantiu – É por isso que eu digo, vão ser menos brincadeiras a partir de agora.


- Essa eu quero ver! - a ruiva revirou os olhos – Conheço muito bem o meu filho, não tem como acreditar somente em uma promessa.


- E qual carreira você pretende seguir agora? - o moreno perguntou – Você já tem alguma idéia, não é mesmo?


- É claro que sim! - respondeu – Agora eu só preciso esperar o resultado dos meus N.I.E.M's chegar.


Não demorou muito para Hugo aparecer. Alvo e Rose foram os últimos a chegar, o jovem casal estava de mãos dadas.


- Acho que já podemos ir agora, não é mesmo? - Hermione comentou – A Mel já está começando a ficar com sono – apontou para a filha caçula, que estava com a cabeça apoiada no seu ombro e os olhos quase fechados.


- Claro! - o homem concordou – Eu já ia me esquecendo, eu e Hermione queremos marcar um jantar com todos os nossos filhos, na semana que vem.


- E para que é esse jantar, pai? - foi Alvo que quis saber.


- Não tem motivo nenhum! - respondeu – Só queremos reunir os nossos filhos em uma noite bem agradável.


- Acho que o Al tem razão! - a menina mais velha foi em defesa do namorado – Vocês não iriam marcar um jantar assim se não tivessem alguma coisa para falar.


- Talvez a gente tenha mesmo alguma coisa para falar – decidiu admitir – Mas vocês só vão ter certeza no jantar. Sábado que vem, então?


- Claro! - os cinco responderam ao mesmo tempo.


Logo eles chegaram a casa dos Potter/Granger-Weasley. Eles pediram uma pizza para o jantar e assim que terminaram Rose e Hugo foram dormir, pois estavam muito cansados.


- A Mel já esta dormindo! - a mulher veio descendo as escadas, aonde o namorado estava esperando – Ela estava com sono, mas demorou um pouco para admitir isso.


Ela sentou-se ao lado do moreno, deu um selinho em seus lábios e deitou a cabeça no seu ombro.


- Acho que eu também já estou indo dormir! - falou depois de alguns minutos – Também estou começando a ficar com sono.


- Tem certeza disso? - pareceu um pouco decepcionado – Pensei que pudéssemos ficar aqui mais um pouco, namorando.


- Você sabe que é arriscado demais, Harry! - lembrou – Imagina se Rose ou Hugo resolvem vir beber água e nos vêem aqui?


- Deveria ter colocado uma geladeira no quarto deles – se lamentou – Como é que eu não pensei nisso antes.


- Mas agora é tarde demais! - deu de ombros – É melhor cada um ir para o seu quarto, tentar ter uma boa noite de sono.


- Não sei se vou conseguir dormir direito! - estava tentando ser o mais manhoso possível – Já estou acostumada a dormir com você ao meu lado.


- Eu sei disso meu amor! - passou a mão pelo rosto do homem – Você tem que tentar, é só por uma semana, depois poderemos nos beijar a vontade.


- Então eles seguiram, cada um para o seu canto: ela para o seu quarto e ele para o quarto de hóspedes. A morena achou que fosse conseguir dormir rapidamente, mas não foi assim, precisou ler um pouco antes.


O domingo passou sem maiores novidades e logo chegou a segunda-feira. Harry acordou bem cedo e se vestiu para mais um dia de trabalho no ministério.


No momento em que chegou na cozinha, encontrou a morena de costas e fazendo alguma coisa no fogão, enquanto Mel olhava distraidamente para o seu prato. Não pensou duas vezes antes de se aproximar dela, a abraçar pela cintura e beijar o seu pescoço.


- Ai Harry! -disse depois de se recuperar – Você está querendo me matar de susto, é isso?


- E quem você pensou que fosse? - deu de ombros, tinha um sorriso divertido nos lábios – Voldemort, que voltou do além-túmulo, depois de tantos anos?


- Não é isso! - revirou os olhos – É que eu estava aqui distraída, só isso.


- Então vem aqui eu vou te acalmar! - a puxou para mais perto de si e encostou seus lábios, mas ela não correspondeu – O que foi?


- Você já se esqueceu que não podemos! - lembrou – As crianças podem aparece a qualquer momento.


Por mim eu fazia esse jantar hoje mesmo e já contava para os nossos filhos que estamos juntos – suspirou pesadamente – Então poderíamos ficar juntos a vontade.


- Vamos fazer tudo como já tínhamos combinado! - disse – É só preciso ter um pouco de calma.


Nesse momento eles ouviram passos se aproximando e se separaram no mesmo instante. Hugo entrou na cozinha e se largou em uma das cadeiras.


- Bom dia meu filho! - Hermione disse – Eu estou fazendo panquecas, você vai querer?


- Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente em resposta.


- E quantas você vai querer? - quis saber – Normalmente, quando eu faço panquecas, você come umas dez. Tem apetite igual ao seu pai.


- Eu só quero uma! - respondeu dando de ombros – Não estou com muita fome hoje.


- Tudo bem, pode começar a contar o que está acontecendo! - cruzou os braços e ficou encarando o garoto – Isso não é normal para você.


- Vocês acham que algum dia eu vou conseguir entrar no dia de quadribol? - perguntou apoiando os dois cotovelos na mesa.


Os dois morenos se entreolharam, então o homem se sentou ao lado de Hugo e pôs a mão sob o seu ombro.


- Eu sei que deve ser difícil não ser aceito no time no seu primeiro teste – começou a falar – Mas você ainda está indo para o seu terceiro ano de Hogwarts, ainda tem cinco anos para conseguir entrar no time.


- Como você pode saber como é difícil não entrar no time, tio Harry! - o olhou bem sério – Você foi o mais jovem apanhador do século, entrou no time quando estava no primeiro ano da escola.


- O meu caso foi diferente! - lembrou – Eu nem fiz o teste para o time, entrei quando a diretora McGonagal me viu voando.


- Então acho que você não sabe como eu estou me sentindo – suspirou pesadamente – Acho que eu nunca vou conseguir jogar na mesma posição do meu pai e deixá-lo orgulhoso.


- Você vai conseguir sim, Hugo! - Harry garantiu para ele – É só você ter um pouco mais de paciência e não desistir na primeira tentativa.


- E lembre-se que o seu pai só entrou no time da Grifinória quando estava no quinto ano – foi a vez da morena falar – Então não precisa ficar preocupado.


- Acho que agota eu estou um pouco mais animado! - deu um grande sorriso – Mãe, eu vou querer dez panquecas.


- Agora sim eu estou te reconhecendo! - completou, por fim.


Logo, Rose chegou na cozinha e se sentou ao lado do irmão.


- Oba, panquecas! - comentou logo em seguida – As panquecas da minha são as melhores do mundo.


- Obrigada pelo elogio, Rose! - falou, sem se virar para filha – Mas agora você pode me dizer o que você quer!


- Agora nem posso mais fazer um elogio que você já acha que eu estou com segundas intenções – fingiu-se de ofendida – Isso me magoa mãe!


- Tudo bem! - revirou os olhos.


- Mas sabe, eu estava conversando com o Al ontem de noite – continuou – E nós estávamos pensando em ir ao cinema.


- Entendi! - comentou – E quando é que você estão pensando em ir?


- Em algum dia dessa semana! - deu de ombros – Ainda temos que decidir e também ver quais sãos os títulos que estão em cartaz.


- Com tanto que não seja no sábado, que vai ser o jantar aqui em casa – respondeu – Por mim você pode ir


- Obrigada! - falou.


Então, todos eles se sentaram em volta da mesa para tomar o seu café da manhã. Pareciam mesmo uma família muito feliz.


- Eu já estou indo para o ministério! - Harry se levantou da mesa – Não imagina a quantidade de coisa que eu tenho para fazer no ministério.


- Também já estou indo! - a mulher avisou – Só tenho que deixar a Mel com a senhora Weasley.


Por causa de tudo que aconteceu com Hermione depois que a filha caçula nasceu, ela só voltou a trabalhar no inicio desse ano. Como Mel já estava um pouco mais velha foi direto para creche, mas agora ela estava de férias e a morena precisava deixá-la na Toca com a avó.


- Se você quiser eu posso ficar com a Mel para você mãe! - a garota mais velha comentou – Assim você não precisava ir na Toca, pode ir direito para o ministério.


- Você tem certeza de que consegue cuidar dela, minha filha? - perguntou.


- Eu consigo sim! - garantiu – Afinal, não tem necessidade de ir até a Toca comigo e o Hugo em casa.


- Bom, então nesse caso eu vou junto com você, Harry! - avisou – Qualquer você pode me mandar uma coruja no ministério e se for muito urgente, é só ligar no meu celular.


- Esta bem mãe! - revirou os olhos – Qualquer coisa o Hugo me ajuda aqui.


- Então, tchau para vocês dois – se despediu dos filhos mais velhos e se virou para a caçula – E você, minha pequena, faça tudo que a sua irmã manda.


Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente.


Os dois saíram e, em menos de vinte minutos estavam chegando ao ministério. Foram para a entrada de funcionários, se reencontraram no átrio e foram em direção aos elevadores.


- Tchau meu amor! - Hermione deu um selinho no namorado quando o elevador parou no andar aonde ficava o departamento de regulamentação das leis mágicas.


- Tchau, Mione! - disse – A gente se vê mais tarde.


Eles seguiu até o andar aonde ficava o quartel general do Aurores. Caminhou até a mesa de sua secretária.


- Bom dia Jamie! - acenou a cabeça para ela – Tem alguma coisa, urgente, que eu precise fazer hoje.


- Bom dia senhor Potter! - ela disse entregando algumas folhas de pergaminho – O ministro quer receber, o mais rápido possível, a missão da última missão no norte da Irlanda.


- Tive que recolher algumas informações com os aurores que estavam nessa missão – explicou – Se ele voltar a perguntar, diga que mando o relatório para ele antes das dez horas da manhã.


- E mais uma coisa! - chamou, fazendo que ele parece na metade do caminho em direção a sua sala – O ministro também disse que precisa que cinco aurores sejam enviados para a região próxima a Oxford. Parece que alguns bruxos das trevas foram vistos por lá.


- Irei fazer uma lista e envio para ele também – completou.


Harry conseguiu terminar o relatório e ainda conseguiu fazer uma lista com cinco Aurores, que estavam há mais tempo sem fazer trabalho de campo, para pode participar dessa nova missão. Depois enviou tudo para o ministro.


Agora que ele já tinha feito tudo, estava vendo alguns papéis que estavam em sua mesa, era Hermione.


- Eu consegui dar uma escapada lá no meu departamento – explicou – Então vim até aqui saber se você quer ir almoçar comigo hoje.


- Infelizmente, vou ter que negar esse convite! - respondeu – Combinei de ir almoçar com o Ted hoje. Ele disse que tem uma coisa para falar comigo.


- Então está bem, eu te deixo me trocar pelo seu afilhado – riu, levemente – Afinal, você não o vê muito, mesmo trabalhando aqui no ministério.


- Ele costumava ir jantar comigo quando estava naquele apartamento – lembrou – Mas depois que eu fui para a sua casa te ajudar com a Mel, ele disse que não queria atrapalhar.


- Diz que ele pode ir jantar lá em casa quando quiser! - disse – Vou ficar muito feliz em recebê-lo, e pode levar a Victorie também.


- Vou falar! - concordou com a cabeça.


- Já que é assim, estou pensando em ir almoçar em casa – explicou – Quero ver se está tudo bem, com a Rose e o Hugo tomando conta da Mel.


- Vai até lá sim, meu amor! - disse – E leva o carro – entregou a chave para ela.


- Obrigada! - colocou a chave no bolso – Mas agora me diga outra coisa. Você está muito ocupado agora?


- Para falar a verdade, eu estou sem nada para fazer – deu um sorriso maroto – Você está pensando em alguma coisa para ocupar o meu tempo.


- Na verdade, eu estava pensando sim! - aproximou-se dele e sentou no seu colo – Já que nós dois não podemos ficar juntos lá em casa.


Hermione não disse nada e o beijou. Colocou os braços em volta do pescoço dele, que passou os seus em volta da cintura da mulher, antes de aprofundar o contato. Ela se ajeitou no seu colo e os dois gemeram, estavam tão entretidos que nem repararam quando a porta da sala foi aberta.


- Pai! Tia Mione! - alguém gritou, fazendo com que eles se separassem imediatamente.


- James! - moreno falou enquanto encarava o filho – O que você está fazendo aqui?


- Vim aqui te fazer uma surpresa! - disse – Mas, pelo visto, que foi surpreendido aqui fui eu.


- Acho que eu vou voltar para a minha sala, ainda tenho algumas coisas para fazer antes de sair para o almoço – a morena se levantou e ajeitou a roupa – Assim vocês dois também podem conversar.


Ela saiu e os dois ainda ficaram algum tempo se encarando, esperando pareciam querer saber quem iria falar primeiro.


- Por que você não se senta? - Harry indicou a cadeira na sua frente – Assim eu posso te explicar tudo.


- Claro! - sentou-se – Pode começar a falar.


- Eu e sua tia Mione, estamos namorando! - falou, por fim.


- Isso eu já estava imaginando! - falou – Afinal, você não tem muita cara de quem só fica, pai.


- Só quero deixar claro mais uma coisa! - pediu – Nós não estávamos juntos enquanto eu estava casado com a sua mãe, nem enquanto o Rony estava vivo.


- Eu acredito em você, pai! - confirmou com a cabeça – Se você assim vocês não teriam demorado tanto tempo assim para assumir.


- Mas eu posso dizer que eu estou muito feliz – garantiu – E a Mione também, para falar a verdade, acho que eu não a vejo tão feliz desde antes do seu tio Rony morrer.


- Então é para isso o jantar de sábado? - deduziu – Para contar que vocês dois estão namorando?


- É sim! - concordou com a cabeça.


- E a minha mãe? - perguntou mais uma vez – Ela já sabe que vocês estão juntos? O que ela falou.


- Sabe sim, seus avós e seus tios também, todos eles aceitaram muito bem – respondeu – Já estamos juntos há quatro meses.


- Tanto tempo assim? - se espantou – Não consigo acreditar como foi que nós não ficamos sabendo.


- Eu e Mione cuidamos para que vocês não ficassem sabendo! - explicou – Queríamos contar nós mesmo, pessoalmente.


Ficou em silêncio esperando por alguns minutos esperando que James falasse alguma coisa, mas o garoto permaneceu mudo.


- Você está chateado comigo? - perguntou, parecendo um pouco inseguro.


- É claro que não! - respondeu – O importante é que vocês dois estão felizes e eu também estou feliz por você.


- Isso é muito importante para mim! - disse – Eu quero te pedi para você manter segredo dos seus irmãos. Eles não são tão maduros quanto você, prefiro contar tudo que está acontecendo.


- Pode deixar que o seu segredo está a salvo! - garantiu – Acabei de ser chamado de responsável, isso é raro.


- Agora que você é formado em Hogwarts vai ser muito mais responsável! - afirmou com a cabeça – Mas você ainda não disse o que veio fazer aqui?


- Eu vim deixar os meus papeis no departamento de aurores – respondeu – E eles disseram que só precisam do meu resultado nos N.I.E.M's para poder começar o treinamento.


- Não sabia que você queria seguir a carreira de auror! - ficou surpreso – Nunca tinha comentado isso.


- Eu evitava pois não queria causar a ira da minha mãe – revirou os olhos – Já sei que vou ouvir muito quando ela souber que quero ser auror.


- Sua mãe nunca foi fã de sair para caçar bruxo das trevas e você não tem idéia do quanto eu sofri por isso – suspirou pesadamente – E acho que depois do que aconteceu com o Rony, isso piorou.


- Sei de tudo isso – concordou – Mas acho que não me vejo seguindo nenhuma outra profissão. Desde que te via saindo para trabalhar, quando era pequeno, imaginava fazer a mesma coisa.


- Mas saiba que eu fico feliz por meu filho estar seguindo os meus passos – admitiu – E tenho certeza de que sua mãe também vai sentir muito orgulho de você.


- Obrigado, pai! - completou – Acho melhor eu ir embora. Não quero te atrapalhar com o seu trabalho. Eu te vejo no sábado.


- Está bem! - sorriu enquanto ele caminhava até a porta – Eu te vejo no sábado.


Quando o relógio bateu meio dia, Harry foi para o restaurante encontrar o seu afilhado. Já estava olhando o cardápio quando Ted chegou.


- Oi Harry! - ele se sentou na cadeira vazia – Fico muito feliz que você tenha aceitado o meu convite para almoçar.


- Não poderia perder isso por nada! - respondeu – Afinal, você é meu afilhado e quero estar sempre presente na sua vida.


- Com licença, senhores! - o garçom se aproximou – Já querem fazer os seus pedidos?


- Sim! - foi Harry quem respondeu.


Então eles pediram os pratos e as bebidas e o garçom anotou tudo no seu caderninho.


- Já venho trazer as bebidas! - avisou antes de sair.


- Hoje mesmo eu estava comentando com a Mione! - o de olhos verdes continuou – Você tem que aparecer lá em casa para jantar.


- É só vocês me convidarem que eu irei! - garantiu.


- Você não tinha essa cerimônia toda quando eu era casado com a Gina! - lembrou – Ia para lá quase todas as noites quando não estava em Hogwarts, estávamos quase fazendo um quarto para você.


- É que eu cresci naquela casa, então sempre fiquei muito a vontade de estar lá! - explicou – Agora lá eu fico sem jeito, sem contar que eu não quero atrapalhar o clima do novo casal.


- Você não atrapalha em nada Ted! - deixou claro – Ainda mais agora que Rose e Hugo estão em casa.


- Mas você e a Mione estão felizes não é? - tinha um sorriso maroto nos lábios.


- Estamos sim! - concordou com a cabeça – Ainda não entendo como passei tantos anos da minha vida sendo somente amigo daquela mulher.


- Agora vocês estão recuperando o tempo perdido! - começou a rir.


- Com certeza! - imitou o gesto do afilhado – Mas, chega de falar de mim, como estão as coisas no Departamento de Transformações Bruxas?


- Está indo muito bem! - respondeu – Estamos começando a criar novas leis para os animagos, mas o ministro precisa aprovar, é claro.


- Isso é mesmo ótimo! - comentou – Quero dizer, as regras para se conseguir uma autorização são muito rígidas.


- E eu estou tentando conseguir uma licença de animago para o James e para o Sirius – continuou – Imagina como seria legal.


- Seria legal mesmo! - concordou – Uma boa homenagem para os dois melhores amigos do seu pai.


Nesse momento, o garçom trouxe as bebida e colocou em cima da mesa, assim como os pratos e os talheres. Depois foi embora novamente.


- Mas, não foi para falar sobre isso que eu te chamei aqui – agora ele estava parecendo um pouco sem jeito – Queria que você fosse o primeiro a saber de uma coisa.


- Eu vou ser o primeiro a saber, é mesmo uma honra – falou – E o que seria essa coisa tão importante.


- Vou pedir a Victorie e casamento! - contou.


- Sério? - agora ele estava sorrindo abertamente – Mas isso é mesmo ótimo!


- Vamos fazer quatro anos de namoro na semana que vem – continuou – Então eu queria fazer o pedido nesse dia. Acha que ela vai gostar?


- É claro que vai! - concordou com a cabeça – Eu ainda me lembro na primeira vez em que eu te levei a Toca e você conheceu a Victorie, não sei por que, mas sempre imaginei que vocês dois fossem acabar juntos.


- Fiquei com medo de você achar que eu estava sendo irresponsável – admitiu – E que fosse dizer que eu e a Victorie eramos muito novos para estarmos no casando.


- Eu não era muito mais velho que você quando me casei com a Gina – lembrou – Vocês dois sempre e pareceram muito apaixonados, tenho certeza de que terão uma vida juntos muito feliz.


- Obrigado mesmo, Harry! - falou – Tem só mais uma coisa que eu queria te pedir e espero não estar sendo muito abusado.


- Você pode pedir! - avisou – Vou ver se está no meu alcance.


- No dia do meu casamento! - começou – Quero que você esteja no altar, no lugar em que os meus pais deveriam estar. Você e a Hermione, é claro.


- Nada me deixaria mais feliz Ted! - respondeu – Vai ser uma honra representar os seus pais.


- E você é como se fosse o meu pai, mesmo! - lembrou – Sempre esteve presente na minha vida, desde que eu me entendo por gente.


- Lupin e Tonks ficariam muito orgulhosos de você! - completou – Ficariam orgulhosos pelo grande homem que você se tornou.


- Isso se deve muito a você, Harry! - falou – Não posso deixar de te agradecer, sempre, por tudo que fez por mim.


Logo o almoço deles chegou. Assim que terminaram de comer voltaram para o ministério da magia.


Aquela foi a semana mais longa da vida de Harry, é claro que ele sempre arranjava um tempo para ficar junto com a namorado durante o dia, mas era muito difícil passar a noite toda sem ela. Finalmente chegou sábado e, com ele, o grande jantar.


- Como eu estou? - ele entrou no quarto em que dividia com a namorada, que estava em frente ao espelho, colocando o brinco.


- Você está ótimo! - garantiu – E como eu estou? Estou a altura de um jantar importante como esse.


- É claro que sim! - a puxou para mais perto e deu um selinho nos seus lábios – Você sempre está linda, meu amor, não precisa se preocupar isso.


Foi nesse momento que a campainha, no andar debaixo, tocou. Deviam ser James, Alvo e Lilian.


- São as crianças! - ele comentou – Vamos logo antes que alguém resolva vir até aqui no procurar.


- Tem razão! - ela não pode deixar de ir – Vamos logo.


Quando eles vieram descendo as escadas viram que Rose tinha aberto a porta. Nesse momento ela falava com Gina.


- E aonde está a sua mãe e o Harry? - perguntou, antes de vê-los se aproximando – Oi gente. Bom, eles já estão entregues.


- Muito obrigado, Gina – o moreno disse – Pode deixar que eu vou levá-los para casa assim que terminar o jantar.


- Tudo bem então! - concordou com a cabeça – Só não demore muito, sabe que eu não consigo dormir direito enquanto não estão todos os meus filhos em casa.


- Você é muito super protetora Gina – revirou os olhos – Desse jeito eu vou começar a achar que você não confia em mim para cuidar dos nossos filhos.


- É claro que eu confio em você Harry – garantiu – Mas isso é instinto de mãe, tenho certeza de que a Mione pensa da mesma maneira que eu.


- Isso é verdade! - Hermione concordou – Quando eles estão em Hogwarts e eu sei que estão seguros, tudo bem, mas se saem de casa para alguma outra coisa é um horror.


- Você está vendo Harry! - deu um sorriso maroto para o ex-marido – Eu não sou a única.


Eles se despediram da ruiva e os dois foram em direção para onde estavam os filhos. Alvo e Rose conservam animadamente sobre alguma coisa, Hugo assistia alguma coisa na televisão parecendo totalmente interessado, Lilian brincava com Mel e fazia a prima soltar gargalhadas e James estava apenas observando tudo.


- O jantar já está quase pronto! - a mulher avisou, fazendo com que todos olhassem para ela – Vou precisar de ajuda com a mesa, alguém quer se voluntário.


- Eu ajudo mãe! - a garota mais velha disse se levantando – Vem me ajuda também, Al.


- Claro! - repetiu o gesto da namorado – Também vou ajudar, tia Mione.


Logo o jantar foi servido, todos se alimentaram muito bem e ainda repetiram o prato Logo depois, ainda teve a sobremesa, Mouse de chocolate.


- Antes que vocês comecem a levantar – Harry pediu, enquanto ficava de pé – Eu e a Mione temos uma coisa para falar para vocês.


- Eu sabia que esse jantar não era só para confraternizar com os filhos – Rose estava com um sorriso vitorioso nos lábios – Vocês tinham mesmo alguma coisa para nos contar.


- Você estava mesmo certa, minha filha! - ela concordou antes de se virar para o namorado – Você quer contar para eles ou eu posso contar?


- Pode contar Mione! - respondeu.


- Bom, crianças! - começou, calmamente – Eu e o Harry queremos dizer para vocês que estamos namorando.


Todos, com exceção de James, ficaram bastante surpresos.


- Isso é mesmo muito legal! - Lilian comentou – Quando mamãe e papai se separaram eu achava que meu pai devia continuar sozinho. Mas já que ele tem que ficar com alguém, fico feliz que seja com você, tia Mione.


- É muito bom! - o garoto mais novo concordou – Agora que o tio Harry vai morar aqui em casa, vai poder treinar quadribol comigo.


- É claro que eu posso treinar quadribol com você, Hugo! - passou a mão pelos cabelos ruivos do garoto.


- Só não roube o meu pai de mim! - Alvo riu, com um tom de brincadeira na voz – Também estou muito feliz por vocês dois.


A única que permaneceu calada foi Rose. Ela estava com os braços cruzados e encarava todos atentamente.


- Mas vocês todos são muito cínicos – disse, por fim – Como podem estar ai, rindo, fazendo planos, enquanto meu pai está morto.


- Ora, Rose, meu bebê! - Hermione passou a mão pelo ombro da filha – Não é nada disso nós...


- Quer saber de uma coisa, eu vou para o meu quarto – se levantou, a interrompendo – Cansei disso.


Ela subiu as escadas correndo e todos ficaram em silêncio por alguns segundos sem saber o que comentar sobre a atitude da garota.


- Deixa que eu vou até lá falar com ela – Alvo disse, também se levantando – Ela só está chocada com a noticia.


Quando chegou ao andar de cima, viu que a porta do quarto da namorada. Ela estava deitada na cama e chorava.


- Rose! - a chamou, fazendo com que olhasse para ele – O que foi que acabou de acontecer lá embaixo?


- Como ela pode fazer isso? - perguntou, ainda entre lágrimas – Como ela pode estar anunciando esse namoro como se fosse a coisa mais normal do mundo.


- Os dois estão livres e desimpedidos – deu de ombros – Sua mãe é viúva e meu pai está divorciado. Não vejo nada que impeça os dois de namorarem.


- A não ser o fato dele ter sido o melhor amigo do meu pai e padrinho de casamento deles – suspirou pesadamente e se encostou melhor na cama – Bela maneira de “homenageá-lo”.


- Exatamente por eles terem sido amigos que seu pai aprovaria esse relacionamento! - comentou – Você não acha isso?


- Quem é que aprovaria o melhor amigo dando em cima da sua esposa – revirou os olhos – Por favor, não me venha com essa de como o meu pai agiria se ele estivesse vivo. Ninguém nunca vai saber.


- Sei que os seus pais se amaram muito, mas o tio Rony não está mais aqui – gritou um pouco mais alto do que tinha planejado – Por mais difícil que seja, já é hora de seguir em frente, e é isso que a sua mãe está tentando fazer.


- Ela não precisa de mais ninguém! - falou – Ela tem eu, o Hugo e Mel.


- Rose, você acha que ficou trite com a morte do seu pai, imagine a sua mãe e ficou anos casada com ele há anos – lembrou – Ela tem todo o direito de querer recomeçar.


- Não acredito que vai ficar do lado deles e não do meu! - pareceu indignada – Eu sou a sua namorada.


Só estou tentando ser justo! - explicou – Coisa que você não está fazendo nesse momento.


- Se vai mesmo fazer isso, pode ir embora – virou-se de costas para o garoto – E não precisa mais se dirigir a palavra a mim, nós terminamos.


- Ótimo! - deu de ombros antes de sair do quarto.


Quando chegou ao andar debaixo da casa, todos estavam esperando por ele, ainda na mesa.


- E como foi? - Harry quem perguntou.


- Acho que acabamos de terminar! - suspirou pesadamente antes de se sentar – Ela não quer aceitar de jeito nenhum.


- Tudo bem, Alvo, você tentou – foi a mulher quem disse – A Rose pode ser mesmo muito teimosa quando quer, puxou ao pai.


- Enquanto ela se acalma vamos ao brinde! - James ergueu o seu copo de cerveja amanteigada – Ao papai e à tia Mione, que eles sejam muito felizes e ainda tem muitos bebês.


- Eu apoio! - Lilian repetiu o gesto do irmão – Desde que seja um menino, já basta ter que dividir o meu pai com a Mel.


- Pode ficar tranqüila, não estamos pretendendo ter outro bebê – a morena garantiu – Pelo menos por enquanto, não é mesmo Harry?


- Claro! - concordou com a cabeça, mas não pareceu muito convincente.


- Só me avisem se você pretendem mesmo ter outro filho para eu poder ter os meus só depois – o garoto mais velho pediu – Afinal ninguém aqui quer que os sobrinhos sejam mais velhos que o tio.


- Tem razão James! - Hermione concordou – Você, com certeza, vai ser o primeiro a saber.


Todos começaram a rir.


Mais tarde, Harry se preparava para dormir, enquanto a mulher já estava deitada. Ele sentou-se na beirada da cama para dar um beijo no topo da cabeça da namorada.


- Não se preocupe, meu amor! - sussurrou – Tenho certeza de que amanhã a Rose já vai estar falando com você normalmente.


Ela suspirou e fechou os olhos, esperava que isso fosse mesmo verdade.

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