Desabafando



- Prontinho Mel! - Harry colocou a mamadeira vazia em cima da mesa antes de colocar a filha de volta no berço – Acho que você já está bem alimentada, pelo menos por algumas horas.


Melanie deu um pequeno sorriso. O moreno não conseguia acreditar como ela tinha crescido tanto em pouco tempo.


- Agora vou ver como é que está a sua mãe – avisou – Daqui a pouco venho ver se está tudo bem com você.


Desceu a escada e encontrou a amiga no lugar favorito das últimas semanas, no sofá da sala vendo televisão. Já tinha passado um mês que ela estava desse jeito e não teve nenhum melhora, estava começando a ficar preocupado.


- Oi Mione! - sentou-se ao lado da mulher – O que você está assistindo ai?


- Não sei! - deu de ombros – Um filme qualquer.


- Eu estava aqui pensando! -continuou – Poderíamos dar uma volta no parque, eu, você e a Mel. Vocês duas estão precisando tomar um pouco de sol.


- Não estou com vontade! - suspirou pesadamente – Você pode ir com a Mel, se você quiser.


- Mas você vai ficar bem aqui sozinha? - Harry estava um pouco receoso em deixá-la sozinha.


- Não se preocupe comigo! - garantiu – Já estou acostumada a ficar sozinha.


- Antes eu vou fazer um sanduíche para você comer – avisou indo em direção a cozinha – Não come nada desde o café da manhã. Vai acabar doente desse jeito.


O moreno preparou preparou um sanduíche, pegou um pouco de suco de laranja e levou para Hermione. Depois foi até o quarto da menina para poder arrumá-la para sair.


- Vamos dar uma volta no parque, minha querida – disse enquanto colocava um macacão rosa nela – Tentei convencer a sua mãe a ir conosco, mas vamos ser somente nós dois novamente.


Tinham várias crianças brincando no parquinho, era uma bela manhã de sábado e todos pareciam ter decidido aproveitar o sol.


- Qualquer dia desses você também vai estar ali brincando com eles – falou para Melanie, que estava totalmente acordada dentro do carrinho – Mal posso esperar até você começar a andar e a aprontar por ai, vou te ensinar um monte de coisas que eu também ensinei para o James, o Alvo e a Lilian. Também quero te ensinar a voar de vassoura, mas tenho que esperar a sua mãe me autorizar.


Resolveu sentar perto das mães que estavam observando os seus filhos. Ficou ouvindo a conversa daquelas mulheres.


- Ele está aqui quase todos os dias! - uma delas comentou – Esse sim é um pai dedicado, queria que o meu marido fosse assim.


- Acha mesmo que ele é pai dela? - uma outra mulher perguntou – Ele pode ser somente padrinho.


- Do jeito que está sempre cuidando da menina, só pode ser pai dela – respondeu – Mas eu não vejo aliança no dedo dele, talvez seja separado.


- Quem se separaria depois de ter um bebê? - observou – Isso é um pouco estranho.


- Talvez seja fruto de uma relação passageira – sugeriu – Vocês sabem como são esses homens hoje em dia, não querem nada sério.


- Acho que uma de nós deveria ir puxar assunto com ele - uma terceira mulher falou – É muito melhor do que ficar especulando aqui.


O moreno não pode deixar de revirar os olhos. Desde a primeira vez em que foi até aquele lugar com Melanie, as ouvia falando sobre ele e querendo saber se ele era mesmo o pai da menina. Mas não passava disso, nenhuma delas até hoje foi conversar com ele.


Aparentemente aquele dia seria diferente, pois uma delas estava caminhando na sua direção.


- Olá! - sorriu se sentado ao seu lado – Sempre te vejo por aqui e fica tão quieto olhando para tudo.


- É mesmo! - concordou sorrindo – Acho que me sinto um pouco excluído por ser o único pai aqui.


- Espero que faça você se sentir menos excluído – estendeu a mão para ele – Sou Stephanie.


- Sou Harry – apertou a mão da mulher – E essa daqui é a Melanie.


- Sua filha é mesmo uma graça! - sorriu olhando a menina – E se parece muito com você.


- Obrigado! - é claro que era mentira, ela era a cara de Hermione, com exceção dos olhos, que são iguais aos de Rony – Todos me dizem isso.


- É mesmo muito legal você dar uma volta com ela – continuou – Para pode dar uma folga para a sua esposa. Queria que o meu marido fizesse isso às vezes.


- Minha esposa ainda não se recuperou totalmente do parto – explicou – Por isso estou a ajudando com a Mel.


- Isso é maravilhoso! - completou – Acho que já vou indo, tenho que ficar de olho para o meu filho não ir para muito hoje.


- Certo! - concordou com a cabeça enquanto via a mulher voltando para aonde estavam as amigas, certamente agora elas teriam muito o que conversar.


Ele ainda permaneceu no local por mais 15 minutos, quando o sol começou a ficar muito forte. Durante o caminho até a casa, não pode deixar de pensar em como seria se ele e Hermione como um casal. Balançou a cabeça para esquecer, não poderia ter essas idéias, pelo menos não agora.


A morena estava no mesmo lugar de antes, mas agora dormia. O prato ao seu lado estava vazio, pelo menos tinha comido. Deixou a filha no quarto e quanto voltou ela estava começando a acordar.


- Olá Harry! - se esticou – Que bom que você já voltou.


- É mesmo! - sentou-se em frente a amiga – Acho que nós dois precisamos ter uma conversa séria.


- Uma conversa séria? - se ajeitou melhor no sofá – O que você está querendo conversar comigo?


- Estou preocupado com você Mione! - começou, calmamente – Você já está assim há um mês e não tem o mínimo sinal de melhora. E, por mais que eu tente, acho que você não está querendo melhorar.


- É claro que eu estou querendo melhorar – garantiu – Acho que eu gosto de ser uma inútil para tudo? É claro que não.


- Você passa o dia inteiro nesse sofá assistindo televisão e vai direito para o seu quarto dormir, só come quando eu te preparo alguma coisa – começou a enumerar – E quando eu tento te chamar para você ver eu amamentando ou trocando a fralda da Mel, você não quer ir.


- Você sabe que eu ainda não consigo olhar para ela – tentou explicar – Sempre que eu olho para ela só consigo me lembrar...


- Do Rony! - completou a interrompendo – Mione, eu sei que você e o Rony tiveram uma história juntos, mas ele está morto e você continua aqui. Por mais que seja difícil, mas esta na hora e você seguir em frente.


- Eu estou tentando – agora algumas lágrimas caíram do seu rosto – Mas é muito difícil.


- Mione! - tentou chamá-la, mas ela já tinha subido as escadas correndo.


Ela chegou até o seu quarto e foi até o armário. Então começou a retirar as roupas do marido que estavam penduras e jogou em sua da cama, em seguida, fez a mesma coisa com o que estava nas gavetas, por fim pôs tudo dentro de uma caixa.


Já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha chorado nesses últimos meses desde o momento em que Harry apareceu na Toca e contou o que tinha acontecido na missão de Paris. Apesar disso não conseguia parar de chorar, sentia que daqui a algum tempo não teria mais nenhum líquido dentro do seu corpo.


Algum tempo depois a porta foi aberta. O moreno estava trazendo uma xícara de chá.


- Trouxe um pouco de chá para você – sentou-se na beirada da cama, foi quando viu a caixa no chão – O que é isso?


- São as roupas do Rony – respondeu – Se quiser pegar alguma coisa para você, fique a vontade, e o resto, pode doar para alguma instituição.


- Certo! - concordou – O que te fez fazer isso agora?


- Era para eu ter feito isso há muito tempo, mas não conseguia – suspirou pesadamente – Pensava que me livrar das roupas era admitir que o Rony se foi mesmo.


- Você foi muito corajosa! - segurou a mão dela delicadamente – Fazer isso é o primeiro passo para você se recuperar dessa depressão.


Ela tomou um gole do seu chá e ficou encarando o amigo enquanto isso. Parecia que ele estava preocupado com alguma coisa.


- O que foi Harry? - o olhou desconfiada – Você parece estar preocupado com alguma coisa.


- Não sei como vou te dizer isso! - estava encarando o lençol que cobria a cama – Mas é tudo culpa minha.


- Do que você está falando? - continuou a encará-lo.


- A morte do Rony! - agora foi mais direito – Foi tudo por minha causa.


- Você já me contou o que foi que aconteceu naquele combate com os bruxos das trevas – lembrou – E o ministro me deu acesso total aos relatórios daquela missão. Não tinha nada que você podia fazer Harry, ele foi atacado pelas costas e você também estava duelando.


- Não estou falando, exatamente, daquele dia – continuou – E sim de uma coisa que aconteceu três anos antes.


 


*Flash Back*


- Então quer dizer que você vai voltar para as missões! - Rony comentou depois de tomar um gole do seu café – Isso é mesmo muito bom cara.


- Você sabe que eu só me afastei das missões por insistência da Gina quando o James nasceu e agora que não somos mais casados, não tem o por que de eu fazer isso – observou – Sempre gostei do trabalho de campo e me sinto um completo inútil por só estar fazendo o trabalho interno.


Os dois amigos estavam em um café próximo ao ministério da magia. Era hora do lanche e eles decidiram parar um pouco com o seu trabalho no quartel general dos Aurores.


- É claro que eu ainda penso muito nos meus filhos e ainda tenho responsabilidades com eles – continuou – Mas tenho certeza de que serão muito bem cuidados se algo me acontecer. E eu conto com você para ajudar a Gina nesse caso.


- Pode deixar! - garantiu – Mas não vai acontecer nada com você. É o melhor Auror que eu conheço.


- Mas não foi somente por isso que eu te chamei até aqui – Harry estava bem sério agora – Gostaria de te fazer um convite.


- Oba! - o ruivo deu um sorriso maroto – Se você quiser me convidar para ser chefe do departamento de Aurores, eu aceito.


- É claro que não! - revirou os olhos – Eu quero te chamar para voltar para as missões junto comigo.


O homem ficou em silêncio por alguns segundos, parecendo absolver tudo que tinha acabado de ouvir.


- Voltar para as missões depois de 13 anos – colocou a mão no queixo pensativo – Você acha que isso pode dar certo?


- Sempre fomos a melhor dupla de Aurores do ministério da magia – lembrou – O próprio ministro.


- Mas isso já faz muitos anos! - completou – Não somos mais tão novos, será que as coisas vão ser da mesma maneira?


- Vai ser igual as nossas aventuras em Hogwarts – deu um sorriso divertido – Tenho certeza de que não nos esquecemos como pegar um bruxo das trevas.


Rony abriu a boca algumas vezes, mas não conseguiu falar mais nada.


- Eu sei que você quer voltar para as missões tanto quanto eu! - observou – Então vamos lá.


- Mas o que vou dizer para a Mione? - passou a mão no cabelo, estava mesmo preocupado com isso – Ela vai querer me matar.


- A Mione nunca reclamou de você participar das missões antes – observou – Mesmo depois de vocês dois se casarem.


- Mas nós dois ainda não tínhamos filhos naquela época – suspirou pesadamente – E eu não vou culpá-la por achar ruim. Não posso ser irresponsável e correr o risco de deixá-la sozinha.


- A Mione é forte – garantiu – Se alguma coisa te acontecesse ela e as crianças estariam muito bem.


- Sei muito bem disso! - concordou com a cabeça – Confio plenamente na Mione.


- Além disso, a Mione participou de toda a guerra contra Voldemort ao nosso lado – lembrou – Esteve em quase todas as batalhas, portanto ela entende o que a gente faz nas funções do ministério. Não vai fazer a mesma coisa que a Gina.


- Você sabe o quanto a Mione sempre reclamava o quanto isso tudo era perigoso – revirou os olhos – E ela vai ter bom motivos para isso.


- Então faz o que você quiser – o moreno se levantou – Só achei que seria legal ter a dupla dinâmica de volta.


- Tudo bem Harry! - chamou o amigo, que parou no meio do caminho – Eu vou voltar para as missões com você.


- Perfeito! - tinha um enorme sorriso nos lábios – Vou mandar a solicitação ao ministro hoje mesmo.


*Fim do Flash Back*


 


- Foi isso Mione! - Harry não conseguia olhar no olhos da amiga depois de contar a história – Se eu não tivesse insistido para ele voltar a participar das missões, ele ainda estaria aqui.


- Rony teria voltado você pedindo ou não, principalmente depois que você fizesse isso – explicou – Ele também estava entediado por só fazer o trabalho inteiro.


- Acho que por mais que ele quisesse voltar não teria feito por vontade própria – completou – Não sem a sua autorização.


- Uma vez ele tinha me contado a sua vontade de voltar para o trabalho de campo – suspirou pesadamente – Eu não o reprimi nem o incentivei, por isso não sabia a minha opinião.


- Você só está dizendo isso para me deixar feliz – deu um fraco sorriso – Mas, por dentro, deve estar me odiando.


- Eu nunca vou te odiar Harry – passou a mão pelos cabelos preto dele – Essa era a hora do Rony, teria acontecido em qualquer lugar do mundo.


Ela o abraçou e colocou a cabeça encostada no ombro do amigo.


- Mas já que você está falando disso! - a morena voltou a falar – Às vezes eu também me sinto culpada com o que aconteceu.


- Mione, se eu não tenho culpa de nada, você menos ainda – a afastou um pouco e ficou passando a mão pela sua bochecha – Estava a milhares de quilômetros de distância.


- Acontece que eu e o Rony tivemos uma pequena discussão na véspera da viagem – falou – Acho que nunca vou me esquecer das última palavras que eu disse para ele.


 


*Flash Back*


 


Hermione saiu do quarto do filho e fechou a porta silenciosamente para não acordá-lo. Mesmo Rose e Hugo estando com 14 e 11 anos respectivamente, não tinha perdido a mania de ver se os dois estavam dormindo direito e achava que isso só iria acabar quando os filhos saíssem de casa.


Quando entrou no quarto, encontrou o marido terminando de fechar a mala, já que ele iria sair de casa no dia seguinte bem cedo e pegar o avião com destino a Paris.


A morena suspirou pesadamente antes de se trancar no banheiro. Não falava com Rony desde que ele disse que não sabia quanto tempo duraria a missão nem se estaria em casa no dia primeiro de setembro.


Depois de escovar os dentes e voltar para o outro aposento, o homem já estava sentado na beirada da cama.


- Acho que nós dois precisamos conversar – disse fazendo com que a morena parece e se virasse para ele.


- Eu não acho isso! - respondeu – Já conversamos tudo que tínhamos para conversar na mesa do jantar.


- Sei que você quer ouvir que a missão vai ser rápida e eu vou estar em casa em uma semana – comentou – Mas não é tão simples assim e eu fui sincero com você.


- Você teria negado ir a essa missão – sugeriu – Sabe muito bem que o seu filho vai para Hogwarts pela primeira vez e quer você lá com ele na hora de embarcar no trem.


- Perfeito, eu recuso a missão e corro o risco de ser demitido – deu um riso irônico – É isso mesmo que você quer Hermione?


- Você poderia ter falado com o Harry – sugeriu – Ele é chefe do departamento, poderia dar um jeito de você não ser convocado.


- Acho que você não está entendendo, eu quero ir a essa missão – falou calmamente, mas bem sério – Esse bruxo das trevas que seguir todos os passos de Voldemort, quero ajudar a derrotá-lo por todas as vítimas da guerra contra Voldemort.


- Sei muito bem tudo o que aconteceu, eu estava no meio dessa guerra também – concordou com a cabeça – Mas existem outros ótimos Aurores para fazerem isso, você não precisava ir.


- O meu irmão morreu nessa guerra caso você tenha esquecido – lembrou – Você ficou tranqüila pois não tinha nenhum familiar lutando, alterou a memória dos seus pais para eles irem embora e você não precisar se preocupar.


- Para mim chega! - abriu a porta com toda a força – E, para a sua informação, eu tinha alguém com quem me preocupar, você. Não tem idéia do quanto eu temi pela sua vida até o último minuto.


- Espera Mione! - segurou o braço da esposa, mas ela virou de costas – Vamos conversar.


- Não tenho mais nada para falar agora – saiu o deixando sozinho olhando para a porta fechada.


Mas, alguns segundos depois, ela voltou para o local.


- Começo a pensar se é mesmo uma boa idéia termos outro bebê – completou – Você não parece ligar para mim ou para os seus filhos.


Ficou na sala mais algum tempo para poder se acalmar, detestava ter esse tipo de briga com o marido, mas ele já estava começando a deixá-la louco.


Quando voltou para o quarto, o ruivo já estava dormindo. Então ela se deitou ao seu lado e logo estava dormindo também.


A morena acordou com o alarme do relógio tocando. Ouviu o marido se levantar para ir me direção ao banheiro, então permaneceu de olhos fechados.


- Eu já estou indo meu amor! - Rony deu um beijo no topo da cabeça da esposa – Espero que a gente possa conversar com mais calma.


Meia hora depois, quando a morena chegou a cozinha, ele já tinha ido embora. Queria falar que tinha se arrependido de todas as palavras que foram ditas na noite anterior, mas a conversa teria que esperar até a volta. Hermione esperava que isso não demorasse muito.


*Fim do Flash Back*


 


- Quando você contou o que tinha acontecido, não pude deixar de me sentir culpada – uma lágrima se formou no canto do seu olho – Tudo que eu conseguia pensar que ele estava pensando na briga que tivemos e não conseguiu se concentrar na luta.


- Posso te garantir que ele não estava abalado! - Harry falou – Quando encontrei no aeroporto naquele dia parecia bem feliz. E, acredite em mim, o Rony era o mais concentrado nas batalhas.


Mas Hermione não conseguia dizer mais nada, só conseguiu chorar. O moreno a puxou para mais perto de si.


- Vamos fazer o seguinte, Mione! - fez com que ela o olhasse e enxugou uma lágrima que caía em sua bochecha – Ninguém mais vai se culpar pelo que aconteceu. Foi um acidente e ninguém poderia fazer nada para evitar.


- De qualquer maneira eu me sinto culpada pelas últimas que eu lhe disse foi que eu não queria mais ter outra bebê com ele – completou – É claro que era mentira, tanto que descobri alguns dias depois que estava grávida eu fiquei totalmente feliz – não pode deixar de sorrir – E quando eu penso que o Rony...


- Não conheceu a Mel – ele completou balançando a cabeça afirmativamente – Tenho certeza de que o Rony, seja lá aonde ele estiver está vendo tudo que acontece aqui e vai ver a filha de vocês se transformar em uma mulher maravilhosa, graças a mãe dela.


- Mas isso não seria possível sem a sua ajuda Harry – lembrou – Até por que, se a Mel fosse depender somente de mim, ela não teria sobrevivido ao primeiro dia nessa casa.


- Além de estar vendo tudo que acontece aqui, sei que o Rony não deve estar gostando de te ver triste assim – completou – Tudo com o que você precisa se preocupar agora é em ficar boa.


Foi nesse momento que ouviram um choro de bebê vindo do quarto ao lado. Melanie tinha acabado de acordar.


- Eu vou até lá! - o moreno se levantou – Espera aqui que eu já volto.


- Espera Harry! - ela também ficou de pé – Vou até lá com você.


Assim que chegou ao quarto da menina, Harry a pegou no colo. No mesmo momento ela parou de chorar.


- É a fralda dela! - confirmou as suas suspeitas assim que colocou o bebê no trocador e abriu o seu macacão de pé – Mione, será que você pode pegar uma fralda limpa no armário?


- Claro! - pegou uma fralda e entregou para o amigo – Aqui está.


Logo Mel estava limpinha novamente.


- Você já viu quem está aqui Mel – ele começou a falar com a filha – É a sua mãe!


Ela deu um sorrisinho, como se entendesse o que estava “ouvindo”.


- Oi Mel! - Hermione segurou a mãozinha do bebê – Sei que eu não fui a melhor mãe do mundo nessas últimas semanas, mas vou fazer de tudo para concerta isso.


- O que você acha de assistirmos um filme hoje? - o homem sugeriu e ela balançou a cabeça afirmativamente em resposta – Ótimo! Vai lá para baixo enquanto eu coloco a Mel para dormir.


- Por que você não me deixa colocá-la para dormir? - pediu – Se você não confiar completamente em mim, pode ficar aqui.


O de olhos verdes deixou que a amiga pegasse a filha no colo. Ela começou andar por todo quarto, até que a menina estivesse dormindo, depois a colocou delicadamente no berço.


- Parece que eu consegui! - comentou enquanto olhava o bebê com um sorriso bobo nos lábios.


- Sim Mione! - deu um beijo em sua bochecha -Você conseguiu.


No dia seguinte Harry acordou assustado. Já passava das dez da manhã e não tinha ouvido Melanie chorar. Decidiu ir até o quarto da filha para poder ver se estava tudo bem.


Assim que chegou ao local, encontrou a morena sentada na poltrona terminando de dar mamadeira para a garota.


- Oi Harry! - deu um sorriso assim que o viu – Ouvi a Mel chorando e percebi que ela estava com fome. Como você parecia que não iria acordar tão cedo, decidi preparar a mamadeira dela. Espero que não tenha feito nenhuma besteira.


- Você não fez nada de errado – garantiu – Está tudo perfeito.


- Ela é linda, não acha? - a mulher tinha um sorriso bobo nos lábios.


- Ela é maravilhosa! - concordou – Igual a você.


Não sabia por que fez isso. Mas se aproximou mais ainda da amiga e deu um selinho nos seus lábios, atitude que a deixou totalmente surpresa.


- Vou deixar vocês duas sozinhas! - avisou indo diretamente para a porta – Tenho certeza de que vocês têm muito o que “conversar”.

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