Capitulo Único



 


Stuck On You


O cabelo loiro caia nos seus olhos, e ele teimosamente voltava a colocá-los no lugar. Ele constantemente parava de tocar o piano para olhar para os lados, como se alguém o estivesse espiando. E tinha. Era um pouco constrangedor, mas a musica era tão linda que não dava espaço para a vergonha. Por deus Potter! Você precisa se recuperar. Ignore sua vergonha sem sentido seu idiota! O coração deu um pulo, quase saindo pela boca. As borboletas no seu estomago pareciam ficar mais rebeldes do que de costume, e as pernas enfraqueceram.


— Malfoy. — Falou entrando no campo de visão do loiro. Ele deu um pulo assustado. — Desculpe, não quis te assustar.


— Não assustou. — Ele falou com a mão no coração. Tá certo, vou fingir que acredito em você. — Só fiquei surpreso.


Harry mostrava mais segurança do que na verdade tinha. Uma cadeira apareceu e o moreno se sentou despreocupado. — Você toca bem.


— Obrigado.


— Toque mais um pouco. — Pediu.


— Não Potter! Porque tocaria? — O loiro vociferou.


— Por mim. — Falou. Malfoy seu loiro idiota! Entenda de uma vez que eu estou apaixonado por você.


Draco pareceu pensar. — Está certo, mas não é por você. Estou com vontade de tocar.


— Se você tocar. — Falou o moreno. Malfoy estava nervoso. Porque diabos o Potter tem que me ver tocar a essa melodia que fiz? Harry Potter! Entenda de uma vez que estou apaixonado por você.


A melodia suave ecoou no silêncio da Sala Precisa. As mãos de Draco acariciavam suavemente as teclas e Harry teve que conter o impulso de agarrar Malfoy. Ele só não sabia que o loiro tinha que fazer o mesmo. Deus! O que ele vai pensar de mim? Provavelmente vai rir da minha cara ou fugir assustado. Que estúpido eu sou. — Pensavam os dois, na tentativa de se conter.


A cadeira que Harry estava sentado sumiu. As pernas não iriam agüentar ficar em pé, de tão nervoso que o moreno estava. Ele resolveu se sentar no mesmo banco que Draco. Este estava tão concentrado em se concentrar na musica que quase gritou quando sentiu o calor da pele de Harry contrastando com a pele fria dele, e o perfume doce do moreno. A melodia parou.


— Porque parou? — Harry perguntou confuso. Ele não sabia realmente se havia parado ou era só algo da cabeça dele, de tão inebriado que estava com o perfume apimentado de Draco.


— Não foi terminada. — Ele deu de ombros. Ainda não tinha achado o final perfeito para isso.


— Foi... Você que fez? — O moreno estava surpreso. A musica passava muitos sentimentos, fazia seu coração apertar e ter vontade de chorar. Era tão suave. Ele encostou-se ao braço de Draco, sentindo-se um idiota. É claro que era suave, o loiro era totalmente suave.


— Claro que sim. — O hálito gelado do garoto no seu rosto, tão perto um do outro, fez tudo que tinha dentro de si explodir por alguns segundos. Ele não iria mais se controlar. Estavam só a alguns milímetros.


Os lábios se encostaram suavemente. A maciez dos lábios de Draco nos lábios rachados dele. Harry entranhou seus dedos no cabelo de Draco, e em um rápido momento de lucidez, ele soltou o loiro. — Oh Malfoy! Me desculpa. Eu não sei o que deu em mim. Me desculpa! Acho que havia algo no suco de abóbora.


O loiro soltou uma risada rouca. — Eu não acho que foi o suco de abóbora, Harry.


O moreno prendeu o ar. Draco o empurrou suavemente para o banco que havia ficado mais largo, comprido e macio. O loiro estava encima do moreno. Os lábios se encostaram um no outro com mais segurança que antes. As mãos de Harry agora passavam livremente pelos cabelos loiros de Draco, enquanto o loiro o prendia pela nuca, sem pudor. As línguas brincavam uma com a outra, em perfeita sincronia.


Draco. — Harry gemeu entre os lábios dos dois. O loiro nunca havia percebido como seu nome ficava tão bem na voz do moreno.


Eram perfeitos um para o outro. O frio e o quente. O branco e o preto. O Gryffindor e o Slytherin. Os dois se completavam.


Separaram-se relutantes. Podia ser um sonho, não podia? Se fosse, nenhum dos dois queria acordar. Uma lâmpada acendeu na cabeça de Draco e ele saiu rapidamente de cima de Harry, sentando.


— O que foi? — Harry estava vermelho. E se agora fosse a hora de Draco dizer que isso era loucura, que não gostava dele, que tinha nojo dele? Lágrimas se alojaram nos olhos verdes de Harry.


— Por favor, Harry. Dê-me um minuto. — O loiro pediu e o moreno assentiu, sentando também.


Os dedos de Malfoy voaram para as teclas do piano, já esquecidas. A sensação de paz e segurança que teve ao beijar Harry ainda estava dentro dele. A melodia preencheu o ar. O medo de Harry foi substituído pela mesma sensação que teve ao beijar Draco. Sentiu-se completo. A melodia que Draco havia composto estava agora completa. O loiro anotou as notas as pressas. Ele se virou para o moreno, de onde as lagrimas caiam.


— O que foi? — Draco passou a mão pelos olhos que amava. Sim, ele amava Harry.


— Achei que ia dizer que me odiava e que tudo que aconteceu foi um erro. — Ele falou timidamente, sentindo as lágrimas voltarem só de pensar em isso acontecendo.


— Seu bobo. É claro que não. Como eu diria isso para a melhor coisa que já aconteceu na minha vida? — Draco falou dando-lhe um abraço.


 


— Você está falando sério? — O moreno perguntou feliz. A esperança de que o amor fosse correspondido preencheu-o por completo.


— Claro que sim! Porque não estaria? Eu te amo. — O loiro falou.


— Repete. — O moreno pediu.


— Eu te amo. — O loiro repetiu.


— De novo. — Harry pediu, dando um selinho rápido na boca do amado. O rosto era de um vermelho vivo.


— Eu te amo. — O seu rosto também era. Talvez Harry não o amasse, afinal.


— Mais uma vez. — O moreno tinha seus olhos cheios de lágrimas. Ele não merecia o loiro.


— Eu te amo Harry Potter. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha fútil e tediosa. Você me completa. — Falou Draco, também com lágrimas. Ele não merecia tanta perfeição


— Eu também te amo Draco Malfoy. Promete que nunca vai me deixar? — Pediu o moreno.


— Só se você prometer primeiro. — Falou o loiro.


— Nunca irei. — Falou o moreno.


— Nem eu. — Falou o loiro. — Qual é o perfume que você usa? Combina perfeitamente com sua perfeição.


— Eu não uso perfume Draco. — O moreno riu. — Eu que devia perguntar isso a você.


— Eu também não uso. — Falou o loiro. O moreno se surpreendeu.


— Achei que usava. — Os dois riram. — Então... Nós tivemos o nosso final perfeito.


O loiro fez cara de ultraje.


— Claro que não Harry! — Falou e o moreno ficou confuso. — Isso não é o final, isso é só o começo.


O loiro empurrou novamente Harry para deitar-se. Realmente, isso era só o começo.

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