Fingir que está tudo bem… (cap



Fingir que está tudo bem…


Capítulo Único


 


 


 


 


 


Fingir que está tudo bem…


 


Fechei os olhos, fechei-os na esperança de acordar do meu pior pesadelo, não podia acreditar que o que há dias tinha sido a minha vida, a minha vontade de mudar, a minha nova visão do mundo, a minha vontade de continuar nesta terra tinha simplesmente sido arrancada de mim. Arrancada dos meus braços.


Eu sabia desde o início que era o segundo no seu coração, que eu vinha depois deles, depois daqueles amigos irritantes que eu sempre odiei. Mas mesmo assim, eu queria acreditar que ela iria me escolher, que iria escolher ficar do meu lado…mas não, ela escolheu eles, escolher matar o que existia entre nós antes mesmo de se tornar algo sério. Ela matou o que eu demorei tanto a perceber, o que eu demorei tanto a aceitar, o que eu demorei tanto a conquistar.


Comecei a sentir ódio dela, o velho ódio e a velha raiva estavam correndo mais uma vez nas minhas veias, mas eu sabia que era apenas fogo de vista, não poderia sentir pela pessoa mais importante da minha vida este tipo de sentimento. Não podia e não conseguia.


 


O corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas…


 


Fiquei cansado de estar fechado nas paredes que tinham sido as testemunhas do meu sofrimento desde que ela me deixou, sai andando pelos corredores, alunos passavam por mim correndo, as suas vidas miseravelmente felizes me davam nojo. Sentia o meu corpo queimar, sentia o meu corpo sangrar sem parar, eu sabia que estava morto por dentro, que aquilo que as pessoas viam era apenas um corpo, um corpo sem alma, um corpo dentro de roupas de marca, um corpo que inalava respeito mas que preferia ser um nada no mundo mas ser tudo para ela, a ser tudo para o mundo e um nada para ela.


Parei mais uma vez, manter o raciocínio era a cada dia mais complicado, manter a minha mente fora das recordações era demasiado doloroso.


Lembrava-me do nosso primeiro beijo, o beijo que roubei apenas para a chatear, apenas para deixar a ela e aos amigos fora do sério, deixa-los com as ideias trocadas, mas que me prendeu, que me deixou a mim completamente trocado.


 


**Flash-back On**


 


Eu e Blas tínhamos acabado de fazer com que o Potter e os seus amiguinhos apanhassem uma detenção em poções, o que falando sério não era muito complicado, já que Snape odiava o Potter mais que tudo na vida.


 


- Malfoy seu canalha! – Ouvi a Granger gritar um pouco atrás de mim.


 


Me virei e vi que a sangue-ruim vinha de varinha em punho na minha direcção, revirei os olhos e me encostei na parede. Era muito típico dela, sempre que algo acontecia os medricas dos seus amigos a mandavam vir atrás de mim, e a doida vinha. E vinha sempre de varinha em punho. Mas o engraçado é que ela nunca fazia nada, tirando aquele soco no terceiro ano, ela nunca mais fez nada contra mim, sempre se ficava apenas pelas ameaças.


 


- Oh Granger, Granger! Você já está ficando previsível garota. – Vi ela bufar quando eu acabei de falar a brindando com um dos meus sorrisos sarcásticos.


 


- Foi você admite garoto, foi você que nos ferrou com o Snape. Admite! – Respirei fundo e não respondi logo de partida, eu gostava de implicar com a Granger, era demasiado fácil e imensamente engraçado.


 


Ela ficava demasiado nervosa, juro que não sei como a garota ainda não entrou em algum tipo de depressão magica, ou alguma troca de magia psicológica, pois a garota passava metade do tempo stressada.


Notei que os seus amiguinhos a tinham deixado sozinha desta vez, optando por ficar uns bons metros de distancia, Blas estava na outra parede esperando que eu acaba-se o meu divertimento matinal.


 


- Você sabe que stress em demasia causa rugas Granger? – Vi ela bufar com mais força ainda e baixou a varinha.


 


Ora ai está mais um comportamento que se tinha tornado habitual na Granger, ela falava, eu dizia algo que não tinha nada a ver só para sacaniar, ela bufava duas vezes e baixava a varinha.


 


- Não muda de conversa, eu sei que foi você e você vai dizer isso para o Snape também. – Eu ri na sua cara. Ela as vezes parecia demasiado inocente, como se eu Draco Malfoy fosse alguma vez admitir que tinha ferrado com o Poty Potter.


 


- Sabe o que é bom para o stress? Beijo na boca! – Vi ela arregalar os olhos, e Blas que anteriormente estava olhando para o outro corredor virar a cabeça rapidamente para mim.


 


Fingir que está tudo bem…


 


Tinha acabado de encontrar uma coisa que deixaria tanto a Granger como os seus amigos me odiando ainda mais, se o próprio Blas estava chocado com o que eu tinha dito, imaginava o Potter e o Weasley. Olhei para trás da Granger e lá estavam os dois babacas, me encarando demasiado chocados para reagir.


A Granger respirou fundo e me encarou de novo, com o seu nariz empinado.


 


- Você vai agora comigo falar com o Snape. – Ela tentava mudar a conversa e pela sua voz eu percebia que estava nervosa.


 


- É você está demasiado stressada Granger, um beijo sem dúvida te deixaria mais calma. – Me desencostei da parede e me aproximei da Granger.


 


- Para de tentar mudar o assunto Malfoy. – Ela falou no seu tom autoritário, a garota não tinha noção com quem estava falando, eu não era como os seus amigos que ela mandava e eles obedeciam, ela podia fazer aquele tom a vontade que eu não lhe ia obedecer.


 


- É! Um beijo vai acalmar você, depois não precisa me agradecer. – A Granger revirou os olhos e bufou mais uma vez.


 


- Para com a palha… – Não a deixei acabar a frase.


 


Enlacei a sua cintura com o meu braços esquerdo e segurei a sua nuca com a minha mão direita, invadindo a sua boca com a minha língua.


A sua boca tinha um sabor diferente, sabia a morango misturando com framboesa, a sua língua era suave. Um perfeito convite para um beijo mais intenso.


Ao princípio pensei que a Granger não iria corresponder, já que ela tinha ficado quieta, mas logo senti ela sugando a minha língua e as suas mãos prenderem os meus cabelos nas suas mãos, puxando a minha boca, cada vez mais para perto. Intensifiquei o beijo completamente atordoado, não me importava quem eu estava beijando nem onde estava beijando, eu só sabia que não queria que aquela sensação acabasse.


Tão rapidamente quanto eu a beijei ela me afastou, me empurrando contra a parede, quando a olhei notei que ela estava mais chocada com a sua própria reacção do que com a minha. Blas ainda nos olhava e os seus amigos nem se tinham mexido.


 


- Não toca mais em mim. – Ela sussurrou e depois saiu correndo.


 


**Flash-back Off**


 


Soltei o ar que estava preso nos meus pulmões e continuei o meu caminho, tudo a minha volta era demasiado para mim, mas mesmo assim eu não tinha forças para desistir, não tinha forças para desaparecer, não tinha forças para me manter longe dela. Tudo nela era o que me fazia trabalhar, o som do seu sorriso era a minha música preferida, o castanho dos seus olhos era a minha cor preferida, o cetim da sua pele era o meu tecido mais precioso, os seus beijos continham o meu sabor favorito. Virei a esquina e congelei, ali estava ela, ali estava o meu sorriso, os meus olhos, a minha boca, o meu nariz, ali estava a mulher que fazia o meu coração bater.


Hermione conversava alegremente com o Potter e o Weasley, odiava-os tanto por isso, odiava-os por serem os responsáveis pelo meu sofrimento e pelo dela. Sim porque eu sabia que ela sofria tanto quando eu.


Ela me olhou, e assim ficamos, decifrando os pensamentos um do outro, me deixei mergulhar no castanho chocolate dos seus olhos, no amor que transmitiam.


 


Olhas-me e só tu sabes, na rua onde os nossos olhares se encontram é noite, as pessoas não imaginam, são tão ridículas as pessoas, tão desprezíveis, as pessoas falam e não imaginam, nós olhamo-nos…


 


Sabia que estar ali, estar a olhando não era o melhor, nem para mim, nem para ela. O romance que mantivemos em segredo, as palavras que ficaram entre nós dois e as paredes da escola nunca poderiam ser reveladas, nunca poderiam ser ditas ao alcance dos ouvidos dos outros. Aos ouvidos dos seus amigos.


Eu a respeitava, eu respeitava as suas escolhas, mas então e eu?! E o que eu sentia?! O meu mundo morreu quando ela escolher ficar do lado deles, o meu mundo morreu quando ela saiu dos meus braços para ir dar uma de salvadora da pátria.


Eu sabia que por mais que me tentasse enganar eu nunca conseguiria viver assim, nunca conseguiria viver sem ela.


Eu li no seu olhar o quando ela sentia a minha falta, ela sorria por fora, mas chorava por dentro, eu queria poder gritar e dizer que ia a lua por ela, que dava a volta ao mundo se isso implicasse ficar do seu lado. Mas isso era algo que iria ficar preso no meu peito, que iria ficar apenas comigo, no silêncio da minha dor.


 


Fingir que está tudo bem…


Quebrei a nossa conversa silenciosa, e continuei o meu caminho, se ela escolheu viver sem mim não seria eu que lhe ia dificultar a vida.


Doía mais que tudo na vida, nunca nos meus pensamentos mais profundos eu algum dia imaginei que iria sentir este amor por alguém, como sinto por ela.


Ela está em tudo o que faço e tudo o que vejo, ela é o meu mais belo sorriso e a minha mais triste lágrima.


Mais uma vez me deixo levar por tudo o que passamos, por todas as lembranças de uma passado que agora me parece tão distante. Lembranças de momentos de plena felicidade e a forma como durante eles eu não me tinha percebido o quanto estava perto de a perder. Se o soubesse, aih se eu soubesse tira aproveitado cada minutos, teria a impedido de sair do meu lado tão rapidamente, tinha-a prendido nos meus braços mais horas, mas não. Fui um estúpido, não percebi que apenas por sentirmos os mesmos sentimentos, apenas por me ter perdoado e por me ter dado a oportunidade de ser feliz ao seu lado, não queria dizer que a teria para todo o sempre, como pensei. Agora não via a minha vida sem ela, olho para o meu futuro e apenas vejo uma mancha negra, uma mancha de incerteza, de dúvida de DOR!


Continuo a vaguear pelos corredores, a noite cai e eu não me importo, nada mais me importa, nada mais faz sentido para mim, queria poder adormecer e não acordar mais, esquecer que tudo a minha volta existe e ficar no mundo dos sonhos para sempre, naquele mundo em que eu posso tê-la para mim.


Chego ao jardim e paro perto do lago, o vento bate forte, mas o frio que sinto no corpo não se compara ao que sinto no coração, um frio que congela o meu sangue, nunca imaginei sentir-me assim.


Sinto tanto a sua falta e não lho posso dizer, pior, não posso admiti-lo a mim próprio, pois isso duplica a minha dor, minto ao coração e digo que não sinto a sua falta.


Na minha mente milhares de perguntas aparecem mas a que mais me faço é: Porquê? Porque não posso ter uma vida ao seu lado?


 


O sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir, será que vou morrer? Pergunto dentro de mim: será que vou morrer? Olhas-me e só tu sabes. Ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer, amor e morte…


 


Fecho os olhos, sinto que estou numa bolha de sabão, leve e completamente perdido no ar, por momentos imploro para não sentir nada, para não me lembrar de mais nada, para ficar no esquecimento e riscar o passado nebuloso que com toda a minha alma e com todo o meu coração eu ainda queria que fosse o meu presente e que virasse o meu futuro.


Se não doesse tanto seria grandioso, seria uma dor muda, uma dor relaxante, mas não, dói, dói demais. Dói tanto que me dá vontade de me perder no nada, mas em vez disso encontro-me aqui, a frente de um lago, com pensamentos que me perguntam o que ainda faço vivo. Começo a contar o tempo que demoraria para alguém encontrar o meu corpo sem vida neste lago, provavelmente me achariam antes mesmo de a morte me levar, e me trairiam de novo para este sofrimento.


Revejo tudo o que passei, sinto cada lembrança como uma cicatriz que nunca vai desaparecer do meu corpo, sinto a dor de manter este amor fechado dentro de mim, pergunto-me até quando vou conseguir viver com este peso no meu peito, quando tempo vou durar, quanto tempo vai ser até eu não conseguir mais e sucumbir a loucura.


 


Fingir que está tudo bem, ter de sorrir, um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga…


 


Todos os dias ponho a minha mascara, penso nela enquanto olho o lago, a mascara de menino mimado e que tem tudo para ser feliz e realmente é. Um fingimento, uma mera mentira para os outros.


Diariamente sou invadido pela solidão, a solidão que me faz cair, que me faz sofrer como nunca sofri, penso em tudo o que passei, sei que sofro e que é culpa minha, as minhas escolhas no passado influenciaram o meu futuro.


Que inocente que fui a pensar que ela ficaria comigo depois de tudo, depois de ter vendido a minha alma ao Lord. Eu devia saber, ela é o sol que brilha, um sol que nunca ficaria ao lado da escuridão que eu represento.


Repreendo-me por pensar que teria algum tipo de chanse com ela, meu Merlin, ela é o reflexo do bem, e eu sou um mero capacho que nem para isso serve.


Respiro fundo e penso em tudo que passamos juntos, no amor que dividimos, nas palavras e juras que trocamos, no segredo que guardamos desde o princípio do ano. Tão inocentes os seus amiguinhos, lembro-me do quando me diverti ao saber que andávamos nas suas costas, e lembro-me também dos estalos que apanhei pelo facto de me divertir com isso. Sempre tão temperamental a minha morena.


 


O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer…


 


Penso em todos os anos que passei neste castelo, e noto que sempre a amei, que deste que notei que ela era a primeira e a única que me desafiava eu me apaixonei, me apaixonei pela forma como ela me esnobava, pela forma como ela não queira nada comigo, pela forma como ela sempre tentava me humilhar e me tirar a razão que eu tinha. Sorrio com essa conclusão, ela sempre foi a dona do meu coração e ela sempre vai ser. Pergunto-te se ela sente a dor com a mesma intensidade que eu, se consegue lidar com a dor, porque eu não consigo. A minha dor me mata aos poucos, me arrasta para a solidão, me arrasta para o abismo que me espera num futuro sem ela. Me arrasta para um nada que eu vou ser se ela não voltar a ser minha. Sempre pensei que com o tempo eu iria deixar de pensar tanto nela, que iria deixar de sentir menos estas dor, mas não, ainda a sinto mais, com mais intensidade do que no principio.


Mas espero que ela não sinta está dor com a mesma intensidade que eu, pois se a mim me está destruindo, não quero saber o que está fazendo com ela, ela que é bem mais frágil emocionalmente que eu. Sinceramente eu espero que ela esteje bem dentro dos possíveis, porque para sofrer estou aqui eu. Eu, eu que não sou nada sem ela, que sem ela eu não estou bem, que sem ela eu perco o sentido para respirar e viver, o meu coração está morrendo a cada batida sem ela.


Me controlo para evitar as lágrimas que tanto querem descer dos meus olhos, jurei para mim próprio que não iria chorar, que não iria derramar nem mais uma lágrima, que iria andar para a frente, mas temo não conseguir, temo ser sugado pelo abismo, pelo buraco negro que se formou na minha vida, que se formou ao meu lado e que eu tento evitar com todo o custo.


 


Eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava. Era a tua a tua voz que dizia as palavras da vida. Era o teu rosto. Era a tua pele…


 


Sentia-me cada vez mais perto da minha morte, ou então era a minha loucura a percorrer o meu corpo. Deixei a sanidade guardada na gaveta do meu quarto e comecei a encarar o mundo apenas com o amor que sinto por ela, e com a loucura que quero manter para não perder a esperança de a ter de novo nos meus braços.


Me lembro do seu olhar, doce, atrevido, rebelde, inocente, mais de mil e um olhares eu encontrava quando a olhava, e amava cada um deles como se fosse o único.


Me lembro das lágrimas que ela derramou quando eu não a queria deixar.


 


**Flash-back On**


 


A agarrei pela cintura, ela chorava o que destruía ainda mais o meu coração, mas eu não a podia deixar ir, não podia. Ela me dizia que acabou e mais nada, não ela tinha que me olhar nos olhos e me dizer que já não me amava e que era por isso que queria acabar.


 


- Não, por favor Draco me deixa ir. – Ela disse chorando e tentando se livrar do meu aperto.


 


- Não, não deixo enquanto você não me disser porque está acabando comigo. – A puxei ainda mais para mim, colando os nossos corpos. A senti estremecer com o contacto, logo soube que ainda me amava.


 


- Acabou, eu não amo mais você. – Ela me disse olhando as sua mãos.


 


- Oh não é assim mocinha, quero que diga isso olhando nos meus olhos. – Puxei o seu queixo para cima, a fazendo me encarar. – Me diz agora que não me ama mais, diz que eu deixo você ir e nunca mais apareço na sua frente. – Lhe disse, Hermione chorava ainda mais.


 


- Oh não, Draco por favor. – Ela choramingou.


 


- DIZ! – A encarei sério, esperando ela dizer.


 


- Não consigo. – Ela disse chorando compulsivamente.


 


- Admite que ainda me ama Hermione, me diz que ainda me ama. – Eu lhe sussurrei ao ouvido.


 


- Eu ainda amo você Draco, muito, demasiado. – Ela me disse num suspiro. – Mas acabou, nós não podemos ficar mais juntos. – Ela me disse logo de seguida, chorando mais.


 


- É por causa deles não é? – Eu sabia que tinha Potter e Weasley no assunto.


 


Ela não disse nada, apenas assentiu. A larguei ela me olhou chorando, senti uma lágrima fugir dos meus olhos e espaçando pelo meu rosto.


 


- Vai Hermione, vai antes que eu me arrependa e não deixe você ir. – Lhe disse começando também eu a chorar.


 


- Me guarda do seu coração Draco, que eu vou levar você no meu. – Ela me disse na porta da Sala Precisa.


 


A vi indo embora, me deixando sozinho, completamente sozinho, só eu e a minha dor.


 


**Flash-back Off**


 


Antes de te conhecer, existias nas árvores e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde…


Olhei a minha volta, nada mais fazia sentido, antes via Hermione em tudo o que fazia e que via, agora só via dor.


A dor que eu encontrava deitada ao meu lado, no lugar onde ela antes dormia agarrada a mim, aconchegada ao meu corpo, me dando o seu calor, me dando a sensação de ser amado por alguém.


Me lembrei também nos planos que fizemos naquela cama, nos planos pôs Hogwarts, como queríamos comprar uma casa para nós, como queríamos assumir o nosso relacionamento, todos esses planos vejo-os sendo queimados hoje, sendo queimados bem na minha frente e eu pura e simplesmente não posso fazer nada contra isso. Ela sempre me fez ver a vida como uma coisa fácil, tão gostosa de se viver, mas sem ela, eu voltava apenas a encarar a confusão, o drama e a dor. Dor que agora era a minha companheira das horas vagas, que eram muitas já que eu não assistia a aulas a algumas semanas. Eu me prendia na minha memoria, me prendia nas minhas recordações, me prendia no antes, no que ficou para trás e não queria de forma alguma encarar a realidade, queria poder continuar vivendo do que já vivi.


Mas me sinto feliz por Hermione ter feito o que queria, sempre apoiei as suas decisões e sempre lhe tinha dito que ela tinha que seguir o seu caminho e fazer as suas escolhas sem nunca olhar para trás, e parece-me que foi o que ela fez, ela escolher os amigos e não olhou mais para trás, não olhou mais para o nós que ela deixou parado no tempo.


Queria poder arrancar do meu peito esse amor, queria poder dizer a minha cabeça para dizer ao meu coração para deixar de a amar, mas não conseguia porque ela era o meu vicio, ela era a porra do meu vicio, um vicio que me destruía e que ao mesmo tempo me mantinha vivo.


 


Muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.


 


 


Ouvi pés pisando a grama atrás de mim, eu sabia que era ela, era a minha Hermione quem vinha na minha direcção. Sabia simplesmente porque eu a conhecia melhor que todo o mundo, eu conhecia o barulho que ela fazia a andar, eu conhecia o barulho que o vento fazia quando batia nos seus cabelos, eu conhecia o barulho do seu respirar e quando o vento alto bateu forte eu tive a minha confirmação, o seu cheiro veio logo ao meu alcance.


A senti parar a poucos passos de mim, esperei que ela disse-se algo, mas nada disse, respirei fundo.


 


- Estou farto de fingir que está tudo bem. – Lhe disse.


 


Fingir que está tudo bem…


 


 


Minha primeira One-shot de sempre, espero com muita sinceridade que todos tenham gostado, porque eu adorei escrever.


Pensei em fazer uma fic desta One-shot, mas não tenho a certeza, me digam o que acham que eu logo vejo se sempre faço ou não.


Não se esqueçam de deixar comentários.


 


Poema: Fingir que está tudo bem – José Luís Peixoto.


 


Beijos Sissi_Malfoy

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Comentários (3)

  • RiemiSam

    Que belo texto. Fez essa leitora ficar apaixonada por suas palavras.

    2013-07-05
  • Gê Lima

    Sua on-shot é muito linda, perfeita! Vc deve fazer uma fic sim, vai ficar demais! Eu amei, quase chorei!

    2011-03-05
  • Gê Lima

    Sua on-shot é muito linda, perfeita! Vc deve fazer uma fic sim, vai ficar demais! Eu amei, quase chorei!

    2011-03-05
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