O natal
A morena acordou muito feliz naquela manhã, era 25 de dezembro, queria aproveitar ao máximo o dia ao lado do seu melhor amigo. Vestiu um conjunto de moletom e desceu para o salão comunal da Grifinória. Assim que chegou ao local, encontrou Harry (que estava usando um novo suéter feito pela senhora Weasley) sentado na poltrona em frente à lareira.
- Bom dia! – ela disse chegando perto do amigo.
- Bom dia! – o moreno respondeu, assim que Hermione sentou-se em frente a ele, estendeu a caixa de feijõezinhos mágicos de todos os sabores.
- Vai acabar passando mal se em vez de tomar café da manhã ficar comendo besteiras – respondeu com um tom autoritário.
- Relaxa com as regres pelo menos hoje, Mione! – disse, com uma vontade imensa de rir da cara dela – É natal.
A morena suspirou pesadamente e, em seguida, pegou um dos doces o colocando na boca.
- Chocolate! – respondeu, sorrindo – Acho que hoje é o meu dia de sorte.
Harry sorriu e também pegou um dos doces.
- Jiló! – falou depois de um tempo, fazendo cara de nojo – Eu nunca tenho sorte com isso, não é possível.
Ela riu da cara do amigo e se ajeitou melhor, deitando no colo dele.
- Quem te mandou todos esses doces? – perguntou, apontando para uma cesta que estava no chão ao lado deles.
- O Rony! – respondeu, pegando dois sapos de chocolate, abrindo um para si e entregando o outro para a amiga – Ele não te mandou nada?
- Rony me deu o meu presente de natal antes de viajar! – respondeu sem encarar o amigo.
- Entendo! – murmurou, demonstrando que não queria saber os detalhes da “entrega do presente”.
- Está lá no meu quarto! – respondeu depois de alguns minutos – É uma boneca de pano. Uma vez disse que tinha uma coleção quando era mais nova, e ele resolveu me dar um presente.
- Que legal! – respondeu.
A morena levantou, se sentando no local em que estava há alguns minutos. Colocou a mão no bolso de sua calça, e tirou um pequeno embrulho de lá de dentro.
- Feliz natal! – disse, entregando o presente para o amigo – Espero que você goste, achei a sua cara.
Quando Harry abriu a caixa em sua mão, dentro tinha um pomo de ouro em miniatura, parecido com o que viu seu pai brincando na penseira de Dumbledore há dois anos.
- Obrigado Mione, eu adorei! – respondeu, retirando do seu bolso uma pequena caixa azul – Eu também tenho um presente para você.
- Não precisava se preocupar comigo, Harry! – ela disse – Você sabe muito bem disso.
Ele não disse mais nada, apenas colocou a caixa nas mãos da amiga. Quando abriu, havia uma linda pulseira com dois pingentes, um de coração e o outro de estrela.
- É lindo Harry! – ainda olhando atentamente para o presente – Deve ter custado muito caro, eu...
- Meu pai deu essa pulseira para a minha mãe quando eles começaram a namorar! – disse, interrompendo a morena – Lupin me entregou nas últimas férias de verão, disse que era para dar a uma menina que eu achasse especial.
- Eu não posso ficar com ela! – disse, devolvendo a caixa para o moreno – É para a Gina que você tem que dar essa pulseira, não para mim.
- Ela não daria o verdadeiro valor que esse presente merece! – respondeu, entregando, novamente, a caixa para a amiga – Sei que ela é a minha namorada, mas você é a minha melhor amiga e posso dizer que é a pessoa mais importante da minha vida.
- Está bem! – ela disse, com lágrimas nos olhos – coloca para mim?
Ele prendeu delicadamente a pulseira no pulso direito de Hermione. Quando os dois voltaram a se olhar, estava perigosamente perto, podiam sentir a respiração acelerada um do outro. Não sabem que deu o primeiro passo, mas seus rostos foram se aproximando mais ainda, seus lábios estavam quase se tocando, quando uma coruja branca e pouso em frente à menina, fazendo com que os dois se afastassem como se tivessem sido pegos.
- Olá Pichí! – ela disse, fazendo carinho na cabeça da pequena ave – Essa carta é do Rony? Para mim?
Como se estivesse entendendo, ela balançou a cabeça positivamente e estendeu a pata em que tinha um rolo de pergaminho preso. Hermione pegou a carta, antes que a coruja levantasse vôo mais uma vez.
- O Rony é mesmo um fofo! – disse, começando a desenrolar o pergaminho na sua mão – Deve ter se lembrado que hoje é nosso aniversario de namoro.
Começou a ler a carta. À medida que seus olhos se moviam, começavam a se formar pequenas lágrimas, até que largou o papel em cima do sofá.
- Eu não acredito! – disse praticamente gritando – Ele não pode fazer isso comigo – completou, antes de sair correndo, em direção às escadas do dormitório feminino.
Harry tinha certeza do conteúdo da carta, mas não pode deixar de pegá-la para ler.
Mione,
Lembra da noite antes de eu ir embora, que nós fomos até a sala precisa e eu disse que te amava muito? Eu não fui completamente sincero com você naquele dia.
Fui com você até lá com a intenção de dizer que estava apaixonado pela Luna e ela por mim, mas não tive coragem. Não posso esconder mais isso de você, por isso estou te escrevendo essa carta.
Sei que hoje nós fazemos um ano de namoro e não é certo o que eu estou prestes a fazer, mas eu quero terminar tudo. Espero que você me perdoe, mas eu preciso ser feliz com a mulher que eu amo, da mesma maneira que eu quero que você seja com alguém que te queira muito.
Por último, saiba que eu realmente te amei muito um dia e pensei que duraria para sempre, infelizmente não aconteceu. Mas pode ter certeza que eu não vou esquecer de todos os momentos maravilhosos que passamos juntos.
Espero que me perdoe um dia,
Rony.
Assim que terminou de ler aquilo, resolveu ir ver como a amiga estava, sabia que ela precisaria muito de sua ajuda.
Hermione dormia em um quarto separado das outras alunas do sétimo ano, por ser a monitora-chefe. Quando chegou em frente à porta, a abriu lentamente e entrou no aposento.
A garota estava deitada na cama, com a cara enterrada no travesseiro, o moreno reparou em uma boneca com as vestes de Hogwarts (muito parecida com a amiga) caída no chão. Sentou-se na cama, nesse momento ela se levantou e passou a encará-lo nos olhos.
- Você sabia não é? – ela perguntou, limpando algumas lágrimas que estavam em suas bochechas.
- Sim! – respondeu, passando a encarar a colcha azul que estava na cama – Queria muito te contar, mas estaria me metendo no relacionamento de vocês.
- Desconfiei por causa da conversa que tivemos outro dia sobre termino de namoro! – disse, abraçando os próprios joelhos – Acho que faria a mesma coisa se soubesse que a Gina queria terminar com você.
Harry sorriu e se aproximou da amiga para abraçá-la.
- Espero que você siga todos os conselhos que eu te dei! – disse, passando a mão, lentamente, pelo cabelo dela – Sei que você de estar arrasada, mas foi melhor terminar com vocês dois sendo amigos do que continuarem a viver uma mentira.
- Tem razão! – disse, o abraçando – Obrigada por estar sempre me apoiando.
- Não é nada! – respondeu – Sei que você faria o mesmo por mim – continuou – Acho melhor eu descer, você deve querer ficar sozinha.
- Espera! – disse, segurando a mão de Harry – Fica aqui comigo, vou me sentir bem melhor.
E pela segunda vez naquele dia, seus rostos foram se aproximando até que seus lábios de tocaram. Dessa vez, nada podia atrapalhá-los, os beijos foram ficando mais intensos. O moreno a deitou na cama e começou a beijar seu pescoço e suas mãos se preparavam para tirar a blusa de Hermione.
Rony estava sentando em sua cama no hotel. Pelo tempo que Pichí já havia saído de lá, ela já deveria ter chegado em Hogwarts, não havia pedido para que a coruja esperasse a resposta, pois não queria receber um berrador de sua ex-namorada. Foi para a janela, a vista de Paris era linda, suspirou pesadamente e passou a mirar os poucos carros que transitavam naquele momento. Ouviu uma batida na porta.
- Pode entrar! – ele disse, saindo de perto da janela.
- Mamãe está nos chamando para tomarmos café! – disse Gina, entrando no quarto.
- Não estou com fome! – disse, se deitando.
- Mas vai ser entrega de presentes! – respondeu, sentando-se perto irmão, tentando animá-lo – É uma reunião da família Weasley, deve ter muitos presentes para todos.
- Eu não estou com vontade de comemorar o natal esse ano! – se virou para não encarar a ruiva que estava tão radiante quanto uma criança em seu primeiro natal.
- O que aconteceu? – perguntou, indo para o outro lado da cama.
- Mandei uma carta para a Mione! – disse, se levantando, mas ainda sem encarar a irmã – Nosso namoro acabou.
- Já estava na hora de você tomar uma atitude! – disse, quando viu que o ruivo a olhava incrédulo – Vi você e Luna conversando no trem.
- Você deve estar pensando que eu sou o cara mais cretino do mundo! – disse, passando a encarar seus pés.
- Eu tinha mesmo pensado isso! – Gina disse, parecendo muito séria – Mas então eu te ouvi dizendo que não teria nada com a Luna até resolver tudo com a Mione.
- Mesmo assim! – ele disse, agora olhando para a irmã – Mione é sua amiga e...
- E a Luna também é! – completou – Quero que as duas sejam felizes – sorriu – Se a felicidade da Mione não é ao seu lado, está sendo melhor para todos – continuou, naquele momento, parecia que ela era a mais velha – Do jeito que seus olhos brilhavam ao falar com a Luna, parecia que vocês dois tinham sido feitos um para o outro. Só não se esqueça, se fizer algum mal a minha amiga, eu te mato – completou, em tom ameaçador.
- Pode deixar Ginevra – a ruiva o olhou de maneira assustadora – Acha que a Mione vai me perdoar depois de tudo isso?
- Vocês são amigos desde muito antes de começarem a namorar – ela disse – Tenho certeza de que essa amizade vai falar mais alto.
Os dois, em seguida, desceram para tomar café.
Hermione estava deitada em sua cama olhando atentamente para sua estante de livros. O moreno ao seu lado, a abraçou e beijou sua bochecha.
- Posso saber o que você está pensando? – perguntou, sedutoramente, sussurrando em seu ouvido.
- Isso foi um erro! – foi tudo que conseguiu dizer, um suspiro de frustração escapou de seus lábios.
- Nós dois queríamos! – respondeu, fazendo a morena se virar e olhá-lo nos olhos – Não vejo o que tem de errado nisso.
- Você tem namorada! – respondeu, como se isso fosse a coisa mais errada do mundo – Não devia ter pedido para você ficar aqui comigo, isso acabaria acontecendo.
- Agora não adianta mais chorar, Mione, já aconteceu – Harry disse quase sacudido a amiga – E se você quer saber, foi tudo maravilhoso para mim.
- Aposto que com a Gina deve ser muito melhor – a garota parecia triste ao dizer isso.
- Eu Gina nunca dormimos juntos! – o moreno disse – Ela é irmã caçula do meu melhor amigo, não achava isso certo. E não saberia como encarar o senhor e a senhora Weasley depois.
- Entendo que você quer dizer! - respondeu, olhando para o teto.
A morena se lembrava de quando ela e Rony decidiram dar mais um passo em seu relacionamento. Estavam passando as férias de verão na Toca, no dia seguinte não conseguia encarar sua sogra no café-da-manhã, pensava estar escrito em sua testa o que havia acontecido.
- Gina não pode descobrir o que aconteceu! – Hermione aparecia completamente apavorada – Ela nunca vai me perdoar, e nem a você.
- Eu sei disso! – o moreno disse, sorrindo – Esse será o nosso segredo.
Deu um selinho de leve na amiga que sorriu e devolveu o gesto. Continuaram dessa maneira até que os beijos começaram a ficar mais intensos e a morena se afastou.
- É melhor sairmos daqui! – ela disse se levantando e pegando suas roupas que estavam espalhadas pelo chão – Ainda temos tempo de aproveitar um pouco da neve antes do almoço.
Trocaram de roupa em silêncio e depois desceram para o lado de fora do castelo. Por mais que continuassem a brincar como antes, sabiam que o que havia acabado de acontecer não seria esquecido tão facilmente o quanto desejavam. Mas não sabiam o quanto isso mudaria suas vidas e das pessoas ao seu redor.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!