Todas as respotas




Passou pelo retrato da mulher gorda, não havia nenhum aluno dentro do salão comunal, pois estão em horário de aula. Por isso, ele conseguiu subir as escadas dos dormitórios sem nenhum problema e entrou no quarto de Hermione.


A morena estava dormindo profundamente naquele momento. Foi se aproximando lentamente e chegou perto do berço. Sua neta, não pode deixar de se emocionar, queria pegá-la no colo, mas não podia.


Sentou-se na beirada da cama e colocou uma mecha de cabelo da filha e colocou para trás da orelha. Ela suspirou levemente e foi abrindo os olhos.


- Professor Lupin! – estava bastante assustada – O que está fazendo aqui?


- Harry disse que eu poderia vir até aqui vê-la – explicou – Queria muito conhecer a sua filha.


- Oh sim! – respirou aliviada – Daqui a pouco ela deve estar acordando, se quiser esperar.


- Claro! – ficou encarando as próprias mãos durante alguns segundos – Sabe Mione, no começo eu fiquei um pouco assustado, mas já estou me acostumando com isso.


- E pode imaginar como eu fiquei – riu levemente – Não estava preparada para ser mãe aos 17 anos, mas agora estou adorando a idéia.


- Eu também estou adorando a idéia de ser pai! – comentou


- Como assim? – achou muito estranho – Não sabia que você tinha uma namorada e que ela estava grávida! Meus parabéns!


- Quer dizer que você não sabe? – espantou-se.


- Não sei sobre o que? – ela não estava entendendo nada – Será que você pode me contar.


- Talvez a Caroline não queira que você saiba, mas é o seu direito – continuou – Hermione, eu sou seu pai.


- O que? – gritou mais alto do planejado, nesse momento começou a ouvir um choro de bebê.


- Exatamente o que você ouviu! – a viu levantar-se e começar a ninar a filha a fim de acalmá-la – Eu e sua mãe fomos namorados na época do colégio, então ela engravidou, mas eu...


- Não quero saber de mais nada! – o interrompeu parecendo muito brava – Você abandonou a minha mãe quando ela estava grávida e a fez me entregar a adoção. Eu nunca vou te perdoar por isso.


- Espera minha filha! – a segurou pelos ombros – Não foi exatamente isso que aconteceu. Deixe-me te explicar.


- Eu não quero te ouvir! – afastou-se rapidamente – E não me chama de filha. Meu único pai é o que me criou e não você.


- Eu quero que você me escute Hermione! – pediu com um tom bem calam de voz – Depois você pode me expulsar daqui.


- Sai daqui agora! – seu rosto estava totalmente vermelho devido a raiva e as lágrimas também.


Nesse momento, Harry entrou no local e presenciou a cena.


- O que está acontecendo aqui? – perguntou.


- Eu estou tentando explicar para ela o que foi aconteceu realmente – o homem disse – Mas a Hermione não quer me ouvir. Acha que eu abandonei ela e a mãe.


- Você contou toda a verdade? – viu o professor balançar a cabeça afirmativamente – Não era para você ter feito isso.


- Ela precisava saber! – explicou – Não posso mentir para a minha filha para sempre.


- Eu sei! – balançou a cabeça – Mas é melhor você voltar outra hora, não vão conseguir resolver nada agora.


- Despediu-se do homem e voltou para junto da amiga, que permanecia com Melanie (muita mais calma) no colo.


- Quer dizer que você já sabia? – foi a primeira coisa que ela perguntou.


- Sim! – estava um pouco receoso em dizer isso - Mas a sua mãe queria te contar a verdade pessoalmente uma outra hora.


- Eu quero falar com ela! – pediu – Pede para o Dumbledore chamá-la.


- Está bem! – caminhou em direção a porta.


- E Harry! – o chamou novamente – Não sai mais de perto de mim hoje.


- Pode deixar! – sorriu enquanto respondia – Não vou demorar.


Assim que ficou sozinha novamente, a morena respirou profundamente enquanto fechava os olhos. Era incrível como sua vida havia dado uma vota de 360º em menos de um ano, quase não conseguia se lembrar de quem era antes de tudo isso.


- Não acredito que Remo disse tudo! – Caroline andava de um lado para o outro do quarto da filha algum tempo depois – Ele simplesmente não podia, estragou tudo que eu tinha planejado.


- Agora não adiantada mais! – a garota murmurou – Eu já sei de tudo.


- Tudo bem minha filha! – se aproximou e a abraçou de maneira carinhosa – Só espero que você me perdoe por não ter te contado isso antes.


- É claro que eu te perdôo – respondeu fazendo a mãe respirar mais aliviada – Quem eu não posso perdoar de maneira nenhuma é o professor Lupin, ela nos abandonou sem mais nem menos.


- Minha filha! – começou um pouco receosa – Não foi bem assim que as coisas aconteceram.


- E como foi? – ela quis saber.


- Agora eu também quero saber – Harry, que estava sentado perto da mesa, se aproximou das duas – Sei que estou me intrometendo em assuntos de família, mas fiquei curioso.


- Você não está se intrometendo – explicou – Essa história interessa a vocês dois.


- Como assim? – perguntaram ao mesmo tempo.


Caroline respirou fundo várias vezes como que criando coragem para começar a falar.


- Eu e Remo nos conhecemos no nosso primeiro ano de Hogwarts e ficamos amigos – começou a contar – Com o tempo esse sentimento foi mudando e começamos a namorar durante o sétimo ano e continuamos juntos depois que nos formamos. Até que...


 


*Flash back*


A morena estava andando perto da margem do lago, havia recebido uma carta de seu namorado pedindo para que fosse encontrá-lo naquele parque no centro de Londres. Não tinha idéia do que ele queria falar, estava muito curiosa.


Viu que ele se aproximava lentamente e correu em sua direção. O abraçou com muita força e deu um rápido beijo em seus lábios.


- Estava morrendo de saudades de você – ela disse sorrindo – Não sabe como eu fiquei feliz ao receber a sua carta.


- Que bom! – ele parecia muito frio – Carol, nós precisamos conversar.


- O que aconteceu Remo! – ela parecia assustada – Está me deixando com medo.


- Melhor nós sentarmos! – indicou um banco que estava a poucos metros deles.


Caminharam até lá e se sentaram. O rapaz segurou as duas mãos da namorada e pode verificar que elas estavam geladas.


- Carol, nós dois passamos por muitos momentos felizes juntos e eu nunca vou esquecê-los, pode ter certeza – não conseguia encará-la diretamente nos olhos – Eu quero terminar tudo.


- Mas por quê? - algumas lágrimas já se formavam no canto dos seus olhos – Pensei que você me amasse.


- E eu te amo! – respondeu – E é por isso que estou fazendo isso, que estou fazendo isso, quero que você esteja protegida.


- Como você pode dizer uma coisa dessas? – nesse momento ela já estava chorando – O único lugar em que eu vou estar mesmo segura é ao seu lado.


- Eu nunca vou te trazer segurança Caroline! – gritou o mais alto do que estava planejando – Eu sou um Lobisomem e não sei do que sou capaz quando estou transformado. Posso te ferir gravemente ou até te matar.


- Eu não me importo com isso – o abraçou com bastante força para evitar que se movesse – Eu te amo e correria todos os perigos do mundo para estar ao seu lado.


- Você não sabe do que está falando – balançou a cabeça negativamente – Vai me agradecer daqui há alguns anos por eu estar fazendo isso antes que seja tarde demais.


Ele foi embora sem olhar para trás. Se visse a garota que amava chorando desesperadamente perderia toda a coragem e voltaria para os seus braços.


*Fim do flash back*


 


- Algumas semanas depois, descobri que estava grávida – continuou enquanto limpava o seu rosto, que já estava cheio de lágrimas devido as lembranças – A principio, pensei em procurar o Remo e contar para ele, mas ele havia parecia tão decidido que pensei que ele não fosse mudar de idéia por saber que teríamos um bebê. Então decidi viajar para Oxfordshire, ninguém do mundo bruxo iria me procurar lá e eu poderia ter minha filha sossegada.


- Mas mãe! – Hermione a interrompeu de repente – Você não teve medo de ter um filho com o Lupin? Poderia ser um lobisomem.


- Estaria mentindo se dissesse que não estava com medo – explicou – Mas quando fiz o exame trouxa e soube que seria uma menina fiquei mais tranqüila.


- E quando você decidiu que daria a Mione para a adoção - o de olhos verdes perguntou.


- Logo depois que ela nasceu – respondeu calmamente – Eu tinha somente 20 anos e, de repente, me vi com um bebê para criar sem um pai. Percebi que ela estaria melhor com uma família adotiva, não estava em condições psicológicas nem financeiras de criá-la. Além de tudo isso, tudo nela me lembrava o Remo.


Os três ficaram em um silêncio profundo durante vários minutos.


- Foi quando eu decidi voltar a Londres – continuou, finalmente – Precisa muito conversar com alguém, então chamei a minha melhor amiga em todo esse mundo.


 


*Flash back*


Ouviu a campainha e foi correndo atender a porta. Uma jovem ruiva sorria para ela com um bebê de poucos meses no colo.


- Lilian! – a abraçou de maneira carinhosa – Não sabe como é bom vê-la novamente.


- Você quem sumiu durante todos esses meses – lembrou – Vai me dizer onde estava ou eu vou ter que te dar uma poção da verdade?


- Daqui a pouco você vai entender tudo! – disse enquanto observava o menino no colo da amiga – Então esse é o pequeno Harry! Não acredito que perdi o nascimento dele.


- Eu também não acredito! – ela se fingiu de brava – Queria muito que você tivesse sido madrinha dele, mas James acabou me convencendo de chamar Sirius, embora não ache que ele seja uma boa influência para o meu filho. Acredita que outro dia ele tentou dar feijões mágicos de todos os sabores para o Harry?


- Bem típico do Sirius mesmo! – riu.


- Onde estão os seus pais? – quis saber enquanto se sentava no sofá.


- Trabalhando! – explicou – Agora venha até aqui. Quero que veja uma coisa.


Caminharam em direção ao corredor até pararem em frente a um quarto. Entraram e encontraram a menina recém-nascida dormia alheia a todas as preocupações a sua volta.


- Ela é adorável Carol! – Lilian sorriu ao ver a menina – Quem é!


- Minha filha! – disse – Minha e do Remo.


- Eu não acredito! – parecia chocada – Mas vocês terminaram. Ele sabe disso?


- Não sabe e nunca vai saber! – explicou – Vou dá-la para a adoção, estou decidida a isso.


- Você tem certeza de que é o que você quer? – perguntou parecendo um pouco desconfiada – Sempre existem outras soluções melhores.


- Por favor, Lilian, não tente me fazer mudar de idéia! – pediu, já estava sendo muito sofrido sem ouvir as lamentações da amiga – Eu só quero que você me ajude a encontrar um bom lugar para a minha filha viver.


- Eu mesma ficaria com ela, mas eu e James já termos problemas demais com o pequeno Harry – lamentou-se – Mas podemos procurar nos anúncios de jornais, muitos casais que não podem ter filhos fazem isso. Além disso, é bem melhor do que deixá-la em um orfanato.


- Tem razão! – concordou – Têm alguns jornais trouxas na sala, podemos começar a procurar.


- Mas será que antes eu posso olhar direito a carinha da sua filha? – pediu.


- Claro! – a pegou do berço.


Nesse momento. O filho de Lilian começou a esticar os braços como se quisesse brincar com sua nova amiga.


- Parece que o Harry gostou dela – a ruiva começou a rir – Se você fosse criá-la, talvez eles pudessem se casar um dia.


- É verdade! – também riu – Mas sabe como é o destino, talvez eles se encontrem em Hogwarts e acabem se casando sem nem saber que se conhecem praticamente desde que nasceram.


- Parece uma coisa completamente impossível – observou – Mas, quem sabe?


- Agora vamos começar a procurar – deixou a filha, novamente, dentro do berço – Pode deixar o Harry aqui também, assim os dois podem “conversar” um pouco.


Deixaram as duas crianças no quarto e voltaram para sala e começaram a fazer suas pesquisas.


*Fim do flash back*


 


- Achamos o anuncio dos Grangers naquele mesmo dia – continuou – Marquei de ir até lá e pedi para Lilian ir até lá comigo. Foi a pessoa que mais me deu força naquela época.


- Ainda não acredito que você e a minha mãe se conheceram – Harry ainda estava em choque devido a tudo aquilo que ouviu. Foi só então que se lembrou ter visto a foto dela no álbum de casamento de seus pais.


- Eu e Lilian éramos grandes amigas, quase como irmãs, até fui madrinha do casamento dela com o seu pai – respondeu olhando para o moreno - Quase não acreditei quando soube o que aconteceu com eles, mas quando me contaram o que você esta bem, me senti bem mais aliviada.


- É verdade que eu e Harry nos conhecemos quando éramos bebês? – a garota parecia estar achando tudo aquilo divertido – E até dividimos o mesmo berço.


- Por que eu estaria mentindo para você? – tinha um sorriso maroto nos lábios – Aliais, Lilian ficaria muito feliz se soubesse que vocês dois tiveram um bebê juntos.


- Quer dizer que eu fui muito injusta com o meu pai – a morena mudou de assunto enquanto encarava um canto qualquer da parede – Preciso ir falar com ele urgentemente.


- Agora não Mione, madame Prince disse que você precisava ficar dois dias inteiros de repouso - o de olhos verdes a segurou no momento em que ia levantar – Você pode esperar até amanhã.


Suspirou pesadamente parecendo muito brava, mas resolveu ficar onde estava. Aproveitou para saber mais histórias de sua mãe e de seu pai quando estavam juntos.


Era hora do jantar e Hermione estava sozinha em seu quarto. Olhou para o sanduíche que a enfermeira do colégio havia deixado há alguns minutos, não estava com fome.


Sabia o que precisava fazer naquele momento. Levantou-se e pegou Melanie dentro do berço, saiu do quarto e, em seguida do salão comunal. Andou pelos corredores, que estavam desertos, até chegar a sala de defesa contra artes de trevas.


O professor estava sentado em sua mesa lendo uma folha de pergaminho amassado. Sorriu ao levantar o rosto e ver a morena ali.


- Oi Hermione! – disse – Como você está se sentindo.


- Muito bem! – balançou a cabeça enquanto se aproximou dela mesa – Eu resolvi vir até aqui para podermos conversarmos melhor, fui tão grossa hoje de manhã.


- Sente aqui! – conjurou uma cadeira que parecia ser bastante confortável – Pode começar!


- Eu conversei com a minha mãe hoje a tarde e ela me contou tudo o que realmente aconteceu – explicou – Não deveria ter te falado tudo aquilo sem ouvir a sua versão.


- Eu não te culpo por isso Hermione! – se ajoelhou em frente a ela e segurou o seu rosto – Não deve ser fácil passar por tudo isso que está acontecendo por você.


- Mas eu quero que você me perdoe! – pediu – Será que nós podemos ter uma chance de nos conhecermos melhor como pai e filha?


- É claro que sim Hermione! – os olhos de homem estavam cheios de lágrimas – É tudo que eu mais quero ma vida.


- Obrigada! – sorriu – Você quer segurar a sua neta? Pai!


- Sim! – estendeu os braços para pegar o bebê.


Passaram alguns minutos em silêncio. Não precisavam de palavras naquele momento, sabiam muito bem o que estavam sentindo.


- Obrigado por tudo minha filha – disse depois de alguns minutos, devolvendo a menina para a morena – Prometo que serei o melhor pai do mundo para você.


- Eu sei disso! – concordou com a cabeça – Acho melhor eu voltar para o meu quarto, Harry insiste para que eu fique de repouso.


Assim que ela entrou em seu quarto, dirigiu-se diretamente para sua cama. Estava, sem dúvidas, se sentindo bem melhor com sua consciência.

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