Trabalho do parto



Houve um grande acidente essa noite, por isso está tudo engarrafado. Já estamos há dez minutos aqui e os carros não andam, cada vez as contrações aumentam mais.


- Será que ainda vai demorar muito? - perguntei colocando a cabeça para o lado de fora da janela, não conseguia ver aonde terminava a fileira de carros – Daqui a pouco os bebês vão nascer aqui mesmo.


Já estava até imaginando as noticias no jornal de amanhã: “Mulher dá a luz a gêmeos em pleno engarrafamento”, meus filhos seriam conhecidos como os bebês do engarrafamento, eu certamente não queria uma coisa dessa para eles.


- Fica calma Mione! - Harry segurou a minha mão, que já estava totalmente gelada – Nós já vamos chegar ao hospital.


- Nós não estamos nem perto do hospital – lembrei – Daqui a pouco não vai mais dar tempo.


- Deve passar alguma ambulância por aqui – disse, depois de alguns minutos, enquanto abria a porta do carro – Eu vou dar um jeito Mione.


Ele ficou parado observando os carros parados.


- Harry! - eu o chamei quando veio uma nova contração.


- Não precisa fica nervosa! - disse se aproximando do carro novamente – Vai dar tudo certo.


Foi nesse momento que eu vi uma luz de sirene. Pararam bem na frente de Harry, era um carro de policia.


- Está tudo bem? - um dos policiais perguntou enquanto saia do carro.


- A minha esposa etá tendo bebê – explicou calmamente – Nós precisamos chegar logo ao hospital.


- Está tudo bem com a senhora? - o homem me perguntou.


- Acho que não! - disse – Estou com muita dor.


- Não se preocupe com nada – avisou – Vamos levá-los ao hospital. É só nos seguir.


- Está bem – Harry concordou antes de se sentar ao meu lado – Eu disse que daria um jeito.


- Obrigada! - sussurrei – Promete que não vai sair do meu lado nenhum minuto?


- Não vou sair do seu lado por nada desse mundo – passou a mão pelo meu rosto sorrindo.


- Agora vamos! - pedi – Esse bebês não vão querer esperar por muito tempo.


Os policiais abriam caminho por entre os carros parados no meio da rua e nós os seguimos. Em menos de cinco minutos chegamos à porta do hospital.


- Senhorita Granger! Nós já estávamos a sua espera – uma das enfermeiras disse trazendo uma cadeira de rodas – Sente-se aqui.


- Muito obrigado por tudo – Harry disse ao policial.


- Só fiz o meu dever – respondeu – E boa sorte para vocês.


Fomos entrando pela recepção do hospital até encontrarmos o médico.


- Preparem-a para cirurgia imediatamente – pediu.


Começaram a me empurrar em direção a uma sala. Vi que Harry tentou me seguir, mas foi impedido. Será que o médico não vai deixá-lo estar comigo na sala de cirurgia?


Não demorou muito para eu estar pronta para o parto. Estava deitada em uma especie de maca e podia ver várias pessoas passando para todos lados. O que me deixava mais nervosa.


- Aonde está o Harry? - perguntei tentando me levantar, mas a enfermeira não deixou – Eu quero ele aqui comigo.


- Fica calma senhorita Granger – ela disse – Logo tudo vai acabar.


- Mas eu quero o Harry aqui comigo – tinha a impressão de que eu iria chorar a qualquer momento – Ele me prometeu isso.


- E eu estou aqui! - ele estava bem do meu lado, mas tudo que eu consegui ver foram os seus olhos verdes.


- Harry! - eu sorri abertamente.


- Eu te disse que estaria aqui! - passou a mão pelo meu rosto – Nunca deixaria vocês na mão.


- Agora eu vou te dar uma anestesia – a mulher se aproximou de mim – Você não vai sentir nada.


- Eu não quero dormir! - disse – Eu quero ver os meus filhos.


- Não se preocupe, você não vai dormir – garantiu – É só para você não sentir dor.


- Nesse caso! - completei.


Ela aplicou a injeção. Aos poucos a dor foi passando e eu fui ficando mais relaxada.


Não demorou muito para o médico aparecer.


- E então senhorita Granger! - disse enquanto olhava alguns aparelhos que estava a minha volta – Está pronta?


- É claro! - respondi – Mal vejo a hora de ver a cara dos meus bebês.


Ele começou a cirurgia. Harry passou o tempo todo ao meu lado e segurando a minha mão. Não demorou muito para eu ouvir o choro do primeiro bebê, estava com vontade de chorar também.


- É o menino! - disse.


Eu queria segurá-lo. Ver o rosto do meu filho pela primeira vez, mas sabia que ainda faltava a menina, e também queria vê-la logo.


Não foram nem dois minutos de diferenças e já voltei a ouvir choro de bebê.


- Parabéns! - o médico disse animado – São dois bebês fortes de saudáveis.


- Eu quero segurá-los! - pedi esticando os braços.


- Eles ainda precisam fazer alguns exames – avisou – Você já vai vê-los.


- Mas eu quero agora – minha vontade era de levantar naquele momento e ir atrás dos meus bebês – Quero ver os meus filhos.


Vi que o homem foi falar alguma coisa com a enfermeira e ela foi mexer no meu soro. Quase automaticamente eu senti o sono vir e logo estava dormindo profundamente.


Eu tive um sonho muito estranho, para falar a verdade foi um pesadelo eu estava em um lugar totalmente preto e vi dois berços um pouco distantes, fui me aproximando e eles sumiram, então Harry aparecia me dizendo que tudo ficaria bem e ele também sumiu logo em seguida.


Eu fui despertando aos poucos, meu namorando estava me olhando e sorrindo para mim.


- Você acordou! - ele deu um beijo no topo da minha cabeça - Como você está se sentindo?


- Ainda bem sentindo um pouco tonta! - disse – O que foi que aconteceu?


- O médico achou melhor que você dormisse um pouco! - explicou – Você estava muito agitada.


- E que horas são? - resolvi perguntar.


- Sete da manhã! - eu me espantei nesse momento.


- Não sabia que eu tinha dormido tanto! - comentei.


- Na verdade foram só algumas horas – continuou – Os bebês nasceram as duas horas da manhã.


- Os bebês! - como que eu pude me esquecer dele nem que fosse por um minuto, devo ser uma péssima mãe – Aonde eles estão? Quando eu posso vê-los.


- Fica calma Mione – colocou a mão no meu ombro - Você não pode se estressar.


- Então me fala aonde estão os meus filhos – pedi calmamente.


- Eles estão no berçário -respondeu por fim – Precisam ficar na encubadora.


- Encubadora? – eu gelei nesse momento – Tem alguma coisa errada com eles?


- Eles são prematuros Mione – lembrou – Eles precisam ficar na encubadora, questão de segurança.


- É verdade! - concordei com a cabeça – E será que eles vão ficar muito tempo lá.


- A pediatra passou aqui agora pouco – continuou a falar – Eles estão ótimos e reagindo bem ao ambiente. Ainda vão ter que ficar na encubadora por 24 horas, mas, mais tarde vão trazê-los aqui para você amamentá-los.


- Mal posso esperar por isso! - comentei.


- Agora tente descansar um pouco – disse – Você ainda deve estar muito cansada.


- Eu estou ótima! - garanti.


Resolvemos ligar a televisão. Aquela hora só estava passando jornal, mas é sempre bom se inteirar das notícias, eu quase não tinha tempo para isso normalmente.


Foi então que a enfermeira entrou com o meu café-da-manhã.


- Eu não estou com fome! - reclamei como se fosse uma criança.


- Mas você precisa! - Harry disse – Se não você vai fica fraca e não vai pode amamentar os bebês.


Acabei comendo tudo. Com alguma força do meu namorado, é claro. Depois que levaram a bandeja embora, uma outra enfermeira entrou no meu quarto, dessa vez trazendo dois embrulhos, um azul e um rosa.


- A medica deixou trazê-los até aqui – avisou – Mas só vão poder ficar por uma hora.


- Não tem problema – eu disse esticando o braço para pegar meus filhos -O importante é que eles estejam aqui.


Foi então que eu os tive pela primeira vez em meus braços e pude ver os seus rostos. Ainda não dava para saber com quem eles se pareciam, pois ainda era muito pequenos, mas mesmo assim já eram lindos.


- Vou deixar vocês sozinhos – a mulher avisou – Volta na hora que tiver que buscá-los.


- Você que segurá-los? - perguntei para Harry.


- Acho melhor não! - respondeu se afastando – Eu posso derrubá-los e machucá-los.


- Tenho certeza de que não vai acontecer – garanti.


Ele por fim os pegou. Primeiro a menina e depois o menino.


- Eles são mesmo lindos! - comentou com um sorriso bobo no rosto.


- Eu sei! - concordei.


- Precisamo escolher os nomes deles – me lembrou enquanto devolvia os bebês para os meus braços – Não podemos chamá-los de ele e ela.


- Isso é verdade – parei um pouco para pensar, então, escolhi o nome perfeito para eles – O que acha de chamarmos o menino de Harry? Acho lindo quando o filho recebe o nome do pai.


- Achei uma ótima idéia – passou o dedo pela cabeça do bebê – Harry James Potter Junior.


- E a menina, pensei em chamá-la de Lilian, como sua mãe – continuei – Lilian Jane Potter.


- Os nomes ficaram lindos! - comentou.


Nesse momento os bebês começaram a chorar ao mesmo tempo. Estou começando a pensar que vai ser sempre assim.


- Acho que eles estão com fome! - comentei.


- Isso é com você – avisou rindo levemente – Vou deixar vocês três sozinhos.


Enquanto amamentava os meus filhos eu fiquei admirando eles. Ainda não acredito que eles estão ali comigo, os frutos do meu amor com o Harry, as coisas mais importantes da minha vida.


Estava tão distraída que não percebi que os bebês pararam de sugar. Eu comecei a niná-los para que dormissem, queria aproveitar o máximo de tempo com os dois.


Nesse momento Harry retornou ao quarto.


- Oi meu amor! - ele se aproximou e me deu um selinho -Tem duas pessoas aqui querendo te ver.


- Quem? - eu quis saber.


A porta foi aberta novamente. Dessa vez eram Lizzie e Julie.


- Queríamos ter vindo mais cedo! - minha irmã falou – Mas saímos muito tarde da festa.


- Eu queria tanto ter aproveitado a festa – comentei – Como está Lilá?


- Ficou perguntando toda hora como você estava – dessa vez, Lizzie explicou – Só conseguiu ir embora depois que o Harry me ligou dizendo que você e os bebês estavam bem.


Foi então que as duas repararam nos gêmeos nos mês braços e começaram a admirá-los.


- Deixe-me apresentá-los – Harry pegou o nosso filho no colo e entregou a para a irmã – Esse é Harry James Potter Junior – em seguida, fez o mesmo com a menina e a entregou para Julie – E Lilian Jane Potter.


As duas ficaram admirando os sobrinhos em seus braços. Não pude deixar de me emocionar.


- E essas sãos as suas madrinhas – continuou como se estivesse falando com os bebês.


- Achamos melhor deixar a Lizzie ser a madrinha do menino – expliquei - Por medida de segurança.


- Vocês estão me ofendendo! - fingiu-se de brava.


- Você iria querer levá-la toda hora para o Shopping – ele lembrou – A menina iria virar um viciada em compras.


- Vocês acham mesmo que isso vai me impedir de levar a minha sobrinha as compras – garantiu.


- Não deixa isso – pedi para a minha irmã.


- Escuta Lizzie – Harry começou – Quando você tiver uma filha vai poder fazer isso tudo.


- Neville não vai deixar! - deu de ombros – Mas ainda tenho muito tempo para convencê-lo.


Todos começamos a rir. Então uma enfermeira entrou no quarto.


- Eu vim buscar os bebês – avisou – Eles precisam voltar para o berçário.


- Mas já! - reclamei – Não podem ficar mais um pouco?


- Eu sinto muito senhorita Granger – avisou – Eles precisam voltar para a encubadora. Mas vou trazê-los novamente a noite.


- Está bem! - concordei por fim.


Ela retirou os meus filhos das mãos de Lizzie a Julie e foi embora em seguida.


- Acho que já vamos embora também! - minha melhor amiga avisou – Você deve estar com sono.


Eu me despedi das duas e logo depois resolvi dormir mais um pouco, estava mesmo com muito sono.


Como a enfermeira havia prometido, ela levou os meus filhos mais tarde para que eu pudesse amamentá-los. No dia seguinte eles puderam ficar mais tempo, mas de tarde votaram para o berçário pois eu precisava dormir um pouco.


Acordei com alguém beijando o meu pescoço. Abri os olhos e vi Harry sorrindo para mim.


- Você não vai acreditar quem está aqui para te visitar? - ele disse totalmente animado.


- A Lizzie e a Julie de novo? - arrisquei.


- Não! - ele balançou a cabeça afirmativamente – Os meus pais, a sua mãe e o Jonh.


- Sério! - me espantei – Mas quem avisou para eles?


- Pedi para as nossas irmãs avisarem para todo mundo – explicou – O seu pai está com muito trabalho na delegacia e não pode sair de Romney Marsh. O Henry e a Luna também não podem vir.


- Está tudo bem! - concordei.


Foi então que as nossas visitas entraram no quarto. Minha mãe e Lilian começaram a me dar vários conselhos de dicas para eu poder cuidar dos bebês, eles seriam mesmo muito úteis.


Um pouco depois, a mulher levou os gêmeos que precisavam mamar. Minha mãe e meus sogros estavam doidos para ver os netos e ficaram muito felizes em, finalmente, conhecê-los. Eles só foram embora bem tarde de lá.


Eu ainda permaneci uma semana no hospital. Mal podia esperar para ir embora daquele lugar, o que me confortava era que Harry não saiu do meu lado por nenhum minuto (somente por meia hora, quando ele foi em casa pegar algumas coisas).


- Já está tudo pronto? - ele perguntou entrando no quarto.


- Estou quase terminando – disse enquanto colocava o Harryzinho no carrinho.


- Tem certeza de que não precisa de ajuda? - quis saber.


- Pode deixar – fechei a minha mala que estava em cima da cama – Pronto! - Já podemos ir para casa.


Harry pegou as bolsas enquanto eu empurrava o carrinho de bebê. Quando chegamos ao carro, eu decidi ir no banco de trás junto com os meus filhos.


- Eu ainda não acredito que já estamos indo para casa – comentei sorrindo – Mal vejo a hora de tomar banho e dormir por umas doze horas.


- Isso se os gêmeos deixarem – ele lembrou.


- Não precisa me lembrar disso – suspirei pesadamente – Acho que não vamos mais ter sossego.


Não demoramos muito para chegarmos em casa. Assim que abrimos a porta da sala tivemos uma grande surpresa.


- Mãe! - dissemos ao mesmo tempo.


- Assim que o Harry ligou dizendo que vocês receberiam alta hoje eu tive uma grande idéia – Lilian começou a explicar – Liguei para Jane e a chamei para vir aqui arrumar o apartamento antes de vocês chegarem.


- Obrigada! - as abracei – Isso foi mesmo uma grande ajuda.


Nesse momento um dos bebês começou a chorar. Não sei qual deles foi, mas não tem muita importância, pois o outro começou a chorar também logo em seguida.


- Acho que eu preciso levar esses dois lá para dentro – avisei enquanto empurrava o carrinho em direção ao corredor.


Então, eu dei banho e troquei a fralda deles, tudo isso com a ajuda de minha mãe e de Lilian. Depois eu os amamentei, os coloquei para dormir e voltei para a sala.


De noite eu deitei na cama exausta e abracei Harry.


- Nunca pensei que ser mãe fosse dar tanto trabalho! - suspirei pesadamente enquanto escondia o meu rosto no pescoço do Harry – No hospital eles não pareciam que dariam tanto trabalho.


- Com várias enfermeiras por perto é muito fácil – me lembrou – Agora é que vamos ter mesmo trabalho.


- Acho melhor eu dormir um pouco – avisei – Daqui a pouco eles vão acordar de novo.


Fechei os olhos e tentei descansar um pouco, embora eu soubesse que seria muito difícil. Seriam longos meses.


 


****


 


Desculpem a demora,


mas está ai


 


agora aguardem o epilogo da fic

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