Ciúmes (Harry)
Depois que chegamos em Londres, no mês que se seguiu quase não consegui ver a Mione.
Eu a deixava no trabalho de manhã e ela sempre almoçava lá por perto junto com Lizzie ou com Ronald, eu sempre a pegava no trabalho de noite, mas ele acabava indo dormir cedo por causa do excesso de trabalho que tinha para fazer, nem no final-de-semana tínhamos um tempo para nós dois, pois Mione acabava tendo alguma coisa para resolver.
Mas todo esse trabalho teve uma recompensa. A edição da Fevereiro da revista foi um enorme sucesso, eles até já estavam planejando um novo desfile para o futuro. Agora eu e Mione estávamos apenas aguardando a chegada dos bebês.
- Harry! - um dos advogados que trabalhava comigo no escritório estava no final do corredor e veio caminhando na minha direção – Eu preciso de sua ajuda com um processo. Será que você pode vir até a minha sala?
- Eu sinto muito Thomas – avisei – Já estou de saída.
- Mas já? - olhou para o relógio – Vai tirar o resto do dia de folga.
- Vou até o médico com a Mione – expliquei – É a ultima consulta antes dos bebês nascerem.
- Que maravilha! - sorriu – Imagino que vocês devem estar doidos para que os bebês nasçam.
- Nem imagina o quanto – suspirei pesadamente – Agora eu preciso ir buscar a Mione.
- Está bem! - concordou – Tchau!
Tchau! - disse antes de sair em direção ao elevador.
Demorei cerca de meia hora para chegar à sede da Hogwarts Magazine. A secretária disse que Mione ainda estava terminando de resolver alguns problemas,mas que já estava vindo, enquanto isso eu fui me sentar.
A porta da sala que ficava do lado estava um pouco aberta. Pude ver Ronald andando de um lado para o outro e estava falando ao telefone.
- Exatamente cara! - o ouvi falar, sabia que era errado estar ouvindo a conversa dos outros, mas não consegui evitar – É aquela de quem eu tinha te falado antes. É sério, acho que estou apaixonado de verdade.
O Ronald está apaixonado? Mas por quem? Talvez eu esteja somente paranóico, mas e se for pela Mione?
- Eu sei que estou parecendo um idiota, mas não posso evitar – soltou um a leve gargalhada – O sobrenome dela? É Granger.
Agora eu tinha certeza de que ele estava falando da Mione. Minha maior vontade era de entrar naquela sala e quebrar a cara dele, mas não podia fazer isso. Eu sei que não se escolhe por quem se apaixonar, mas ele não precisava ficar contando sobre a Mione para todos os seus amigos. Ronald sabe que ela está grávida e que está muito feliz comigo.
- Eu vou convidá-la para jantar hoje! - continuou – E vou, finalmente, fazer o pedido.
Pedido? Que pedido ele vai fazer? Será que ele vai tentar convencê-la a me largar e ficar com ele? Pode até dizer que vai assumir os nossos filhos e que eu nunca precisarei ver os bebês.
Eu não preciso ficar com medo, tenho certeza de que Mione nunca faria uma coisa dessas comigo. Mas é melhor deixar esse Ronald bem longe dela e dos meus filhos.
Não demorou muito para Mione vir na minha direção. Eu senti um grande alívio ao vê-la ali.
- Oi meu amor! - ela me deu um rápido selinho – Vamos agora?
- Claro! - concordei me levantando e colocando as duas mãos em torno da sua cintura.
- Oi Mione! - nós dois nos viramos em encontramos Ronald – Você está indo embora?
- Sim! - Mione respondeu com um largo sorriso – Eu vou médico.
- Certo! - ele pareceu um pouco desapontado, não pude deixar de sorrir discretamente – Eu queria conversar uma coisa com você.
Como ele tinha coragem de falar uma coisa dessas na minha frente?
- É mesmo uma pena Ronald! - falei tentando não parecer feliz – Mas já estamos atrasados.
- É mesmo! - ela balançou a cabeça afirmativamente.
Fomo caminhando até o elevador, tinha certeza de que Mione não estava entendo nada da minha atitude. Depois eu conversaria melhor com ela.
Conseguimos chegar cedo ao consultório do médico. Fomos nós sentar esperado que fossemos chamados.
- Ainda não acredito que essa já é a sua última consulta – comentei.
- Eu também não acredito – completou – Acho que vou sentir saudades de tudo isso.
- Pensei que você estivesse louca para que os bebês nascessem? - achei estranho.
- E eu estou – respondeu – Mesmo assim vai ser estranho não ter mais esse barrigão e os bebês me chutando.
- Sabe que poderemos ter outros filhos? - sussurrei em seu ouvido.
- Mas só depois de muito tempo – avisou – Esses daqui ainda nem nasceram e você já está querendo outro?
- Só estava tentando te fazer feliz – me fingi de desentendido – Você quem disse que vai ficar com saudades de estar grávida.
- Está bem! - revirou os olhos, não pude deixar de rir – Vamos conversar sobre isso quando os bebês completarem um ano.
- Senhorita Granger! -a secretária a chamou – Já pode entrar.
Caminhamos até o consultório e o médico nos cumprimentou animadamente.
- Finalmente está chegando a hora do parto – falou colocando os óculos – Está animada.
- Sim! - sorriu timidamente – Mas também um pouco receosa.
- Não se preocupe, vai dar tudo certo – garantiu.
A levou para fazer os exames de rotina e depois foi fazer a última ultra-sonografia para poder ver o tamanho e a posição dos bebês, estava tudo normal. Quando voltamos para a sua mesa, disse que a próxima vez que víssemos os nossos bebês séria ao vivo, rimos com isso.
- Devo avisar que vocês devem começar a ficar em alerta – começou – Ela pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento.
- A qualquer momento? - eu me espantei – Mas eu pensei que os bebês só nascessem com nove meses.
- Isso é verdade! - concordou – Mas parto de gêmeos costumam ser prematuros. Isso acontece em cerca de 80% dos casos.
- Tem certeza disso – Mione pareceu preocupada – Partos prematuros não são perigosos para o bebê?
- Vocês terão todo o acompanhamento que precisam – garantiu – E o que a senhorita prefere? Parto normal ou cesariana?
- Eu posso escolher? - ela se espantou – Pensei que fosse o que pudesse na hora.
- A maioria dos médicos faz isso – explicou – Mas eu gosto de dar a opção da mãe.
- Eu não consigo pensar nisso agora – colocou a mão da cabeça – o que o senhor me recomenda?
- Costumo sugere parto normal, ele sempre melhor – respondeu – Mas no caso de um parto de gêmeos, é sempre melhor cesariana.
- Nesse caso é o que eu prefiro então – falou por fim.
- Aqui está o meu telefone – me entregou um pequeno cartão – Com o primeiro sinal de contração me liguem e corram para o hospital mais próximo.
O médico ainda deu mais algumas recomendações antes de sairmos de lá.
- Ainda não acredito! - Mione suspirou pesadamente passando a mão pela barriga – A qualquer momento.
- Não se preocupe com isso Mione – passei a mão delicadamente pelo seu cabelo – Eu vou estar ao seu lado em todos os momentos do dia.
- Será que podemos ir para casa agora – pediu – Acho que eu preciso descansar.
- Claro! - respondi ligando o carro.
Não demorou muito para chegarmos em casa. Ela se sentou no sofá e eu liguei a televisão para assistirmos juntos.
Sei que Mione está nervosa, mas essa era a hora perfeita para falar para ela sobre o Ronald.
- Sabe Mione – comecei a falar quando ela deitou no meu colo – Acho que você deveria trocar de assistente.
- Eu sei que você não gosta do Rony – se levantou para olhar – Mas ele é um ótimo assistente. Não se teria conseguido se ele não estivesse lá comigo.
- Ele está querendo ser mais do que seu assistente – resolvi ir direto ao assunto – Ele quer ser mais do que seu amigo.
- O que faz você pensar isso? – parecia que ela estava achando tudo aquilo um grande absurdo.
- Quando eu estava te esperando eu ouvi ele conversando com alguém – disse – Ele estava dizendo que era apaixonado por uma Granger e iria chamá-la para jantar para fazer um pedido.
- Sério? - pareceu bastante animada nesse momento.
- Não está chocada com isso? - engoli em seco com isso - Ele deve estar querendo nos separar. Você está querendo isso também?
Mione ficou me encarando e depois começou a rir.
- O que disse de tão engraçado? - eu estava preocupado e ela rindo da minha cara.
- Não era de mim que o Ronald estava falando – começou a explicar – Era da Julie.
- Da Julie? - me espantei – Desde quando eles se conhecem?
Se conheceram quando Julie foi até a revista me ver, um pouco depois eles começaram a sair – disse – Parece que agora ele vai finalmente pedí-la em namoro.
- Eu nem tinha idéia – estava começando a me sentir culpado por pensar tudo isso do Ronald.
Nesse momento ouvi barulho de chave. Julie entrou no local parecendo muito feliz.
- Mione! - ela disse animada – O Rony me chamou para jantar. Disse que precisa conversar comigo.
- Que maravilha! - Mione se levantou a abraçou a irmã.
- Ele disse que vai passar aqui em meia hora para me buscar – Me ajuda a encontrar o que vestir?
- É claro! - concordou – Depois a gente termina de conversar.
Fiquei no sofá encarando o chão e pensando em tudo que eu tinha dito. Espero que Mione não esteja magoada comigo.
Estava tão distraído quando ouvi a campainha. Era Ronald.
- A Julie está terminando de se arrumar – avisei – Pode esperá-la aqui dentro.
Ele se sentou no sofá e eu fiquei encarando ele.
- Sabe Ronald – não seria fácil admitir isso, mas era necessário – Eu preciso te pedir desculpas.
- Por que? - achou estranho.
- Eu ouvi a sua conversa hoje – comecei a explicar – E pensei que você estivesse interessado na minha namorada.
- A Mione é uma ótima amiga e, sem dúvidas, qualquer cara poderia se apaixonar por ela – começou – Mas nós nunca poderíamos ficar juntos.
- Como você pode dizer isso com tanta convicção? – quis saber.
- Desde o momento em que eu a conheci ela falou muito de você e dizia que estava muito feliz por vocês terem um bebê juntos – falou bastante sinceridade – Confesso que posso até ter sentido alguma coisa por ela no começo, mas não podia competir com um amor de tantos anos.
Nesse momento Julie e Mione voltaram para a sala.
- Já estou pronta Rony! - ela deu um selinho nele – Podemos ir?
- Claro! - foram caminhando em direção a porta – Tchau Harry! Tchau Mione!
- Tchau! - dissemos ao mesmo tempo.
Mione foi com os dois até o elevador e depois voltou e se sentou ao meu lado. Comecei a fazer carinho em seus cabelos.
- Mione! - comecei a falar depois de beijar o topo da sua cabeça – Eu te amo.
- Eu também te amo Harry! - ela me deu um rápido selinho.
- Mas você não está me entendendo – continuei segurando o rosto dela – Eu te amo desde que tínhamos uns doze anos, mas nunca tive coragem de te falar. Não queria que nosso relacionamento fosse como o que eu tive com as outras garotas, queria que fosse para sempre. E quando você começou a namorar o Comárco, eu fiquei muito triste. Mas agora é diferente, vamos ter dois lindos bebês e vamos ser muito felizes juntos.
- Acho que eu também tenho uma coisa para te confessar – ela estava chorando – Eu também te amava quando éramos mais novos. Lizzie era a única que sabia, ela sempre me aconselhou a te contar, mas eu tinha medo, achava que você nunca me corresponderia. Mas parece que eu estava enganada.
Começamos a rir antes de nos beijarmos. Parece que finalmente tínhamos esclarecido tudo entre nós.
De repente Mione se afastou. Ela estava fazendo cara de dor e com a mão na barriga.
- O que houve Mione! - fiquei preocupado.
- Acho que é uma contração – respondeu.
- Uma contração? - fiquei apavorado.
- É! - me olhou com raiva – Acho que está na hora.
Telefonei para o médico, ele já estava a caminho do hospital. E fui para lá juntamente com Mione.
Assim que chegamos, a enfermeira a colocou em uma cadeira de rodas e a levou em direção aos corredores.
- Vamos fazer alguns exames nela – o homem me avisou – Já venho te chamar senhor Potter.
Fiquei andando de um lado para o outro e olhando para o relógio às vezes. Não demoraria para os meus filhos nascerem e isso me deixava muito nervoso. Só se passaram dez minutos, mas, para mim, foram horas.
Não demorou muito para o médico voltar trazendo Mione do mesmo jeito que estava antes.
- O que houve? - fui me aproximando dela.
- Foi um alarme falso – ela disse desapontada.
- Isso também é muito comum! - voltou a explicar – É como se os bebês estivessem se preparando para nascer (N/A: isso tem um nome, mas eu esqueci e estou com preguiça de procurar, se alguém souber pode me dizer).
- Tem certeza de que podemos ir para casa – quis saber enquanto ajudava a minha namorada a se levantar.
- É claro que podem – garantiu – Os bebês não vão nascer hoje.
Não demoramos muito para chegarmos em casa. Tudo de que nós dois precisávamos agora era dormir.
- Mione! Harry! - Julie estava sentada no sofá da sala – Aonde vocês estavam?
- Mione começou a sentir contrações – expliquei – Mas era só um alarme falso.
- Entendo! - balançou a cabeça – Mione! Eu preciso falar com você.
- Estou te esperando lá dentro – avisei.
Arrumei a cama e fui até o banheiro escovar os dentes para poder deitar. Não demorou muito para ela aparecer.
- O que a Julie queria? - quis saber.
- O Rony a pediu em namoro – respondeu sorrindo – Ela está muito feliz com isso.
- Foi mesmo uma bobagem achar que o Ronald poderia ser uma ameça para mim – a abracei.
- Tem razão – me deu um beijo – Você nunca vai me perder.
A gente se beijou por alguns minutos até que nos separamos e ficamos e ficamos em silêncio.
- Eu realmente fiquei apreensiva hoje – comentou – Não sei se estava preparada pra entrar em trabalho de parto hoje?
- Acha que devemos deixar os nossos pais atentos? - quis saber – Dizer que devem esperar para vir para cá a qualquer momento.
- Acho que é melhor! - concordou – ligamos para ele amanhã.
Fechamos os olhos e logo estávamos dormindo profundamente.
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