Os novos Potters



Era sexta-feira no final do expediente, eu estava arrumando as minhas coisas para ir embora. Como Harry teria uma reunião muito importante hoje, eu Lizzie iriamos para o shopping antes de ela me deixar em casa.


Sai da minha sala e cheguei até a portaria onde a minha amiga estava me esperando impacientemente.


- Finalmente! - disse quando eu me aproximei – Por que tanta demora?


- Estava terminando de resolver alguns problemas – me expliquei – Você sabe como a minha nova função exige muito mais trabalho.


- Eu imagino isso Editora-chefe – disse bastante animada – Mas, eu só te perdôo, se você aprovar os meus modelos para a próxima edição.


- Só por que somos amigas e nos conhecemos desde que nascemos eu vou aprovar os seus desenhos tão facilmente – ele fez biquinho se fingindo de chateada – Mas eu sempre achei os seus desenhos maravilhosos Lizzie, você é talentosa.


- Obrigada Mione! - ela me abraçou fortemente – Isso quer dizer que você vai colocar algum desenho meu na revista?


- Posso escolher um para a capa – avisei – Não vou colocar todos, vão achar que eu estou protegendo você;


- Eu entendo perfeitamente Mione! - concordou – Vou deixar alguns desenhos meus na sua mesa segunda-feira.


- Certo Lizzie – revirei os olhos – agora nos podemos ir?


- Claro! - respondeu.


Fomos para o carro de Lizzie e saímos em direção ao shopping. Logo chegamos ao local e ela me arrastou em direção a uma das lojas.


- Aonde estamos indo Lizzie? - quis saber, embora soubesse exatamente a resposta.


- Vamos comprar roupas! - disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Isso é sempre bom para me distrair.


- E quem disse que eu preciso de distração? - suspirei pesadamente – Eu só quero dar um passeio no shopping.


- Como o Harry está fora – concluiu – Eu quero que você fique triste pensando nele.


- Eu não estou triste – sabia que não adiantaria falar com ela, mas não custava nada falar.


- Acho lindo você estar se fingindo de forte! - colocou a mão no meu ombro.


- Eu não vou discutir com você Lizzie! - revirei os olhos – E eu já te disse que não vou mais comprar roupas até os bebês nascerem.


-  E o que você pretende vestir nos próximos meses – parecia que eu estava falando o maior absurdo do mundo.


- Tenho milhões de roupas no meu armário – lembrei – Acho que posso me virar com elas.


- Certo! - se deu por satisfeita – Mas eu preciso comprar algumas roupas. Você vai até lá comigo?


- Acho que você tem roupas o suficiente para vestir toda a população de Romney Marsh – respondi – Mas, como eu não quero te ouvir reclamar pelo resto do ano, eu voou com você.


- Obrigada Mione! - ela me abraçou – Ainda bem que eu tenho você para me entender.


- Revirei os olhos. Desde que eu me entendo por gente, Lizzie nunca repetiu uma roupa, não sei aonde ela arranja espaço no armário para todas elas.


- Fomos até uma loja e ela pegou praticamente um modelo de cada roupa daquele lugar, dizendo que não sabia qual delas era mais bonita. Depois fomos até o vestiário e eu fiquei esperando do lado de fora da cabine.


 - E essa daqui Mione? - ela saiu pela centésima vestindo uma roupa diferente.


- Está ótima! - respondi, mesmo sem prestar muita atenção.


Você disse isso de todas as outras! - fingiu-se de chateada.


- Deve ser porque todas ficaram muito boas em você – conclui – Será que  podemos ir logo, eu estou com fome.


- Já te disse milhões vezes que comida engorda – falou, como se eu tivesse dito o maior absurdo do mundo – Mas como eu não quero que os meus sobrinhos nasçam subnutridos, eu vou até a lanchonete com você.


- Ótimo! - disse satisfeita – Fico feliz que, pelo menos, neles você pensa.


- Eu já volto! - respondeu voltando para o provador.


Suspirei aliviada. Nunca gostei muito de ir fazer compras, só ia quando era extremamente necessário, principalmente quando eu ia junto com a Lizzie.


Ela não demorou muito para voltar.


- Decidiu o que você vai levar? - perguntei enquanto íamos em direção ao caixa.


- Não consegui me decidir – explicou – Então eu decidi levar todos.


- Não vou falar mais nada! - sussurrei rezando para que ela não me ouvisse.


- Olha que roupinhas lindas! - disse pegando dois macacões de recém-nascido, um rosa e um azul – Vou comprar para os meus sobrinhos.


- Você já viu quantas roupas você comprou para eles? - lembrei – O guarda-roupa deles é mais lotado do que o seu.


- Eu gosto de comprar roupas para eles – cruzou os braços e se fingiu de brava – Quando você tiver os seus sobrinhos, você comprar as roupas deles.


- Certo! - não pude deixar de rir – Mas você já parou para pensar que eles  crescem e vão perder todas as roupas?


- Acha mesmo que eu vou deixá-los repetir alguma roupa? - disse cimo se fosse a coisa mais obvia do mundo – Se eu desconfiar que você fez isso, vou te fazer ir em casa trocá-los.


-Não demorou muito para chegarmos a praça de alimentação. Eu comprei um hambúrguer, batata-frita e um milk shake de chocolate. Em seguida, Lizzie chegou com uma salada e um chá gelado.


- Você sabe quantas calorias tem isso tudo? - estava com um olhar reprovador para cima de mim.


- E eu não estou me importando! - dei de ombros.


- Quando eu ficar grávida não vou comer nenhuma porcaria – disse – Não quero engordar mais do que necessário.


- Não consigo te imaginar grávida Lizzie – observei – Acho que no primeiro sinal de barriga aparecendo você vai querer morrer.


- É por isso que eu vou precisar de um acompanhamento psicológico antes de ter um filho -  comentou por fim – Agora me fale uma coisa: como estão as coisas entre você e o meu irmão?


- Muito bem! - respondi – Somos ótimos amigos..


- Só isso? - achou estranho – Não está acontecendo mais nada entre vocês dois?


- Absolutamente nada! - garanti – Tudo não passou daquela noite.


- Eu te conheço bem o suficiente para saber que você está mentindo para mim – e isso era mesmo verdade, essa era o problema de ter uma melhor amiga desde a infância – Pode me contando tudo.


- Nós nos beijamos algumas vezes – respondi por fim – Não foi nada demais.


- Tem certeza disso? - perguntou me encarando seriamente – Você não sentiu mais nada nesses beijos?


- Acho que sim! - não conseguia encara-la nesse momento – Será que eu estou tentando uma recaída da época em que eu era apaixonada por ele?


- Na minha opinião você nunca esqueceu o Harry! - observou – Você apenas está se lembrando disso.


- Eu não posso estar sentindo isso! - praticamente gritei – Ele é meu melhor amigo, isso pode afetar a nossa amizade.


- Vocês vão ter um bebê juntos, isso aproxima as pessoas – me lembou – E quem garante que ele não era apaixonado por você também.


- Eu sempre fui como a irmãzinha dele – suspirei pesadamente.


- Mas agora as coisas podem ter mudado – pois a mão no meu ombro – Não custa nada conversar com ele.


- Eu tenho muito medo – suspirei pesadamente – Medo de que um relacionamento frustrado possa afetar a nossa amizade de anos.


- Tenho certeza de que isso não vai acontecer – garantiu – Acho que você devia tentar.


Fiquei pensativa. Talvez Lizzie estivesse certa, eu deveria arriscar de vez em quando. Nesse momento o meu celular, vi que era Harry.


- Alô! - disse assim que atendi.


- Mione! - ele pareceu aliviado – Aonde você está?


- No shopping com a Lizzie! - respondi – Eu te disse hoje de manhã que vinha para cá depois do trabalho.


- Eu sei!  - concordou – Mas eu não imaginei que você fosse demorar tanto.


- Até parece que você não conhece a sua irmã – ri levemente e percebi que ele fazia o mesmo do outro lado da linha.


- Tem razão! - concordou – Então eu estou te esperando aqui em casa.


- Certo! - concordei – Até daqui a pouco.


Desliguei o telefone e vi que Lizzie estava me observando.


- Deixa eu adivinhar! - colocou a mão no queixo se fingindo de pensativa – O meu irmão está com saudades e te quer em casa nesse exato momento.


- Ele não disse exatamente isso – expliquei – Mas deu a entender.


- Certo! - revirou os olhos  antes de se levantar – Vamos embora antes que ele ligue de novo.


Cerca de vinte minutos depois chegamos ao apartamento que eu dividia com Harry. Ele nos cumprimentou abraçando a cada uma de nós.


- Não precisa mais se desesperar – Lizzie disse se sentando no sofá – Eu já trouxe a mãe dos seus filhos de volta.


- Não é isso! - é impressão minha ou ele está vermelho? - É que amanhã nós temos que acordar cedo e eu tenho medo de que a Mione não durma o suficiente.


- Aonde vocês dois vão? - ela perguntou estranhando.


- Vamos ao obstetra – Harry respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Mione já está com essa consulta marcada há semanas.


- Acho que esqueci de te falar – me lembrei – Vou fazer a ultra-sonografia, acho que já vai dar para ver o sexo dos bebês.


- Sério! - disse animada – Quero que vocês me dêem noticias assim que chegarem em casa.


- Pode deixar Lizzie! - avisei – Você vai ser a primeira pessoa para quem vamos ligar quando soubemos o sexo dos bebês.


- Embora eu tenha certeza de que vai ser um casal – disse com bastante convicção – E a minha intuição nunca falha.


- Agora a Lizzie é vidente – ele sussurrou no meu ouvido – Você devia cobrar pelas suas previsões.


- Você é tão engraçado! - cruzou os braços bastante séria – Eu já estou indo embora.


Assim que ela foi embora e eu me levantei do sofá.


- Aonde você vai? - ele perguntou.


- Vou dormir! - disse - Estou com um pouco de sono.


- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Boa noite.


Acenei com a cabeça antes de ir para o meu quarto.


Já estava dormindo profundamente quando um barulho de trovão me acordou, o tempo estava ótimo quando eu cheguei em casa, agora estava caindo um dilúvio. Pode parecer bobagem, mas desde pequena que eu tenho medo de chuva. Meu primeiro pensamento foi ir para o quarto da minha mãe, mas ela estava um pouco longe para isso. Só tinha uma coisa que eu poderia fazer então.


Fui caminhando até o quarto de Harry. Ele ainda estava dormindo, os raios e o trovões não o acordavam como faziam comigo. Fiquei o observando até que abriu os olhos que ficou me encarando.


- Mione! - sussurrou – O que você está fazendo aqui?


- Eu acordei e perdi o sono – não podia contar a verdade para ele.


Nesse momento mais um raio cortou o céu de Londres. Algum tempo depois, veio do trovão.


- Você está com medo da chuva? - simplesmente balancei a cabeça afirmativamente – Quer dormir aqui?


Eu, simplesmente fui me aproximando até me deitar ao seu lado. Harry me abraçou pela cintura, deu um beijo no topo da minha cabeça e eu deitei a cabeça em seu peito.


- Eu estou aqui como você – sussurrou no meu ouvido – Não vou deixar que nada de ruim aconteça com você.


Sorri antes de fechar os olhos e cair no sono novamente.


No dia seguinte, quando eu acordei, percebi que estava sozinha na cama. Resolvi me levantar quando Harry chegou trazendo uma bandeja na mão.


- Bom dia! - ele sentou-se ao meu lado e deu um beijo no topo da minha cabeça – Trouxe o seu café-da-manhã.


- Obrigada! - sorri mordendo um pedaço da torrada com geléia – Nem me lembro quando foi a última vez que me trouxeram café na cama.


- Eu me lembro – disse – Foi exatamente há quatro meses.


Foi então que eu me lembrei daquela manhã em que em acordei e descobri que eu tinha passado a noite com meu melhor amigo. A minha vida tinha mudado drasticamente nos últimos quatro meses: antes eu tinha um namorado, um bom emprego e um apartamento que dividia com a minha melhor amiga; agora eu estou grávida do meu amigo de infância, estou morando no apartamento dele e sou editora-chefe da revista em que eu trabalho. Uma volta de 360º e só agora eu fui perceber isso.


Eu também comecei a me lembrar da conversa que eu tive com Lizzie ontem a noite. Será que ela está mesmo certa? Será que eu deveria conversar com Harry? Deveria dar uma chance para o nosso relacionamento sem pensar no que pode acontecer depois? Só tem uma maneira de eu saber: conversando com ele.


- Harry! - comecei a falar, estava ligeiramente nervosa – Será que a gente pode conversar?


 - Só se for depois que a gente voltar – respondeu olhando para o relógio  de pulso – Ou nós vamos no atrasar.


- Tem razão! - concordei.


Fui me arrumar e logo saímos de casa. Já tínhamos ido  lá tantas vezes que sabíamos exatamente como chegar. Não demoramos muito para chegarmos ao consultório.


- Bom dia senhorita Granger! -  a secretária disse sorrindo para mim – O doutor já vai atendê-la. É só sentar e esperar.


Fomos até um pequeno sofá e nos sentamos lá. Harry colocou a mão na minha barriga e ficou fazendo movimentos circulares.


- Será que vai dar para saber o sexo dos bebês? - perguntou de repente.


-Quem sabe! - dei de ombros – O médico disse é muito difícil ver dos dois de uma vez só. Mas não é impossível.


- Tenho certeza disso! - concluiu.


- Senhorita Granger! - mulher me chamou um pouco depois – Vocês já podem entrar.


Quando chegamos ao escritório, o medico já estava nos esperando. Ele no cumprimentou e pediu para que sentássemos.


-  Como você está se sentindo? - perguntou para mim.


- Foi um mês muito tranqüilo  expliquei – Já não estou sentindo nenhum enjôo.


- Isso é normal – comentou anotando alguma coisa em uma folha de papel – Os enjôos matinais passam a partir do terceiro, mas eles podem aparecer ocasionalmente.


- Não me diga uma coisa dessas! - suspirei.


- É só você se alimentar direito – explicou – E você não deve sentir nenhum enjôo.


- Pode deixar doutor – Harry disse – Eu estou de olho nela.


- Isso é muito bom! - respondeu – Vamos começar os exames.


Fiz todos os exames de rotina. Estava tudo normal, se continuasse assim, eu levaria uma gravidez tranqüila até o fim. Depois de roupa para fazer a ultra-sonografia.


- Vamos ver como estão esses bebês! - homem disse se aproximando – Está preparada?


- Sim! - disse.


Já havia feito esse exame da primeira vez em que eu fui lá, então não me surpreendi quando ele colocou o gel gelado na minha barriga e passou o aparelho. Olhei o monitor do computador na minha frente e vi as imagens, os bebês já estavam bem maiores, mas ainda não conseguia identificar nada.


- Aqui está o primeiro bebê: os braços, as pernas e a cabeça – mostrou um pequeno borrão e apontou cada parte que ele falava – E aqui está o outro – fez a mesma coisa – Eles estão bem saudáveis. Com o tamanho e o peso normais.


Senti algumas lágrimas escorrerem dos meus olhos. Virei-me para Harry, que estava ao meu lado segurando a minha mão, ele também estava chorando.


- E já da para ver o sexo? - ele perguntou por fim.


- Deixe-me ver se eu consigo ver alguma coisa – avisou enquanto voltava a mexer o aparelho na minha barriga – Mas eu não garanto nada.


Passou algum tempo observando a tela do computador sem falar uma palavra.


- E então? - já estava comendo a ficar ansiosa – Descobriu.


- Sim! - respondeu – Vocês tem muita sorte, consegui ver o sexo dos dois bebês sem nenhum problema.


- Sério? - dissemos ao mesmo tempo, nos encaramos sorrindo em seguida.


- O que vocês acham que é? - perguntou.


- Estou achando que a Lizzie está certa, é mesmo um casal – Harry respondeu – Mas não diga a ele que eu falei isso.


- Certo! - não pude deixar de rir – Eu prefiro não arriscar nada. Mas eu queria que fosse um casal mesmo.


- Então acho que vocês vão ficar muito felizes – respondeu – É um casal.


Ainda ouvimos os corações dos bebês. Depois o médico me deu algumas recomendações antes de irmos embora.


- Acho que nós devíamos comemorar – Harry sugeriu quando chegamos ao carro.


- Podemos só ir almoçar – sugeri – O que você acha?


- Pode ser! - concordou – Em que restaurante você quer ir?


- O que acha de comida japonesa? - foi que, de repente, me deu vontade comer.


- É uma ótima sugestão! - respondeu – Eu conheço um muito bom que fica aqui perto.


Concordei antes de ele ligar o carro. Chegamos ao restaurante e pedimos vários tipo diferente de sushi, não pedi sashimi, por que meu estomago revirava só de pensar em um peixe cru.


- Será que ainda dá tempo de mudar o berço que nós encomendamos? - perguntei de repente.


Pensei que você tivesse gostado do berço! - achou estranho – Foi você mesma que escolheu.


- E e eu gostei – expliquei – Mas eu queria mudar a cor. Em vez de ser os dois brancos, poderíamos ficar com um rosa e um azul.


- Eu acho uma ótima idéia – concordou – Vamos ligar para a loja de moveis na segunda-feira.


- Também acho que deveríamos pintar o quarto de branco – sugeri – Não vai ficar legal um quarto todo colorido.


- Pode ser! - balançou a cabeça afirmativamente – Mas alguma mudança que você queira fazer senhorita Granger?


- No momento não – ri levemente – Agora vamos terminar logo de almoçar e ir para casa ou, daqui a pouco, a Lizzie vai ligar para os nossos celulares por que não demos notícias.


- Tem razão! - concordou – Mas só de pensar que ela vai ficar falando pelo resto da vida que ela estava certa, dá vontade de não ligar para ela.


Revirei os olhos, tinha certeza de que ela iria fazer isso. Conheço muito bem a minha amiga.


Ele segurou a minha mão e levou até os lábios, depois ficou me encarando sorrindo.


- Você não sabe o quanto eu estou feliz! - começou a falar – Vamos ter um casal de gêmeos.


- Eu também estou muito feliz com isso também – respondi – Estou esperando por esse momento desde que descobri que estava grávida.


Ficamos algum tempo em silêncio nos encarando.


- O que você queria falar comigo hoje mais cedo? - ele perguntou algum tempo depois.


- Podemos conversar depois que estivermos em casa? - pedi.


- Tudo bem! - respondeu por fim.


Terminamos de almoçar tranqüilamente e depois voltamos para casa. Durante o caminho eu permaneci em silêncio, estava pensando em tudo que queria falar para o Harry. Espero que eu consiga dizer tudo que eu preciso.


Quando pusemos o pé na sala, vimos que tinha um recado na secretário eletrônica.


- Harry! Mione! - era a voz de Lizzie – Aonde vocês dois estão? Ainda não voltaram do médico? Está tudo bem com os bebês? Liguem dando notícias, por favor! Beijos!


- Eu não falei? - Harry disse rindo quando terminamos de ouvir a mensagem – Tinha certeza de que teria uma mensagem da Lizzie.


- É melhor ligarmos logo para ela – disse pegando o telefone – Se não ela vai ter um enfarte daqui a pouco.


Liguei o número dela, não demorou muito para atender.


- Alô! - ouvi a voz dela do outro lado da linha.


- Lizzie! - eu disse – Sou eu, Mione.


- Que bom que você ligou! - ela suspirou aliviada – Já estava ficando preocupada.


- É que a gente foi almoçar depois que saiu de médico – expliquei – Mas está tudo bem comigo e com os bebês.


- Que maravilha! - respondeu – E deu para ver o sexo dos bebês?


- Sim! - respondi – É um casal.


- Eu sabia disso! - disse alegremente – Agora você precisa escolher os nomes deles.


- Eu tenho mesmo que falar isso com o Harry! - expliquei – Mas ainda não estou planejando isso.


- Então está bem! - respondeu – Agora você precisa cuidar muito bem dos meus sobrinhos.


Nós nos despedimos e eu desliguei o telefone. Harry estava me observando.


- Parece que ela também gostou da novidade – disse olhando divertido.


- É verdade! - concordei – Acho até que ela vai querer largar o trabalho bem revista e abrir um serviço de vidente.


Começamos a rir durante vários minutos. Depois que paramos ficamos nos encarando profundamente. Essa era a hora perfeita para eu falar com ele.


- Harry! - comecei encarando o chão, não sei se conseguiria encará-lo nos olhos – Eu estava pensando sobre tudo que está acontecendo com a gente nesses último meses.


- Como assim Mione? - ele me olhava confuso – O que está acontecendo com a gente?


- A nossa aproximação! - disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Somos amigos há tanto tempo, mas nunca foi assim.


- Vamos ter dois filhos juntos – tentou se explicar – É claro que teríamos uma  aproximação maior.


- A gente tem se beijado mais do que o normal – disse – No inicio achei que fosse só brincadeira, nada sério. Mas a gente sempre acaba se “empolgando”.


- E aonde você quer chegar com isso? - pareceu bastante preocupado – Você acha que é melhor você voltar para a casa da Lizzie antes que aconteça alguma coisa “pior”?


- É claro que não é isso! - respondi imediatamente – Estava pensando se não era a hora de a gente tentar alguma coisa a mais entre a gente.


- Está falando sério? - gritou um pouco mais alto do que estava planejando.


- Eu estou sim! - respondi calmamente – No inicio eu tinha medo, por que achava que isso poderia abalar a nossa amizade se não desce certo, sem falar que poderia deixar os nossos filhos traumatizados, da mesma maneira que aconteceu comigo e com a Julie. Mas depois eu pensei melhor, nunca vamos saber se daria certo, se a gente não tentar.


- Você não sabe o quanto está me fazendo feliz Mione! - me abraçou levemente – Prometo que vou ser o melhor namorado do mundo.


- Eu não divido disso! - concordei com a cabeça – E se, por acaso, não der certo, não vai mudar nada entre a gente.


- Eu ia te dizer a mesma coisa – falou – Você não precisa se preocupar com isso.


- Agora só falta você fazer o pedido oficial – disse com um sorriso divertido no lábios.


- Certo! - ele se levantou e ajoelhou na minha frente – Hermione Jane Granger! Você aceita ser minha namorada?


- É claro que sim! - me levantei também o abracei.


Ficamos nos encarando por alguns segundos antes de nos beijarmos profundamente. Foi diferente das outras vezes, estávamos esperando por isso.


Fomos caminhando até cairmos no sofá, sem nunca quebrar o beijo. Continuamos assim até Harry separou os seus lábios dos meus e passou a beijar o meu pescoço. Foi subindo a mão até chegar a alça da minha blusa e começou a afastá-la. Então eu me afastei.


- Espera! - eu disse ainda ofegante – Acho melhor no irmos com calma.


Estava com medo de que ele não me entendesse, afinal, eu já estava mesmo grávida.


- Tudo bem! - respondeu por fim – Eu entendo.


Ficamos namorando mais um pouco e depois resolvemos assistir a um filme. Quando estávamos escolhendo o DVD, o telefone tocar.


- Quem será? - disse indo em direção ao aparelho.


- Deixa tocar! - segurou a minha mão impedindo que eu andasse – Vai cair na secretária.


- Aqui é residencia de Harry Potter – ouvimos a voz dele – No momento eu não posso atender, mas deixe o seu recado depois do sinal que eu retorno assim que pude.


- Mione! Você não está em casa? - Lizzie disse logo depois do sinal – Eu ganhei dois convites de um desfile que vai ter hoje a noite. Queria saber se você quer ir comigo. Responde assim que receber esse recado.


- Espero que ele não fique chateada por eu não querer ir! - comentei.


- Sério? - Harry achou estranho – Pensei que você fosse gostar de sair um pouco de casa.


- Até que seria legal – comentei – Mas eu quero passar o dia com um meu novo namorado – dei um rápido selinho nele.


Pensei em ligar para a Lizzie, mas tinha certeza de que logo ela ligaria de novo. Então, eu e Harry começamos a ver o filme que escolhemos e ficamos juntinhos no sofá da sala.

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