Único!



            – Tudo certo, Six? – perguntou, discretamente, um garoto moreno, de cabelos arrepiados e olhos verdes como duas esmeraldas.


            Os dois dividiam uma mesa da classe de Poções. O garoto ao lado do que perguntou era moreno, com os cabelos que caindo displicentemente sobre os olhos azuis acinzentados.


            – Tudo certo, Harry. – Respondeu o outro dando um leve sorriso de canto – Me passa um Filibusteiro.


            Harry passou, por baixo da cadeira, uma caixa de Fogos Filibusteiros ao amigo. Os dois continuaram, quase distraidamente, a preparar a Esquelesce, poção do esquecimento pedida pelo odiado Professor Snape, naquela manhã.


            Quando o professor passou pela dupla, olhando feio para o caldeirão que abrigava uma poção sem defeitos, Sirius acendeu o fogo de artifício e o colocou preso à barra da capa de Snape.


            Em poucos segundos, o mal-encarado professor tinha um cordão de faíscas coloridas atrás de si. A classe inteira de Lufa-Lufas e Grifinórios caiu na gargalhada com a cena. Afinal, não era todo dia que se via alguém como Snape em uma situação tão constrangedora.


            – POTTER! BLACK! Já para a sala da professora McGonagall! Comigo! – bradou o professor, após o choque, apagando as faíscas com a varinha.


            Os dois se levantaram, ainda rindo, e seguiram o professor que, com o rosto  macilento, mantinha a expressão mais ameaçadora que se pode imaginar.


            – Professor Snape? – Minerva assustou-se ao ver o colega entrar em sua sala, tão vermelho. – O que aconteceu? Do que se trata?


– De uma EXPULSÃO, professora! Uma não... DUAS! – berrou.


            – Oh, Meu Merlin... Deixe-me adivinhar... Harry Potter e Sirius Black Jr.? – inquiriu cansada.


            – Sim, professora. Estes dois merecem ser EXPULSOS de Hogwarts! Colocaram Fogos Filibusteiros presos às minhas vestes, em meio a uma aula!


            – Insuportável, por sinal... – ouviu-se um confuso murmúrio vindo detrás de Snape.


            Em meio aos protestos dos dois, o professor puxou Sirius e Harry pelas vestes,


            – Insolentes... Arrogantes... Metidos... Cínicos... Repugnantes...


            – Também te amamos, professor!  – Sirius disse ironicamente, rindo para Harry.


            – Professor... creio que agora o senhor possa ir. – Disse McGonagall, prevendo que, mais alguns segundos naquela sala, Snape voaria no pescoço dos dois alunos – Tratarei de puni-los devidamente, mas acho que uma expulsão seja demais.


            Snape fulminou os garotos com o olhar e saiu da sala de McGonagall, deixando apenas os dois com a professora.


            – Um dos senhores pode me explicar o que mais eu posso fazer com vocês? – perguntou suspirando cansadamente.


– Então, professora... Já que você pediu uma opinião... – começou Sirius.


– Senhor Black! Cale-se! – Minerva o cortou.


            – Desculpa, Mimi... Eu só ia sugerir que você liberasse a gente, já que as últimas 3491 detenções não surtiram efeito... – o garoto dizia travesso.


            – Chega! Vou enviar uma coruja aos pais de vocês, agora!


            Os dois garotos congelaram. Não tinham ideia de como Tiago Potter e Sirius Black reagiriam ao saber das marotices dos filhos. Por mais que tivessem sido tão travessos quando estudavam em Hogwarts, os meninos não tinham noção de qual seria a reação deles depois de mais velhos.


            – Então, Mimi... Quero dizer... Professora McGonagall... eu e o Six podemos... é... cumprir detenção, sem problemas... – enrolava-se Harry.


– É... cumpriremos a detenção numa boa, Tia Mimi... – disse um pálido Sirius, dando um sorriso amarelo.


            – Eu cansei, garotos. Sentem-se. Seus pais estarão aqui em poucos minutos.


            Sem questionar, os dois sentaram e viram a professora apanhar uma coruja e enviar duas cartas por ela.


            – E que fique claro que o Diretor só não tomou conhecimento do acontecido porque não está na escola agora.


            – Graças a Merlim! – os dois sussurraram.


            Enquanto os dois morenos esperavam, ansiosos, pela chegada dos pais, McGonagall respondia a algumas cartas endereçadas à Dumbledore.


            Meia hora depois, a conversa muda entre Harry e Sirius foi interrompida por uma fumaça verde saindo da lareira, de onde saíam duas figuras altas. À frente, com uma bela capa preta de botões prateados, Sirius Black, com os olhos azuis focando curiosamente sua réplica em miniatura, Sirius Jr.


            Logo atrás de Sirius, de olhos castanho-esverdeados por trás dos óculos de aro redondo e com os cabelos espetados como os do filho, e vinha Tiago Potter.


            – Bom dia, Mimi! – saudaram Sirius e Tiago, fazendo os filhos ficarem menos tensos e esboçarem um sorriso.


            – Boa tarde, senhores. – A professora tentou manter a expressão séria, sem sucesso – Ah! Venham cá... Há quanto tempo! – disse estendendo os braços para abraçá-los.


            Harry e Sirius Jr. quase morreram de tanto rir ao ver a severa professora quase quebrando seus pais em dois com a força do abraço.


            – Então, Mimi? O que é tão urgente? – perguntou Sirius puxando uma cadeira para si e uma para Tiago.


            – Isso é importante, Sirius. – A professora respondeu apontando para os filhos dos homens, que adquiriram imediatamente uma expressão angelical.


            – Six! Oi filhão, e aí? Até tinha me esquecido de vocês... – Sirius disse, levantando-se e indo até onde estavam o filho e o afilhado


            – Tudo bom, pai... – Six respondeu sorrindo para o pai.


            – E você, Harry? Tudo bom? – ele perguntou bagunçando os cabelos arrepiados do menino.


            – Tudo sim, tio. – Harry respondeu também sorridente, antes de olhar para o pai, que vinha falar com eles.


            – Tudo bom, Júnior? – Tiago perguntou ao afilhado.


            – Tudo bom, tio Pontas!


            – E aí, filho, como você está? Novidades?


            – Sem novidades, pai. Tudo bom... – o menino respondeu tranquilamente.


            – Bom?!?! – intrometeu-se Minerva – O que vocês fizeram com o professor Snape foi bom?


            – Eles aprontaram com o Ranhos... digo, Professor Snape? – perguntou Sirius, olhando orgulhoso para os dois meninos.


            – O que... o que eles fizeram? – Tiago tentava dizer e controlar as risadas ao mesmo tempo, sem sucesso.


            Minerva explicou o acontecido e, no fim, pais e filhos quase morriam de tanto rir. A professora tentava manter a ordem na sala, mas os quatro não conseguiam controlar as risadas. Sirius e Tiago ficaram abismados com a esperteza dos filhos, não cansando de elogiá-los.


            – O Seboso... o seboso... ele queria... queria expulsar vocês? – Sirius perguntava entre risadas.


            – Parece que temos uma nova geração marota, Mimi! – Tiago riu.


            – Não diga isso nem brincando, Tiago... Mas  enfim, eu os chamei apenas para comunicar o acontecido e dizer que os dois cumprirão detenção por dois meses todas as noites.


            – O QUÊ?!?!? – os quatro indignaram-se.


            – Professora... os treinos da Grifinória! Deve... deve ter algum engano... Eu e o Harry... nós não podemos faltar... Como eles vão treinar sem um batedor e um apanhador? – Sirius dizia, gaguejando.


            – Mimi! Isso é injusto... os meninos precisam treinar... – Sirius defendia o filho e o afilhado.


            – Essa é a minha decisão final. Sinto muitíssimo... – a professora disse tristonha.


            – Mas Minerva... – Harry tentava argumentar.


            – Vocês podem ir. Foi bom revê-los, Marotos. – A professora cortou o menino.


            Os quatro saíram da sala da professora. Tiago e Sirius consolavam os filhos que estavam desolados. Afinal, Quadribol era tudo na vida daqueles dois e, ficando dois meses sem treinar, ia ser difícil ganhar o campeonato daquele ano.


            Próximo à sala, observando tudo com ar de satisfação e um sorriso debochado que mostrava os dentes amarelos, estava Severus Snape. Quando o professor aproximou-se dos Marotos, o sangue dos Potter’s e Black’s subiu à cabeça.


            – Parece que a corja teve o que merecia. Filho de hipogrifo, hipogrifo é. Com pais arrogantes e prepotentes desse jeito, já era de se esperar que nascessem dois garotos assim...


            Imediatamente, dois gritos se fizeram ouvir.


            – NÃO FALE ASSIM DO MEU PAI! – berraram Six e Harry empunhando as varinhas.


            – NÃO FALE ASSIM DO MEU FILHO! – Sirius e Tiago também gritaram, repetindo o gesto dos filhos


            Atingido por feitiços de todos os lados, Snape não teve nem tempo de pensar.


            – Furunculus! – berrou Harry.


            – Avis... Oppugno! – gritou Tiago.


            – Tarantella – disse Sirius Jr.


            – LEVICORPUS! – finalizou Sirius com uma risada.


            Num instante, Snape estava de cabeça baixa, sapateando no teto do castelo, com aves bicando todos os cantos de seu corpo e coberto de furúnculos. De repente, um grito estridente cortou as risadas dos quatro marotos e os fez cerrarem os olhos. Ao se virarem, deram de cara com duas mulheres furiosas.


            – SIRIUS BLACK! TIAGO POTTER! SIRIUS JR.! HARRY POTTER!


            Os morenos abriram os olhos para encarar Lilian Potter e Marlene Black


– Amor...? – os pais dos meninos disseram com um sorriso amarelo – Vocês aqui?


            – Gente... querem um conselho de quem tá acostumado? – disse Six.


            – CORRE! – completou Harry.


            Porque tal pai, tal filho...


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N/a: Nossa, essa fic é tao especial pra mim! Adoro demais!


É ótimo imaginar como seria a realidade dos nossos heróis sem nada pra atrapalhar, né?


Espero que gostem e comentem!!! E em breve postarei uma outra fic, "Love Bet", sobre a outra filha do James e da Lily. As personagens são as mesmas, mas são fics independentes, então aguardem!


 


s2

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Comentários (7)

  • Diênifer Santos Granger

    Morrendo de rir! kkkkkk

    2014-07-29
  • Nathália Pina

    KKKKK Amei muuuito !!!

    2012-08-09
  • Juh Evans Potter

    Cara, muito boa MESMOOOOOOOOOOO eu A-M-E-I

    2012-02-05
  • Camyla Freitas

    aiai Rachei de rir lendo vlho, mt bom msm.

    2011-10-27
  • Iza Greenleaf

    Vou te contar um segredo. Chorei horrores quando li a Ordem da Fenix, senti que meu mundo tinha acabado. E que se a Jo, quisesse terminar a história daquele jeito, por mim, estava tudo bem, já não tinha mais o Sirius... CLARO, que li e reli todos os outros livros, mas sempre fiquei imaginando se Você-sabe-Quem, não tivesse se intrometido na vida de Harry, teria sido tão mais fácil. Acho que não preciso dizer que amei a fic, e que mais uma vez você está de Parabeens. Sou nova na FeB, e pretendo ler todas as outras suas fics!

    2011-09-14
  • Keriane

    Amei!Morrir de rir aushaush... Agora essas falas me impactaram: "-NÃO FALE ASSIM DO MEU PAI!-berraram six e Harry empunhando a varinha. -NÃO FALE ASSIM DO MEU FILHO!-Sirius e Tiago também gritaram,repetindo os gestos dos filhos. A-D-O-R-E-I!Você escreve muito bem,parabéns IsaBlack. Beijos*-*

    2011-09-04
  • Tamy Black

    DEMAAAIS! *-* Rachei de rir. Mas se tudo fosse diferente, seria bem assim mesmo. (: Adorei!

    2011-07-24
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