Cartas na mesa



Após sonhar com homens mascarados passando Hermione de braço em braço enquanto a galanteavam com floridos passos de dança e poemas sedutores, Harry acordara muito mais cedo que de costume, nem se dera o trabalho de esperar por Hermione para correr, simplesmente fora a sala precisa e se matara em aparelhos de ginástica. Agora estava tomando café alheio a movimentação ao redor.


-Bom dia! –Hermione diz cumprimentando os amigos, parecia ainda sonolenta.


-O que houve? Nunca perde a hora. –Lilá pergunta observando a morena se sentar e servir.


-Eu até acordei mais cedo, mas estava cheia de dor nas pernas e fiz uma massagem antes de descer. –Hermione explica e Harry engole em seco, sentia com clareza o perfume do óleo vindo da amiga ao seu lado.


-Se ainda não estiver bem, como massagista oficial do time de quadribol, me ofereço para te ajudar. –Dino se oferece exageradamente gentil.


-Se meta a engraçadinho e eu farei uma massagem em você. –Harry diz em um rosnado, surpreendendo a todos.


-Calma cara, ele só estava brincando. –Simas defende o amigo, porém Harry não muda o semblante duro.


-Harry, se você for ficar fazendo cara feia para todos os caras que forem mostrar interesse por Hermione, melhor comprar uma máscara de monstro, porque com o sucesso de ontem, só vai dar ela hoje. –Gina diz em tom divertido, vendo a amiga corar.


-Também não é assim, você está exagerando. –Disfarça, mas logo vê Pavarti apontar para trás de si.


-Oi, desculpa incomodar, mas queria saber se após o café da manhã você não gostaria de dar uma volta comigo. –Adam, setimanista da corvinal e um dos rapazes mais cobiçados pelas garotas de Hogwarts, diz de modo suave ao se aproximar de Hermione.


-Não, eu estou um pouco cansada hoje. Mas obrigada pelo convite. –Recusa de modo educado, porém sem deixar uma abertura para um convite futuro.


Após o rapaz se afastar, Pavarti e Lilá começam a comentar excitadas sobre o convite de Hermione e as expectativas para aquele dia, chegando a incentivar a morena a voltar a procurar Adam e propor um passeio em grupo entre ele e as amigas.


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N/A: PoV de Harry neste bloco!


Uma semana, uma semana inteira e esses imbecis ainda a perseguem como se fosse a última garota da escola! –Remoía este pensamento teimoso em minha mente enquanto ia até o escritório dos monitores, onde pretendia conversar com Hermione. –Estava indo tudo bem até aquele maldito passeio, porque tivemos que ir até aquele bar?


Ainda me culpava mentalmente quando parei a porta da sala dos monitores, respirando fundo antes de entrar. Entretanto a conversa do interior me chamou a atenção, deixando-me paralisado.


-Eu realmente não acredito no que estou ouvindo! –Hermione dizia semirrisonha, sua forma educada de debochar de algo.


-Eu sei que não começamos bem, mas eu mudei muito. –Draco em sua irritante fala arrastada parecia estar tentando ser sedutor, até havia deixado a voz mais grave, como se aquilo fosse diminuir seu jeito afetado.


-Nem se fosse o último homem da face da Terra. Mas veja pelo lado positivo, agora você sabe que o que faz hoje, interfere no seu amanhã. –Senti vontade de vibrar, aquela era a minha garota! Espiei discretamente e a vi passar por ele pondo sua mochila no ombro, pelo visto ia aproveitar para ir embora. Porém, quase entrei de varinha em punho ao vê-lo segurá-la e puxá-la, mas a  mão esquerda de Hermione foi fortemente na cara pálida, fazendo-o cambalear como em nosso terceiro ano e me fazendo ter mais uma lembrança inesquecível.


Me afastei rindo, ouvi-a dizer algo que não entendi, apenas me apoiava na parede relembrando o fora e depois a cena memorável. Certamente precisaria por aquilo numa penseira para Rony ver.


-Espiar a sala dos outros é muita falta de educação. –Hermione dizia com seu olhar duro, apesar de um sorriso discreto brincar em seus belos lábios, era seu jeito de tentar dar bronca quando realmente não quer fazê-lo.


-Preciso dizer que você fez o Natal chegar mais cedo? –Digo entre risos, aproveitando para abraçá-la e gostando de vê-la sorrir enquanto me abraçava de volta. Todos tentavam cortejá-la, mas eu era o único que podia tê-la nos braços.


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Era fim de tarde e Harry voltava de um jogo animado de Snap Explosivo com os amigos, quando vê Gina, Hermione e Luna sentadas em um canto mais afasto do jardim. Experiente, se esgueira por trás das árvores e usa um feitiço em seu ouvido para amplificar sua audição. Não era de seu feitio ouvir conversas alheias, mas sabia que deveriam estar falando sobre o recente sucesso de Hermione e talvez falassem sobre si.


-Essa conversa de NIEMs e futuro é bobagem! Você tem propostas de todos os melhores lugares para se trabalhar do país e vários outros fora do país! Todos os departamentos do Ministério da Magia te querem! Suas notas são as melhores que Hogwarts já viu, equiparam-se com as Dumbledore. –Gina diz em tom óbvio.


-De fato, pode ir bem nos NIEMs sem se matar. E se sair com Adam, não terá apenas companhia para sair, mas para estudar também. Ele é ótimo em runas e feitiços. –Luna diz como se fosse uma opção bastante lógica.


-Fora o fato de ele ser fofo e lindo! –Gina exclama em um suspiro. –Andei investigando por aí e soube que ele lê poesias e é super-romântico.


-Mas eu não estou interessada nele. –Hermione diz meio sem jeito, fazendo Harry suspirar mais aliviado.


-Isso porque ainda não o conhece. –Luna diz como se fosse a coisa mais óbvia, deixando a amiga corada.


-Luna tem razão. Como pode dizer que não se interessa quando sequer parou para conversar com ele? Se você quiser, podemos ir com você, assim distraímos os amigos dele e lhes damos alguma privacidade. –Gina propõe em apoio, deixando Hermione pensativa.


-Talvez estejam certas, não custa nada conversar um pouco. –Se dá por vencida, já se levantando e sendo seguida pelas animadíssimas amigas.


Aquela certamente não era a conversa que Harry esperava ouvir, seu coração parecia bater descompassado ao ritmo de um bêbado. Uma coisa era ter a compenetrada Hermione sendo cortejada por vários rapazes, outra era tê-la incitada pelas amigas a conhecer rapazes.


Como poderia competir com um cara que lia poesia e era verdadeiramente estudioso? A resposta era um mistério para o qual devia rapidamente achar uma solução, antes que fosse tarde demais.


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Se pedir aulas de dança a Hermione fora difícil e a deixara quase incrédula, estar à frente da porta da sala precisa prestes a ter sua primeira aula era ainda pior, Harry suava frio e sentia seu coração dar saltos. Por mais que Hermione houvesse se demonstrado animada com as aulas secretas, tinha certeza de que seria um desastre e já se perguntava de onde havia tirado aquela ideia idiota que mais parecia roleta-russa.


-O que está fazendo parado aí? –Hermione pergunta assim que abre a porta e dá de cara com ele.


-Eu ia entrar. –Diz incerto, ainda pensando que entrar era má ideia.


-Sei que está nervoso, mas não precisa, somos só nós aqui. –Diz o puxando para dentro da sala decorada como uma academia de dança.


-O problema não é esse… eu não apenas não sei, eu tenho dois pés esquerdos! –Admite antes que fizesse alguma grande besteira e pusesse tudo a perder.


-Não fale assim, não seja tão duro consigo mesmo. –Hermione pede gentilmente, colocando as mãos dele em sua cintura. –Serei paciente e te mostrarei que dançar pode ser fácil.


-E eu te mostrarei o estrago que esses sapatos pode fazer se você não desistir. –Avisa olhando para a proximidade dos pés deles, mas Hermione apenas ri.


Um som suave e lento de uma música de Kenny G começa a soar e Hermione lhe passa as instruções básicas, apenas uma sequência de três passos para que ele se familiarizasse com o movimento, sendo ela a guiar por enquanto.


Nos primeiros minutos, o silêncio os dominou enquanto Harry olhava para seus pés e Hermione o guiava e tirava seus pés debaixo dos dele antes que fossem pisados. Passada a ansiedade inicial, Hermione começa a puxar conversa, falando sobre amenidades enquanto se aproximava mais dele, tentando deixá-lo mais relaxado.


-Acho que você já pode olhar para mim. –Hermione sugere vendo que ele ainda mantinha os olhos nos pés de ambos.


-Se eu fizer isso vou pisar no seu pé. –Responde sem jeito, amuado por já ter pisado de leve duas vezes.


-Não pode ter medo. E se você me pisar, estará tudo bem, vim preparada para isso. –Diz de modo leve, tentando passar segurança a ele.


-Eu não perdoaria se te machucasse. –Diz resoluto, determinado a não erguer os olhos.


Hermione suspira desanimada com a teimosia do amigo, porém não desiste. Dá um passo a frente e aproxima seus rostos, usando-o para erguer o dele. Harry fora pego de surpresa, apenas vira algo encobrir sua visão e então sentira o nariz de Hermione junto ao seu, o lábio dela roçando de leve no canto de sua boca, fazendo um gemido escapar-lhe e seu corpo reagir antes que sua mente compreendesse o que acontecia.


Hermione paralisara ao sentir algo úmido e macio capturar lhe o lábio inferior, sugando-o delicadamente, então braços firmes envolvendo sua cintura colando os corpos e cessando o movimento de seus pés, para instigar-lhe a movimentar os lábios, que eram acariciados e provocados com leves mordidas, o carinho na nuca sendo a gota d’agua para que um gemido lhe escapasse.


Harry sentira-a relaxar e, ao ouvir o gemido abafado, investe com mais força, determinado a explorar a boca que lhe tirava o sono e saciar aquela paixão que o estava levando a loucura. Sequer sabia quando ela passara a corresponder ou porque o corpo parecia reclamar pela escassez de ar, apenas queria sentir tudo àquilo de que se privara, saber se seus devaneios eram fantasias ou ainda estavam aquém da realidade.


 Foi em meio ao turbilhão de sensações que sentiu a  mão encher-se de carne, a pele macia e delicada ajudava a  mão a deslizar, porém as mãos que agarravam-lhe a camisa e arranhavam suas costas se espalmaram em seu peito e o empurraram com força, tombando-o no chão.


-Desculpe, eu não estava pensando. –Digo sem entender bem o que havia acontecido, mas tendo uma forte suspeita de que pusera a  mão em sua coxa e apertara.


-Nenhum de nós estava, então tudo bem. –Hermione admite sem jeito, parecendo verificar com o olhar se ele havia se machucado. –Parece que dançar é mesmo algo perigoso. –Tenta brincar, porém era evidente seu desconforto.


Harry poderia ter concordado, era o jeito mais simples e fácil de sair daquela situação, uma piada e o clima se amenizaria um pouco, porém não poderia viver sem sentir todas aquelas sensações novamente. Era a melhor chance que tinha e não iria desperdiçar, por isso levanta-se determinado, munindo-se de toda a coragem que tinha.


-Não é verdade, a dança não tem nada a ver com isso. Meus sentimentos por você é que são os culpados. –Diz seriamente, fitando-a nos olhos. A reação fora de surpresa e confusão, o que demonstrava que ela de fato não suspeitara de nada. –Estou apaixonado por você.


-Isso é brincadeira, certo? E saiba que muito sem graça. –Diz seriamente, cruzando os braços em sinal de proteção.


-Já faz um tempo, digo, eu fui me envolvendo aos poucos, sem sentir, mas quando descobri não dava mais para voltar atrás. –Explica de modo sincero, se abrindo sem receios.


-Quando foi isso? É por isso que ficou tão carinhoso? –Pergunta enquanto notava a sala mudar para uma sala com sofás e poltronas, mais propícia a uma conversa.


-Não, isso foi depois de ouvir você conversando com Pavarti e Lilá. –Diz sem jeito, sabendo que levaria uma bronca pela indiscrição.


-Quando você diz que ouviu…?


-Eu quero dizer que as ouvi falando de mim. Você disse que eu era um cara incrível, cheio de qualidades, que meu defeito era ser temperamental e que gostava dos meus olhos e das minhas costas. Mas quando ia responder o porquê de não estarmos namorando, o Snape II chegou e me fez sair dali. Então fiquei cismado, aquilo não saía da minha cabeça e precisava saber se você realmente estava interessada em mim…


-Porque não me perguntou? Bastava dizer que havia escutado sem querer uma conversa estranha sobre você e tirado a dúvida. –Diz de forma dura, apesar de contida, ainda não acreditando no que acabara de ouvir.


-Eu não sabia como falar e eu não queria que você ficasse sem jeito, eu não saberia como reagir se você falasse que estava apaixonada por mim. Eu ainda não havia pensado sobre essa possibilidade, não saberia o que te dizer. Então fui pensando sobre você, a observando sem me censurar, me aproximando para ver se você se sentiria à-vontade.


-E aí se apaixonou? –Pergunta já deixando algumas lágrimas caírem.


-Eu nunca havia me permitido pensar em você como uma garota, mas quando o fiz… Você é linda, delicada, doce, até mesmo sexy em alguns momentos, mesmo que não queira…


-Para! –Pede de modo firme, erguendo o rosto para ele. –Se houvesse me perguntado, eu diria não. Pavarti e Lilá só estavam me pedindo para desempatar uma discussão boba sobre quem era o melhor partido da escola, eu disse você e elas queriam saber o porque. Eu estava apenas sendo interrogada e respondendo de modo sincero.


-Nunca pensou em mim de outra forma? Sequer se permitiu me ver por completo ou já viu e somente não se interessou? –Agora era Harry que se esforçava para suprimir as lágrimas.


-Não pensei, nunca. –Responde sincera, enxugando o rosto com um lenço.


-Alguma chance de pensar? Aquele beijo não é algo que aconteça assim, com qualquer um. Pode ser real, pode dar certo! –Clama se aproximando, segurando as mãos dela. –Me dá uma chance, deixa eu te mostrar que podemos ser muito mais e muito melhores.


-Eu não sei. Isso é assustador. –Responde recolhendo suas mãos. –Eu preciso de um tempo… você entende, não é?


-Sim, claro. Eu precisei de uns dias e não teria porque não dá-los a você. –Diz tentando parecer compreensivo, apesar do amargor em sua boca evidenciar a decepção por aquela resposta.


-Então, eu vou te deixar sozinho… -Ela diz sem saber direito o que fazer, mas imaginando que Harry precisaria de um tempo para si.


-Não. Pode usar a sala para pensar, eu ficarei bem. Apesar de ter alimentado a ideia de que você correspondia, sempre mantive um pé atrás. –Diz se afastando, chegando a porta. –Eu só quero que saiba, que independente do que escolher, nossa amizade não mudará. –Diz antes de sair.


Por mais que as palavras de Harry houvessem sido pronunciadas de modo sincero, Hermione ainda sentia o peso do mundo em suas costas, sabia que sua decisão afetaria não apenas o amigo, mas toda a relação que haviam construído durante aqueles anos.


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Harry se refugiara dos olhos de terceiros no banheiro da Murta, inventando uma desculpa qualquer para a fantasma a fim de disfarçar sua tristeza. No horário marcado fora treinar com o time e após o treino, chamara Rony no escritório do capitão, pedindo que se sentasse para conversarem.


-Você está com uma cara péssima, o que houve? –Pergunta preocupado com o jeito estranho do amigo.


-Estou apaixonado por uma garota que não me quer. –Diz olhando para as próprias mãos.


-Não te quer? Que louca é essa que dispensa Harry Potter? –Pergunta incrédulo, achando que o amigo exagerara.


-Hermione. –Harry diz após fitar o amigo, vendo-o ficar sério, o olhar indefinido, porém não muito feliz. –Sei que não esperava, mas peço que me deixe contar tudo, assim vai poder entender que as coisas aconteceram sem que me desse conta.


Rony permaneceu quieto, porém o olhar em Harry demonstrava que esperava o relato. Começara com a conversa que tivera com Tonks, a conversa das meninas que escutara por acaso e não omitindo detalhes até a aula de dança, quando poupou Rony de maiores detalhes sobre o beijo, limitando-se a dizer apenas que ele tomara a iniciativa e ela o empurrara. Por fim, segurando as lágrimas, Harry relata a sua confissão e a reação completamente desestimulante de Hermione.


-Ela disse que ia pensar, não que você não tinha chances. –Rony pensa alto, como se tentasse compreender a postura de Hermione.


-Ela disse claramente que nunca havia pensado em mim dessa forma. O que ela pode tentar fazer agora é apenas se testar para ver se pode vir a sentir algo por mim, não é como se ela estivesse dividida. –O tom profundo demonstrava conformismo e desanimo quanto a resposta que receberia.


-Se ela disser que não, vai insistir? –Pergunta ainda no tom indefinido e sério.


-Não. Eu respeitarei e agirei de modo a não afetar nossa amizade. É o mínimo que posso fazer. –Responde de modo sincero. –Mas e se ela disser sim, ficará com raiva de mim?


-Eu não sei. O fato de eu estar namorando não significa que eu não sinta mais nada por Hermione.


-Eu sei. E eu prezo muito nossa amizade, mas se eu não aproveitar essa única chance, alguém poderá vir e tirá-la de nós dois. Sei que pode parecer mesquinho para você, mas pense bem Rony, vocês se deram uma chance que não durou nada! Logo viram as incompatibilidades, não consegue lidar com o jeito estudioso e dedicado da Hermione. Agora tem os NIEMs, depois o início de carreira, então promoções e outras coisas. Você sabe, não é?


-Eu não sei, não sei mesmo. –Diz sem esconder o tom agressivo, passando por Harry e batendo a porta em sua cara.


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Já era tarde, Hermione havia terminado sua ronda, a qual não fora grande coisa, visto o estado completamente avoado de sua mente, porém ao invés de ir para a Torre da Grifinória, fora para a sala de Tonks, batendo de leve na porta antes de entrar. Sabia que a professora devia estar trabalhando até mais tarde fazendo os testes que seriam aplicados aos alunos na semana seguinte.


-Com licença, desculpa atrapalhar. –Hermione diz enquanto se dirigia até a cadeira a frente da mesa de Tonks, que no primeiro momento olhara a procura de algum infrator e depois franzira o cenho sem entender o porquê de a monitora estar ali.


-Tudo bem. Algum problema na ronda? –Pergunta solícita, deixando os pergaminhos de lado.


-Não. É pessoal. Podemos conversar? –Pergunta sem jeito, ao que Tonks abre um caloroso sorriso.


-Claro que podemos, acima de tudo somos amigas, certo? –Diz simpática, mas contendo a animação pela iniciativa dela.


-Obrigada. –Responde se acomodando na cadeira, tomando coragem para falar. –Harry me pediu para dar aulas de dança a ele e eu achei uma ótima ideia. Hoje foi nossa primeira aula, mas as coisas não foram como eu esperava… durante a dança, pedi para ele parar de olhar para os pés, olhar para mim, mas quando se recusou, usei meu rosto para erguer o dele e… er… ele me beijou.


-Na boca? A sério? –Pergunta surpresa pela audácia de Harry.


-Sim. Me pegou de surpresa, mas o pior foi quando depois ele se declarou, disse que havia escutado uma conversa torta e achou que eu estava interessada nele, então passou a prestar atenção em mim, pensando se eu realmente era a fim dele ou não, e então se apaixonou! –Diz ainda incrédula em toda aquela situação.


-Pelo visto você ainda não aceita isso muito bem. –Diz preocupada com o tom que Hermione usara.


-E porque eu aceitaria? É tão surreal!


-Isso eu não nego. –Tonks concorda após uma leve risada. –Mas você não deveria se apegar a isso, quer dizer, ele reparou em você e viu o quão atraente você é, então junta-se a atração ao amor que vocês já nutriam um pelo outro e acontece a paixão.


-Somos amigos e damos certo assim. Se há algo que aprendi em meu namoro relâmpago com Rony é que não se deve misturar as coisas.


-Não compare Harry com Rony! Ambos são seus amigos, mas são muito diferentes. Me diga, nessas ultimas semanas em que você e Harry andam tão próximos, trocando carinhos e passeando de mãos dadas, não se sentiu melhor? Ou vai me dizer que acha desconfortável ou incômodo?


-Claro que não é. Mas uma coisa não tem relação com outra…


-Como não? Vocês estão praticamente namorando, só faltam os beijos!


-Não é bem assim. Namoro é compromisso, exige não só sentimentos, como responsabilidades, disponibilidade.


-Harry é muito mais compreensivo que Rony e te conhece muito melhor, não acha? Duvido que ele te cobraria algo, principalmente quando ele já fez um período de testes esses dias. Aliás, vai dizer que o beijo não mexeu nem um pouco com você? –A provocação era clara e fez Hermione corar. –Acho que isso deve ser levado, e muito, em consideração antes que tome uma decisão, assim como toda a relação de vocês, que a meu ver é super estável e pode sim sobreviver a “jogadas de risco”.


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A semana passara rápido, Harry e Hermione andavam um pouco afastados não apenas um do outro, mas de todos. Rony parecia alheio a tudo e mantinha-se a distância dos outros dois, alimentando boatos de que os três haviam brigado, apesar de ninguém ter visto nada.


Aula de dança hoje às 15hs


O bilhete de Hermione era breve e não fazia sentido. Harry é claro ficara feliz por ela querer se encontrar com ele, porém não conseguira deixar de pensar nos possíveis cenários que encontraria ao chegar à sala precisa. Porque aquele bilhete ou visava despistar sobre o verdadeiro assunto ou provavam de vez que ela não pretendia mudar a relação que tinham.


Assim que chegou a sala precisa, respirou fundo e soltou o ar devagar como fazia antes de subir em sua vassoura para os jogos.  Ao girar a maçaneta e entrar, manteve os olhos baixos, em sua cabeça um mantra desejando encontrar uma sala confortável onde conversariam, entretanto ao erguer os olhos deparou-se com a sala de piso de madeira e parede espelhada, pronta para uma aula de dança.


-Achou que fugiria das aulas? –Pergunta com um sorriso de canto, os olhos astutos.


-Não é como se houvesse dado certo da primeira vez, devo ter pisado no seu pé umas quatro vezes e não chegamos a dançar três músicas inteiras! –Diz como se aquele fosse um argumento incontestável.


-O fato de você não ser talentoso não significa que não possa aprender. Além disso, garotas gostam de caras que possam sair com elas para dançar. É o programa favorito da minha família.


-Não estou interessado em agradar garot… o programa favorito da sua família? –Começa a dizer contrariado, mas pausa ao atentar para o que ela havia acrescentado, poderia ser alarme falso, mas naquele momento queria se agarrar a qualquer coisa.


-Se quiser sair conosco, ou dança ou atura me ver dançando com outros. –Diz sem conseguir esconder o nervosismo.


-Se eu quiser sair com vocês? –Repete vagamente, se aproximando dela e vendo que ela não recuava ou deixava de lhe encarar, os olhos castanhos mostrando expectativa. –Eu tenho que me preocupar em agradá-los então?


-Tornaria tudo mais fácil. –Responde mordendo o lábio inferior.


-Acredite, a única dificuldade que desejo é a de ficarmos longe um do outro. –Garante envolvendo lhe a cintura delicadamente, ao que ela lhe envolve o pescoço com os braços.


-Então, continuamos a aula? –Pergunta ouvindo a música começar a soar, incentivando-o a se mover junto a ela.


-Não consigo dizer não pra você! –Admite em um suspiro. –Mas ficarei triste por pisar nos seus pés, então vai ter que me consolar depois. –Diz com um sorriso de canto que lhe deu um ar malicioso, o que fez Hermione rir. –Isso é um não? –Pergunta confuso.


-Isso é um: Não acredito que você possa ser malicioso! Pelo visto há um Harry que não conheço. –Diz ainda entre risos.


-Mas você quer conhece-lo, não?


-A começar pelo Harry Astaire. –Responde fazendo-o gemer frustrado.


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Harry e Hermione estavam a caminho do salão principal para o jantar, quando Rony os vê e chama, fazendo sinal para que se aproximassem. Quando estavam em um ponto mais distante do corredor, Rony se certifica de que não há mais ninguém e dá uma olhada nas mãos unidas dos dois.


-Voltaram às boas ou estão juntos? –Pergunta de modo direto, nunca fora bom com rodeios.


-Conversou com ele? –Hermione pergunta surpresa e Harry assente.


-Eu queria deixa-lo avisado caso acontecesse algo. Também me sentiria agindo pelas costas se não disse nada. –Se justifica olhando para o amigo, que ainda mantinha-se sério.


-Por isso se afastou de nós. Não devia ter simplesmente se afastado ao invés de conversar comigo. –Hermione diz a Rony, parecendo chateada com o amigo.


-Tanto faz, agora vão parar de cercar Gnomo ou me responder? –Insiste olhando para Harry.


-Estamos juntos. Ela resolveu me dar uma chance. –Responde se mostrando ao mesmo tempo firme e compreensivo pela reação do amigo.


-Nesse caso é melhor segurar. Não terá uma segunda chance. –Rony diz cabisbaixo, virando-se para sair.


-Rony! –Hermione chama e o segura pelo braço, fazendo-o olhar para si. –Está terminando conosco? Tem mesmo coragem de acabar com essa amizade de anos? –Pergunta tentando esconder a mágoa.


-Claro que não. Vocês são parte da minha vida. Eu só preciso de um tempo para me acostumar, para dar um jeito na bagunça que eu mesmo deixei crescer.


-Tem certeza? Porque vamos pegar leve, não ache que eu quero enfiar algo goela abaixo ou provar alguma coisa. –Harry diz preocupado.


-Eu vou ser jogador de quadribol, precisarei treinar muito e viajar sempre, ainda mais nesse início de carreira, então não vou ter mesmo tempo para nada firme. –Diz esboçando um sorriso. –Eu só preciso aparar as pontas soltas, não dá pra ficar jogando tudo num armário de qualquer jeito e achar que nunca vai cair. Mas entendo que você é a melhor escolha, provavelmente Hermione e eu acabaríamos ferrando a vida um do outro… quer dizer, se por teimosia ficássemos juntos teríamos uma vida monótona e cheia daqueles problemas que vão minando a felicidade de tudo e no fim ficam os filhos já adolescentes, o trabalho estável e um imenso nada que ocupar sua mente.


-Estaremos torcendo para que encontre alguém. –Harry diz e abraça Rony, agradecendo pelo apoio.


-Eu sugeriria a Luna para te ajudar a arrumar a bagunça, ela dá ótimos conselhos. –Hermione diz em tom confidente.


-Ela também me deu ótimos conselhos. –Harry concorda lembrando-se da sugestão para o encontro em Hogsmeade, o qual deveria ter seguido com mais fidelidade.


-Nesse caso, acho que vou procura-la. –Rony diz e se afasta, os amigos dando um tempo para que ele pudesse se misturar aos outros alunos antes de seguirem para o salão principal.


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N/A: Como eu havia dito, este cap era para comemorar o fato da cachorrinha da minha mãe ter sobrevivido a cirurgia e estar muito bem, totalmente recuperada. A demora, no entanto, se deve ao meu cachorro, filhote dessa poodle da minha mãe, ter ficado doente. Seu nome é Alan e ele está se recuperando, tomando antibiótico e segunda ainda vai tirar um nódulo, mas a cirurgia é simples. Todo mundo torcendo para ele ficar bom e mais nenhum cachorrinho ficar doente, aqui em casa são 6!


N/A²: Tentei dar o melhor nesse capítulo, mas confesso não estar muito inspirada pelos problemas, contudo espero que tenham gostado e cometem falando sobre o que gostaram e o que ficou faltando, se pintar uma ideia, quem sabe não role um epílogo.


may33: Pois é, Hermione precisou de umas sacudidelas para acordar pra vida e ver que amava o Harry! Rsrsrs E ele até que enfim tomou uma decisão e foi a luta, já tava passando da hora.


Melissa Hashimoto: Huahuahua gostou da massagem não é? Se não bastasse a massagem, Hermione ainda mostrou toda sua habilidade corporal na pista de dança, assim não há quem resistisse mesmo rsrsrs.


Ana Rita: Pois é, Harry carregou as compras, aguentou o papo de meninas e ainda teve que ver um monte de marmanjo babando na sua garota, não foi um fim de semana muito feliz rsrs. Relamente a Hermione ainda não tinha se tocado, menina cega, ao menos não enfiou os pés pelas mãos.


pâm potter.: Oi sumida, to sentindo falta de seus comentários! Mais ciumento e ele matava um! Por sorte nenhuma concorrência realmente chegou a ameaçar a posição dele, senão a confusão era garantida! Rsrs


Lilly Rigotti: Harry nem precisava ver o lado sexy dela na pista depois daquela massagem, mas foi uma sorte que ele é o único a saber dos talentos dela com as mãos, senão os meninos tinham avançado com mais força! Rsrsrs Depois do seu pedido, resolvi fazer um final simples, sem muitas complicações e barreiras.


r.ad: Harry fofo e apaixonado, que deu lugar a um Harry determinado e cheio de iniciativa! Quem poderia imaginar que ele agarraria a Mione e se declararia, assim como bateria o pé firme na frente do Rony.


riraito: Espero que a curiosidade tenha sido satisfeita.


Mah.Potter: Faz parte sentir ciúme, mas fui até boazinha não deixando ninguém realmente ameaçá-lo. Eu acho que melhor que ver a Hermione dançando, é ver o Harry pisoteando os pés alheios rsrsrs.


Charlotte Duerre: Péssima ideia, afinal consolos por derrota não existem. E em 2011 só iremos comemorar muitas vitórias!


hellen granger: Bajulação não faz postar mais rápido, mas mesmo assim obrigada. Rsrsrs Mas continue confiante que apesar de zebras acontecerem, os anos seguintes podem guardar histórias muito diferentes e muito melhores.

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Comentários (2)

  • Coveiro

    CAde o final

    2013-04-13
  • Angeline G. McFellou

    Bons amigos aconcelham.rsrs Harry foi tão fofo, adorei nele.rsrs Amei a fic até aqui, curiosa pela continuação, att assim que der, por favor.Beijos...

    2011-04-11
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