Grifinória X Sonserina ou Blac
Grifinória X Sonserina ou Black X Debussy?
Naquela manhã de sábado, Remo não precisou acordar nem Tiago, nem Sirius. Muito pelo contrário, ele foi acordado pelos amigos. Os dois andavam de um lado para o outro do quarto, pegando vestes, sapatos, vassouras, e tudo o que precisariam para o jogo. Estavam muito agitados, mas Lupin já convivia com eles o tempo suficiente para saber que os dois sempre ficavam assim quando tinham que jogar.
– Bom dia pra vocês também! – ele disse coçando os olhos e se sentando na cama.
Tiago saiu do banheiro com a escova de dentes na boca e já completamente vestido.
– “Uóniaauao, oial.” – falou o garoto de cabelos arrepiados, com a boca cheia de espuma.
Remo e Sirius riam do amigo enquanto este se livrava da espuma na boca.
– Credo, garoto! Visão do inferno! Ainda fica cuspindo essa espuma toda em cima de mim! Parece que tá com raiva! – Sirius dizia rindo da cara do outro.
– Eu disse: “Bom dia, Aluado! Foi mal!” – disse Tiago, ignorando o comentário do outro.
Sirius balançou a cabeça sorrindo e virou-se para o amigo lupino:
– Bom dia, Aluado! Você vai ver o batedor mais lindo da Grifinória arrasar nesse jogo? –disse, dando seu melhor sorriso “eu – tenho – trinta – e – dois – dentes – e – eles – são – brancos – e – mais – bonitos – que – os – seus.”
– Sério, pulguento, me explica como pode ser tão modesto? Você se acha demais, Almofadinhas! – Remo ria-se do convencimento do amigo.
– Eu não me acho demais, Aluado, eu sou demais. São coisas totalmente diferentes. E nem adianta entender. É como estilo: ou você tem, ou você não tem. Não se aprende. – disse o moreno enquanto terminava de amarrar os sapatos, e dava uma pequena piscada.
Remo revirou os olhos, rindo do batedor moreno.
– Vamos, Sirius? O Benson vai falar demais se nos atrasarmos, e eu não to a fim de escutar hoje. – Disse Tiago, passando a mão pelos cabelos, mais pelo vício de desarrumá-los do que para tentar ajeitá-los, o que era impossível. Isso tinha-lhe rendido o apelido de Pontas, já que o cabelo apontava em todas as direções.
– Vamos, sim. Só espera um minuto. Deixe-me ver como estou. – Respondeu Sirius, empurrando Tiago da frente do espelho para se olhar.
Ele tirou um pouco da franja dos olhos e chamou o amigo para sair dali.
– Remo! Nós vamos descer. Nos encontre no campo, certo? – um dos dois gritou enquanto saíam do dormitório.
Desceram correndo para o Salão Principal. Não sem antes parar para dar atenção a várias ‘fãs’ que os prendiam nos corredores para dizer coisas do tipo: “Boa Sorte!”, “Vamos vencer!”, “Tiago! Faz um gol pra mim?”, ”Sirius! Quando pegar o pomo, pensa em mim, viu?”... Mas, na maioria das vezes, elas só davam gritinhos histéricos e coravam furiosamente só de vê-los. Eram sempre assim.
– Pontas, você reparou como essas meninas são loucas? – Sirius olhava com cara de assustado para as meninas que eles tinham acabado de deixar para trás no corredor.
– Por nós, você quer dizer, não é, Almofadinhas? – Tiago sorriu cheio de si para as meninas, e as viu corar e cochichar, enquanto dava risada ao lado de Sirius.
– Principalmente, – ele disse fazendo o outro rir ainda mais – mas você reparou como elas não sabem nem as nossas posições em campo? Bando de doidas! “Quando pegar o pomo pensa em mim, viu?” – disse imitando uma voz feminina – Credo, Pontas! Eu devo estar muito feio pra elas me confundirem com você! – completou fazendo cara de nojo.
– Eu acho que um apanhador fazer gols é bem complicado, não? Malucas... – o outro completou fazendo referência a uma garota que confundiu o moreno apanhador com um artilheiro.
Os dois riram e entraram no Salão para se sentarem ao lado dos amigos, na mesa da Grifinória. Quando os alunos, no ambiente, perceberam a entrada deles, as mesas vermelha, amarela e azul aplaudiram em meio às vaias da mesa verde e prata. Os garotos ficaram perto dos outros jogadores do time, e praticamente engoliram a comida, já que tinham perdido muito tempo com as fãs nos corredores.
– Tiago... posso saber o porquê do atraso? – Lilian perguntou irritada – Eram aquelas meninas que ficam correndo atrás de vocês antes dos jogos, né? Bando de Maria-Vassoura...
– Pode deixar que eu tomo conta dele quando você não estiver por perto Lil’s. – Sirius ria do desespero do amigo, ao ver o ciúme da namorada, que não deixava que ele a abraçasse.
– Lily! Por favor! Eu corri atrás de você durante três anos... você acha que eu trocaria você por qualquer outra garota dessas? – disse ele, convencendo a menina a sorrir e se deixar abraçar. Sirius murmurou algo como “Bobo apaixonado”, revirando os olhos.
– Vamos, garotos. Tá na hora de arrasar com aquelas cobras. – Disse Benson, o capitão do time.
Sirius e Tiago despediram-se dos amigos, de Lilian e de Remo. Os sete jogadores levantaram-se e seguiram o garoto loiro que andava com os marotos, um de cada lado, decidindo táticas de última hora. Chegando ao vestiário, ele passou o sermão de sempre, e que os garotos nunca queriam ouvir. Estava na hora. Madame Hooch deu o primeiro apito, que era o sinal para os times se dirigirem ao campo.
Os sete saíram e deram de cara com um estádio lotado. De um lado, um mundaréu vermelho e salpicos de azul e amarelo enchiam mais da metade da plateia. Do outro, estavam poucos pontos verdes, que pareciam ainda menos, se comparados àquela multidão colorida que gritava e aplaudia do lado oposto. Os sonserinos eram mesmo extremamente impopulares em todas as casas.
À medida que os times se aproximavam, a tensão entre eles aumentava. Quando estavam muito próximos, Sirius notou, por trás de todos aqueles meninos gigantes, uma garota morena, com longos cabelos negros e olhos verdes que ofuscavam a luz. Era Claire Debussy.
A menina tinha os cabelos presos em meio rabo, os cachos nas pontas caindo graciosamente sobre as vestes. Sua boca era tão vermelha que parecia maquiada, mas, olhando melhor, Sirius viu que ela não usava nenhuma maquiagem. A garota era incrível e inexplicavelmente linda. Muito mais bonita de perto que de longe. Até o uniforme verde que ela usava, e que Six tanto odiava, parecia combinar perfeitamente com seus olhos verde-esmeralda.
Então, por um segundo, os olhares de ambos se cruzaram. Sirius não conseguia mais desgrudar os olhos dela, e Claire sentiu a mesma coisa quando aqueles olhos azuis intensos encararam os seus. O momento dos dois foi quebrado pelo apito de Madame Hooch, que dava início ao jogo. Agora, Sirius tinha muito no que pensar. Embora fosse batedor do time oposto ao de Claire, não sabia se teria coragem de mandar um balaço nela. O máximo que podia fazer era torcer para que Tiago pegasse o pomo no primeiro segundo de jogo. Deu um impulso no chão e começou a voar.
Não demorou muito para o time da Grifinória perceber que a apanhadora nova era incrivelmente habilidosa com a vassoura. Ela e Tiago haviam disputado o pomo páreo a páreo em três vezes, o que causou a irritação da torcida, já que nas três, Claire havia entrado na frente do garoto para impedir sua visão e fazer com que ele perdesse a bolinha dourada de vista. Mesmo assim, os Leões ainda lideravam o placar, com 70 a 50. Benson pediu tempo.
– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – ele gritava – Tiago! Pare de prestar atenção na Debussy e preste atenção no pomo!
– Ah! Foi mal, Benson! Ela é bonita, cara! Desculpa. – Tiago escolheu os ombros.
Uma estranha sensação percorreu o corpo de Sirius quando viu o amigo falando de Claire. Ele já tinha muito com quem se importar, não tinha? Era namorado de Lilian! “A ruiva da Lily é linda, chega pra ele!”, pensava. Balançou a cabeça depois desse pensamente. Seria aquilo ciúme?
– E você, Black? Morreu? Ninguém te viu nessa partida. Nem um balaço na cabeça da garota!
– Tá, Klaus. Entendi. Mandei mal, desculpa. – Ele respondia sem prestar atenção no que dizia.
–Ok. Vamos agora! Tiago, pegue aquele pomo! Ou vamos jogar noite adentro! A garota joga muito bem, todos já perceberam isso.
Os garotos voltaram ao campo e levantaram voo novamente. Dessa vez tinham que jogar pra valer. Mas por que diabos o Tiago não pegava aquele pomo? Assim Sirius não teria que machucar Claire. Logo que a bolinha de ouro foi solta novamente, Tiago prendeu os olhos nela e disparou atrás dele sem dar nem tempo para que Debussy se colocasse na frente. Ela era realmente boa, mas ele era melhor, e era hora de provar isso. Dois segundos depois, Tiago Potter estava sendo abraçado por todo o time e ovacionado pela torcida.
– Placar final: 220 a 50 para a Grifinória! – gritou a garota que estava radiando o jogo, Ashley Chase, uma quintanista da Lufa-Lufa. – Mas, antes de tudo, acho que a estreante Claire Debussy, da Sonserina, merece os nossos parabéns. Parabéns, garota! Jogou muito! Agora, sim: parabéns aos nossos Leões! Black, Potter, Benson, Stuart, Smith, Crown e Harrison! Vocês arrasaram, como sempre, garotos!
A festa no salão comunal da Grifinória durou a noite inteira, e praticamente todos os alunos participaram dela. Entre as exceções, estavam obviamente, Lily Evans e sua amiga Lia Walter, que fizeram questão de subir mais cedo, após Lily cumprimentar o namorado Tiago.
Quando os marotos foram para o dormitório, já passava das duas da manhã. Estavam extremamente felizes por causa da Taça, e principalmente por terem vencido os sonserinos, justamente no quadribol. Eles ainda conversaram muito tempo antes de finalmente pegar no sono, o que aconteceu mais de duas horas depois.
Aquela tinha tudo para ser uma noite tranquila como todas as outras, isso se um certo anjo moreno, de olhos muito verdes, não tivesse aparecido nos sonhos de um belo setimanista grifinório, que acordou de madrugada e, depois de entender o sonho, sentiu muita raiva de si mesmo. Primeiro, por estar sonhando com uma (linda) sonserina, e segundo... por ter acordado do sonho.
N/a: Autora movida a comments!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
:D Comentem nem que seja pra dizer que tá horrível, pooor favooor!
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