Aprenda a acordar seu irmão
Capítulo 2: Aprenda a acordar seu irmão
Como decidira no dia anterior, Harry logo pela manhã enviou uma resposta a Gina. Depois disso, sua tia gritou da cozinha, chamando-o para tomar o café rápido, pois ela logo o tiraria da mesa.
Depois de praticamente empurrar a comida pra dentro da garganta, Harry colocou seu tênis e foi dar uma volta pelo parque abandonado ali perto. O garoto passava algumas horas ali sempre que podia, era um dos únicos lugares em que conseguia pensar de verdade.
Sentou-se em um balanço, de onde sairia apenas quando organizasse todos os seus pensamentos.
______ . _______
Já eram onze horas da manhã quando Gina acordou. Demorara um longo tempo para pegar num sono na noite anterior... Ficara pensando na carta de Harry, em suas palavras, essas que a deixaram um tanto desesperada.
Ela vinha tentando esquecer, ou ao menos esconder, o que sentia pelo moreno, algo que já não era mais aquela paixonite infantil pelo famoso Harry Potter. Era algo que parecia queimar dentro da garota, e ela não tinha ideia do que aquilo poderia ser.
Ela já não tinha mais esperanças de ser notada de um modo diferente por ele, sabia que ele gostava de outra garota, Cho Chang, a corvinal que ela tanto odiava. Agora que ela estava sem um namorado, quem sabe Harry teria mais chances... Gina tirou esse pensamento da cabeça, Cho certamente deveria estar sofrendo muito, o que era normal, se Gina por um milagre namorasse ele, e o perdesse... Não teria mais vontade de continuar viva. Contentava-se com sua amizade, que já era ótima para ela, que se preocupava sempre que ele sumia, ou quando o trio se metia em confusões.
Ela tirou o pijama, colocou uma calça jeans vermelha, que parecia combinar com seu cabelo, e uma blusinha básica branca. Ouviu um barulho vindo da janela, e viu Edwiges bicando furtivamente o vidro. Adiantou-se e abriu-a, a coruja voou para seu ombro e deixou a carta cair em suas mãos. Gina deu um pouco de água e alguns biscoitos para ela, que depois se aproximou da gaiola onde Albina a observava.
Gina deixou as duas ali, e começou a ler a carta.
Gina,
O Berrador era mesmo necessário? Por Merlin! Aquilo foi assustador! E bom, se toda vez que você ou mais alguém me assustar, e eu cair na real, eu vou agradecer, e muito, do mesmo jeito que estou agradecendo agora. Obrigada, você me fez ver algo que parecia óbvio, e que eu parecia não ser capar de perceber. Espero que quando eu chegar aí possamos conversar melhor.
Beijos,
Harry Potter.
P.S: Você fica tão irritada quanto no Berrador quando um de seus irmãos faz algo que lhe incomode? Coitados! Preciso ver isso, mas que fique claro, só ver!
Gina começou a rir. Harry caiu na real e ainda fez piada. Ela tinha plena consciência que ficava assustadora quando estava brava, mas era algo que simplesmente não conseguia controlar, era mais forte que ela.
Mandou uma resposta breve a Harry, dizendo que se ele precisasse, podia contar com ela e coisas do tipo, e logo desceu para o almoço.
_ Hoho! Boa tarde Gininha! _ Fred falou rindo quando a ruiva sentou-se ao seu lado na mesa.
Ela ignorou o ‘boa tarde’, mas virou-se para o irmão e falou:
_ Se me chamar de Gininha de novo, você vai ser o primeiro a saber como funciona a azaração que aprendi quando voltarmos para a escola.
Fred parou de sorrir e encolheu-se na cadeira.
_ Ihhhhh Fred, se deu mal. _ um Rony com a boca cheia de comida ‘falou’.
_ Vai querer também, Roniquinho? _ Gina virou-se para o irmão com um olhar travesso.
Rony engasgou-se com a comida.
_ Gina! Não assuste seus irmãos desse jeito! _ repreendeu Molly sem conseguir esconder o olhar divertido diante da cena.
A garota deu de ombros, servindo-se.
______ . ______
Os dias passaram-se depressa, e quando um certo moreno de olhos verdes deu-se conta, já estava na véspera de seu aniversário. Estava feliz por poder sair daquela casa logo, por poder estar com a família que gostaria de fazer parte, os Weasley’s. Avisara aos tios quando partiria, e como era de se esperar, eles gostaram disso.
Foi dormir cedo, mas já eram quase duas da manhã e Harry não conseguia sequer fechar seus olhos. Ele sentia que teria uma noite de pesadelos, e estava tentando ao máximo adiar isso. Pegou o livro que pedira para Rony lhe mandar, pois já havia terminado suas lições da escola, e começara a fica entediado. Mas não prestava muita atenção no que lia, o sono era grande, não suportaria mais do que alguns minutos, se não menos.
Por fim não agüentou e adormeceu.
Ele estava na Floresta Proibida, sabia disso. Meia dúzia de Comensais apontava suas varinhas para ele. Outros circulavam Rony, Hermione e Gina, que atacavam e se defendiam como podiam. Hermione fora atingida pela maldição Cruciatus, e estava caída no chão, urrando de dor. Gina e Rony puseram-se em frente à garota tentando defende-la. Harry queria ajudar, mas estava ocupado tentando desviar-se dos feitiços que eram lançados, o que estava ficando difícil. Depois de um momento de distração fora estuporado e jogado longe. De relance viu três Comensais lançando a maldição da morte em seus amigos que caíram sem vida no chão. Ele gritou, e tudo ficou escuro.
Harry acordou sobressaltado. O suor escorria-lhe na face que estava pálida. Sua cicatriz queimava, e sua cabeça parecia girar. Com muito esforço conseguia abafar os gritos de dor para não acordar os tios. Ele tremia agarrando-se ao lençol, que se rasgou quando o garoto acabou puxando-o com muita força.
Depois de longos minutos Harry começou a acalmar-se, sua cicatriz tinha parado de doer. Ele caiu exausto no chão duro, onde acabou adormecendo novamente, sem sonho algum desta vez.
× × × × × × ×
Acordou com o barulho da campainha tocando lá embaixo. Lembrou-se de seu pesadelo por um momento, mas logo afastou qualquer pensamento. Refletiria sobre o ocorrido uma outra hora. Levantou-se devagar, seu corpo estava todo dolorido, e sua cabeça latejava. Olhou para o relógio velho em cima da cômoda, percebendo que ainda era muito cedo, o sol acabara de nascer. Pegou os óculos que estavam no chão e com certo ar de contrariedade caminhou até o andar de baixo para abrir a porta.
_ Olá Harry, e feliz aniversário. _ Remo Lupin cumprimentou o moreno com um sorriso cansado nos lábios.
_ Professor Lupin! _ Harry adiantou-se dando um abraço em seu ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
_ Ora vamos Harry, não sou mais seu professor. _ falou Remo bagunçando, se possível, ainda mais o cabelo do garoto.
_ Força do hábito, professor. _ riu Harry. _ Você veio cedo. _ completou.
_ Molly queria tirar-lhe o mais rápido possível dessa casa e então praticamente me chutou mais cedo pra cá. Esse gênio Weasley é assustador, por Merlin!
_ Acredite, eu sei disso. _ riu Harry lembrando-se do Berrador de Gina.
Remo sorriu.
_ Então, está pronto para sair daqui? _ perguntou.
_ Bom, assim que eu me trocar, estarei. _ respondeu Harry apontando para o pijama.
_ Estarei aqui esperando. _ Remo sorriu. _ Vai querer ajuda com o malão?
_ Não, não, pode deixar. Volto já.
Alguns minutos depois Harry desceu com o malão, a gaiola de Edwiges e sua Firebolt em mãos.
_ Deixei um bilhete para os Dursley’s, por garantia. _ falou. _ Mas... Como vamos?
_ Aparatando. _ respondeu Lupin. _ Segure meu braço, sim? E deixe que eu leve o malão.
Harry segurou o braço de Lupin, e logo se sentiu sugado, uma sensação nada agradável na verdade. Sentiu o chão aos seus pés novamente, e viu-se em frente à casa dos Weasley’s, onde Molly o esperava na porta. Ela adiantou-se até o moreno e lhe deu seu famoso e já conhecido abraço quebra-costelas. Harry sorriu. Sentia-se em casa.
_ Feliz aniversário querido! Venha, venha, vou preparar algo pra você comer, deve estar faminto. _ Molly falou empurrando o moreno para a cozinha onde encontrava-se Gina, sentada a mesa mordiscando alguns biscoitos. Ao ver o garoto levantou-se apressadamente e correu em sua direção abraçando-o, pegando Harry totalmente de surpresa, assim como Molly e Lupin que estavam na porta.
_ Feliz aniversário. _ falou ela quando se afastou levemente corada.
_ O-obrigada Gina.
Harry estava boquiaberto. Nunca pensara que Gina faria isso, nunca pensara também em como ela estava, ou melhor, era linda. Ao ver que estava fazendo papel de bobo parado ali, resolveu falar alguma coisa.
_ Por que está acordada tão cedo? _ foi a primeira coisa que lhe veio a mente enquanto sentava-se a mesa. Gina sentou-se em frente a ele.
_ Ao contrário do Rony, eu costumo acordar cedo quase sempre.
_ Quase? _ ele elevou uma sobrancelha.
_ Eu não posso ser certinha o tempo todo Sr. Potter. _ riu ela. _ Eu ajudo a mamãe com a casa, mas às vezes ela me dá uma folga. _ completou olhando para a mãe que observava os dois, assim como Lupin, que murmurou alguma coisa para a Sra. Weasley que riu e concordou com a cabeça.
_ Falando em dar uma folga, por que não vai chamar seu irmão Gina? Hoje é o dia da não folga dele. _ Molly falou.
Gina pegou um biscoito e subiu as escadas. Harry a observou até sumir, e voltou sua atenção para os dois ali em pé.
_ O que vocês estão olhando? _ perguntou o moreno.
_ Nada. _ responderam em uníssono.
_ Sei...
Minutos depois, um Rony emburrado desceu as escadas.
_ Por que você ta molhado Rony? _ perguntou Harry depois de cumprimentar o amigo.
_ Gina. _ respondeu ele simplesmente.
Harry, Molly e Lupin entreolharam-se.
_ Ouvi o meu nome? _ perguntou Gina, descendo as escadas com um jarro vazio em uma das mãos, e flores na outra.
_ Você fez isso com seu irmão Gina? _ perguntou Lupin rindo da cara de anjo da garota.
_ Oras! Dessa vez ele não acordou quando tentei imitar o Krun falando ‘Hermio-ni-ni’, tive que improvisar. _ falou ela rindo da cara do irmão, que estava mais vermelha que seu cabelo.
Todos ali riram, com exceção de Rony, que esperava que um buraco se abrisse no chão naquele momento.
_ Falando na “Hermio-ni-ni” _ falou Harry _ Quando ela vem pra cá?
_ Ela está viajando com os pais, mas disse que viria o mais rápido possível, talvez ainda essa semana. _ Gina respondeu.
_ Hum...
O café da manhã foi divertido, eles deixaram de lado as indiretas sobre Rony e Hermione, e falaram sobre os mais variados assuntos, rindo muito sempre, ainda mais quando os gêmeos desceram.
À noite os Weasley’s prepararam uma pequena festa para Harry, que estava radiante. Recebera alguns presentes que abriria só no outro dia, já que estava morrendo de sono pela noite mal dormida.
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