The Prove of Our Love
Eu encarava a chuva caindo calmamente lá fora, eu pensava em como seria se nós ainda estivéssemos em nossa casa, se estaríamos mais calmos, se não teria mais ameaça alguma. Não. Não estaríamos mais calmos e ainda haveria a ameaça. Eu não iria deixar ele levar Harry, de jeito nenhum, meu filho tinha que viver, meu marido tinha que viver.
- Lily?
James me olhava apreensivo, ele tinha chorado, ele devia achar que eu não iria perceber, mas eu percebi, ele estava triste, não tinha mais sua vassoura, não tinha mais sua capa, não tinha mais seus amigos, não tinha mais sua liberdade. Ele estava enfurnado nessa casa junto comigo. Eu gostaria que ele fosse embora, por algum motivo, qualquer um. Já tentei várias vezes brigar com ele para que ele saísse de casa, mas ele percebeu. Estúpido Potter.
- Oi?
Fechei os olhos ao sentir sua mão acariciar minha face, não, não queria que ele fosse embora, se ele fosse eu entraria em colapso, e o que seria de Harry então? Harry, meu pequeno e doce Harry, aquele bebezinho de olhos verdes e cabelos espetados era tão maroto quanto o pai, só queríamos que ele tivesse a oportunidade de ser tão maroto quanto o pai.
- Não se preocupe, eu estou aqui.
Sim, ele estava aqui, ele sempre esteve, e sempre vai estar. O abracei, e logo depois o beijei, um beijo apaixonado, não com gosto de despedida, com um gosto de ‘te vejo logo’, como se ele fosse trabalhar e fosse voltar no final da tarde.
- Vai ficar tudo bem.
Eu falei pra ele o que eu tenho repetido pra mim mesma a dias, desde que esse pesadelo começou. Agora, estávamos abraçados olhando o pequeno Harry dormindo no sofá, um anjo, um pequeno anjo em nossas vidas, aquele pequenino nos trazia a felicidade em momentos que achávamos que não havia mais saída. Nosso pequeno Harry, fruto do nosso amor, a prova de que tudo isso realmente existiu.
Ouvimos o portãozinho se abrir, fechei os olhos e James me abraçou com força, era Sirius, tinha que ser ele, uma visitinha surpresa para nos desejar Feliz Halloween. Agora passos arrastados podiam ser ouvidos. James selou os lábios dele nos meus uma última vez, novamente o gosto de até logo.
-Lílian, é ele! Vá, corra! Pegue Harry e vá, eu o atraso!
- Não me deixe ok?
Minha voz saía baixa assim como a resposta dele.
- Eu não vou
Meus olhos queimavam, chegara a hora, eu corri, subi as escadas correndo, não tinha outro lugar para ir.
- Expelli...
- Avada Kedavra!
Era isso, ele estava morto, James Potter morto, o amor da sua vida se fora. Já não segurava mais as lágrimas, não deixaria ele levar Harry, o Harry também não, ela faria de tudo para que ele não levasse ele. Bateu a porta do quarto do bebê, o mesmo a olhava curioso. A porta é aberta bruscamente, não adiantaria trancá-la mesmo.
- O Harry não, Harry não, Harry não!
Ela estava de costas para ele, protegia o bebe com seu corpo.
- Saia da frente sua idiota, ande, saia!
Ela não sairia, não deixaria ele levar Harry, Harry não.
- O Harry não, por favor, me leve, me mate!
- Este é meu último aviso!
- Não o Harry, por favor – um soluço – tenha piedade – outro soluço – Não o Harry! Por favor, eu faço qualquer coisa!
Isso iria funcionar, quem sabe, uma magia antiga, ele não pensara nisso, ela salvaria Harry, ele não tocaria em Harry mais, estaria tudo bem! Uma risada aguda, era agora, colocou Harry no berço, moveu os lábios em um “Eu te Amo”, algumas lágrimas ainda caiam, ela estava na frente dele, daria certo, logo encontraria James, logo logo.
- Avada Kedavra!
Um jato de luz verde, um grito, uma explosão, um bebê.
Harry Potter, o menino que sobreviveu, não, Harry Potter, a prova de que Lily e James Potter realmente existiram, a prova de que Lily e James Potter realmente se amaram.
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