Lucky

Algumas horas haviam se passado após a queda de Voldemort. Após Harry Potter, o garoto que sobreviveu, o ter derrotado novamente. E desta vez era para sempre. O corpo do bruxo das trevas fora jogado em uma lareira por várias pessoas, onde rapidamente virara cinza, soltando uma fumaça negra horripilante para o céu.

Apesar de muitas pessoas terem deixado Hogwarts imediatamente após a vitória do bem sobre o mal, várias outras ainda permaneciam no castelo, onde tentavam reorganizar tudo... Consertar o que precisava ser consertado... Separar os corpos sem vida dos sobreviventes, que estavam sendo atendidos na Ala Hospitalar e também no Salão Principal. Era preciso recomeçar, a partir de agora, uma nova vida...

Ninguém pareceu se importar com o fato de que o seu herói de repente desaparecera da companhia deles. Mas não o melhor amigo de Harry. Rony viu quando Harry desapareceu por baixo da capa da invisibilidade. Achava mesmo que o que ele mais precisava, e merecia, neste momento, era um pouco de paz e silêncio, onde pudesse pensar, sem ter vários pares de olhos curiosos em cima dele, nem cochichos a toda volta sobre o grande triunfo de Harry Potter sobre Voldemort. A vida deles de agora em diante rumava para o desconhecido, para tempos de paz, onde, quem sabe, as encrencas e perigos parariam de persegui-los por todos os lados. O ruivo percebeu que a melhor amiga deles, Hermione, também viu o amigo desaparecer e os dois acenaram com a cabeça em concordância. Harry realmente merecia um descanso, após a conversa com o quadro de Dumbledore.

Hermione se encontrava um pouco mais afastada de Rony, ajudando alguns professores a conjurarem macas onde, com as lágrimas saltando sem parar dos olhos, eles colocavam os corpos sem vida daqueles que lutaram bravamente. Sem sombra de dúvidas, os corpos de Fred, Tonks e Lupin foram os mais difíceis para ela, mas Hermione era uma garota decidida e os Weasley’s estavam demasiadamente abalados para enfrentarem algo como aquilo. Já seria muito ruim para todos realizar o funeral, juntamente com várias outras famílias que tiveram seus entes queridos levados pela morte.

Após terem organizado os corpos nas macas e os feridos em camas, Hermione desabou em uma cadeira perto da família Weasley, exausta. Deu um grande suspiro, pensando no que fazer dali para frente. Teria que procurar os pais e terminar os estudos em Hogwarts, caso a escola reabrisse. Enfim, poderia desfrutar de tempos de paz com seus amigos. Seus devaneios foram interrompidos por Rony, que se juntara a ela em outra cadeira próxima.

– Obrigado por sua ajuda, Mione – disse ele a abraçando e estremecendo – não sei se mamãe suportaria...

– Não foi nada, Rony, – ela respondeu retribuindo o abraço e, repentinamente, sentindo o coração acelerar – sei que vocês fariam o mesmo por mim.

Eles quebraram o abraço depois de alguns segundos, onde para eles pareceram várias horas inteiras. Hermione conjurou um lenço e passou pelo rosto do amigo, preocupada.

– Você tem vários cortes no rosto, Rony. Precisa cuidar, podem ser fundos.

– Eu estou bem, Mione, de verdade – ele disse a tranquilizando – madame Pomfrey poderá dar um jeito rapidinho quando tiver um tempo. Tem muitas pessoas aqui piores do que nós. E vou levar você comigo, você também tem vários cortes e sua mão parece estar inchada.

Eles se encararam por vários minutos, tendo em cada um dos pensamentos, lembranças mescladas entre a horrível batalha, as terríveis mortes, a eminente guerra e um incrível beijo que acontecera em meio ao pesadelo causado por Voldemort.

 

Do you hear me?

(Você me ouve?)
I'm talking to you

(Estou falando com você)
Across the water

(Através da água)
Across the deep blue ocean

(Através do profundo oceano azul)
Under the open sky

(Debaixo do céu aberto)
Oh my, baby I'm trying

(Oh meu bem, estou tentando)

 

A professora Minerva apareceu instante depois, quebrando o contato visual dos amigos, trazendo um frasco de poção e vários algodões, murmurando que madame Pomfrey tinha muitos feridos mais graves para cuidar e passando a poção curativa nos cortes dos garotos, onde os ferimentos iam se fechando aos poucos. Apontou sua varinha para a mão inchada de Hermione, que começou a desinchar vagarosamente e depois se dirigiu a outras pessoas que tinham ferimentos mais leves.

O sol já ameaçava nascer por trás das montanhas, tornando o céu mais claro à medida que os minutos se passavam. Começaria o primeiro dia de paz. O primeiro de infinitos, que poderiam ser desfrutados por todos os bruxos e bruxas da Grã-Bretanha, após vários meses de terror e medo.

– Acho melhor você dormir um pouco, Rony. Parece exausto.

– Estou mesmo – ele respondeu olhando em volta e constatando que parte das pessoas não estava mais ali. Provavelmente se dirigiram para casa ou para os dormitórios. – Vem. Vamos descansar.

E se levantou da cadeira, estendendo a mão para a amiga. Ela aceitou a proposta prontamente. Seus olhos estavam clamando por um pouco de sono e seu corpo suplicava por descanso. Juntos eles rumaram para a torre da Grifinória, acompanhados por Gina.

O salão comunal não estava vazio. Harry se encontrava em uma cadeira afastada, encarando a janela mais próxima, completamente perdido em seus pensamentos. Viram Gina se encaminhar para lá e, sem falar nada, abraçar o ex-namorado, que retribuiu carinhosamente e depois descansou a cabeça no colo da ruiva, ambos sem falarem uma palavra sequer. Palavras não eram necessárias nessa hora, todos sabiam o que era preciso: apoio e compaixão. Hermione acompanhou Rony para o dormitório masculino e se deitou na cama de Harry, deixando suas pálpebras a vencerem e caindo na inconsciência. Rony se deitou naquela que fora sua cama por vários anos e, observando Hermione dormir, foi vencido pelo sono. Ambos sonharam, e os sonhos estavam rodeados por imagens de guerras, sangue, explosões, fogo, mortes e um beijo...

 

Boy I hear you in my dreams

(Garoto, eu te escuto em meus sonhos)
I feel your whisper across the sea

(Eu sinto o seu sussurro através do mar)
I keep you with me in my heart

(Eu guardo você comigo no meu coração)
You make it easier when life gets hard

(Você torna mais fácil quando a vida fica difícil)

 

Os jardins de Hogwarts, embora tivessem amanhecido bonitos, floridos e com um céu azul sem nuvens, abrigava muitas pessoas tristes e famílias em prantos pelo funeral coletivo que fora realizado há alguns minutos. Harry, Rony, Hermione e Gina se encontravam agora sentados em baixo de uma árvore próxima ao lago, conversando sobre o retorno a Hogwarts, caso ela reabrisse no próximo trimestre.

– É tão difícil imaginar Hogwarts fechada – disse Rony contemplando o castelo.

– Não irá fechar Rony. McGonagall não permitiria – Hermione foi categórica no comentário.

– Eu sei... Mas há tantos rumores.

– Não irá fechar Rony, não mesmo – disse Harry olhando para o ruivo. – McGonagall é uma bruxa incrível, forte, durona. Você realmente acha que ela deixaria se abater pelo que aconteceu? Depois de tudo que passamos e pelo que lutamos? – Harry não esperava uma resposta e continuou, as palavras saindo em um torvelinho de desabafo. – Esse é o meu lar, como é para tantos outros bruxos e bruxas, o lugar mais seguro do mundo, o lugar onde eu descobri uma família, onde eu encontrei uma família – tudo o que ele não pôde dizer antes escapava completamente de sua boca, ele não sabia o porquê, mas não conseguia controlar. – Perdi aqui pessoas que eu amei, assim como as tive. Meus pais se conheceram aqui, Dumbledore, o homem que me ensinou tudo o que sei, morreu por essa escola... Eu não permitirei, eu ajudarei a erguer tijolo por tijolo para honrar a todos.

- Você não precisa provar nada para ninguém, Harry... Você fez mais do que alguém fez antes, ninguém nunca conseguiu lutar contra Voldemort – disse Gina pegando sua mão e o encorajando.

- Mas isso não é a única coisa, Gi... Fred era meu amigo, e deu seu sangue pela vitória, eu não fiz sozinho, eu sempre precisei de todos vocês.  E precisei de alguém que eu sempre desprezei e nem sabia. Snape se sacrificou por mim, pela promessa dele. Teddy vai crescer sem os pais. Eu nunca poderei compensar a perda de seus pais, Gina...

- Não foi culpa sua... – disseram Rony e Gina ao mesmo tempo.

- Pode não ser, mas isso não muda a falta que eles vão fazer; que todos irão fazer. E é em nome deles e por eles que ajudarei no que puder. Porque assim como para mim, esse também foi o lar de todos eles, nem que por apenas algum tempo.

- Você não está sozinho, Harry – disse Hermione. – Nunca abandonamos você, não será agora.

- Com certeza. A escola irá reabrir e nós voltaremos... Terminaremos o que a guerra impediu e daremos força para os futuros alunos – disse Gina.

- Perfeitamente – concordou Rony. – E não esqueçamos a cabana do Hagrid... Provavelmente teremos que fazer uma casinha para o Canino... Poxa vida, acho que até uma para o Grope, ele se esforçou, não é?

Todos riram, mas não podiam discordar, toda ajuda fora de bom tamanho.

– E também... Imagine só nunca mais ter que olhar para o Cara de cobra... Que maravilha!!!

– Rony! – Gina deu um safanão na cabeça de Ron. – Só você mesmo e sua sensibilidade...

- Harry, nada vai apagar o que aconteceu e nem as perdas... Mas pensar neles com saudade e felicidade, pelo tempo que tivemos juntos, faz de suas memórias belas. Eles fazem parte de nossas vidas e sempre farão onde quer que estejam. Cuidemos agora dos que estão aqui conosco – Hermione disse cada palavra olhando carinhosamente para cada amigo. – Sejamos felizes por eles.

- É isso aí! – concordou Gina segurando a mão de Harry com mais força e o fazendo levantar. O abraçou apertado e sussurrou em seu ouvido: “Eu cuidarei de você! É só você deixar.”

Ele retribuiu o abraço, enquanto Rony e Hermione coravam ante ao carinho, e sussurrou de volta: “Eu deixo, mas só se eu também puder cuidar de você!”. Gina afastou o rosto da curva do ombro de Harry e depositou um suave beijo em seus lábios.

- Isso a gente resolve – respondeu ela sorrindo.

 

Lucky I'm in love with my best friend

(Sorte estar apaixonada pelo meu melhor amigo)
Lucky to have been where I have been

(Sorte ter estado aonde estive)
Lucky to be coming home again

(Sorte estar voltando para casa)
Oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh

 

They don't know how long it takes

(Eles não sabem quanto tempo demora)
Waiting for a love like this

(Esperar por um amor como esse)
Every time we say goodbye

(Cada vez que dizemos adeus)
I wish we had one more kiss

(Eu gostaria que tivéssemos mais um beijo)
I'll wait for you, I promise you I will

(Eu esperarei por você, eu prometo que vou)

 

Harry pegou a mão de Gina e pediu para que ela o acompanhasse. Ambos se despediram dos amigos e rumaram para Hogwarts. Rony e Hermione sorriram para os dois, pois eles precisavam mesmo conversar e colocar tudo em ordem.

“E nós também”. Pensou Hermione repentinamente, o coração se acelerando no peito. “O que será que deu em mim quando o beijei?” “E se ele não sente nada por mim além de amizade?”

Rony também ficou calado encarando a amiga, que tinha uma expressão muito Hermionesca estampada no rosto. O beijo que eles trocaram na noite anterior não tardou a aparecer em seus pensamentos. “Crie coragem e converse com ela sobre isto” – era o que o cérebro dele repetia cansativamente.

– Seria bom voltar para concluir nossos estudos em Hogwarts – Rony disse quebrando o silêncio, tentando reunir alguma coragem para fazer o que ele sabia que deveria fazer.

– Quê? – a morena fora pega de surpresa – Ah, sim... Seria muito bom e importante para nosso futuro ter concluído os estudos – Hermione disse tudo muito depressa.

– Ainda penso em ser auror – Rony falou. – E você?

– Ainda não pensei muito sobre isso... Verdade! – Ela disse quando o ruivo fez cara de incredulidade. – Ainda penso em fazer coisas úteis pelos Elfos e, quem sabe, também pelos bruxos nascidos trouxas, como eu.

– Seria muito bom, Mione – ele disse fazendo a amiga sorrir. – Gina disse que quer ser jogadora de Quadribol. Acho que ela vai fazer alguns testes...

Mais alguns minutos se passaram debaixo daquela sombra gostosa, onde Hermione, contemplando o lago, sem realmente vê-lo, sentia os pensamentos cada vez mais confusos em sua cabeça. Estava frustrada que nenhum livro pudesse ajudá-la neste momento de incerteza. Rony também olhava para o lago, embora desse olhadelas para Hermione vez ou outra, pelo canto do olho.

– Acho melhor voltarmos ao Salão Comunal – Rony falou repentinamente. – Talvez devêssemos nos despedir da escola antes de irmos embora.

Hermione concordou com um leve aceno de cabeça, pondo-se de pé, e juntos eles rumaram para o castelo.

A imagem do quadro da mulher gorda que Rony e Hermione contemplaram ao chegar à entrada para a torre da Grifinória foi inesperada. Estava simplesmente vazio. Não havia mulher gorda para abrir a passagem para eles.

– Talvez ela tenha ido visitar outro quadro – disse Hermione.

– Aham... – sussurrou Rony e se dirigiu para o corredor. Hermione o seguiu sem fazer perguntas.

Passaram por vários quadros conhecidos, que os cumprimentavam sorrindo e acenando. Sir Cadogan gritou para os “cães sarnentos” lutarem, mas eles apenas sorriram um para o outro e continuaram andando, sem rumo.

– Ele não muda nunca, esse maluco – comentou Rony.

– Vou sentir falta dos gritos – disse Hermione rindo.

Então, como se eles tivessem planejado fazer isso o tempo todo, uma porta se materializou na parede em frente. Rony e Hermione se entreolharam. Conheciam bem aquele corredor. A Tapeçaria de Barnabás, o amalucado, tentando ensinar balé aos trasgos estava a poucos metros de distância... Estavam parados em frente à sala precisa.

Fosse pelo fato de que o beijo entre eles não saía da cabeça de nenhum dos dois, fosse pelo fato de que os pensamentos de que precisavam conversar estivessem presentes constantemente naquelas duas cabeças, a sala precisa se transformou na mesmíssima sala que fora outrora, quando eles vieram diretamente do Cabeça de Javali, por um túnel longo e estreito. Alguns dentes de basilisco continuavam espalhados pelo chão, fato que não passou despercebido pelos amigos, fazendo ambos corarem.

– Quem será que deixou essas presas de basilisco largadas por aí? – Rony falou enquanto via Hermione começar a juntar as mesmas. – Deviam ter mais cuidado sabe, elas são realmente venenosas... – e, não agüentando ver o constrangimento da amiga, ele começou a rir.

– Seu engraçadinho – a morena respondeu, rindo também, enquanto se colocava de pé, segurando alguns dentes que ela recolhera do chão. – Eles tinham um bom motivo para estarem assim, espalhados.

O efeito dessa frase foi imediato. Eles pararam de rir e se olharam. O azul e o castanho se reconhecendo um no outro instantaneamente. Hermione corou e sentiu o coração disparar.

"Porque você não pensa um pouco antes de sair falando?", ela pensou, enquanto via Rony chegar mais perto.

 

Lucky I'm in love with my best friend

(Sorte estar apaixonada pelo meu melhor amigo)
Lucky to have been where I have been

(Sorte ter estado aonde estive)
Lucky to be coming home again

(Sorte estar voltando para casa)

 

– Você é minha melhor amiga, Mione...

Hermione o encarou sentindo que o coração falhava uma batida. Ela poderia esperar que nada mais acontecesse entre eles, mas definitivamente não suportaria continuar sendo amiga de Rony. Sendo testemunha da felicidade dele com outras garotas. Sentir o gosto amargo do ciúme em sua garganta. “Burra... burra... burra!” Era o que sua cabeça repetia sem parar.

– Mas eu não quero ser apenas amigo – Rony terminou a frase após alguns minutos, reunindo toda a coragem que fazia dele um legítimo grifinório.

Hermione captou essa frase sentindo os pensamentos pararem. O coração voltara a bater descompassado enquanto um sorriso teimoso e uma lágrima contida insistiram em dedurá-la.

A expressão da morena à sua frente, que mudou de uma confusão triste para uma felicidade constatada, fez o coração do ruivo querer saltar pela boca. Ela sentia o mesmo por ele, e agora ele tinha certeza. Ah, como o sorriso dela era maravilhoso!

Rony se aproximou ainda mais, limpando as lágrimas da amiga com a ponta de ambos os dedos e tocou os lábios dela delicadamente com os seus. Ele podia jurar que o coração quebraria suas costelas se não parasse de bater tão forte. E, pela segunda vez, Hermione derrubou os dentes de basilisco dos braços, fazendo-os caírem com estrépito no chão da sala precisa.

 

Lucky we're in love in every way

(Sorte estarmos apaixonados em todos os sentidos)
Lucky to have stayed where we have stayed

(Sorte termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday

(Sorte estar voltando para casa algum dia)

 

Depois de mais ou menos dez minutos, Rony e Hermione se afastaram. Ambos muito corados, arfantes e com os lábios um pouco inchados. Permaneceram com as testas coladas uma na outra, Rony abraçando Hermione pela cintura e a morena acariciando os cabelos flamejantes do ruivo. A única coisa que passava na cabeça de cada um deles era que o beijo fora maravilhoso, ainda melhor do que o anterior, e que, se fosse possível, queriam ficar se beijando ali eternamente, sem se preocuparem com mais nada.

Hermione conjurou dois pufes, onde eles se sentaram. Parecia que nenhuma palavra seria necessária nesse instante após o beijo. Eles queriam apenas curtir o momento, sentir o sabor maravilhoso do desejo, da paixão e, porque não, do amor. Ambos poderiam concordar que estavam apaixonados um pelo outro, talvez sempre fossem. A amizade dera lugar a um sentimento mais forte e sincero.

Rony estremeceu levemente quando sentiu a suave e delicada mão de Hermione acariciar seu rosto, o tirando de seus pensamentos.

– Sempre gostei das suas sardas – ela disse sorrindo – acho um charme!

– Obrigado – ele também sorriu encabulado. – Na verdade, eu sempre as achei horríveis, ficam piores quando tomo sol e...

Mas ele não pôde terminar a frase, por que Hermione estava muito perto de sua boca e isso, definitivamente, era muito difícil de resistir. E nem ele queria. Beijavam-se como se já se conhecessem há vários anos – o que não deixava de ser verdade. Exploravam cada canto da boca um do outro onde conseguiam alcançar, deixando a liberdade tomar conta, aos poucos. As mãos livres fazendo carinhos gostosos por diversas partes de seus corpos.

Rony acariciava os cabelos cheios e macios e a cintura que sempre sonhou tocar. Hermione, por sua vez, agarrava os cabelos vermelhos do ruivo carinhosamente com os dedos, fazendo-o ter leves arrepios. Entre os dois não havia mais nenhum segredo agora, nenhuma vontade que não pudesse ser saciada, e eles deixavam o amor falar mais alto a cada segundo que passava.

 

And so I'm sailing through the sea

(E assim estou navegando através do mar)
To an island where we'll meet

(Para uma ilha onde vamos nos encontrar)
You'll hear the music fill the air

(Você vai ouvir a música preencher o ar)
I'll put a flower in your hair

(Eu vou colocar uma flor em seus cabelos)

 

Quando Rony e Hermione retornaram ao salão comunal – a mulher gorda finalmente reaparecera – encontraram Harry e Gina sentados na poltrona em frente à lareira e se encaminharam para os amigos.

– Então estão mesmo namorando? – Gina perguntou com um ar exultante, ao observar os amigos chegando de mãos dadas. – Harry me contou de um beijo em plena guerra...

– Contou, foi? – Rony disse jogando uma almofada no amigo, que ria. – Pois o Harry está me saindo uma verdadeira fofoqueira de plantão!

Todos riram e um ar mais ameno se espalhou entre eles. A guerra contra Voldemort agora parecia que fora travada em outro século.

– Temos que tocar nossa vida, não é? – Hermione perguntou incerta aos demais. – Tenho certeza que todos queriam isso.

– Claro, Mione – falou Gina apoiando a amiga, – aqueles que se foram não terão morrido em vão, pois o mundo bruxo pode, e deve, seguir em frente com a paz que todos nós conquistamos.

Essa era, sem dúvida, a vontade de todos os bruxos e bruxas que lutaram contra Voldemort. Ter a possibilidade de um mundo em paz para todos os bruxos, sendo sangue-puro ou não. Era o que todos queriam de agora em diante, agradecendo, assim, a todos que pagaram pela paz com a própria vida.

 

Though the breezes through the trees

(Embora a brisa através das árvores)
Move so pretty, you're all I see

(Seja tão bonita , você é tudo que eu vejo)
As the world keeps spinning round

(Como o mundo continua girando)
You hold me right here right now

(Você me tem aqui neste momento)

 

A Toca estava incrivelmente normal, quando todos chegaram ali pela manhã. Fora toda restaurada, como se nunca tivesse vivido momentos de guerra e terror. Os quatro amigos estavam sentados na sala aconchegante, tomando um delicioso chá preparado pela Sra. Weasley. Carlinhos retornara à Romênia naquela manhã, Gui e Fleur retornaram ao Chalé das Conchas, Percy fora chamado às pressas no Ministério para a posse do novo Ministro da Magia: Quim Shacklebolt, de quem ele seria assessor. Jorge retornara à loja no Beco Diagonal, informando a todos que Fred não gostaria de ver nenhuma cara triste, agora que Voldemort fora liquidado, e o Sr. Weasley pensava em se aposentar, para a alegria de Molly.

– E nós vamos retomar nossa educação mágica – disse Gina à mãe, que trazia uma bandeja de biscoitos – assim que Hogwarts estiver reaberta.

– Estou muito orgulhosa de vocês – a matriarca Weasley respondeu sorrindo – terminem sua educação para poderem ter um bom futuro.

– E já podem começar a se preparar para o que realmente desejarem se tornar – informou o Sr. Weasley levantando os olhos do Profeta Diário, que trazia uma enorme primeira página, informando sobre a queda d’aquele-que-agora-podemos-nomear – o Ministério sofreu muitas perdas: aurores, funcionários e inomináveis.

Harry e Rony trocaram olhares esperançosos.

– Vou me inscrever no curso de auror assim que puder – disse Harry – o mundo bruxo sempre pode precisar se defender contra loucos como Voldemort. Nunca se sabe...

– Estamos juntos, colega! – disse Rony.

– E eu penso em fazer uns testes em equipes de quadribol depois que eu me formar – disse Gina – ouvi dizer que o campeonato vai retornar com força total, e a copa mundial de quadribol será realizada normalmente ano que vem, parece que será na Escócia!

– Legal!

Hermione pareceu aflita, olhando para os amigos.

– Caramba! Eu sou a única que ainda não decidi o que quero fazer!

– Ah, como se isso fosse o fim do mundo... – disse Rony a abraçando – você teve as melhores notas quando freqüentamos Hogwarts, duvido que no último ano seja diferente, e você poderá ser o que quiser Mione. Até Ministra da Magia!

Hermione abriu um lindo sorriso para o namorado.

– Acho que não pretendo chegar a tanto, mas se eu puder baixar umas leis a favor dos Elfos e dos nascidos trouxas, um cargo no Ministério é algo a se pensar... Mas antes tenho que voltar à Austrália para buscar meus pais, desfazer o feitiço e dizer que está tudo bem.

– Eu vou com você – Rony disse categoricamente – assim posso me apresentar a eles oficialmente!

Eles riram juntos novamente e, dali adiante, não é possível enumerar as repetidas vezes que eles se sentiram as pessoas mais felizes do mundo.

 

Lucky I'm in love with my best friend

(Sorte estar apaixonada pelo meu melhor amigo)
Lucky to have been where I have been

(Sorte ter estado aonde estive)
Lucky to be coming home again

(Sorte estar voltando para casa)

Lucky we're in love in every way

(Sorte estarmos apaixonados em todos os sentidos)
Lucky to have stayed where we have stayed

(Sorte termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday

(Sorte estar voltando para casa algum dia)

 

 

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N/B Tina Weasley Potter: * Tina muito emocionada, enxuga as lágrimas e tenta ao máximo se concentrar na sua tarefa de escrever o N/B para sua mana Rejinha. Mas a emoção é tanta que não consegue desenvolver nada conexo para colocar no papel. Sai correndo toma um ar na janela, chora mais um pouco, vai lavar o rosto no banheiro e senta na frente do PC achando que a sua dignidade foi por ralo abaixo.*

 

*LUMUS! Ok, ok! O que eu poderia fazer hein? Nada, estou realmente emocionada, depois de todo esse tempo estar aqui novamente para betar uma song linda e incrível, com uma música que eu amo e ainda mais, com esse casalzinho lindo, very very beautiful, the Best. Quem de vocês não se emocionaria no meu lugar?  Todos, eu sei, exatamente como estão agora depois de ler.

Mana ficou linda, incrível, cheia de emoção, tem tudo do que mais gostamos e precisamos. Fico tão feliz que depois de todo esse tempo nós não perdemos o ritmo e continuamos emocionando uma a outra. Que continuemos sempre juntas nessa vida de fics, e mesmo fora delas.

Continua tendo a sabedoria e a parcimônia com as palavras mais belas e tocantes... O que mais posso dizer: PARABÉNS por mais uma obra incrível dessa tua imaginação. E obrigada por sempre compartilhar comigo e me achar capaz de complementar os teus momentos de branco e dúvida.

Beijos te amo muito...

E pessoal não parou por aqui não... Vocês não perdem por comentar... Logo terão mais!

Beijos a todos e um baita quebra costelas da ruiva-puro-mal!*NOX!

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

N/A: REJI

Bom, a única coisa que tenho a dizer é obrigada por ter lido mais uma song de minha autoria! Agora estamos de volta com força total no universo das songs, fics, NC’s etc... Vocês não perdem por comentar, logo terá muito mais pra vocês!

Comentem......

Beijos estalados da Reji

*Aparatei*

Ps. Não deixem de ler minhas outras songs e minha fic: Dentro dos meus sonhos!

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