Querido diário
LUMUS!
N/A: Conforme eu prometi, a história da Patricia. Para quem não sabe, algumas explicações:
Eu ambientei a Patricia crescendo em Saquarema, cidade onde morei até Janeiro deste ano, por uma questão de comodidade. Algumas situações que vão ser descritas dificilmente aconteceriam numa cidade de grande porte, e Saquarema é um ovo (não to brincando, tem até uma comunidade no orkut que tem esse nome).
Por sinal, as experiências de Patricia com o padrasto e o modo como ela conhecerá o pai são, em parte, baseadas nas minhas próprias experiências. Deixo isso claro pq, na última fic, eu recebi uma mensagem dizendo que era besteira dizer, com a quantidade de jeitos de achar uma pessoa, que uma garota só conheceu o pai aos 11 anos pelo fato dele e a mãe terem brigado. Deixo claro que não é fantasia, pois isso aconteceu comigo. Só conheci meu pai biológico aos 12 anos de idade, por um acidente do destino, e cresci com um padrasto infernal (quem quiser confirmação, pergunte ao Daniel, que conheceu a peça). Só que, ao contrário do que coloco para a Patricia, não foi minha mãe que sumiu, e sim meu pai. Gostaria de pedir aos leitores que não julgassem com isso que a Patricia é uma versão bruxa minha, porque não é. Eu diria, no máximo, que ela é um reflexo de muito do que já aconteceu comigo, pois uso essas experiências para descrever as dela. E só para deixar claro, farei a Paty conhecer o pai numa situação idêntica à minha, pois é uma situação tão inusitada que mais parece mesmo algo saído de uma fic.
Espero que esta pequena história (deve ter no máximo uns seis capítulos) não decepcione ninguém, e que vocês perdoem qualquer erro.
NOX!
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Querido diário...
Nossa, só eu mesma para começar um diário assim! Bem, meu nome é Patrícia Mendes, originalmente Silveira mas, atualmente, Snape. Tenho 24 anos, sou professora de Defesa Contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e, a pedido de alguns amigos de quem falarei mais tarde, resolvi escrever um tipo de diário contando a minha vida. Vamos lá?
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Eu nasci no dia 28 de fevereiro de 1974 e sou filha de Beatriz Mendes e pensei, durante anos, que fosse filha de Marcelo Silveira. Mas não era. Cresci numa cidade chamada Saquarema, no litoral do estado do Rio de Janeiro, e passei praticamente minha vida toda lá.
Logo cedo, aos dois ou três anos, dei mostras que seria uma bruxa como minha mãe. Meu “pai”, que é trouxa, não gostou disso, e bem que tentou suprimir meus poderes por meio de brigas e castigos, mas sem sucesso. Assim, tão logo completei quatro anos, fui transferida da creche das Irmãs de Nossa Senhora, onde estudava, para a creche-escola Gota Mágica que, bem na cara dos trouxas, educava crianças bruxas e as preparava para conviver em segredo com os outros. Foi uma adaptação fácil, especialmente porque lá éramos estimulados a fazer magia sem varinha, treinar nossa magia natural. Estudei lá durante os dois anos seguintes e, quando ingressei na alfabetização trouxa, não só já lia e escrevia como também sabia controlar meus poderes. E usa-los, quando a situação exigisse.
Estudei toda a minha vida escolar inicial em estabelecimentos trouxas, sendo educada no mundo da magia pela minha mãe. Já aos 10 para 11 anos, fui matriculada em uma escola de magia que realizou inscrições na minha cidade, em regime de meio período. Estudava na escola trouxa de manhã e, à tarde, pegava uma chave-de-portal para o interior do estado, onde estudava no Instituto de Magia Natura Brasilis, voltado para a magia elemental. Desde pequena, demonstrava minha aptidão para Poções e, assim, ninguém lá em casa se espantou de que, logo, eu caísse nas boas graças da professora dessa matéria, Shaynsha Memphis. Eu só não podia imaginar o quanto isso iria mudar minha vida.
A professora Memphis, como nós a chamávamos (sempre pronunciávamos seu primeiro nome errado, então ela achou melhor assim, rsrsrs), era filha de uma inglesa com um egípcio, e logo eu descobri que ela tinha sido aluna em Hogwarts na mesma época da minha mãe, o que me interessou muito. Eu queria, mais do que tudo, descobrir como é que minha mãe acabou casada com um homem que detestava magia e que, obviamente, não era meu pai. Isso eu descobri ao fazer as contas já que, pela minha data de nascimento, minha mãe estava terminando a escola quando engravidou então meu pai provavelmente era bruxo. E também pelo detalhe de que eu não era parecida em nada com ele, que tem os cabelos e olhos claros, enquanto minha mãe é morena clara, e eu tenho os cabelos e os olhos tão negros que pareciam refletir a noite.
Notei que ela se tornava estranhamente evasiva nesse assunto. Quando perguntava sobre os amigos dela e da minha mãe na escola, ela respondia numa boa, mas, se eu perguntava sobre namorados, ela logo desconversava. Estava começando a desanimar quando uma notícia, dada pela diretora da escola durante o lanche, me fez recrobar o ânimo.
Segundo o anúncio da diretora Filomena (não estranhem, esse nome é comum no Brasil, embora não seja aqui na Grã-Bretanha), depois de muito esforço e um pouco de persuasão ela conseguira que um grande mestre de Poções viesse para a nossa mostra de Ciências da Magia, quando cada aluno participante demonstrava sua habilidade em um ramo da magia específico. Segundo ela, este mestre era professor em Hogwarts e viria acompanhar o diretor da grande escola em sua visita.
- Aviso logo que o professor Snape é conhecido por sua rigidez, portanto os alunos que se inscreveram com Poções devem pensar bem no que irão apresentar para ele, estamos entendidos? – ela olhava especificamente para mim, já que fui a única novata a inscrever-se nos stands de Poções, todo mundo preferia Feitiços ou Vôleivoo. Mas eu não desistiria, já tinha meu projeto pensado e até mesmo em execução. No entanto, notei algo estranho. Ao ser anunciado o nome do professor de Poções, a profª. Memphis me olhou de um jeito estranho, como se estivesse preocupada. Mais estranho ainda foi, no dia seguinte (feriado religioso na cidade) eu ver minha professora de Poções aparecer na minha casa e conversar com a minha mãe, achando que eu ainda dormia (até parece, com aquele sol todo eu ia ficar dormindo ao invés de ir para a praia!), mas não me viu e eu não pude ouvir tudo, só ela dizendo algo como “... não é justo fazer isso.” E minha mãe respondendo que sabia o que era melhor para mim.
- Essa é boa! – resmunguei para mim mesma, enquanto me dirigia ao ponto de ônibus. – Ela sai da Grã-Bretanha, vem se enfiar nesse fim de mundo, casa com um homem que detesta magia e ainda acha que sabe o melhor para mim? Realmente, minha mãe não existe! – mas deixei esses pensamentos de lado um pouco, já que o ônibus tinha chegado e, se perdesse esse, só Merlim sabe a hora que viria o próximo.
Já na praia, encontrei minhas melhores amigas, Flavia e Brigit (N/A: Brigit realmente é o nome da minha melhor amiga) e tratei logo de contar o que tinha ouvido. Nenhuma das duas era bruxa, mas, autorizada pela minha mãe, eu contara a elas a verdade quando fui aceita no Instituto Natura, até porque precisava de um grupo na escola trouxa que me cobrisse enquanto eu estivesse na outra escola e não pudesse ir aos trabalhos. Como eu esperava Flavia, sempre mais cabeça de vento, não deu muita atenção ao que minha professora falou, mas Brigit logo apresentou a mesma idéia que eu, de que o tal Snape devia ter alguma ligação com o meu passado. Eu já tinha perguntado para a minha mãe sobre meu pai verdadeiro e ela disse que ele tinha morrido num ataque de Comensais da Morte ainda na Primeira Guerra contra Voldemort, por isso ela não falava nele, mas eu sentia que ela mentira. Segundo meu professor de Feitiços, Vitor Pimenta, eu tinha uma boa habilidade para aprender Legilimência e Oclumência, pois descobria facilmente se a s pessoas mentiam para mim, e sempre confiei nessa intuição. Quem sabe o professor Snape não podia ter mais alguma informação, não é?
Claro, ao comentar isso tive que explicar para as meninas, em plena praia da Vila, quem era o tal Voldemort. Isso levou um tempinho, afinal eu mesma não sabia muito além do que era dito nos livros da escola, mas consegui dar uma idéia geral de quem ele era e o que queria. Claro que elas ficaram assustadas, mas eu disse que ele tinha desaparecido há alguns anos, segundo contavam os ingleses, graças a um menininho que ficou conhecido como O-Menino-Que-Sobreviveu e, desde então, não havia notícias de nenhum dos dois.
Depois de dadas todas as explicações, Brigit começou a me ajudar a planejar como descobrir a verdade. Só não esperava claro, que todos os meus planos não se mostrassem necessários.
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