Não posso mudar meu destino



Helena e Harry conversaram mais um pouco antes de voltarem para onde Rony e Hermione estavam, mas quando iam aproximando-se viram que os dois beijavam-se intensamente, olharam-se imediatamente e Harry deu um sorriso maroto, ele então fingiu uma tosse, Rony e Hermione afastaram-se.



_ Desculpem, não era minha intenção interromper - disse Harry seriamente, Rony e Hermione coraram na hora.



_ Bom - Hermione não sabia o que dizer - Vamos então?



_ Vamos sim! - disse Helena.



_ Ah não, espera um pouco! Eu quero saber o que está acontecendo aqui! - Harry falou, sorria por dentro da cara de Rony, estava tão vermelha quanto seus cabelos.



_ Harry! - Helena o chamou.



_ Quê? Ah Helena, eu tenho o direito de saber, afinal geralmente eu encontro os dois quase duelando, não se beijando desta maneira! - Harry disse.



_ Nós... - Rony olhou para Hermione, talvez perguntasse se deveria contar sobre o pedido de namoro, a garota sorriu para ele corada - Nós estamos namorando!



_ Até que enfim! Já estava na hora, né? Eu bem que sabia que vocês se gostavam! - Harry sorriu para os amigos.



_ Fico feliz por vocês - Helena disse, Harry a olhou e percebeu que ela tinha um pouco de tristeza na voz, provavelmente porque também desejava poder ficar com ele, mas de acordo com as circunstâncias parecia totalmente impossível.



_ Vamos agora Harry ou quer mais alguma informação? - perguntou Rony ironicamente.



_ Bom... Talvez... Eu queria tirar uma dúvida, a língua que eu vi foi a sua ou a da Mione? - Harry sorriu, Hermione deu-lhe um murro no braço e ele fingiu dor.



_ Harry Potter, você está muito engraçadinho hoje! - a amiga disse. Helena sorria da situação e Rony parecia extremamente constrangido, assim como Hermione.



_ É melhor irmos - sugeriu Helena.



_ Vamos sim - Harry disse em seguida.



_ Hum... Interessante como a Helena você escuta não é? - foi a vez de Rony descontar, Harry ficou corado.



_ Diga a verdade Harry, vocês foram conversar mesmo ou houve mais coisas hein? - Hermione entrou na brincadeira do namorado.



_ Ah parem com isso! - Harry olhou envergonhado para Helena, que também parecia encabulada.



_ Viu o que dá perturbar demais? - Helena sussurrou em seu ouvido enquanto caminhavam de volta para a casa da garota.



Eles seguiam para a casa de Helena, para isso tiveram que passar pelo templo do deus Ares, foi de lá que um senhor apareceu e chamou Helena, a garota resolveu ver o que o senhor queria com ela, dizendo que encontrava com os garotos mais tarde. Eles então seguiram sozinhos para casa, Harry olhava Helena entrar acompanhada daquele senhor no templo, ele não gostou nada daquilo.



_ Helena, filha, Jeremias avisou-me que não virias fazer suas orações hoje a tarde, estranhei, pois nunca faltas. Onde estavas? - perguntou o senhor de meia idade a Helena.



_ Fui passear com uns amigos - ela respondeu um pouco tensa, o olhar dele era de reprovação.



_ Conheces tuas obrigações, não é?



_ Claro senhor, conheço e cumpro todas elas. Ausentei-me hoje porque não vi nenhum mal nisso - Helena sentia-se extremamente infeliz, aquele fardo que carregava sempre lhe tomava todo seu tempo.



_ Não viu mal nisso porque és ainda muito ingênua, mas os deuses vêem como desrespeito - ele alertou.



_ Nunca foi minha intenção desrespeitar nosso deus - ela baixou as vistas, sentia-se culpada.



_ Eu sei, tenho certeza que aceitarão suas desculpas. Permitirei que fiques até a noite aqui no templo, não queremos que nossa paz seja abalada - disse ele.



_ Claro que não senhor, no que depender de mim, nada de ruim acontecerá à nossa cidade.



_ Ótimo, irei embora agora, mas há outros sacerdotes no templo, fique o quanto quiser - disse ele, em seguida saiu, deixando Helena sozinha.



Helena ficou no templo até a noite, como indicou o sacerdote, como escolhida tinha obrigação de fazer orações constantes pedindo proteção pela cidade. Quando seu corpo não mais agüentou devido a exaustão que sentia resolveu ir embora.



Harry que chegara ainda pela tarde na casa de Helena contava os minutos para que ela retornasse. Por que estava demorando tanto? O que teriam pedido a ela? Ficou sozinho a esperá-la, pois àquela hora da noite todos da casa já haviam se recolhido. A Sra. Nice até tentou convencê-lo a dormir, alegando que Helena poderia demorar demais para voltar, mas ele preferiu esperar.



Não contou a senhora que sabia do destino de Helena, mas percebia que ela toda vez que falava da neta expressava tristeza na voz. Perdera o filho anos atrás e agora teria que perder a neta? Era uma injustiça, pensava ele, jamais se conformaria com aquilo, assim que Helena retornasse falaria isso a ela e tentaria convencê-la a mudar seu destino.



Acabou adormecendo no sofá da sala, enquanto esperava a garota. Quando chegou, Helena avistou-o logo e sorriu. Aproximou-se dele, dormia tranquilamente, parecia um bebezinho, ela então acariciou seu rosto, fazendo-o despertar.



_ Você ficou me esperando? - perguntou ela carinhosamente.



_ Não acredito que só chegou agora, dá pra notar que está exausta - Harry ajeitou-se no sofá, Helena sentou-se ao seu lado.



_ Tive que ficar no templo, não foi certo eu ter faltado pela tarde - ela desviou o olhar dele.



_ O que não é certo é eles ficarem te explorando, você tem sua vida Helena - Harry parecia irritado.



_ Não Harry, já disse, minha vida não me pertence - disse tristemente.



_ Não diga isso! É claro que lhe pertence, lute por ela, você tem esse direito!



_ Por favor, não torne tudo mais difícil - Helena não agüentou, começou a chorar, provavelmente naquelas lágrimas estavam seu desabafo por nunca ter tido uma vida de verdade, por não poder amar Harry, por ter que aceitar que só deveria viver até os dezesseis anos.



_ Não quero te perder - Harry a abraçou forte - Eu... Eu amo você Helena! - Helena ficou paralisada, nunca imaginou que Harry fosse dizer tais palavras.



_ Harry... - ela o olhou nos olhos - Eu também te amo, não sei como, nem por que, só sei que te amo.



_Então não desista da vida, não aceite esse destino assim tão fácil.



_ Mas eu não posso mudar meu destino! - Helena o abraçou forte novamente.



_ Claro que pode, basta querer.



_ Não é tão simples assim Harry, é o futuro de uma cidade que está em jogo - ela o lembrou.



_ Você não poderia falar com eles? Será que não há um jeito de mudarem isso? - ele perguntou.



_ Eu não sei, mas acho que não.



_ Você não tem certeza, talvez haja um jeito de evitar que você se sacrifique por esta cidade - disse cheio de esperanças.



_ De nada adiantaria se ouvesse esperanças para salvar minha vida.



_ Como não? - Harry não entendia o que ela queria dizer.



_ Harry, você é de outro tempo lembra? Não pode ficar aqui pra sempre - Harry parecia refletir sobre aquilo, a preocupação com a vida da garota o fez esquecer de outro problema: ele era do “futuro”.



_ Você pode vir comigo, sim, por que não? - sugeriu ele.



_ Isso é loucura, não sabemos as conseqüências que isso poderia trazer - Helena falou.



_ Por mais que eu não possa ficar com você, não permitirei que você morra - disse antes de lhe beijar a testa.



_ Sinto-me completamente perdida - Harry passou o braço pelas costas dela, trazendo-a para perto de si.



_ Sinto muito, tudo isso é minha culpa.



_ Não, não diga isso, Harry. Saibas que tua presença fez minha vida ter algum sentido, amo-te e não me arrependo - ela o olhou fixamente.



_ Então não desista, prometa-me que vai tentar mudar isso amanhã mesmo, fale com alguém daquele templo - pediu ele mais uma vez.



_ Prometo-te qualquer coisa - Helena beijou-o por alguns instantes - Eu amo você Harry! - foi a vez dele a beijar, mas dessa vez de maneira mais intensa. Ficaram ali namorando mais algum tempo, até que ele achou que deveriam dormir.



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