Fazendo Amigos
1- Fazendo Amigos
Uma menina de 6 anos caminhava pela rua em uma fria tarde de outono, tinha cabelos castanhos e ondulados, um pouco a baixo dos ombros, olhos castanhos -acinzentados e tinha um ar meio arrogante, mas quem a conhecia sabia que ela não era assim. Havia saído de casa após mais uma crise de choro de sua mãe. Era sempre assim, quando aprontava alguma, sua mãe gritava: “Meu Deus menina, olha o que você fez! – E após ver o sorrisinho maroto na cara da filha falava: “Humpf, não sei como você pode ser tão parecida com seu pai!”, ou quando fazia uma coisa fofa, as vezes, até um ato bem estúpido, como por exemplo passar geléia na torrada, sua mãe olhava para ela com uma cara nostálgica e falava:”Ai, você parece tanto com o seu pai” e logo após se debulhava em lágrimas, e foi isso o que tinha acabado de acontecer, após olhar uma foto que tinha acabado de tirar com a filha, ficou encarando da filha pra foto, da foto pra filha, e sem mais nem menos falou: “Isso me lembra tanto o, o...” e começou a chorar. Isso era normal na vida da garotinha, seu pai havia falecido em um acidente de carro e logo após isso sua mãe veio para Inglaterra, morar em um pequeno povoado chamado Godric’s Hollow, não muito longe da capital. Depois de tentar inutilmente consolar sua mãe ela saiu de casa falando que iria comprar balinhas (sem realmente se importar se ela ouvira ou não), afinal, balinhas sempre deixam as pessoas felizes, foi junto com Black, seu fiel escudeiro e melhor amigo, um grande cachorro preto com olhos escuros, à vista parecia medonho, mas para a pequenina era seu porto-seguro, sempre que se sentia triste, ou até mesmo quando não tinha ninguém para brincar, a menininha tinha o seu amigo-cão, e até quando os valentões do parquinho implicavam com ela seu amigo estava com ela.
Andando pela rua, com as moedinhas balançando no bolso do casaco duas vezes maior que a menina, ela viu, um menino da sua idade, cabelos escuros e olhos castanhos, com óculos redondos, implicando com um menino apenas um ano menor muito parecido só que de olhos verdes.
-JIMMYYYYYYYYY! – Gritou a pequena pulando no pescoço do mais velho.
- Ei, já falei que não gosto que me chamem assim!
- Mas você sempre deixa eu te chamar de Jimmy! – Ela falou com um falso brilho inocente no olhar. – E você não pode ficar implicando com o Al! Ele nunca te faz nada, ao contrário do gordão da rua de baixo.
- Falando nisso, faz tempo que agente não vai implicar com ele, vamos lá agora? – James tinha um olhar maroto que muitos achariam fofo pela idade dele, mas sua família e Alex sabiam que não tinha nada de fofo em suas intenções.
Alexandra, ou Alex como preferia ser chamada, era uma menininha muito madura para a idade, filha única, seus pais vinham da Austrália, mas ela havia nascido na Inglaterra. Seu pai havia morrido em um acidente de carro, e sua mãe não havia casado novamente, e sempre foi assim, só ela e sua mãe. Até que quando ela tinha 4 anos conheceu James e seu irmão Albus no parquinho, ela e James viraram amigos imediatamente, mas a menina não gostava do fato dele maltratar o irmão, e acabou por virar protetora do pequenino. Logo depois Alex encontrou Black, ou será que Black a havia encontrado? Bom, o fato é que, em um dia de inverno, a menininha de 5 anos saiu para brincar na neve com a mãe e viu o grande e negro cão parado do outro lado da rua, Alex quase matou a mãe de susto quando atravessou a rua correndo, quase sendo atropelada, para abraçar aquele monte de pelo preto no meio de uma neve branquinha, depois disso Elizabeth Johnson não conseguiu mais separar a filha do cachorro, e nem queria, sentia uma grande simpatia pelo cachorro, que sempre a olhava com compreensão quando ela pedia: “Cuide dela, sim?!” ao deixar a filha sair para brincar na rua sem ela por perto. O que ela não entendia era como um cachorro podia ter um olhar de compreensão, mas aquele cachorro tinha.
- Não posso ir agora Jimmy.
Um brilho triste passou por aqueles olhinhos que sempre eram alegres, os três ali presentes tiveram reações diferentes, o cão negro se enroscou mais na menina como se estivesse a confortando, James fechou a cara e Albus falou:
- Ela tá chorando denovo Alex? – Albus era muito novinho para entender porque a mãe da amiga sempre chorava. James era igualmente novo, afinal era só 1 ano mais velho que Albus, mas sabia que isso deixava a amiga realmente triste.
- Se eu fosse você brigava com ela, ela não pode ser tão bobona! – James falou aquilo com uma naturalidade incrível, como se todo mundo fizesse isso.
Alex botou um sorriso novamente na cara, adorava o fato de o amigo lhe proteger tanto, ou até mais, quanto ela protegia Albus do mesmo.
- Não posso bater nela Jimmy, ela é minha mãe! – Falou a menina rolando os olhos – Eu estou indo comprar balinhas, ela sempre me compra algumas quando eu me machuco e choro.
- Então eu vou também! – Falou um James decidido.
- Eu também vou!
- Você não vai não, é muito pequeno pra isso – James deu língua para o irmão e já ia falar mais quando uma mulher de cabelos ruivos apareceu na frente da casa com uma menina com cabelos igualmente ruivos no colo.
- Vocês acham que vão aonde, posso saber?
Alex gostava muito da senhora Potter, ou tia Ginny como gostava de chamá-la, era bem ruiva com sardas por todo o rosto, era gentil e sempre fazia várias comidas gostosas para ela quando ela ia na casa dos Potter.
- Vamos com a Alex comprar balinha! – Falou um Albus imponente, como se tivesse sido mandado escoltar a rainha até um local importante.
- EU vou com ela, você fica AQUI! – Falou um James irritado, ele não gostava de ‘dividir’ a amiga.
- JAMES PARE DE BRIGAR COM O SEU IRMÃO!
Da casa saiu um homem alto, de óculos redondos cabelos escuros e olhos muito verdes, iguais aos de Albus, com uma feição meio divertida, meio raivosa por já ter vivido 3 situações parecidas nesse dia. Mas ao notar a menininha ali do lado de seu filho mais velho se acalmou, sentia uma simpatia enorme pela pequena, ela lhe lembrava muito um ente querido, a menina tinha os mesmo cabelos ondulados e os mesmos olhos escuros, mas ao invés de azuis- acinzentados eram mais para castanhos- acinzentados e podia jurar que tinha o mesmo ar arrogante, mas ele sabia que era ridículo que essa menina fosse filha dele, ele havia morrido uns 6 anos antes de seu nascimento e pelo que ele saiba, sua mulher não havia engravidado, e a mulher dele não dava as caras a uns bons 7 anos. Mas Harry tratou de afastar esses pensamentos logo, ficar remoendo o passado não era uma boa coisa a se fazer no dia-a-dia.
- Olá Alex, tudo bem querida?
- Tudo sim tio Harry – Falou a menina com um sorriso inocente de criança, amava o “Tio Harry” era como um tio, ou que sabe pai, para ela. E ele também a considerava como uma sobrinha/filha.
- Então, podem me explicar a confusão? – Falou o homem lançando um olhar severo aos filhos.
- O pirralho quer ir comprar balinha comigo e com a Alex, mas ele não pode, não é?!
- Não, não pode – Respondeu a ruiva serenamente – Mas você também não pode James.
- Por que não?
- Porque você eu não vou deixar você e a Alex andando sozinhos por ai. – Respondeu o homem lendo os pensamentos da esposa.
- Mas tio, não se preocupe, o Black cuida dagente – falou a menininha com uma inocência no olhar que só James sabia que era pura falsidade.
- Eu não duvido quanto a isso Alex – e não duvidava mesmo, aquele cachorro cuidava da criança como se uma maldição Imperius estivesse sobre ele a toda hora, o que era impossível, já que a menina era trouxa – Mas vocês dois andando por ai sozinhos é um perigo para as pessoas!
- Mas eu tenho que ir logo tio, a mamãe ficou sozinha em casa, eu só vim pra comprar balinha pra ela – Dessa vez Alex não deixou transparecer tristeza no olhar, muito menos na voz, só aquela vozinha de criança, mas seu amigo sabia que havia muito mais por traz daquilo.
- Tudo bem, então vamos fazer assim, que tal nós irmos almoçar amanha no parque? Você poderia chamar sua mãe Alex, eu sei que ela deixaria com certeza!
- Claro que deixaria, ela nunca diz não pra mim – falou a menininha com um ar maroto.
- Muito bem então, vamos nos ver amanhã (mas mããããe!) E NÃO RECLAMEM! Se não vamos cancelar o passeio amanha!
Albus fez uma carinha triste e entrou na casa, James deu um beijo na bochecha gelada da menina e fez o mesmo caminho que o irmão. Alex deu tchau ao restante dos Potter e seguiu com seu caminho, se sentia feliz, os Potter eram como uma segunda família para ela e sua mãe, não queria perder nunca eles. Mas por várias vezes viu um brilho de saudade no olhar de sua mãe quando contava alguma coisa sobre essa família ou os via, ela não chegava a chorar, mas ficava um pouco triste. Alex queria que sua mãe fosse um pouco mais feliz às vezes.
- ALEXANDRA ADHARA JOHNSON! ONDE VOCÊ ESTEVE TODO ESSE TEMPO?!
Elizabeth Johnson estava com os cabelos loiros desgrenhados e os olhos azuis saltando para fora das órbitas, ainda um pouco vermelhos, mas sua cara estava mais. A menina não deixou-se abater nem mesmo pela menção do seu nome do meio que ela tanto odiava (segundo sua mãe foi dada em homenagem ao seu pai e por seu a estrela de algum lugar por ai), nem pela aparência da mãe e falou com a voz mais angelical que tinha:
- Fui comprar balinhas pra você se animar mamãe.
A mãe com os olhos marejados abraçou a filha, como amava aquela menina, e como se amaldiçoava todos os dias por ter que mentir para ela. Mentir para seus pais? Doído. Para os seus amigos? Muito difícil. Mas mentir para sua filha, um fruto do amor que teve com o homem mais importante da sua vida, era como se enfiassem uma faca em todos os seus membros e depois usassem a maldição Cruciatus nela, era isso o que mais a machucava, ter que mentir para sua filha, a machucava mais do que tudo, machucava mais até do que ter que mentir para Harry e Ginny, o casal havia se aproximado dela e de sua filha de uma maneira incrivelmente inesperada. E machucava mais ainda tê-los perto e ter que fazê-los viver aquela mentira dia após dia.
------------------------------------------------------------------------------------
- Lá estão eles mamãe, olha!
Alex foi correndo ao encontro de James que brincava alegremente com outras crianças no parquinho, e logo atrás dela ia Black, sentou do lado de fora da área que continha areia e ficou olhando a menina, para algumas babás e mães ainda era estranho, mas a maioria já havia se acostumado com as atitudes do cachorro da família Johnson.
- Esse seu cachorro ainda me impressiona Liz – Disse Ginny se aproximando com a pequena Lily no seu colo.
- Eu sei – disse a mulher dando um meio sorriso – Me impressiono todos os dias com esse cachorro também.
Não muito longe dali, um menino de cabelos escuros e olhos igualmente escuros observa um grupo de três crianças, o de olhos verdes parecia ser um ano mais novo, mas os outros dois deviam ter a sua idade, como queria ir brincar com eles, sorrir e correr que nem eles, mas não podia, se sua mãe o visse ele sofreria uma forte punição, e ele realmente não queria ser acorrentado novamente por ir falar com crianças trouxas, então preferia ficar só olhando, mas o ato não passou despercebido pela menininha de cabelos castanhos, que normalmente eram escuros mas com a luz do sol ficavam de um mel angelical.
- James, eu acho que aquele menino tá olhando pra gente – disse a menininha com um ar meio divertido, meio amedrontado.
- Onde?
- Lá – apontou a menina discretamente – Tá vendo? Ó lá, viu ele tá olhando!
James estava encarando o menino com uma cara carrancuda, o menino tinha medo, mas não demonstrava isso, ele simplesmente fazia uma cara cínica, não deixar transparecer seus sentimentos foi a primeira coisa que aprendeu na casa em que mora.
- Eu vou falar com ele! – falou a menina de repente, ela podia ver, que através da cara cínica do menino, tinha tristeza. “ele não deve ter amigos” pensou ela.
A menina saiu da área com areia e com seu grande cão preto no encalço chegou perto do menino, que se surpreendeu por alguém vir falar com ele.
- Olá! – falou ela dando um sorriso angelical – Qual é seu nome?
O menino a olhava espantado, nenhuma das crianças naquele parque nunca haviam ido falar com ele, seu irmão espantava todas, mas ele não estava aqui agora, estava na escola, e seus pais nem notaram que ele tinha saído de casa, então ele poderia falar com a menina trouxa.
- O-oi – respondeu acanhado e muito vermelho – Eu sou o J-Joseph.
- Oi Joseph, eu sou Alex, na verdade meu nome é Alexandra, mas eu prefiro Alex, você prefere que te chamem de Joseph mesmo?
Joseph olhava impressionado para a menina, alem de estar realmente falando com ele, ela estava perguntando como ele preferiria ser chamado. Ele se sentia como um elfo doméstico sendo convidado para sentar e acompanhar as refeições com seus Amos.
- Eu gosto de Joe – falou o menino baixinho e corando mais ainda.
- Quem é ele? – Perguntou o menino que parecia ser da idade deles dois e havia acabado de chegar correndo.
- Jimmy esse é o Joseph, mas ele prefere que chamem ele de Joe – ao ouvir isso o menino ficou mais vermelho do que já estava, coisa que achava que não era possível – Joe esse é o Jimmy, mas não é pra chamar ele de Jimmy porque ele não gosta, só eu posso chamar ele assim porque eu sou muito linda.
- Você não é linda – murmurou James, mas ao ver o olhar da garota completou com um sorriso amarelo – É maravilhosa!
- Feio! – brincou a menina dando língua, mas voltando rapidamente ao outro garoto falou – Você não quer brincar com agente Joe?
O rosto do menino se iluminou, eles não estavam falando com ele por pena, ou por nojo, nem pelo sobrenome dele, estavam falando com ele porque queriam ser seus amigos, ele realmente poderia ter amigos.
- Claro! – disse levantando rápido e correndo atrás deles para dentro da área com areia.
N/A: E esse foi o primeiro capítulo, eu realmente espero que alguem leia :B mas se não, tudo bem, eu amo escrever fics mesmo. Essa é a minha primeira fic de HP, então eu espero que as pessoas que leiam deem seus comentários sobre a fic, se gostarem eu posso postar o segundo capítulo amanha. (:
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!