Eu sei do seu segredinho
No dia seguinte à tarde, Harry, Rony e Hermione resolveram ir visitar Hagrid e lhe contar o que aconteceu na noite passada, mas o que eles não tinham visto era que Draco os seguira, por ordem de Voldemort ele teria que seguir qualquer movimento suspeito de Harry e de Dumbledore. Ao chegarem à cabana, foram logo recebidos por canino que insistia em babar as calças de Rony cada vez que eles chegavam. Eles contaram todo o ocorrido da noite passada à Hagrid.
- Moleque! Sempre soube que ele iria se juntar a Você-sabe-quem. – disse Hagrid irritado derramando chá nas vestes de Harry.
Em quanto isso Draco, do lado de fora, ouvia tudo estupefato, o engraçado é que nem estava ligando para o fato de eles investigarem seu envolvimento com Voldemort, mas sim o fato de Hermione ter se passado por Pansy. Aquele olhar familiar, afinal era de Hermione Granger, a garota que ele mais odiava desde o primeiro dia que chegou à Hogwarts. Aquele jeito, aquele olhar, não posso ter sentido aquele impulso sem sentido pela Granger. Draco estava muito confuso, tinha muito que refletir, chegou até pensar que não ouvira direito. Mas ele tiraria a prova, na manhã seguinte ele daria um jeito de ficar a sós com ela, não sabia por que essa idéia o deixou ansioso. Ficou a noite toda pensando em um jeito de abordar Hermione, ou de encontrá-la sozinha, mas Potter e Weasley nunca saiam do seu lado, principalmente Potter. Vai ver estão juntos pensou Draco, e isso lhe deu um aperto no estômago.
O primeiro tempo do dia para o sexto ano era Defesa contra as artes das trevas, com Snape. Era a oportunidade perfeita para tirar Potter e Weasley do caminho, qualquer coisa que eles fizessem seria motivo para detenção. Pensando rápido, Draco levantou e passou pela mesa de Rony derrubando vários pergaminhos e o tinteiro.
- Cate isso Weasley. – Disse Snape.
- Mas não fui eu professor, esse aí simplesmente achou divertido jogar meus pergaminhos no chão e...
- Silencio Weasley! Se não quiser limpar a sala de troféus outra vez, sugiro que cate os pergaminhos.
- Mas professor, foi o Malfoy que derrubou o senhor viu! – disse Harry indignado.
- Quer fazer companhia ao Weasley também Potter? – disse Snape crispando a boca.
- Eu não fiz nada professor, só vim lhe entregar o trabalho. Não posso fazer nada se o Weasley gosta de brincar de jogar pergaminhos por aí. – Disse Draco com um leve sorriso no rosto.
Hermione não parecia estar ali, estava absorta fazendo seus trabalhos, ou pelo menos fingindo. Estava pensando em tudo que tinha acontecido quando se transformou em Pansy, e de repente se pegou pensando em Malfoy e no beijo. Mas teve seus pensamentos interrompidos com os resmungos altos de Rony:
- Esse bosta de Hipogrifo acha que manda na escola e ainda arranjou um bostinha pra fazer esse trabalho por ele quando não está por perto. – disse ele catando os pergaminhos.
- Detenção Weasley, uma semana. – Disse Snape calmamente.
- Mas professor! – falou Harry mais uma vez, indignado.
- Não se preocupe Potter, tem pra você também, irá fazer companhia ao Weasley. – disse Snape com indiferença.
Vendo que Harry e Rony ficariam detidos com Snape na hora do almoço, Hermione resolveu ir para o lugar que mais se sentia a vontade: a biblioteca. Era a oportunidade perfeita para Draco, agora com Potter e Weasley longe ele poderia segui-la e abordá-la a qualquer momento, mas sem ser visto por ninguém, afinal o que diriam se vissem ele conversando com a Sangue ruim da Granger? Estavam quase chegando à biblioteca quando Draco resolveu agir.
- Granger, preciso falar com você. – disse Draco puxando Hermione pelo braço e a levando para um canto isolado no segundo andar, próximo à biblioteca.
- Eu não tenho nada pra falar com você Malfoy, e vê se me solta! – Disse ela, ríspida.
- Escuta aqui Granger, eu sei do seu segredinho. – disse Malfoy olhando nos olhos de Hermione – aquela noite eu beijei você, e não Pansy.
- Eu não faço a mínima idéia do que você ta falando, e já disse pra você me soltar! – disse ela tentando se desvencilhar do aperto de Draco.
- Você sabe muito bem do que eu to falando, aquela não era Pansy, era você, eu tenho certeza. – Então Draco se aproximou cada vez mais de Hermione, olhando no fundo de seus olhos, aquele cheiro de canela... agora tudo estava confirmado. Hermione sem perceber chegava mais perto dele, estava quase congelada, não conseguia parar de olhar naqueles olhos acinzentados e frios que pareciam olhar dentro de sua alma. Ela teve consciência de que iam se beijar outra vez, queria, mas não devia. Aquilo estava errado, ela devia odiá-lo pra sempre. Então se desvencilhou de Draco, e saiu correndo. Não sabia para aonde mas queria fugir, não de Draco, mas sim do sentimento que estava começando a nutrir por ele, e isso a assustou como nada o fizera antes.
- Essa conversa ainda não acabou Granger! – Que estava tão confuso com o que tinha acontecido ali, que demorou alguns segundos para voltar a si.
- Me deixa em paz, Malfoy! – gritou ela sem nem ao menos olhar para trás, ela só queria chegar logo em seu dormitório e permanecer la o resto do dia, fugindo de tudo inclusive de seus pensamentos, o que seria impossível. Como ela iria contar a Harry e Rony que Malfoy descobrira tudo sem falar do beijo? Achou melhor por enquanto não contar nada. Quando estava deitada em sua cama lutando para não pensar em nada, ela se deu conta de uma coisa: Draco nem sequer mencionou comensais da morte, ou Voldemort, parecia que o beijo era a única coisa que importava pra ele. Achou melhor ler algum livro para ocupar os pensamentos. Eu devia ir á biblioteca, mas nem isso eu posso mais sem ser atacada por um maluco.
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