- Capítulo Único
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oda pessoa é criada com uma missão, as de serem filhos de Deus, é serem pessoas boas que promovam o amor, e os Filhos do Diabo, que tem como missão atazanar a vida dos demais, Você pode não reparar, mas em toda sua volta, as os anjos caídos, filhos do Diabo e anjos, semianjos, arcanjos, vestidos como uma pessoa normal, encarando as dificuldade, mas de alguma forma te levando para um dos lados. Mas você sabe de qual lado você é?
Eu tenho uma grande diferença, desde pequeno eu sei de que lado sou. Minha função no mundo era atazanar, incomodar, trazer raiva, ódio, frustração, era esse meu motivo de vida ou de morte, depende do ângulo que você vê. Ser um demônio. Ou melhor filho do demônio. Se você me conhecesse jamais acreditaria que o menino com olhos esverdeados um cabelo despenteado, e um sorriso não é um anjo. Como são meninas bobinhas, acreditam na beleza dos anjos, sendo que beleza leva ao pecado, elas preferem acreditar que anjos são bonitos, pena que todos sejam loiros com cachos e olhos azuis, com mesmas feições e rostos.
Desculpem por não ter me apresentado, sou James Damon Potter, filho legítimo do diabo, herdeiro da maldade, e infelizmente habitante temporário da Terra e causador das piores emoções juvenis. Até que sou bom perto de Sirius, porque ele destrói os corações, cria as mágoas e rancores, nossa real casa, o inferno, tem bastante pessoas que trouxemos, ou melhor que Sirius trouxe, Sempre tivemos muitos casos, meninas que usávamos e abusávamos até enjoarmos, ou nos mudarmos. Até que meu mundo começou a cair.
No meu décimo quinto passeio escolar desde que meu papai me mandará pra Terra, eu a conheci. Ela era uma ruiva com olhos verdes esmeralda, corpo perfeito, curvilíneo, digno de perdição, usava roupas largas, não gostava ou aparentava não gostar que a percebessem. E o pior havia algo nela que me afetava de maneira escandalosa. Sirius considera ela um desafio, eu a considero muito mais. Ela tinha algo de diferente, onde ela estava meus poderes não funcionavam.
Ela podia ser uma anja, mas sua aparência não era como tal. Eu só conseguia encará-la, de nada mais eu era capaz.
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- Vai continuar me encarando? – ela me disse, sua voz era doce.
- Oh me desculpe, não percebi. – eu disse dando uma risada estilo cachorro.
- Sabe você tem algo muito irônico e ligado ao seu pai. – ela disse.
Meu pai? Como ela podia saber ou dizer algo sobre meu pai.
- O que você está falando? – eu me fiz de louco.
- Simples, seu nome faz referência ao seu pai. – ela me respondeu.
- Meu pai? Você nem sabe que eu sou. Muito menos sobre meu pai. – eu disse.
Eu estava nervoso, eu havia entendido perfeitamente o que ela havia me dito, mas ela não poderia saber quem eu sou, nem os serviçais de meu pai sabiam.
- Não se faça de bobo. Você é o filho do Diabo, James “Damon” Potter. – ela me disse.
Eu estava em choque, nunca eu havia sido reconhecido, só aqueles que eu me apresentava por serem serviçais do meu pai, muitos anjos haviam desconfiados sobre quem eu era, mas nunca conseguiram confirmar.
- Como você descobriu? – eu perguntei ainda em choque.
- Toda vez que entrava no ambiente eu sentia a presença de algo ruim, sentimentos mal, e era de você que vinha. Sabe, a maldade presente no corpo de vocês, pra nós funciona como um atraente pra descobrirmos e terminarmos com isso, Eu liguei os fatos e você me confirmou. – ela me disse.
- E quem é você? – eu perguntei.
- Eu sou filha de Deus. – ela me respondeu.
Me ferrei, fui descoberto por uma filha de Deus, mas como ela me diz só isso, não é justo, ser filho de Deus abre um grande leque de opções: humanos, anhos, semianjos, querubins, arcanjos...
- Mas além de filha de Deus o que você é? Me dizer um simples “filha de Deus” abre muitas opções. – eu disse.
- Sou Lily Evans, filha de Deus. – ela me disse.
- Não me deixe com dúvidas. Diga-me quem realmente és. – eu ordenei.
Só que havia um problema, eu não tinha poder nenhum sobre ela. Ela era realmente uma filha de Deus, mas não humanos, pois humanos obedecem feitos cãezinhos.
- Não adianta me ordenar, você não consegue. – ela me disse.
- Humana sei que não és, por favor diga-me quem és. – eu perguntei jogando um pouco de charme com educação.
- O filho do Diabo pedindo com educação? Queria ver a reação do teu pai se visse isso. – ela disse rindo.
- Pare de falar do meu pai e mostre-me quem és. – eu disse.
Ela me olhou nos olhos e consegui senti uma paz em mim. Como pude sentir paz em mim sendo filho do Diabo? Meus pensamentos me aprisionaram e não percebi quando ela saiu de perto.
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u havia me levantado, ela havia chegado ao refeitório, Sirius ficava na mesa, fingindo ler o jornal, tapado, nem percebeu que o jornal está ao contrário.
- Porque saiu sem dizer quem você é? – eu perguntei.
- Porque você deve descobrir, não posso dizer quem realmente sou sem que descubras. – ela me disse.
A bandeja dela era repleta de frutas e verduras a minha de carne, daquela bem sangrenta e vermelha.
- Vejamos, você não é humana, tem o nome de Lily que é pureza, não é loira e não tem olhos azuis, então não és anja. Arcanja muito menos, deve de ser uma semianja. – eu disse concluído.
- Como dizes que não sou anja nem arcanja? – ela disse.
Ela me impressionava sempre com seus questionamentos, eles pareciam trazer dúvidas.
- Anjos são todos iguais. – eu disse como se tivesse descoberto o mundo.
- E se odeio clichês? – ela me questionou novamente.
Podia ver o Sirius rindo de mim, seu ouvido era dos bons, funcionava a km de distância, Eu não suportava aquilo precisava descobrir o que ela era.
- Porque você odiaria clichês? – eu perguntei.
- Porque é sempre tudo tão igual que torna-se chato, mocinho se apaixona pela mocinha, aí tem o bandido, que tenta separá-los e mas no final acabam juntos. Nunca gostei de ser muito normal. É necessário abrir os olhos pra ver que o mundo não é como lhe dizem. – ela me disse.
Por mais uma vez meus pensamentos me dominaram, a ponto de não vê-la sair me deixando sozinho com minha carne.
Sirius nem disfarçava mais, ria escandalosamente, todos já o olhavam e eu, eu continuava com minhas dúvidas,
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a saída procurei-a, mas ela já não se encontrava na escola, havia ido embora mais cedo. Ela fugia de mim sempre que as dúvidas sobre mim se abatiam.
- Já descobriu algo sobre ela? – me perguntou Sirius debochando.
- Sim, ela é filha de Deus e não é humana. – eu disse.
- Mas ela não aparenta ser anja, muito menos arcanja. – ele me disse preocupado.
Sempre que encontrávamos um filho de Deus, sem ser humana, nossa preocupação ficava a mil, pois eles podiam destruir-nos, a única maneira era sair dali.
- Também não é semianja e odeias clichês. – eu disse.
- Você ta gamado nela! Imagina se teu pai descobrisse? Tu sabe o risco que estamos correndo certo? – ele me perguntou.
- Eu gamado? Claro que não, nem meta meu pai nessa história. – eu disse pro Sirius.
- Sobre o que falavam? Onde o Sirius não é pra me meter? – disse meu pai que havia aparecido em seu conversível, vermelho obviamente.
-Papai. – eu disse.
Eu estava gamado nela, mas não podia deixar transparecer, até porque quem transparece é fantasma, porque o que eu sentia era coisa de fraco.
- Ah tio Dê... Falávamos sobre uma menina da escola, ela não PE humana, nem semianja e é filha de Deus. – disse o Sirius bocão.
- Tio Dê? Quer conhecer o céu? Como é o nome dela? – meu pai perguntou.
- Lily Evans. – eu disse.
Meu pai estava pálido e em choque. O nome dela era tão poderoso até pro demônio.
- Como ela descobriu-nos? – meu pai disse.
- Sei lá, mas o que ela tem de tão poderosa? – eu perguntei.
- Eu levei a família dela, a irmã dela vive no inferno, mas ela tinha muito amor e Deus a levou diretamente pro céu e a fez de anja e braço direito dele. – meu pai disse.
Sirius e eu nos olhamos e o silêncio pairou no ar.
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- Já sei o que tu és? – eu a disse no outro dia.
- O que sou James? Se ouvir “você é uma alienígena, e venho de outro planeta” ou “você foi picada por um peixe radioativo,” me mato! – ela disse.
- Você é uma anja. Morreu em um acidente de carro que meu pai te causou. Sua irmã mora no inferno. – eu disse.
Ela encarou-me em meus olhos, podia perceber uma certa tristeza e a certeza sobre minhas expectativas.
- Eu sou anja. – ela disse como se fosse a coisa mais comum do mundo.
- Conte-me sobre você? – eu pedi.
- Sim James. – ela disse.
Nós dois saímos da escola e fomos até uma lanchonete.
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- Meus pais sofreram um acidente de carro, os dois morreram na hora, eu e minha irmã ficamos em coma, ela me odiava por sempre chamar atenção, e eu a amava independente do que acontecesse. Minha irmã acabou por morrer dois dias antes de mim, eu em meu estado vi seu pai indo buscá-la, ele queria me levar, mas Deus ficou me protegendo, dois dias depois eu morri. Deus me buscou pela mão. – ela disse.
- Quanto tempo faz isso? – eu perguntei.
- Dezesseis anos. – ela me disse.
- Dezesseis anos atrás eu estava fazendo o ensino médio pela primeira vez. – eu disse sorrindo.
Ela sorriu docilmente, e eu retribui o sorriso.
- Porque você é uma anja diferente? Não tens olhos azuis. – eu disse.
- Porque como já te disse odeio clichês. Todos me diziam “o céu é azul” eu os olhava, com um olhar dizendo vocês são loucos, e dizia “eu quero que seja verde” e pra mim sempre foi verde. Os olhos dos anjos refletem a cor do céu. – ela disse.
- E o cabelo? – eu perguntei.
- Sabe que nunca descobri? Mas, já ouvi comentários que ele reflete a cor do sol, mas duvido muito. – ela disse.
Ela encarou-me, eu sorri pra ela. Ela ficou olhando em meus olhos fixamente.
- Você não parece com o Diabo, ou melhor como eu imaginava o filho do Diabo. – ela disse olhando pra mim.
- Assim você me ofende. – eu disse.
- Porque te ofendo? – ela questionou-me.
- Pois sou filho do Diabo o que irá dar sucessão a ele. – eu disse.
- Mas você não aparenta. – ela disse com firmeza.
- Porque não pareço? – eu a perguntei.
- Porque és muito bonito, imaginei que tivesses cheiro de enxofre e um chifre. – ela disse.
- Obrigado pelo elogio, mas porque cheiro de enxofre, pois chifre até entendo, mas eu nunca vou ter. – ele disse.
- Cheiro de enxofre pois é isso que dizem que o diabo cheira, ou melhor, que o inferno cheira. – ela disse.
- Inferno cheira a enxofre? Claro que não! O inferno tem cheiro de tentação e pecado. – eu disse com um sorriso malicioso.
Ela ficou olhando, percebi que o nariz dela fez um pequeno movimento como se farejasse, parecia que ela fazia uma pequena, e linda, careta.
- Você para uma pessoa que odeia clichês, tem uma visão bem clichê sobre o inferno e o diabo. – eu disse.
- Não me chame de clichê. Adoro ser diferente. – ela disse.
Nossos lanches já haviam terminado, enquanto eu comia pedaços de carne, ela comia vegetais, enquanto eu bebia refrigerante, ela bebia suco. Havia muitas curiosidades ainda, sobre Deus, céu, anjos e suas categorias e muitas outras sobre ela.
- Eu tenho tantas dúvidas sobre você e o seu mundo. – eu disse.
Ela me encarou mais uma vez, nossos olhos se encontraram, existia uma ligação entre nós, mas era algo estranho, pois não podíamos nada.
- Desculpa James, mas não posso te falar mais nada e tenho que ir. – ela me disse.
- Já? Não pode ficar mais um pouco? – eu perguntei.
- Não, pois seu pai está aqui perto e creio que ele não vai gostar de me ver perto dele. – ela disse.
- Aqui perto como sabes? – eu perguntei.
Mas ela já estava na porta saindo. Meu pai estava li perto, vi ele passar pela janela, os dois se encontraram, os olhares se cruzaram, percebi uma linha de raiva entre eles. Eu tive que correr, pra esconder todos os pratos existentes em minha mesa. Ele logo ia desconfiar se visse um prato só com vegetais.
- Garçonete, limpe a mesa, agora. – eu usei o meu poder sobre ela.
Ela logo limpou a mesa, e quando meu pai chegou próximo, junto de Sirius, vi que meu pai continuava olhando pra rua. Ele estava preocupado. Senti a apreensão dentro de mim.
- James, você e Sirius vão se mudar. – ele me disse diretamente.
- Porque papai? – eu perguntei inocentemente.
- Porque vocês estão correndo riscos, ela me reconheceu, logo terá anjos e arcanjos para terminar com vocês. – meu pai disse.
Eu havia colocado tudo em risco. Grande babaca, isso que acontece quando você segue seu coração ao invés de seu cérebro.
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stava arrumando os últimos documentos, meu pai havia ido assinar minha transferência, ninguém entendia a repentina mudança nossa, Todos invejavam-nos por sempre conseguirmos tudo que queríamos. As minhas caixas estavam todas no caminhão da mudança, e eu aqui na Escola, eu havia sumido de perto de Sirius e papai.
E lá estava o armário dela, sempre diferente, todos azuis, o dela era verde, lá havia uma pequena fresta, e foi lá onde coloquei a carta.
Quem sabe em breve nós veríamos...
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rês meses depois e lá estava ela próxima de mim.
Sirius encarava-a, ele sempre mantinha o pé atrás da orelha.
Eu me aproximei lentamente dela. Ela sorriu.
- Te achei, engraçado não? – ela me disse.
Eu sorri pra ela.
- Anda me seguindo pequena anja? – eu disse.
- Mais ou menos. – ela disse.
- Como assim? – eu perguntei.
- É muito clichê, eu, uma anja, me apaixona pelo filho de demônio, que é você, mas não é muito clichê, se ao invés de termo algo sério ser apenas um caso. – ela disse.
Eu fiquei em choque, jamais esperaria de uma anja dizendo ter um caso, isso inclui muitas coisas, que sempre acreditei que anjos não pudessem fazer.
- Porque devo aceitar? – eu perguntei.
- Porque sei que você tem desejo por mim, e eu tenho por ti, eu posso te destruir mas não quero. – ela me disse.
- Uau até me da um medo essa parte “eu posso te destruir”. – eu disse rindo.
Ela ficou me encarando, e eu sai de perto, era a minha vez de me fazer de difícil certo? Sirius estava lá perto e sai com ele, nós dois ríamos.
- Hey você não me deu resposta! – ela gritou.
Eu deixei um papel cair no chão. Ela foi juntá-lo. Eu havia escrito algo nele. Ela leu e soltou uma longa gargalhada.
E eu sabia que a partir de agora, eu seria um anjo de menino e ela um diabo de pessoa.
N/A: Como prometido, postado no dia 24/03 em homenagem a LUH, que faz 15 anos hojeee! Parabéns lhaminha, tudo de bom pra ti, mesmo, mesmo mesmo... mas mudando de assunto, espero que gostem da fic, e que comenteeeem.Beijos
.nathkrein
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