Capítulo 12
Eu e Meu Melhor Amigo
Capítulo 12.
Sabe aqueles momentos em que ficamos tão alheios aos acontecimentos ao nosso redor, que uma bomba pode explodir ao nosso lado que nem sentimos nada? Era mais ou menos assim que me sentia naquele momento.
Por Merlin! Sabia que era verdade, sabia que foi real. Mas ao mesmo tempo meu cérebro não conseguia raciocinar, assimilar, tudo que aconteceu. Num dia sou a melhor amiga que descobre estar apaixonado pelo melhor amigo. – bem clichê, não? – e no outro, tenho meus sentimentos correspondidos pelo mesmo. Isso não acontece com tanta freqüência como pensamos.
E de repente vejo flashes dessas últimas semanas. Os calafrios que sentia quando Harry ficava muito próximo, o nervosismo de por tudo a perder, o medo de não ser correspondida. Cansei só de pensar. Como uma pessoa pode passar por tantas coisas por uma paixão? Os poetas que o digam.
Não sabia ao certo o que estava acontecendo no jogo, mas sempre acompanhava os movimentos do meu moreno. Nossa! Como é bom poder finalmente chamá-lo de meu. Demorou, mas consegui.
Luna me falou que eu parecia estar em algum efeito hipnótico, pois eu não fazia nada, além de mexer minha cabeça de lá para cá. Espero que ela esteja preparada para ouvir as coisas que ela faz quando o nome Ron é envolvido nas conversas...
Enfim, aos poucos fui voltando ao mundo real. Volteia a ouvir os gritos das torcidas e a prestar atenção aos outros jogadores. Um sorriso se abriu em meus lábios, Grifinória estava ganhando com uma diferença de 100 pontos, ou seja, não teríamos problemas com a Lufa-lufa.
Tirando meus olhos de Harry pude ver o quão estava o nosso time (seria aqui o quão bom estava?). Dino e Simas estavam em perfeita sincronia. Ginny... Bem, acho que ela estava descontando toda sua raiva em seus lançamentos. Rony, realmente, estava em sua melhor forma. O time todo estava.
- Harry fez um excelente trabalho! – gritei para Luna poder me ouvir.
- Resolveu juntar-se a nós? – comentou divertida. – Mas tenho que admitir, ele fez um bom trabalho. – concordamos e voltamos a gritar junto com a multidão.
Vai, vai Grifinória! Vai, vai Grifinória!
Agora com a minha atenção voltada para o jogo, só vislumbrava Harry quando ele fazia vôos rasantes próximos à arquibancada que me encontrava. Nos outros momentos, ficava vendo Gina jogar. Era cômico ver a ruiva jogando as goles com tanta força em direção aos arcos.
Jogadores iam e viam. Bolas iam de um lado para o outro. Gritos e mais gritos das torcidas. Estava tão entregue ao clima que quando me dei conta, Harry estava de ponta cabeça, segurando-se apenas com as pernas a vassoura e com a Chang voando a suas costas.
Tudo aconteceu tão rápido! Num minuto todos estavam gritando e torcendo, no outro, todos os olhares do campo estavam direcionados para os dois apanhadores. O silencio só não foi total, pois cada casa ficou torcendo por seu apanhador.
Harry estava de cabeça para baixo com um braço estendido, pronto para pegar o pomo e Chang, como sempre, atrás. O pessoal da Corvinal ainda achavam que tinham chances de ganhar. Mas foi só os dois apanhadores caírem ao chão, que todos se calaram com a incerteza da vitória.
- Aquela Chang é uma atirada! – estava desgostosa. – Como ousa?!
- Quem disse que ela fez porque quis? – voltei-me com um olhar nada amigável para Luna.
- Luna, pessoas enamoradas não pensam direito! – falei com e não fosse óbvio.
- Esqueci dessa parte. – falou divertida. – Quem acha que pegou o pomo? – rolei meus olhos em resposta. – É, acho que pra essa não precisava de pergunta. – ela ficou constrangida.
- Ei, não fica assim. – a abracei pelos ombros. – Olha lá, a Madame Hooch já esta lá embaixo. – apontei para baixo. – Logo saberemos o óbvio. – sorrimos cúmplices.
Em questão de segundos a felicidade grifinoriana se fez. Madame Hooch se aproximou dos dois, pude notar que tiveram uma discussão, – isso é bem a cara da Cho. – mas logo resolveram e a mais velha deu a vitoria a Grifinória.
Todos começaram a gritar. Lufa-lufa e Grifinória gritavam pela animação da vitoria, já Corvinal e Sonserina... O que uma dor de cotovelo não faz, hein?
Estava tão feliz comemorando com meus amigos que tinha me esquecido de Harry. Não completamente, só o fato dele estar caído no campo. Mas Luna me fez o favor de lembrar quando me cutucou pelas costas.
- Harry esta sendo levado para a enfermaria. – ela não precisava dizer mais nada. Sai correndo por entre os alunos até chegar ao campo. – Hermione, me espera! – ela gritava a minhas costas.
Chegamos a eles um pouco antes de deixarem o campo. Madame Pomfrey levou um susto tão grande quando me joguei na frente deles que ela só não caiu no chão, porque Harry a segurou.
- Mas o que é isso, Srta. Granger e Srta. Lovegood? – perguntou com a mão sobre o coração.
- Nada Madame Pomfrey, nada. – Luna respondeu e pude vê rum sorriso maroto se formando nos lábios do moreno.
- Só queremos saber como Harry esta. – falei. – Estou preocupada.
- Não sei porque. – Harry finalmente falou. – Não é nenhuma novidade que eu vá para a enfermaria após um jogo de Quadribol. – mais uma vez um sorriso. Senti uma vontade tão grande de socá-lo!
- Madame Pomfrey, a senhora se importa se eu levar Harry até a enfermaria? – perguntei com meu melhor olhar de pedinte.
- Não, claro que não. Minhas costas precisão de um descanso. – falou largando Harry em meus braços. – Vamos indo, Srta.Granger.
- Luna, você vem conosco? – perguntei quando não vi a loira ao meu lado.
- Você está com o seu ai. – não vi, mas tinha certeza que minhas bochechas estavam escarlates. – O meu está me esperando lá no meio do campo. Depois a gente se fala. – deu de ombros e seguiu ao encontro de Rony.
- Você não se cansa, não? – perguntei quando entramos no castelo.
- De ficar nos seus braços? Nunca. – bati de leve em seu ombro. – Ai, levei uma queda feia! Deveria estar cuidando de mim, não me machucando mais. – ri irônica.
- Se você respondesse a pergunta corretamente não precisaria disso.
- Sua pergunta estava muito vaga, Granger. – sussurrou em meu ouvido.
- Tudo bem, então. – tentei não demonstrar como aquele simples gesto me abalou. – Como você consegue terminar todo jogo de Quadribol na enfermaria?
- Nem todos os jogos. – bate mais uma vez em seu ombro. – O que posso fazer se faço de tudo para ganhar?
- Eu sei disso. Merlin, como sei! – paramos de andar e o encarei. – Só não quero que um dia você se machuque feio. – coloquei minha mão em seu rosto.
Ele pegou minha mão e a envolveu com as suas. Beijo-a e a colocou próxima ao seu peito. Depois a soltou e eu a trouxe de volta para meu bolso. Agora era a vez dele de me acariciar no rosto. Seus dedos desenhavam círculos em minhas bochechas. Era uma sensação tão boa.
Harry me encarou por alguns segundos e foi aproximando seu rosto do meu. Nossas respirações foram se misturando, enquanto me perdia naquele mar verde. Com a boca do moreno cada vez mais próxima, me preparei para o beijo eminente, mas não aconteceu.
- Mal começamos e já está dando uma super protetora? – ele colou sua testa a minha.
- Tenho que cuidar do que é meu, não é?
- Nunca disse que era seu. – mais um tampa em seu ombro. – Mas você, sim, - ele me puxou pela cintura. – é minha.
- Nossa que resposta nem um pouco machista. – rodei os olhos. – É por esse e outros motivos que mulheres querem conquistar sua inde... – eu queria ter terminado aquela frase, mas ele me puxou para algo melhor.
O moreno me rodou e inclinou meu corpo. Olho nos meus olhos e sorrimos. Queríamos ser discretos, pelo menos no começo, mas aquilo era o completo oposto. Ah, mas quem liga pra razão quando esta prestar a beijar uma boca como aquela? Bem, eu não sou uma dessas pessoas.
- Você nã... – só não fiquei irritada, porque foram seus lábios que me calaram.
Não sei como explicar, mas a cada beijo sentia como se fosse o primeiro. Nossas bocas já se conheciam, mas meu subconsciente achava que não. Parecia que a cada beijo era a primeira vez que sentia o gosto da boca de Harry.
As mãos do moreno pareciam estar em brasa, pois a cada centímetro que me tocava, parecia que estava me queimando. Nossas línguas estavam ocupadas em algum tipo de dança que, juro, não queria que terminasse nunca.
Minhas mãos, já acostumadas com o caminho a seguir, foram para suas costas e cabelos; Harry, com seu preparo físico impecável, conseguiu me segurar com apenas um braço e o outro seguiu para um caminho ainda não explorado, para debaixo da minha blusa.
Ao passo que a mão do moreno seguia pela minha barriga, cravava mais ainda minhas mãos em seus cabelos e arranhava mais suas costas. Um gemido rouco saiu da boca do outro, um sorriso por dentro.
As mãos de Harry iam subindo perigosamente até meus seios. Quando senti sua mão sobre meu sutiã, estremeci. Ele, provavelmente deve ter sentido isso e cessou o beijo. Estava tão ocupada com o prazer daquele beijo que não notei que precisava de ar. Quando nos separamos, estávamos completamente ofegantes.
- Isso foi bem... – ele começou.
- Quente. – completei. Ele sorriu torto e coçou a nuca. – Pensava que estava com o braço quebrado, Potter. – o olhei acusadoramente.
- Isso não quer dizer que não posso usá-lo. – piscou para mim. – Vamos, é melhor irmos logo para enfermaria ou a Madame Pomfrey vira atrás de nós. – entendeu seu braço eu o aceitei.
Ele passou seu braço por meu ombro e eu o abracei pela cintura. Não sabia o porquê daquilo, já que ele tinha machucado o braço e não as pernas. Mas se a Madame Pomfrey o carregava assim, quem sou eu para argumentar.
Passamos um tempo em silencio. Os corredores estavam silenciosos, acho que os alunos estavam fazendo a festa no campo mesmo, Mas não era isso que me ocupava os pensamentos. O beijo de minutos atrás era que o fazia.
Sabia que mais dia ou menos dia, algo parecido aconteceria, mas não esperava que fosse tão cedo. Estava apaixonada por Harry, isso é fato, e ele por mim, mas...
- Quer conversar sobre o beijo? – perguntou como se lesse meus pensamentos.
- Bem, não podemos negar que algo aconteceu. - sorri nervosa. – Isso tudo está muito rápido e... – ele tomou meu rosto em suas mãos.
- Ei, ei. Calma! – ele sorriu para mim me acalmando. – Foi só um beijo um pouco mais... Como foi que você disse, mesmo? Quente. – desviei meus olhos dos dele. – Mas não quer dizer vou te forçar a nada. – beijou o topo da minha cabeça.
- Sei de tudo isso, pode acreditar. Mas isso que estou sentido é novo, nunca senti nada igual por ninguém. – tirei suas mãos de meu rosto. – Não sei como agir ou pensar. – voltamos a andar.
- O que? Hermione Jane Granger sem saber o que fazer? Eu, Harry James Potter, consegui essa façanha? – falou debochado. Dei mais um soco em seu braço machucado. – Ai!
- Bem feito. –mostrei minha língua para o moreno. – E não se vanglorie por algo que nem sabe se foi o culpado. O coração não escolhe.
- Nossa, essa doeu. – colocou a mão sobre o coração.
- Como fui me apaixonar por alguém tão dramático como você, Potter?
- Fácil. – paramos de andar e nos encaramos. – Sou lindo, inteligente, capitão do time de quadribol, o escolhido... Deve continuar? – levantou as sobrancelhas.
- Não se esqueça de modesto. Essa é sua principal qualidade. – ele me deu um soco no ombro. – Nossa, que força. – passei a mão sobre o ombro machucado. – Sabe que é muito mais forte do que eu, não é? – ele assentiu.
- E por ser muito mais forte que você que posso fazer isso. – ele me abraçou pela cintura. – E isso. – ele aproximou seu rosto do meu, mas me abaixei e sai do seu abraço.
- Ah, não. Não vamos perder mais tempo. Vamos logo para a enfermaria tratar desse seu braço, porque você esta se saindo muito saidinho. – tomamos nossas posições iniciais e seguimos para a enfermaria.
Chegando a enfermaria, Madame Pomfrey quase nos engoliu. Disse que não era prudente ficar zonzando pelo castelo com um braço quebrado e que esperava mais responsabilidade de mim. O que uma fama não faz com a pessoa, hein?
Ela arrancou Harry de meus braços e o sentou numa cama próxima. Balançou a varinha e uma cortina os cobriu. Fiquei vendo as duas silhuetas. Madame Pomfrey misturou algumas poções e Harry tirou a camisa. Esse é um dos momentos que desejei ser enfermeira.
Em poucos segundos vi o braço de Harry enfeixado e as cortinas foram abertas. Fui me aproximando, mas a Madame Pomfrey me impediu antes que chegasse a um metro do moreno.
- Não, Srta. Granger. Mais tarde poderá ter com ele, mas agora o Sr.Potter tem que descansar. – ela nem esperou minha resposta, foi me arrastando para fora da enfermaria.
Antes que fosse expulsa, virei-me para Harry e vi o seu semblante de confusão, mas nada podia fazer. Lancei-lhe um beijo e mexi meus lábios para um “Até mais.” Ele retribuiu fechando os olhos e encostando a cabeça no travesseiro para relaxar.
- Como pode ver, ele esta bem cansado. – ela falou quando estávamos à porta.
- É, é o que parece. – voltei-me para a mais velha. – Posso voltar daqui à uma hora? – ela me repreendeu com o olhar. – Ele é quem vai me encontrar, não é? – ela assentiu. – Tudo bem, então. Tchau, Madame Pomfrey. Até o próximo jogo de Quadribol. – sai da ala hospitalar deixando-a resmungar sobre alguma coisa.
Sai cruzando os corredores e respondendo as mesmas perguntas. “Onda está o Harry?”. De tanto responder a essa pergunta, acabava por sair no automático. Mesmo quando a pessoa chegava até apenas para cumprimentar eu respondia “Está na ala hospitalar.”
Quando não era incomodada pelos outros alunos, me perdia em meus pensamentos e vez ou outra um sorriso se abria em meus lábios. Era engraçado como sua vida pode mudar em poucas horas. Mas de tão absurda em meus pensamentos, acabei por esbarrar em alguém... Pena que não era qualquer um.
- Ei, cuidado por onda anda. – ele falou.
- Er, desculpa. Estava tão distraída que... – levantei meu olhar e vi aquela criatura loira. – Ah, oi Malfoy.
- Olá, Granger. – deu um sorriso desdenhoso. – Estava distraída com o que?
- Nada que seja do seu interesse. – falei retomando meu caminho, ele me seguiu.
- Ah, é mesmo. Potter não me é muito interessante. Melhor, vocês não são do meu interesse. – comentou próximo ao meu ouvido, fazendo-me gelar.
- Co-como assim? – perguntei virando-me para encará-lo.
- Oras, ficar aos beijos no corredor não é a melhor para opção para descrição. – falou desdenhoso.
- É melhor ficarmos nos encontrando as escondidas, não? – cruzei meus braços.
- Se assim for preciso. – dei de ombros. – Mas como vocês não tão nem ai para a opinião das outras pessoas, qualquer escolha vai ser a certa.
- Nossa, Draco Malfoy esta apoiando meu romance com Harry?
- Finalmente admitiu que você e o Potter estão juntos. – sorriu vitorioso.
- Er...er... – meu rosto ardeu. Draco não era uma das primeiras pessoas que queria que soubesse. – O que você quer?
- Quero um favor. Pode chamar Ginny quando chegar à torre? E avisá-la para me encontrar no lugar de sempre?
- Tudo bem. Não vou muito com a sua cara, mas fico feliz em ver Ginny feliz. – dei de ombros. – Até mais, Malfoy. – despedi-me e voltei para meu caminho em direção a torre.
- Até, Granger. Ah, e parabéns pelo Potter! – ele gritou! Como ele teve a coragem de gritar?! Eu o odeio, odeio! Respirei fundo e continuei com meu caminho.
Em poucos minutos cheguei a Sala Comunal. Toda a agitação de vitoria já tinha passado e a maioria dos alunos já tinham tomado seus rumos para o final do domingo. Cumprimentei alguns colegas e logo segui para os dormitórios femininos.
Quase todos os quartos estavam vazios, exceto pelo de Ginny. Abri a porta e dei três batidas. Sorriu ao me ver, mas logo voltou a seus pensamentos. Caminhei lentamente até sua cama e sentei-me ao seu lado.
- Pensando no príncipe encantado? – falei brincalhona.
- Mais ou menos. – sorriu-me. – Estou pensando em Draco.
- Era isso que temia. – lançou-me um olhar reprovador. – Você sabe que Draco e eu não nos damos muito bem. – ela fez beicinho. – Mas o que eu não faço por você?
- Isso mesmo. – sorriu vitoriosa. – Mas tenho algo mais interessante para te perguntar. – sentou-se me encarando. – Como estão as coisas entre você e Harry? – seus olhos brilhavam.
Relutei um pouco, mas comecei a contar para a ruiva os últimos acontecimentos. Comecei com a noite passada. Nossa, Gina quase me azarou por não ter ido correr contar-lhe o que aconteceu. Como se ela não estivesse ocupada na hora...
Depois do ataque histérico da ruiva, contei a nossa caminhada até a Ala Hospitalar. Ginny reagiu da maneira oposta que imaginei. Ficou calma e centrada, nem parecia com a garota louca de minutos atrás.
- Então vocês estão namorando? Sério?! – só faltou gritinhos de felicidade.
Gina me analisou.
– O que há?
- Só estou admirando essa sua cara de boba apaixonada. – joguei um travesseiro nela. – Ei, não pode negar os fatos! – sorriu.
- Não deboche de mim! É a primeira vez que me sinto assim por alguém. – minhas bochechas arderam.
- E com Draco me sinto do mesmo modo. – pegou minhas mãos. – Não é uma sensação maravilhosa? – seus olhos brilharam.
- Sim, me sinto tão mais completa ao lado do meu moreno. – deitamos com as cabeças juntas e soltamos suspiros apaixonados.
- Ah, só pra constar. – voltei-me para encará-la. – Se isso acabar em casamento, quero ser a madrinha e fazer seu vestido.
- Gina! Mal começamos e já esta pensando em casamento?
- Oras, se meu vestido para o Baile foi testemunha de tudo que me disse. Tenho que fazer o mesmo pelo seu casamento! – sorriu. – Quem sabe não sou sua fada madrinha?
- Se for, preciso ter uma conversa muito seria com seus supervisores. – caímos em gargalhadas.
Mais alguns instantes de conversas bobas. Gina era uma das melhores pessoas para conversar. Sempre tinha assunto e nunca deixava seu ponto de vista de lado. Durante a conversa trocamos mais algumas gargalhadas e, de repente, me lembrei do pedido de Draco.
- Nossa, ele vai me matar. – soltei.
- Quem vai te matar, Mione? – levantou umas das sobrancelhas.
- Draco, ele vai e matar. – comecei a anda de um lado para o outro.
- Porque ele iria te matar? – perguntou risonha.
- Ele me pediu para que assim te visse, desse um recado para você. – sentei-me novamente na cama.
- Você se preocupa demais. Vamos, conte-me qual é o tal recado.
- Para você encontrá-lo no local de sempre.
- Viu? Foi fácil. – sorriu. – Agora vou até meu Draco e invento uma desculpa. – deu de ombros.
- Tudo bem, mas desculpe. – levantei-me para me despedir da ruiva. – A gente se vê por ai. – sai de seu quarto e fui em direção ao meu.
Chegando ao meu quarto, peguei um livro qualquer e comecei a lê-lo. Pelo menos tentei. Estava agitada demais para conseguir me concentrar naquelas paginas. Tentei várias vezes voltar a me focar na história, mas não conseguia.
Imagens da noite anterior voltavam a aparecer em minha cabeça, as de hoje mais cedo. Tudo parecia ser mais interessante que o livro. Bufei e guardei o livro, era obvio que não iria lê-lo mesmo.
Fui até meu malão e joguei o livro lá dentro, mas antes de fechá-lo peguei meu álbum de fotografias. Sentei-me na cama e fui folheá-lo. As primeiras fotos eram trouxas, comigo e meus pais. Dos meus primeiros meses até antes de Hogwarts.
As mais recentes estavam enfeitiçadas. Vi a primeira foto que Harry, Rony e eu tiramos juntos. Estávamos voltando do nosso primeiro ano no castelo e que primeiro ano! Depois do nosso segundo ano. Após o segundo ano as fotos começaram a ficar mais diversificadas.
Como tivemos permissão para visitar – pelo menos Rony e eu, Harry ia escondido. – Hogmeads, tivemos novos fundos nas fotos. Umas estavam repletas de neve, outras com o brilho do sol. As fotos seguintes seguiram as mesmas condições.
Mas foi quando cheguei às fotos do sétimo ano que fui perceber como tínhamos mudado, tanto física como mentalmente. Rony crescera assustadoramente, Harry também tinha crescido, mas deixou de ser aquele garoto magricela. E quanto a mim? Bem, tenho que admitir que meus dentes diminuíram muito e que meus cabelos deixaram de ser aquela moita que um dia já foi.
Além disso, as posições nas fotos foram mudando. Rony sempre ficava no centro das fotografias, mas de dois anos para cá, Harry tomou o centro. Antes éramos entrelaçados pelos braços dos outros, mas mais uma mudança. Harry me abraçava pela cintura e Rony apenas passava seu braço pelos ombros de Harry.
Foi olhando para essas fotos que percebi como me aproximei de Harry durante esses anos. Nos primeiros anos em Hogwarts, estava mais preocupada com os estudos do que com Harry, Rony ou Gina. Ainda bem que deixei os livros um pouco de lado e percebi os amigos maravilhosos que tinha ao meu redor.
Quando cheguei às fotos do sétimo ano vi Luna ali. Nossa como foi bom Luna ter entrado na minha vida, ela é tão alegre e cheia de energia que é quase impossível ficar pra baixo com ela ao seu lado.
Além das fotos no castelo e no vilarejo, tínhamos fotos com os outros Weasleys. O Sr. e a Sra. Weasley eram pessoas bem presentes nas fotos n’A Toca. As fotos mais engraçadas tinham Fred e George como principais, também pudera, eles eram os donos da Gemealidades Weasley!
Cheguei a uma foto que tirei escondida de Gina e Draco. Ela me fez prometer que a destruiria, mas tinha que guardá-la para prosperidade! Ela quase me matou, mas acabou por ceder a esse meu pedido.
Risos e lágrimas revezavam lugar em meu rosto. Eram tantas lembranças. Umas engraçadas e outras bem emocionantes. Enfrentei perigo de morte desde meu primeiro ano aqui, mas fiz amigos que estavam comigo lá e faziam as coisas ficarem um pouco melhor.
Fui passando as páginas e acabei chegando a uma em branco. Fiquei encarando a pagina com suas orelhas prateadas e sorri. Ela não estaria em branco por muito mais tempo. Corri até meu malão e tirei de lá a foto que Cowling tirou noite passada.
Admirei mais uma vez a fotografia e coloquei na pagina torcendo para que aquele fosse a primeira de muitas fotos que tiraríamos juntos.
Fiquei mais alguns minutos folheando aquelas paginas. Engraçado como mudamos. E é ainda melhor quando mudamos para melhor. Eu quem o diga! Saindo de uma menina com cabelos e jubas, dentes de coelhos para uma garota – acho que quase uma mulher. –com cabelos cacheados comportados, dentes em tamanhos normais e com um corpo bem formado.
Fui despertada por batidas fracas na janela. Voltei-me para o som e vi Pete, a coruja que eu e meus pais compramos para nos comunicarmos. Levantei-me da cama num pula e fui até a janela.
A abri e Pete saiu voando até a quina da minha cama. Bichento soltou um miado quando viu Pete. Amava aqueles dois, mas eles não conseguiam se entender. Quando Bichento fez menção de dar uma patada em Pete, o tranquei em sua gaiola.
Peguei a carta que estava presa a perna da coruja e admirei por um tempo a letra da minha mãe. As letras eram tão redondas, alinhadas e de fácil leitura... Nem se parecia com a minha, ela sempre falava que tinha puxado meu pai nisso.
Finalmente abri o envelope e comecei a lê-lo. Nos primeiros parágrafos meus pais estavam me contando as novidades, no seguinte perguntavam como estavam indo as coisas por aqui. – mau eles sabem o que está se passando por aqui. – E no último, estava um pedido.
Meus avós queriam que eu fosse passar o Natal com eles, que estavam morrendo de saudades de mim. Meu coração apertou nessa hora. Não queria desapontar meus avós, mas também não queria ficar longe de Hogwarts, de Harry, não agora.
Meus pais não estavam me obrigando a nada, que era apenas um pedido de meus avós e que o que eu escolhesse, estaria bem. Pena que eles não sabem como eu adoro a Vovó Granger e odiaria fazê-la sentir-se mau.
Acho que Bichento e Pete estavam sentido a mistura de sensações dentro de mim, pois ambos se aproximaram e me fizeram carinhos. Eram raros os momentos que eles não brigavam e eu estava dando graças a Merlin por esse ser um deles.
- É, pelo visto vou voltar pra casa na segunda. – falei retribuindo o carinho nos dois.
Comecei a escrever uma resposta a meus pais. Contei como as coisas estavam por aqui, mas nada mencionei sobre Harry. Se nem eu sabia direito como estávamos, meus pais eram quem não iriam saber mesmo. Agradeci pela carta e escrevi que passaria o Natal com eles.
Dei um pouco de sementes a Pete, amarrei a carta em suas pernas e o soltei pela janela céu afora. Fui até meu malão e comecei a reorganizar minhas coisas para amanhã de manhã. Segunda era o último dia para os alunos irem para suas casas.
Claro que estava feliz por rever meus pais e meus avós, mas ao mesmo tempo... Não queria deixar Harry, nem Ron, Luna e muito menos Ginny. Eles eram meus amigos e queria passar essa data especial com eles.
- Mas teremos outros natais para comemorar. Vovô e Vovó Granger já estão velhos. – falei para mim mesma enquanto arrumava meu malão.
Em instantes terminei de organizar meu malão e soltei um suspiro cansado. Terei que me despedir de Ron, Luna, Ginny e isso seria difícil, mas seria ainda mais com Harry. Mas todos somos grandes e maduros. Isso era que eu acreditava.
Resolvi descer até o Salão Comunal para puder pensar um pouco como faria minha despedida sem magoar ninguém, já que tínhamos combinado de passar a manhã de Natal em Hogsmeade e a noite revivendo nossas infâncias.
Sentei-me em uma poltrona próxima a lareira e fiquei encarando o fogo. O crepitar das chamas. Tudo seria tão mais fácil se todos eles aparecessem por aquele buraco e contasse logo a eles. E fui, exatamente, isso que aconteceu.
- É, eu devo ter alguma coisa com o pessoa lá de cima. – pensei comigo.
Eles foram se aproximando e eu me concentrando em como contar-lhes da melhor maneira. Quando levantei minha cabeça para encará-los, Harry não estava com eles. Sinceramente, não sei dizer se isso foi bom ou ruim.
- Oi gente. – falei em um falso som de felicidade.
- Nossa, alguém não esta tão feliz em nos ver. – Rony soltou.
- Acho que ela estaria mais feliz se um moreno estivesse conosco. – foi a vez de Gina.
- Parem com isso. – Luna bateu no namorado e repreendeu a ruiva. – Não percebem que a Mione tem algo para nos dizer? – ela foi a única que reparou que, de tempos em tempos, eu abria a minha boca.
- Bem, er... – todos se viraram para mim. – Como eu vou dizer isso? – sorri fraco. – Bem, vamos logo. Gente, não vamos mais poder fazer o que planejamos pra esse Natal.
- Por quê? – Rony perguntou como uma criança contrariada.
- Vocês vão poder fazer, mas eu não. Vou estar em outro lugar. – pensava que isso ia ser mais fácil.
- Como assim em outro lugar? – Luna perguntou.
- Mais cedo recebi uma carta dos meus pais e nela meus avós pediam para que eu fosse passar o Natal com eles. E como eu não posso negar nada a eles... Bem, eu vou pegar o expresso amanhã pela manhã. – fiquei esperando por frases revoltadas, mas o que recebi foi um abraço consolador.
- Nos entendemos, se a Vovô Weasley ainda estivesse viva e fizesse um pedido como esse, nós não negaríamos. – Ginny me consolou.
- E teremos outros Natais, certo? – uma nova voz se fez ouvir.
- Harry! – falei quando ele se juntou a nós. – Desculpe, queria ter lhe contado. – baixei a vista, mas ele a levantei minha cabeça.
- Ei, família é família. – sorriu, abraçou-me e me encarou.
Ficamos nos encarando e acabamos por nos esquecer que estávamos sendo observado, mas Ginny nos fez o favor de nos lembrar.
- Sem querer interromper o momento do casal, mas a Mione também é nossa amiga.
- E vamos fazê-la sentir-se culpada por nos deixar. – Rony me abraçou pelos ombros.
- Prepare-se, Granger. Você vai desejar ter dito não. – Harry sussurrou em meu ouvido.
- Pode acreditar em mim, já estou. – falei sorridente.
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N/A: Olá pessoinhas ;D
Sim, sim! Postei!
E os caps tão betados, que tal? Sim, arranjei uma Beta (:
Sim, cap sem grandes emoções e talz...
Mas isso não significa que os coments podem ser poucos! Porque vocês sabem que eu faço greve!
Sério, pessoinhas! Comentem e os caps saem mais rápidos ;D
Bjus e obrigada a todos que comentam!
Comentários (2)
Nossa, eu nem tinha percebido que já tinha lido tudo... E vc ainda naum postou.. =( Posta, vai! Por favorzinho... *-*
2011-12-05Ansiosa pela continuação... Por favor, naum demora a postar de novo...xD
2011-07-09