Capítulo 6
Eu e Meu Melhor Amigo
Capítulo 6.
Respiro fundo. Encosto-me na parede e escorrego até chegar ao chão. Meus olhos estavam cheios de lagrimas, mas nenhuma chegou a cair. Ao invés de lagrimas um sorriso bobo surgiu em meus lábios. Não sei por que, mas comecei a rir como uma criança de cinco anos. Alguns alunos passavam e olhavam intrigados. Em nenhum momento me dei ao trabalho de ligar para o que eles podiam vir a pensar de mim, estava feliz demais para me preocupar.
Minhas mãos tocam meus lábios ainda inchados, quando fechos meus olhos volto a sentir as mesmas sensações que invadiram meu corpo quando nos beijamos. Ainda sentia o gosto da boca do moreno. O frio na barriga, as pernas fracas, nervosismo... Tudo isso voltou e pela primeira vez estava feliz por elas terem voltado.
Fiquei ainda alguns minutos sonhando e rindo, mas quando olho para meu relógio percebo que faltam apenas dez minutos para o inicio da aula com a McGonagall. Droga! Tenho que percorrer metade do castelo em dez minutos! Peguei minha bolsa e comecei a correr.
Parei a alguns metros do grupo de alunos que estavam esperando que as portas fossem abertas. Olhando para os grupos notei um uma cabeleira ruiva e outra morena. Ops! Harry já havia chegado. O pânico reinou em meu corpo. Como deveria me comportar agora? Agir como uma garotinha assustada não ajudaria em nada e muito menos deixarei de falar com o meu melhor amigo. Fiz uma promessa comigo mesma que não deixaria que nada atrapalharia nossa amizade.
Tomo minha decisão e respiro fundo. Sigo em passos certos até eles, vou agir como a boa e velha Hermione. Se algo tiver que acontecer que aconteça, mas isso não vai atrapalhar a nossa amizade.
- Olá garotos. – falo sorrindo.
Eles se viram e me cumprimentam. Rony me abraça; Harry apenas sorri; claro que não esperava outra coisa.
- Interrompo algo? – pergunto olhando para Dino e Simas.
- Na verdade... – Dino começou a falar.
- Não Mione, você nunca atrapalha. – Rony falou em um tom sedutor.
- Ronald Weasley, não vou ti dar meus relatórios. – falei tirando seus braços dos meus ombros.
- Quando foi que falei algo parecido? – ele fingiu-se indignado, eu apenas sorri.
Ficamos conversando até o assunto morrer e quando esse acabou, ficamos calados. Rony não se sentia incomodado com o silencio, mas era bem visível que Harry e eu ficávamos bem desconfortáveis nessa situação. Não é a toa que sou obrigada a começar outra conversa.
- Algum de vocês viu a Gina?
- Eu a vi correndo pelos corredores. – Rony falou dando de ombros.
- Eu vi Ginny há poucos minutos, na verdade. – Harry falou. – Quando você saiu, Mi, ela chegou.
Essa simples frase me fez enrubesceu por completo meu rosto
A calma que tanto demorei a conseguir se vai. Dando lugar ao medo e nervosismo. Nunca pensei que uma simples frase pudesse me abalar tanto. Não que Ginny não soubesse sobre o que sinto por Harry, foi ela quem me incentivou. Mas só pelo fato dela talvez tiver nós visto... Agora os diabretes foram soltos!
- A Gina ‘tá meio estranha hoje. – Rony comentou tomando minha atenção. – Ela não me chamou de nenhum apelido. Isso é estranho.
- Deve ser porque ela não tem par para o Baile. – falei dando de ombros.
- Não tem porque não quer. – Harry falou. – Eu sempre a via recusando convites.
Eu bem sei o porquê dessas rejeições...
- Falando nisso... Mione, porque vai ao Baile com Harry? Convites não faltaram, para ambos. – Ron nos encarou.
- Apenas porque não existe acompanhante mais bela e eximia dançarina do que a minha melhor amiga aqui. – o moreno me abraçou pelos ombros e eu sorri em resposta.
- Só uma coisa a dizer: se algum dia essa amizade se tornar algo maior; não vão surpreender ninguém.
- Ron, você e meio mundo já me falou isso. – falei rindo e me soltando do moreno. – Acho que nem eu irei me surpreender.
- Obrigado pela consideração. – o moreno falou.
- Harryzito calma. – beijei sua bochecha. Não sei por que, mas beijá-lo agora parece ser a coisa mais normal do mundo. Sei lá. – Prometo que vou treinar minhas caras de surpresa.
- Mas não será original. – ele fez uma carinha de cachorro sem dono.
- Eu vou sair daqui. – Rony simplesmente sussurrou, nenhum de nós respondeu.
- Nem tudo é perfeito. – enlacei seu pescoço com meus braços.
Ficamos nos encarando. Eu me perdi naquelas irís verdes, pareciam duas esmeraldas. Seus olhos estavam mais claros por causa dos raios de sol que batiam em seu rosto. Mesmo com os óculos, seus olhos brilhavam.
As portas da sala foram abertas e uma onda de alunos avança em nossa direção. Afastamo-nos dos outros alunos e esperamos até podermos entrar na sala, mas antes que começasse a andar, sinto minha capa ser puxada. Viro-me e vejo uma garotinha; ela olha para mim e pergunta:
- Você é Hermione Granger?
- Sou sim. – sorriu e ela me estende um pedaço de pergaminho.
- Gina Weasley me pediu para lhe entregar isto. – pego o pergaminho.
A garotinha sorri e vai embora. Quando me volto para Harry o vejo já com o material a mão.
- O que ela queria? – perguntou olhando a garotinha se afastar.
- Só queria me entregar isso. – mostrei o pergaminho.
- De quem é? – o moreno perguntou em um tom um pouco enciumado.
- Ninguém que lhe interessa. – escondi o pergaminho nas minhas costas.
- Mione. – ele falou em um tom sério.
- Não. – respondi sorrindo.
Ele começou a se aproximar e eu a me afastar a cada passo que o moreno dava em minha direção. Fui me afastando até esbarrar na parede. Harry sorriu quando percebeu que eu não tinha por onde escapar. O moreno colocou suas mãos ao lado de meu rosto; ele aproximou seu rosto do meu. Encostou sua testa a minha.
- Deixe-me ver o bilhete. – falou calmamente.
- Não. – tentei ser firme, mas minha voz me entregou.
Todo meu corpo ficou anestesiado. Se alguém me chutasse; não sentiria nada. E acho que Harry percebeu, pois em um segundo eu segurava o pergaminho em minhas mãos, no outro, ele segurava-o sorrindo maroto.
- Você é muito fácil de distrair. – falou ainda sorrindo.
- Sou é? – falei voltando ao normal. – Sou mesmo? – enlacei meus braços no pescoço do outro.
Agora fora a minha vez. O moreno ficou tão confuso com o que estava acontecendo que não percebeu quando consegui alcançar o capuz de sua capa. Deixei o moreno me abraçar pela cintura; ele começou a aproximar seu rosto do meu. Quando estávamos a centímetros de encostarmos nossos lábios, puxei seu capuz, impedindo-o de ver e peguei meu pergaminho de volta.
- Você joga sujo, Granger. – falou quando tirou o capuz da cara.
- Eu sei. – falei parando a porta. – Aprendi com o melhor. – pisquei para ele e entrei na sala.
_ _ _ * _ _ _ * _ _ _
A aula da McGonagall foi à aula menos produtiva de todo o ano, pelo menos. A professora passou quase toda a sua aula falando como nós, alunos do último ano, deveríamos nos comportar. Relevando o fato de sermos grifinorios e dela, McGonagall, ser a organizadora do Baile.
Se fiquei chateada pela aula ter sido desperdiçada desse jeito? De maneira alguma, fiquei bem mais confortável. Afinal, assim que li o bilhete de Ginny, meus pensamentos foram direto para meu vestido. O vestido que eu e minha mãe demoramos tanto tempo para achar. Como uma pessoa pode ter tão pouco juízo?
Enfim, tirando o tempo que fiquei pensando no destino do meu pobre vestido; tirei um tempo para pensar em como Luna reagira com a revelação menos bombástica do ano: que eu, Hermione Jane Granger, estou apaixonada pelo meu melhor amigo... Ops! Não falei o que a ruiva escreveu... Pois bem, segui abaixo:
“ Olá Mionizita!
Tenho duas ótimas noticias! Bem... Não sei se elas são ótimas para você, mas para mim foram.
A primeira é: eu peguei seu vestido pela manhã e irei devolvê-lo hoje à noite. Então, nada de ficar me procurando.
Você e sua mãe têm um ótimo gosto, mas o vestido precisa de um quê a mais. Afinal, esse não é apenas mais um Baile, certo?
A segunda noticia é... Bem, você sabe que mais dia ou menos dia eu teria que contar a Luna sobre você e o Harry, certo? E antes que você me mande uma azaração por coruja... Você me permitiu fazê-lo. Então, sem revoltas!
E sim, eu contei a Luna. Deixo você se torturando para saber como foi à reação dela J
Até a noite!
“Ginny.”
Agora da pra perceber o porquê fiquei tão agitada durante a aula. Além disso, Harry ficou tentando pegar o pergaminho. Pode-se dizer que tentar Harry longe era bem difícil, visto que ele é bem mais provido de músculos que euzinha aqui. Enfim, McGonagall acabou por nos chamar a atenção diversas vezes. Mas como Harry e eu somos, tipo os VIP’s do Baile, ela não fez mais que isso. Fato esse que deixou nosso amigo nem um pouco satisfeito.
- Impressionante! Simplesmente impressionante! – ele soltou quando saímos da sala. – Só porque são como... Como os queridinhos não levaram nenhuma advertência. – ele estava ficando da cor de seus cabelos.
- Ron, ninguém levou nenhuma advertência. – Harry falou com se estivesse falando com uma criancinha.
- Mas ninguém estava atrapalhando a McGonagall como vocês dois.
- Se isso vai ti fazer se sentir melhor, na próxima aula vou dar um jeito de sermos expulsos da aula. – dei de ombros.
- Não quero que vocês percam uma aula. Quero que vocês levem advertências.
- Tudo bem. Pense em algo para que levemos uma advertência. – falei.
- Você tem três dias até a próxima aula da McGonagall. – o moreno falou.
- Não sei por que, mas acho que quem vai acabar sair ganhando dessa vai ser vocês.
- Você que começou com isso. – falei.
- Vocês merecem; vai ser justo. – ele deu de ombros. – Harry, temos adivinhação agora.
- Certo. – ele foi para o lado do ruivo; os dois ficaram me encarando.
- Há algo de errado? – levantei uma das sobrancelhas.
- É adivinhação Mione, você não vai falar nada?
- Não Ron, percebi que você se divertiam quando eu brigava com vocês sobre fazerem essa aula. – dei de ombros. – Se vocês gostam das aulas, não há nada que possa fazer.
- Na verdade, fazemos essa aula porque é divertido não ouvir mais que vamos morrer a qualquer momento. – o moreno sorriu. – E sim, que vamos viver por longos anos.
- E até às vezes umas adivinhações sobre nossos amores. – o ruivo estava rindo. – Ainda me lembro quando a Trelawney falando que o Harry vai encontrar seu verdadeiro amor com a Murta.
- Não sei como vocês ocupam seu tempo e suas mentes com tal absurdo. – não consegui me segurar.
- Do mesmo jeito que não entendemos como você faz uma aula como o estudo dos trouxas. – Harry falou indignado. – Nasci e vivi no mundo trouxa e nem cogito a possibilidade de fazer essa aula.
- Já falei. Gosto de ver como os bruxos vêem os trouxas.
- Você é uma pessoa estranha, Mi. – Rony falou olhando para o relógio do moreno. – Melhor irmos.
- Claro. – Harry concordou com o ruivo. – Até Mi. – o moreno falou e saiu com o ruivo.
- Não se esqueçam que temos ensaio as 17hrs! – gritei.
- Como esquecer? – Harry virou-se sorridente. – Tenho quatro horas de dança com a garota mais bela de Hogwarts; não tem como esquecer. – ele piscou; eu corei.
- Vamos Romeu. – o ruivo o puxou.
Fiquei olhando-os se distanciarem; dobraram no corredor e sumiram. Balancei minha cabeça sorrindo e tomei meu caminho até a sala da Profª Roberts. Eram poucos os alunos que tinha estudo dos trouxas em sua grade de horários e menos ainda os alunos do sétimo ano. Apenas vinte alunos compartilhavam o mesmo interesse que o meu.
Quando a Sra.Roberts começou sua aula, minha atenção estava 110% voltada para ela. Mas ao decorrer da aula, meu fofo foi mudando. Antes estava atenta a qualquer palavra que a professora soltava; agora estava completamente alheia a elas. Meus pensamentos foram direcionados para sábado à noite; para o Salão Principal decorado; os estudantes dançando; as conversas; nas danças lentas... Como Harry fica lindo num smoking e em nós debaixo de um visgo...
- Srta.Granger. – acho que devo um favor a professora Roberts. – Qual é a sua opinião sobre o assunto?
- Er... Bem, - meus olhos vasculharam o quadro em busca de ajuda... Achei!. – Er... A segunda guerra mundial foi a mais sangrenta guerra. Bem, até a guerra no Iraque, que ainda vivemos. E sim, essas guerras afetaram e afetam o mundo bruxo.
- Obrigada Srta.Granger. – sorriu amarelo e retornou a aula.
Olhei para meu relógio e vejo que faltam apenas dez minutos para termino da aula. Não sei se me sinto aliviada ou incomodada com isso. Não sei se ficar longe de Harry era melhor do que ficar ao seu... Você sabe, pelo bem dos meus nervos. Em ambos os momentos; delirava! Quando voltei minha atenção à aula o sinal tocou avisando o fim do terceiro tempo... Agora temos uma hora de almoço.
Bom ou ruim?
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Caminhando juntamente com a onda de alunas, sou puxada para um corredor. Minhas costas chocam-se com as paredes frias. Tudo aconteceu tão rápido; minha boca fora tampada por uma mão fria e antes que pudesse associar qualquer coisa, sou surpreendida pela voz manca de Luna.
- Mione. – ela falou. – Como você esta?
Eu rodei os olhos e ela percebeu que não tinha como eu responder, pois ela ainda tampava a minha boca.
- Ops! – sorriu e tirou sua mão de minha boca.
- Posso saber o porquê disso?
- Como assim você esta apaixonada por Harry e nem me conta? – a única coisa boa era que a loira estava sussurrando. Não queria que toda a Hogwarts ficasse sabendo, pelo menos não antes da pessoa mais interessada saber.
- Nem eu sabia; descobri há alguns dias. – meu rosto estava ficando quente.
- Aah, a Gina se esqueceu de comentar essa parte. – a loira sorriu torto. – Acho que agora posso respirar aliviada. – encostou-se na parede ao meu lado; escorregou até cair sentada. Eu a acompanhei.
- Respirar aliviada? – levantei uma sobrancelha em sinal de duvida.
- Er... Você sabe... Os boatos aqui se espalham bem rápido. – ela olhou para seus joelhos. – E bem... Você, Harry e Ron são os nomes mais citados.
- Pode ter certeza, nós só estamos na boca do povo porque nos metemos em muitas confusões anos atrás. – sorri.
- Não, claro que sei dessa parte. Mas não é bem sobre isso que os boatos falam.
- E sobre o que são? – não estava me fazendo de desentendida. Eu sinceramente não sabia.
- Bem, que você só está esperando o momento certo para pegar o Rony de volta. – Luna ficou completamente vermelha.
Eu não queria, mas eu não consegui me contar. Mesmo sabendo que isso iria machucar Luna, eu o fiz. Soltei uma risada alegre e a loira me olhou intrigada.
- Luna, não se deve acreditar em tudo que falam. – falei quando consegui recuperar um pouco o fôlego. – Se dependesse desses boatos eu estaria no meio de um nodecagono amoroso.
- Eu sei, eu sei. – ela voltou a minha olhar. – É só que... Você sabe, essas coisas mexem com a gente.
- E você não sabe o quanto. – sorri.
- Quer compartilhar experiência?
- Você se lembra daquele boato que soltaram falando que Harry e eu estávamos tendo um caso enquanto ele namorava a japa? – a loira balançou a cabeça. – Pois bem, eu nunca tinha recebido tantas azarações de uma mesma pessoa.
- A japa não descansou até você parar na ala hospitalar, né?
- Não foi bem assim. – sorri. – Quem acabou parando na ala hospitalar foi o Potter.
- Mas como a Chang teve a coragem de fazer isso com o próprio namorado?
- O problema que não foi bem a intenção dela. – um sorriso brotou em meus lábios.
- Então como o Sr.Potter foi parar em uma maca? – ela me olhou intrigada.
- Bem, como eu disse, a Chang me mandava as azarações por corujas. – a loira concordou. – Eu sabia que se uma carta da minha família chegasse ou um sem remetente era uma azaração. Mas o problema foi que era um bilhete entregue por uma garotinha em nome de Ron.
- Acho que nisso não tem como alguém ti culpar.
- Fale isso pra japinha. – a loira riu comigo. – Enfim, você sabe da péssima mania que Harry tem em sempre querer ler os meus bilhetes e cartas.
- E como sei. Acho que tem ele tem medo que você tenha voltado a se comunicar com o Krum por cartas.
- Que Cisa me livre disso.
- O que o ciúme não faz com uma pessoa. Sim, conte-me o restante da historia.
- Bem, como dizem: a curiosidade matou o gato. Harry levou a azaração por mim. Inconscientemente, é claro.
- E qual foi?
- Digamos que ele teve um pequeno problema com seus pelos corporais. – Luna me olhou querendo saber mais detalhadamente. – Você se lembra daquele pequeno incidente com o poção Poli Suco no segundo ano? – ela acenou com a cabeça. – Bem, Harry e eu agora podemos compartilhar experiências.
- A Chang saiu perdendo dessa vez. – a loira se levantou. – Você foi quem não desgrudou do Harry durante toda a semana que ele ficou lá na Ala Hospitalar.
- Eu sempre disse que com comigo, a Chang sempre sai perdendo. – sorriu e acompanhou a outra.
Luna olha em seu relógio e junta seu material.
- Combinei com Ron que me encontraria com ele antes do almoço no lago.
- Tudo bem, meu estomaga já esta dando voltas de fome. – me despedi de Luna e sai em direção ao Salão Principal.
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Durante o caminho até o Salão acabo por me lembrar nas diversas azarações que Cho Chang armou para mim. Umas foram terrivelmente bem planejadas, outras, relembrando-as, até que eram cômicas.
Era o tão esperado dia para o passeio em Hogsmeade. Todos os alunos estavam extremamente agitados. As garotas, em sua maioria, estavam ansiosas para poderem sair do castelo e mudarem de paisagem. Já o sexo másculo estava mais preocupado em beberem cervejas amanteigadas e comprar novidades na loja de logros.
Rony, Gina, Luna e eu tínhamos combinado de nos encontramos no portão de saída do castelo. Não me demorei em me arrumar, mas não cheguei a ver nem Rony ou Gina. Não me preocupei, afinal, íamos nos encontrarmos no portão.
Peguei minhas luvas e meu gorro e comecei a fazer meu caminho até a saída, mas antes passo na biblioteca para entregar alguns livros que aluguei dias atrás. Certo, após o rápido desvio, volto a meu caminho original. Quando chego ao portão encontro-me com Rony e Luna, esperamos por mais alguns minutos e Ginny aparece e seguimos nosso caminho para o vilarejo.
Assim que chegamos à estradinha que nós levaríamos até o vilarejo de Hogsmeade, Rony se vira para mim e percebo que o ruivo esta fazendo um esforço enorme para não rir. Viro-me para Ginny e Luna e elas estão a fazer o mesmo.
- Alguém pode me falar o que é tão engraçado? – perguntei sem paciência.
- Mione, - a ruiva estava se controlando para não rir. – eu sei que alguns de nós não queremos crescer. Mas você já tem 16!
- Perdão?
- Herms, rosa é feminino, eu sei, mas você exagerou. – o ruivo soltou.
- Mas do que vocês estão falando?!
Luna, a única que conseguia raciocinar, mexeu em sua bolsa e retirou um espelho dourado. Ela apenas o deixou na altura certa para que eu pudesse visualizar meu reflexo. A principio nada notei, porém, quando olhei para meu gorro, vi que, ao invés de ser um simples gorro de lã, era uma par de orelhas de porco.
- Mas o que?! – falei tirando o gorro.
- Você também está... – Ginny mexeu suas mãos. Eu baixei minha vista e vi que também tinha patas.
Retirei as luvas e as joguei no chão juntamente com o gorro.
- Tenho um rabo enrolando também? – perguntei seca.
- Não. – Rony respondeu, mas pelo o olhar que lancei a ele... Bem, acho que ele vai pensar duas vezes antes de me responder novamente.
- Quem foi que fez isso? – a loira perguntou.
Luna merece o premio de garota ingenuidade.
- Luna, você precisa ver as coisas que acontecem ao seu redor. – a ruiva falou abraçando-a de lado.
- O que por exemplo?
- Quem é a pessoa que a Mione mais quer ao seu lado? – Rony perguntou com ironia.
- Chang. – falei como se fosse uma maldição.
Acho que Luna percebeu que não tinha espaço para um comentário desnecessário.
- Você sabe como tirar o feitiço? – Gina perguntou a mim. Apenas respondi que sim com a cabeça.
- E o que esta esperando?
- Estou pensando em como irei retribuir o favor, Ronald.
- Alguma idéia? – Luna perguntou.
- Sim, vou mostrar a Harry a verdadeira galinha que a Chang é.
- Adoro quando a Mi mostra a verdadeira ela. – Ginny falou me apoiando.
Desfiz o feitiço de meu gorro e minhas luvas e vista novamente. Retomamos o caminho para Hogsmeade. Enquanto caminhávamos expliquei como deveríamos agir e o que fazer. Ginny e Luna me apoiaram; Rony não se opôs.
Chegando ao três vassouras nos dirigimos a primeira mesa vaga que achamos. O que não esperava ouvir era o “orng, orng” vindo da Chang. Ela até sabe imitar bem, mas o dela é o “pó, pó, pó”. Os outros seguiram e eu fiquei.
- Bom dia Cho, bom dia Harry. – tive que imprimir o sorriso mais falso em meu rosto.
- ‘Dia Granger. – ela sorriu amarelo para mim.
- Bom dia Mione. – moreno fora o único que sorriso com sinceridade. – Cadê os outros? – perguntou virando-se a procura deles.
- Eles estão mais ao fundo.
- Ah, depois passamos por lá.
- Não bombonzinho! – nossa, como ela conseguia deixar tudo ´tão nojento? – Você prometeu que iríamos a Dedos de Mel.
- É mesmo. – ele virou-se para mim. – Diga que mandei um “oi”.
- Claro. – sorri e voltei-me para a japonesa. – Tchau Cho.
- Tchau. – ela nem seguir olhou para mim; não faço questão.
- Tchau Harry. – me abaixe e beijei sua bochecha. Adorava atormentar a Chang.
- Tchau Mi. – ele retribuiu o beijo.
Comecei a andar em busca de meus amigos. Em poucos passos que me distanciava do casal, resolvi colocar meu plano em ação. Fiz um feitiço não-verbal e foquei na imagem da Chang. Não esperei o feitiço fazer efeito, fui direto para meus amigos.
- Tudo certo? – a ruiva perguntou; balancei a cabeça confirmando. – Ótimo.
- Cinco. – Luna começou a contar.
- Quatro, três. – eu continuei.
- Dois...
- Um. – Ron a interrompe terminando.
Todos apuramos nossos ouvidos para ouvirmos os gargarejos da Cho. Nos primeiros segundo, nada. Mas em pouco tempo depois a galinha começou a gritar. Todos olharam para a garota que soltava “pó, pó, pó”. Rony, Ginny, Luna e eu rimos abertamente da cena. Porem, tudo que é bom, dura pouco.
Assim que a minha querida Cho notou o que estava acontecendo; tirou Harry de sua cadeira e o arrastou consigo até a nossa mesa. Todos agimos normalmente, mas era quase impossível esconder os risos. Até para Harry o era. A louca da Chang, quando chegou até a nossa mesa, ficou apontando para mim e gargarejando.
- Sua mão não te ensinou que é feio apontar, não Cho? – isso a irritou ainda mais.
- Mione, você pode reverter isso? – Harry perguntou calmamente, ignorando a sua namorada-galinha.
- Talvez. – ele me olhou severo. – Tudo bem. – falei murchando os ombros. – O feitiço só passa em uma hora. – e mais uma gargarejo.
- Uma hora? – ele me olhou suplicante.
- Você a aquenta todos os dias, o que é uma hora? – Ginny falou.
- Acredite, ela assim, – Luna apontou para Chang. – é mais suportável.
- Pó, pó, pó, pó. – a Cho falou.
- Pó, pó, pra você também. – falei sorrindo. – Acho melhor vocês irem. – a Chang fechou a cara e saiu pela porta. O moreno ficou.
- Isso, - ele apontou para trás, na direção da japa. – foi bem original. – sorriu.
- Eu sei. Essas brigas me obrigam a ser original.
- E sempre melhor que ela. – a ruiva soltou.
- Bem melhor que orelhas e patas de porco. – Luna soltou.
- A Cho fez isso? – o sorriso em seu rosto sumiu; respondi que sim com a cabeça. – Então ela merece passar essa uma hora sozinha.
- Esse é meu amigo. – Rony soltou sorrindo.
A Chang quando chegou ao outro lado ficou esperando por Harry, mas como ela não queria abrir a boca e nós fingíamos que não escutávamos seu “pó, pós” ela acabou desistindo e indo embora.
- Obrigada por não ter ido para o lado escuro. – o abracei.
- Tenho meus amigos para me mostrar à luz.
- Iiii... Já vai começar de novo. – Ginny cantarolou.
- Não vai não. – Rony nos separou. – Vamos pedir cervejas amanteigadas, rir e conversar sobre besteiras.
- Apoiado. – a loira concordou.
- Apoiado. – nós nos juntamos.
Sentei em algum lugar vago na enorme mesa da Grifinoria. Por diversas vezes, Cho e eu, brigamos. Mas, ao final, quem sempre saia perdendo era ela. A japonesa podia me jogar todos os tipos da azaraçoes e até mesmo fazer com que Harry e eu brigássemos. Porém, Harry sempre ficava conosco.
Fiquei um tempo comendo e admirando os outros alunos. Adoro ter alguém para conversar, claro. Mas, do mesmo jeito que gosto de conversar, gosto de ser apenas uma espectadora, ficar olhando a vida. Pena que esse meu momento não durou por muito tempo.
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N/A: Bem... Cá estou!
Fiquei um bom tempo sem postar nada... Culpa dos estudos... QUERO FÉRIAS!
E claro, grande parte da minha falta de tempo é por conta dos jogos da Copa ;D
A culpa não é minha se em algumas seleções tem cada gato(Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Robinho, Nilmar, uns dinamarqueses, alemães, uruguaios, australianos...) *-* Limpa a minha visão!
Anyway...
Ain! Vocês viram o Will e o Harry no jogo da England? Morri!
Enfim... Vamos ao que realmente importa!
Não sei quanto a vocês, mas esse cap foi bem... Sei lá... Parado? Tudo em um único dia...
Certo, tivemos esse e vamos ter mais uns três caps até o Baile!
Sim, eu sei. Sou muito boazinha :)
A Mione é louca, né?
E claro que vamos ter um dos três narrado pelo nosso querido Rony (S2) e talvez um pelo Harry... Não sei... E uns comentários da Luna /o/
Certo, certo... Falei de mais!
Bjus e vejo vocês no próximo cap... Que eu vou postar só depois do dia 25! Jogo do Brasil contra Portugal! Não saiu de frente da TV nem pagando! E ainda vou comprar com o meu amigo o presente de um mês de namoro dele! Que fofo, né? Pena que todos os presentes que ele já deu pra ela (minha mais velha amiga! 12 anos de amizade!) todos foram eu quem escolhi... O que os olhos não vem, o coração não senti :)
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Comentários (1)
Tá ficando tão boa a fic... Ansiosa pelo baile, já...:D
2011-07-09