H/G - O reencontro
Harry foi para o dormitório debaixo da capa de invisibilidade no intuito de não ser incomodado e foi isso o que aconteceu; quando entrou nos aposentos masculinos encontrou exatamente como havia deixado há uma ano atrás.
Pelo visto seus amigos haviam preservado sua cama assim como a de Ron. Como se alguém tivesse lido seus pensamentos, ao lado de sua cama estava uma bandeja com um lanche reforçado. Quase devorou o sanduíche com uma só bocada tamanha era a sua fome, se assustou quando outro exatamente igual apareceu em seu prato.
Riu internamente lembrando de seu segundo ano em Hogwarts quando chegou no castelo em um carro enfeitiçado do pai de Ron e como castigo não puderam participar do grande banquete e da cerimonia de iniciação e ele e o melhor amigo apreciaram um lanche idêntico ao que estava comendo.
Quando estava satisfeito se levantou da cama e contemplou sua imagem em um enorme espelho na parede. Seu corpo estava repleto de cicatrizes porém a que mais se destacava era aquele em forma de raio bem no meio de sua testa e as que ele tinha certeza que nunca se curiariam eram as cicatrizes da alma. Tantas pessoas mortas, tantos que deram a vida pela paz no mundo bruxo; seus pais, Sirius Black, Dumbledore, Snape, Tonks, Lupin, Fred, Colin, Moddy e mitos outros que morreram por um só princípio: o amor.
Seu único consolo era que nenhuma morte foi em vão. Tudo finalmente acabou. Voldemort se fora e agora poderia ter uma vida normal. Normal... o que era ter uma vida normal depois de dezessete anos de guerra? Não sabia definir “normal” mas sabia que poderia contar com uma pessoa para descobrir.
Tomou um longo e relaxante banho, esvaziou sua mente e em seguida caiu na cama em um sono sem sonhos ou pesadelos, sem Voldemort... apenas o breu e a sensação de paz e missão cumprida.
Acordou com fortes raios de sol invadindo o dormitório, olhou para o relógio em seu pulso que havia ganhado dos Weasleys em seu ultimo aniversário e eles marcavam meio dia. O dormitório estava vazio como na noite anterior.
Foi até o banheiro e lavou o rosto, trocou de roupa e desceu com um único objetivo: achar Ginny e se declarar para ela, pedir perdão por tudo e se fosse preciso se ajoelharia aos seus pés. Seria feliz, isso ninguém tiraria dele... ele tinha esse direito depois de tudo e a ruivinha de olhos castanhos era sua única esperança quanto a isso.
Desceu as escadarias do castelo até o salão principal onde sabia que todos estariam reunidos. Destruição... era só isso que ele via pelo caminho. Uma enorme dor invadiu seu peito; o primeiro lugar que pode considerar sua casa estava a ruínas. Ajudaria a reconstruir-la se fosse possível; devia isso a Hogwarts... por todos os bons momentos que passou alí, os melhores momentos de sua vida.
Quando entrou o salão principal mergulhou em um completo silêncio, todos pararam tudo o que faziam para admirar Harry Potter, o menino que derrotou Lord Voldemort, o que trouxe de volta a paz aos dois mundos e o que devolveu a esperança às pessoas.
Conforme dava largos passos até os Weasleys ele pode ouvir o silêncio sendo substituído por calorosos aplausos e assovios. Pirraça ainda berrava seu canto de vitória “vencemos, esmagamos a fera, Potter é o Máximo, Voldy já era, então agora vamos nos divertir à vera!” e Molly Weasley corria em seu encontro para o habitual abraço materno. Ele retribuiu fortemente sentindo as lágrimas da matriarca molharem sua camisa.
Lembrou-se de como se sentiu quando perdeu seu padrinho e imaginou como Molly estaria se sentindo com a perda de Fred. Esse pensamento o fez abraça-la ainda mais forte, confortando-a.
- Ainda bem que está vivo – sorriu sincera porém, triste – não suportaria perder outro membro da família. Harry se emociona com as palavras de Molly, a primeira figura materna que tivera.
Após alguns minutos consolando-a em um abraço foi para a mesa onde estava todos os outros Weasleys
Artur estava com a cabeça baixa tomando seu café seu café da manha e seus olhos mais vermelhos que seus cabelos, ele o abraçou assim como Molly. Bill (Gui) acariciava o ventre de Fleur que só agora ele pode percebe uma certa elevação e não pode deixar de sorrir: o primeiro de uma nova geração de Weasleys... Charlie (Carlinhos) e Percy também tomavam seus respectivos cafés tristemente. Hermione estava encostada no tórax de Ron e suas mãos estavam entrelaçadas, Harry sorriu lembrando do beijo do dia anterior; assim como ele aqueles dois tinham o direito de serem felizes e finalmente haviam se dado conta de que seus lugares eram respectivamente juntos , eles acenaram corados para Harry. George... aquela cena o chocou porque era a primeira vez que não o via rindo ou contando piadas, aquela família não seria a mesma sem Fred e sabia disso. Abraçou George assim como fez com Molly e Artur
Era chocante ver aquela família tão unida e feliz daquele jeito, sem risos, com uma luz a menos entre eles... mas o que o deixou sem ar foi quando se deu conta de que havia mais alguém faltando.
Não era possível... ele viu Ginny abraçada a Molly no dia anterior e ela estava viva. Não podia estar maluco; não... ela tinha que estar viva.
- Onde está a Gi? - Sua voz saiu tremula, seus olhos se embaçaram e quase perdeu o chão quando todos permaneceram em silêncio, um olhando para o outro, como se ninguém quisesse dar a notícia.
- NÃO ME DIGAM QUE ELA MORREU! - não se deu conta de que havia alterado sua voz, todos no salão voltaram a mergulhar em um mar de silêncio querendo saber o que estava acontecendo com Harry Potter.
- Calma Harry – Hermione apressou-se a dizer – ela está bem.
Aquelas palavras acalmaram seu coração, voltou a se sentar mais calmo e Hermione prosseguiu.
- Ela não queria mas teve que voltar para Toca.
- Por que? - perguntou com seu coração mais leve.
- Quando a senhora Tonks soube das notícias – Molly interrompeu Hermione – Bom, de Dora e Remo, ela não... ela não...
Molly não continuou, Harry havia intendido, mais uma morte em consequência da guerra.
- Ginny teve que voltar para ficar com o pequeno Teddy – Molly completou.
- Quero ve-la – disse imediatamente.
- Amanha os alunos voltarão para suas casas no expresso de Hog...
- Não! - Interrompeu a Molly – Preciso ve-la agora! Preciso dizer que a amo! Eu não tenho dito isso ultimamente...
Agora todos os Weasleys olhavam para ele emocionados e Minerva McGonagall havia chegado a tempo de ouvir sua ultima frase.
- Vejo que não há problemas de apartar na Toca ainda hoje senhor Potter. Considerando o bem que fez a todos os bruxos no dia de ontem acho que posso obrir uma exceção para você. - Minerva disse sorrindo como não costumava a fazer e Harry por um impulso a abraçou e só se deu conta do que havia feito quando escutou risinhos por todo o salão.
- Perdão – se soltou do abraço e encontrou Minerva um pouco vermelha e sem reação. Ela não devia estar acostumada com atitudes como estas dos alunos.
Harry olhou para Ron e Hermione que estavam vermelhos tentando segurar o riso mas o que mais o surpreendeu foi a voz de George o alertando.
- Se você quebrar o coração da minha irmãzinha eu te azaro! - e completou – por mim e por Fred.
Todos sorriram, era exatamente isso que faltava mas nada que não mudasse com o tempo.
- Apenas seja feliz e faça minha menina feliz – Artur piscou.
Harry não pode esperar nem mais um minuto, precisava voltar para a Toca, sentir a pele de sua Ginny e dizer que a amava.
Correu até os portões do castelo onde, somente lá pode aparatar até a Toca. A primeira coisa que viu assim que sentiu seus pés no chão ao desaparatar foi a ruivinha com um bebê ruivo nos braços , ela estava sorrindo para o menino e o coração de Harry se encheu de alegria ao ver aquela cena. Podia ficar dias e dias alí, parado que não cansaria nunca daquilo.
Com muito esforço conseguiu mover seus pés até a porta da casa, Estava acostumado a entrar sem bater pois geralmente havia alguém no andar debaixo esperando por ele ou algum membro da família ia busca-lo na casa dos Dursleys semanas antes das férias terminarem. Porém dessa vez ficou em dúvida se batia, mandava um patrono a Ginny ou entrava logo e por fim escolheu a primeira opção e pode ouvir passos descendo as escadas e uma voz perguntando quem era e Harry se apressou a dizer.
- Sou Harry Potter, o menino dos olhos verdes como sapinhos cozidos, o garoto de cabelos negros como quadro de aula, - sorriu lembrando-se do poema que recebeu de Ginny em seu segundo ano em Hogwarts no dia dos namorados – Sou o garoto que está perdidamente apaixonado por uma certa ruivinha e estou aqui porque devo desculpas a ela.
Ginny abriu a porta apressadamente e quando viu Harry em pé, na porta à sua espera ela correu ao seu encontro e o abraçou com urgência.
Foram raras as vezes que Harry Potter presenciou Ginny Weasley chorando; a ultima vez que a viu com lágrimas nos olhos fora à cinco anos depois do que ocorreu na câmara secreta. Sempre a julgou muito forte, pensava que era pelo fato de ser a única mulher em uma família de sete filhos. Nunca a imaginou tão frágil como naquele momento.
- Eu não aguentava mais – disse soluçando.
Harry apertou ainda mais o abraço, beijou delicadamente o topo de sua cabeça e afegou suas costas a fim de consola-la.
- Vai ficar tudo bem – olhou em sues olhos mareados lhe passando confiança.
- Senti tanto a sua falta – Ginny disse na mesma intensidade, pegando a sua mão, o convidando para entrar.
Ele puxou uma das cadeiras da cozinha e ela fez o mesmo na sua frente.
- Eu não aguentava mais Harry. Não aguentava mais me fingir de forte, não aguentava mais segurar as lágrimas na frente da minha família, fingir que tudo estava bem sendo que eu sabia que não estava. Não aguentava mais dormir e acordar sem ter notícias suas, sem saber o que você estava passando, se estava se alimentando ou pior... se estava [i]vivo[/i]. não aguentava mais fingir que estava indiferente a sua ida sendo que meu coração se angustiava mais a cada dia – pausa, ela pode ver Harry sentindo toda a angustia que ela sentiu nesse ultimo ano, ele a olhava arrependido e a incentivava a continuar o desabafo – juro que quando te vi... “morto” nos braços de Hagrid estava decidia a ir com você também!
- Não fala uma coisa dessas nem de brincadeira! - a repreendeu.
- O que eu faria aqui sem você? - sua voz estava desesperada.
- Eu nunca te deixaria – disse com tamanha intensidade que Ginny por um momento se esqueceu do que ia dizer a seguir.
- Me abraça? - suplicou a Harry e ele não esperou que ela pedisse mais uma vez e a abraçou com volúpia.
- Não precisa mais se preocupar Gi, tudo está bem agora! Voldemort já era!
Ela segurou firme seu rosto, olhando dento de seus olhos como se quisesse mostrar seu amor com apenas um olhar. Harry não aguentou mais, precisava beija-la para ter certeza d que aquele momento era real, para ter certeza de que tudo não era apenas um sonho e sua Ginny estava a centímetros de distância de sí. Assim o fez, a beijou com urgência e desejo, como nunca havia feito... mais intenso que o primeiro beijo no salão comunal, mais voraz que o que Ginny havia lhe dado em seu aniversário e mais significante que todos os outros que já tiveram.
Se separaram em busca de ar e sorriram apaixonados um para o outro.
- O seu presente de aniversário...
- ah... foi bem útil; diga-se de passagem foi o melhor que já ganhei – riu.
- Não encontrou nenhuma veela por aí, né?
- Ah claro! Topei com uma enquanto surfava no Havaí – irônico.
Ginny deu um forte tava em seu braço.
- Ai!
- Experimenta só olhar para uma que verá a fúria da Weasley mais nova – falou séria depois riu.
- Não obrigado! Deu muito trabalho liquidar Voldemort e sair vivo para depois morrer na mão de um dos Weasleys – Ginny fez uma careta – prefiro não arriscar
Enquanto Ginny menos esperava, Harry a puxou para outro beijo, dessa vez mais delicado.
- Me perdoa?
- Pelo que?
- Por ter te abandonado daquele jeito, por ter saído do casamento de Charlie sem me despedir se sem dizer o quanto estava linda naquele dia, por ter a deixado em um castelo cheio de comensais da morte sendo você, a garota que ama Harry Potter, apesar de termos terminado você estava em perigo mesmo assim e só agora que percebo a burrada que fiz! E você nem devia estar na guerra! Belatrix quase...
- Ela não me acertou!
- Mas quase! E sinceramente se ela tivesse feito provavelmente Voldemort teria me vencido, porque eu deixaria ele me vencer.
- Você seria um egoísta se fizesse isso – estava nervosa e seus olhos voltaram a se encher de lágrimas – tudo teria sido em vão... seus pais teriam dado a vida por você em vão, Dumbledore, Snape, Fred, Tonks, Lupin...
- É para você ver o quanto é importante para mim!
Mais nada foi dito por ele, apenas deixou que Harry acariciasse seu rosto.
- vo... você sabia?
- O que?
- Snape?
- Se ele fosse tão ruim quanto acham ele teria me matado quando me pegou na sala dele tentando roubar a espada de Gryffindor. Nunca acreditei que ele era uma má pessoa apesar de tudo. Quer dizer... se ele teve a intenção de matar Dumbledore então porque poupou minha vida? Sabe, quem mata uma vez por que se importaria de matar a segunda?
Harry sorriu, o que mais admirava em Ginny era a coragem e o coração. Via nela a miniatura de Molly e isso o emocionava. Sem ocultar nenhum detalhe lhe contou o que havia descoberto sobre Snape e Ginny sorriu ternamente.
- Sempre soube disso e todos sempre duvidaram... Dumbledore confiava nele e nós também deveríamos confiar, né?
A conversa fora interrompida por um fino choro que vinha do andar de cima.
- acho que ainda não conhece o seu afilhado- o puxou pelos degraus acima pela mão e abriu a porta de seu quarto com cuidado para não assustar Teddy. Quando a porta foi aberta eles encontraram Teddy com o cabelo roxo berrante chorando.
- Ele está com fome, sempre fica assim quando quer comida – soltou a mão de Harry e pegou o pequeno nos braços, conjurou uma mamadeira e voltou a nina-lo como quando Harry os observava ainda do lado de fora da Toca.
Como da primeira vez aquela cena o paralisou de emoção, ainda mais depois que Teddy terminou a mamadeira e mudou seus cabelos de roxo berrante para um vermelho da cor do de Ginny.
- Quer conhecer seu padrinho? - perguntou para o menino que sorriu e foi entregue a Harry que o pegou desajeitado no colo.
O menino continuava rindo para Harry e assim que se acostumou com seu colo mudou os cabelos de vermelho para pretos rebeldes.
- Ele gostou de você! Não costuma fazer isso com qualquer um.
Harry estava hipnotizado com o afilhado, tão pequeno, tão frágil e tão indefeso...
- Eu cuidarei dele, serei para ele o padrinho que Sirius não pode ser para mim.
Ginny sorriu.
- Acha mesmo que conseguirá sozinho? O que tem em mentes?
- Comprar uma casa e me mudar com ele...
- Ei! - Ginny o interrompeu – já trocou uma fralda na sua vida? Sabe preparar mamadeira? Dar banho em um bebe e tudo o mais? Você precisa de mim e eu preciso de você! Não quero que se mude, já fiquei longe de você por tempo suficiente.
- Mas ficar na Toca...
- Mamãe não aceita não como resposta.
Harry pareceu pensar por longos minutos.
- Só por enquanto – Harry disse e Ginny sorriu – mas será por poco tempo, porque logo nos mudaremos daqui...
nós?
- Se você quiser é claro!
- Eu te amo, e o que eu mais quero é ficar ao seu lado por toda a eternidade! - “Eu te amo” aquela frase tão simples e tão intensa ainda mais saída da boca de Ginny o enchia de alegria e o tornava o homem mais feliz do mundo... tudo ao lado dela o tornava o homem mais feliz do mundo.
- Eu também te amo – pausa – já te disse isso ultimamente?
- Não! - o beijou ternamente – mas tenho toda a eternidade para ouvir – eo beijou novamente, só que dessa vez aprofundou o beijo.
-
N/A - AAAAH *---* eu sempre quis escrever uma fic pós RDM. Eu escrevi exatamente como eu imagino o reencontro dos casais, espero que gostem... Em breve eu posto o capítulo do Ron e da Hermione...
Comentem, por favor?
Beijinhos, Gisele Rani ;*
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