Sem as luzes - ato escuro
O último dia em Hogwarts parecia ser o último dia de sua vida. Nancy não sabia como conseguira responder todas as questões do exame teórico de Herbologia. Nada mais tinha graça. Nem o nariz de Potter brevemente inchado lhe despertava orgulho. Ela sentia-se tão importante quanto um punhado de excremento de trasgo.
Ouvir as palavras insossas de Snape foi a coisa mais dolorosa que sentira. Haviam tantos que poderiam ter-lhe dito isto. Por quê teve de ser o rapaz que ela amava acima de seus próprios limites? O rapaz que ela seguia com o olhar e acompanhava de longe tudo que fazia ou resmungava para si?
Snape era o que ela respirava. Bastava vê-lo vivo para sentir-se a garota mais feliz do mundo. Nancy não se importava em dar-lhe seus trabalhos de casa quando ele não havia feito. Preferia que ela ficasse com zero e não ele.
A dor de perdê-lo sem ao menos ganhá-lo a corroia. Amanhã pela manhã ela deixaria Hogwarts para sempre e seu amor por Severus lhe faria contorcer-se de dor por muitos anos. Não existe nada pior que um sentimento tão profundo e unilateral. Se ela pudesse se despedir de Severus, talvez se despedisse também de seu amor.
Esperou até que a noite caísse e que todas as lamparinas se apagassem. Vestiu o sobretudo e escondeu a cabeça com o capuz.
- Lumos.
Alcançou o salão comunal e desceu pela escada que levava aos dormitórios masculinos. Nunca havia estado lá e não fazia idéia de onde Severus dormia.
Seu coração batia acelerado. O medo de ser pega não era maior que sua necessidade de um último instante com ele. Algo a fez entrar em um dormitório e ter certeza que por detrás daquelas cortinas – entre tantas outras – estava Snape.
Sorrateira, chegou à beira da cama e cautelosamente abriu o cortinado. Sua intuição jamais falhava.
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